Buscar

LCR 2

Prévia do material em texto

*
LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO - LCR
*
LCR
É o terceiro principal fluído biológico.
Descoberto em 1764 por Cotugno.
Funções:
Distribuição de nutrientes para o tecido nervoso 
Remoção de resíduos metabólicos.
Produção de uma barreira mecânica dos traumas ao cérebro e medula espinhal.
*
Meninges: membranas conjuntivas que envolvem o sistema nervoso. São três: 
Dura-máter - mais superficial, espessa e resistente, formada por tecido conjuntivo muito rico em fibras colágenas, contendo nervos e vasos.
Aracnóide – é uma membrana muito delgada, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que contem líquor.
Pia-máter - é a mais interna das meninges, aderindo intimamente à superfície do encéfalo e da medula.
*
*
*
LCR
*
Fisiologia
Plexo Coróides dos ventrículos  Produção contínua e lenta
Granulações aracnóides  Reabsorção 
 
Movimento em uma só direção – de baixo para cima
*
c
*
Produção
20 ml/hora 
 
Volume total:
Adulto: 100 a 150ml
Neonatos:10 a 60ml 
*
Composição
Não se parece com o ultrafiltrado do plasma devido ao transporte ativo bidirecional entre o líquor, fluído intersticial do cérebro, células cerebrais e sangue capilares cerebrais.
Toda essa dinâmica é coloquialmente representada pela expressão Barreira Hematoencefálica.
*
Características
- Pouca proteína
 - Baixa densidade (1,006 a 1,009)
 - Pouquíssimas células (< 5)
 - Maioria Linfócitos 
 - Levemente alcalino
 - Pressão 18 a 25 cm de água (sentado)  gotas lentas.
*
Coleta do LCR
Ventricular, Cisternal, toráxica - não muito utilizadas.
Lombar – coleta mais fácil, mais freqüente. 
*
Coleta
Local: 3º e 4º ou 4º e 5º vértebra.
Padrão ouro de coleta - 3 tubos:
Nr 1 – ex. bioquímicos e imunológicos (frasco estéril)
Nr 2 – ex. microbiológicos (frasco estéril) 
Nr 3 – ex. hematológicos (frasco estéril, com EDTA).
*
Coleta
Padrão ouro - aspecto hemorrágico. 
Remessa
Frasco microbiológico – temp. ambiente
 Frasco citológico – refrigerar 
 
Contagio.
*
*
EXAME DO LCR
Exame físico: cor, aspecto, presença de coágulo e pressão.
Exame citológico: leucometria, hematimetria e contagem diferencial.
Exame bioquímico: proteínas, glicose, cloretos, LDH, etc.
Imunológico
Microbiológico
*
Aspecto
Antes e após centrifugação (10 min. 1500 rpm). 
Normal : límpido, cristalino, transparente e incolor ou “água de rocha”. Não coagula nem forma precipitado.
Patológico : ligeiramente turvo, turvo ou opaco (meningite aguda), purulento (aguda mais avançada), hemorrágico (subaracnoidiano ou punção) e xantocrômico (após hemorragia).
*
*
Aspecto
Retículo fibrinoso
Retículo de fibrina no fundo do frasco como teia de aranha, em repouso  meningite tuberculosa.
 4°C, após 2 a 12 h.
*
Aspecto
Coágulo
Pesquisa de coágulo a fresco e após 1 hora a 37°C.
Presente quando aparece fibrinogênio ou por aumento das proteínas (Síndrome de Froin).
*
COR
Normal: incolor, xantocrômico até 30 dias de vida.
Xantocrômico – produtos de degradação da Hg
Rosa- pequena quantidade de oxi-hemoglobina.
Laranja- forte hemólise.
Amarelo- conversão de oxi-hemoglobina em bilirrubina não conjugada.
*
Acidente Punção
Prova dos três tubos
Centrifugação
Formação de coágulo
*
*
EXAME CITOLÓGICO
Pleocitose: aumento do número de células no líquor.
Ligeira: 10 / mm³
Moderada: 50 / mm³
Intensa: > 100 / mm³
*
Métodos de contagem
A) CONTAGEM EM CÂMARA DE NEUBAUER: 
 N° de células contadas = células /ul 
 N° de quadrantes contados x 0,1ul 
Se for diluído multiplicar pela diluição
 B) CONTAGEM EM CÂMARA DE FUCHS-ROSENTHAL:  
O número de células contadas / fator (3,2). 
*
Câmara de Fuchs - Rosenthal 
*
Câmara de Neubauer
*
EXAME CITOLÓGICO
Contagem diferencial
Concentrar por filtração, centrifugação comum.
Soro comum ou albumina bovina 20%
 Secar em estufa a 37°C.
Corar
*
EXAME CITOLÓGICO
Método de May-Grumwald Giemsa
Cobrir a lâmina com Mey-Grumwald por 3 min.
Adicionar água por 3 min sem desprezar corante.
Desprezar.
Cobrir com Giemsa diluído (1 gota / ml água) por 5 min.
Lavar a lâmina com água e secar.
*
EXAME CITOLÓGICO
Método de Giemsa
Cobrir a lâmina com metanol por 5 min.
Adicionar sobre o metanol 3 a 4 gotas de Giemsa e deixar por 5 min.
Lavar a lâmina com água e secar.
*
EXAME CITOLÓGICO
Contagem diferencial 
VR: absoluto predomínio de mononucleares.
Linfócitos: 95%
Monócitos: 3 a 5%
Segmentados: 0 a 2%
Eosinófilos: 0%
*
EXAME CITOLÓGICO
Contagem diferencial 
Linfócitos: normal; meningite virótica, tuberculosa, fúngica e bacteriana inicial; esclerose.
Monócitos: meningite bacteriana crônica, virótica, tuberculosa, fúngica e esclerose.
Segmentados: meningite bacteriana, virótica inicial, tuberculosa e fúngica; hemorragia subaracnóidea; e neoplasia.
Eosinófilos: infecções parasitárias, reações alérgicas.
*
EXAME CITOLÓGICO
Contagem diferencial 
pleocitoses:
elevada: meningite bacteriana.
Moderada: meningite virótica, fúngica e parasitária.
Leve (inferior a 25 com grande número de linfócitos): esclerose.
*
EXAME CITOLÓGICO
Contagem diferencial 
 Células anormais
Macrófagos
Células epindimárias
Células do plexo coróide
Células malignas.
*
Citocentrífuga
*
*
*
*
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
 Mesmas substâncias - quantidades diferentes.
Alterações da barreira hematoencefálica.
Grande produção.
Metabolismo das células neurais.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Proteínas
 VR: 10 a 30 mg/dl (1/5 globulinas).
 Aumentado em meningites, hemorragias e esclerose.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Proteínas
 Hiperproteinorraquia: em processos inflamatórios, hemorragias e compressões medulares (aumentos mais notáveis).
 Dissociação albuminocitológica.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Proteínas
Comprometimento da barreira (causa mais comum)- meningite e hemorragia.
Produção de Ig pelo SNC.
Redução da depuração
Degeneração do tecido neural.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Glicose
 VR: 2/3 da glicemia (60 a 70%). Portanto depende da glicemia sendo normalmente inferior em 20 a 30 mg/dl.
 Colher 2 h antes da punção lombar.
 
Método: idem glicemia.
Análise de imediato – glicólise in vitro é rápida – erro grave.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Glicose
 Significado clínico: 
Hipoglicorraquia- meningites bacterianas, micótica, tuberculosa (especialmente), amebiana e hipoglicemia.
Hiperglicorraquia- encefalite virótica, trauma, DM.
 Causa da redução: alteração do transporte ativo pela barreira (principal) e utilização pelas células.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Ácido lático
 Útil no diagnóstico e no tratamento.
 VR: 9 a 25 mg/dl.
 Método: idem plasma.
 Meningite bacteriana, tuberculosa ou fúngica e tumores cerebrais – elevação.
 Tratamento (caem com o êxito). 
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
Cloretos
 VR: 115 a 130 mEq/l.
 Método: idem plasma.
 Hipoclororraquia: meningite bacteriana e tuberculosa (particularmente).
Hiperclororraquia: acidose metabólica e diarréia crônica.
*
 EXAMES BIOQUÍMICOS
LDH (Desidrogenase lática)
 VR: 0 a 25 U/l.
 Método: idem plasma.
 Isoenzimas - tipo de meningite (células cerebrais LDH1 e 2; neutrófilos LD4 e 5; linfócitos LD2 e 3).
Aumentam no AVC, meningite bacteriana, hemorragia, neoplasia.
*
Diagnóstico Diferencial de Meningites
Ác lático ↑ N ↑ ↑
LDH ↑ 4 e 5 ↑ 2 e 3 
*
Meningites
3 grandes grupos:
Purulentas – 1° meningococo, 2° pneumococo, hemófilos, estreptococo e estafilococo. Muitos casos não se consegue identificar o germe. No RN predomina BGN.
Granulomatosa – tuberculosa e sifilítica (rara), leptospira, histoplasma e outros fungos.
Asséptica – vírus, bactérias em fase precoce ou mascarada, fungos, protozoários e alergia.
*
IMUNOLOGIA
Reação de Aglutinação do Látex – PCR (> 90% meningite bacteriana).
Contra-imunoeletroforese - Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Estreptococcus do grupo B.
Útil nos casos que bacterioscopia e cultura são negativas (meningites parcialmente tratadas).
Reação de Fixação de Complemento – Neurocisticercose.
Reação de Floculação : VDRL ( Neurosífiles)
*
IMUNOLOGIA
REAÇÃO DE PANDY: 
 Para avaliação qualitativa de imunoglobulinas. 
Método turbidimétrico com solução de fenol saturado.
Positiva - proteínas totais > 70 mg/dl.
Útil na inflamação incipiente ou crônica com taxa normal de proteínas totais.
 
TÉCNICA: 
1 ml do reativo de Pandy + 50ul do líquor centrifugado. Observar turbidez. Resultado em cruzes conforme grau de turvação. 
*
EXAMES MICROBIOLÓGICOS
Cultura e Bacterioscopia
Bacterioscopia - diagnóstico.
Cultura - confirmatório.
Bacterioscopia: coloração de Gram, de Zielh-Neelsen, tinta da China.
*
EXAMES MICROBIOLÓGICOS
Cultura:
Coleta.
Processamento.
Meios empregados: Agar chocolate, Agar sangue, Agar Mac-Conkey.
Incubar em atmosfera de CO2
Pode-se semear o sedimento (10 min a 3000 rpm).
*
EXAMES MICROBIOLÓGICOS
Bacterioscopia:
Gram:
meningococo *; hemófilos *
Zielh-Neelsen: BAAR
Tinta da china: fungos (criptococcus)
*
*
*
*
*
*
 
*

Continue navegando