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Distúrbios do Sistema Digestivo II

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Distúrbios do Sistema Digestivo II
DISTÚRBIOS DA VESÍCULA BILIAR
Interferem a drenagem da bile para o duodeno.
Os distúrbios da vesícula biliar mais comuns são colecistite e colelitíase.
Vesícula biliar – relembrando:
Localizada na superfície inferior do fígado;
Formato de pêra, oco;
Parede composta de músculo liso;
Funções: Depósito de armazenamento para bilie; Quando o alimento penetra do duodeno vesícula se contrai + enfincter de Oddi relaxa bile pena no intestino; Auxilia na emulsificação das gorduras.
Colecistite:
Doença comum em emergências;
Inflamação da parede da vesícula;
Pode ser litiásica (90%) ou alitiásica (10%);
Litiásica: Espessamento da parede + eritema + hemorragia Hiperemia + áreas focais de necrose Se o cálculo deslocar: processo inflamatório regride Se o cálculo não se move: isquemia e necrose em 10% dos casos Quando forma abcesso e empiema (produção de pus) = colecistite aguda gangrenosa;
Alitiásica: Tem evolução mais rápida Evolui mais rápido para gangrena, empiema ou perfuração Etiologia é confusa = estase + isquemia + injúria por reperfusão + efeito dos mediadores pró-inflamatórios;
Manifestações clínicas: dor + pressão no hipocôndrio direito; rigidez parte superior direita do abdome; aumento na respiração; cólica biliar; hipersensibilidade; calafrios; febre; leucocitose; icterícia; náuseas e vômitos biliosos; distensão abdominal; diminuição da peristalse.
Colelitíase (Litíase Biliar):
Cálculos ou pedras biliares constituintes sólidos da bile;
Diferentes em forma e tamanho;
Mais prevalente em pessoas acima de 40 anos de mulheres;
Pode ser de dois tipos: de pigmento e de colesterol;
Manifestações clínicas: dor e cólica biliar; icterícia; deficiência de vitamina K; alteração na coloração de fezes e urina; vesícula distendida inflamada infectada; febre.
Histórico e achado diagnósticos:
Radiografia anormal;
USG: rápida e exata. Pode ser usada em pacientes com icterícia e disfunção hepática;
Colecistografia: usa-se agente de contraste contendo iodo (os cálculos aparecem como sombra na radiografia).
Tratamento:
Terapia nutricional e de suporte;
Terapia farmacológica;
Remoção não-cirúrgica de cálculos biliares: dissolvendo, remoção por instrumentação; litotropsia;
Tratamento cirúrgico.
Diagnósticos de Enfermagem:
Padrão respiratório ineficaz relacionado à distensão abdominal secundário a colelitiase e evidenciado por dispneia e aumento da frequência respiratória;
Dor aguda relacionada a processo inflamatório e evidenciada por dor em hipocôndrio direito;
Regime nutricional ineficaz para menos do que as necessidade corporais relacionado a processo inflamatório secundário a colecistite e evidenciado por deficiência de vitamina e fezes diarreicas;
Náuseas relacionada com a irritação gástrica e evidenciada pela salivação aumentada e aversão a alimentos;
Risco para hemorragia secundário a colecistite relacionado a déficit de vitamina K. 
DISTÚRBIOS DO PÂNCREAS (PANCREATITE)
Pâncreas – relembrando:
Localizado na parte superior do abdome;
Tem função endócrina e exócrina;
Endócrina: secreção de insulina, glucagon e somastotina;
...
...
Pancreatite:
Inflamação do pâncreas;
Descrita como autodigestão do pâncreas;
Fisiopatologia: Ducto pancreático obstruído Hipersecreção de enzimas exócrinas Enzimas penetram no ducto biliar e são ativadas Em conjunto com a bile refluem para o ducto pancreático 1.
Classificação da pancreatite aguda: pode ser aguda branda ou aguda grave.
Aguda Branda: Edema e inflamação; Risco de choque hipovolêmico; Distúrbios hidroeletrolíticos; Sepse;
Aguda Grave: Tecido nefrótico; Lesão dentro dos tecidos peritoneais; Cistos/abcessos; Coleções agudas de líquido.
Manifestações clínicas da pancreatite aguda:
Dor abdominal intensa, região epigástrica média;
Hipersensibilidade abdominal;
Dor nas costas;
Início súbito;
Distensão abdominal;
Massa abdominal palpável e mal definida;
Peristalse diminuída;
Vômitos e náuseas;
Defesa abdominal presente;
Abdome rígido ou em tábua;
Equimose no flanco ou ao redor do umbigo = pancreatite grave;
Febre;
Icterícia;
Paciente parece agudamente doente;
Confusão mental e agitação;
Hipotensão, reflete hipovolemia e choque por alta perda de líquido;
Taquicardia, cianose, pele fria e pegajosa;
Insuficiência renal;
Angústia respiratória;
Hipóxia;
Infiltrados pulmonares, dispneia taquipneia e valores gasométricos anormais;
Depressão miocárdica;
Hiperglicemia.
Histórico e achados diagnósticos da pancreatite aguda:
História de dor abdominal;
Níveis de hematócrito e hemoglobina;
Achados do exame físico;
Níveis séricos de amilase e lipase;
Contagem de leucócitos alta;
Fezes esbranquiçadas;
Fatores de risco.
Tratamento Médico:
Alívio dos sintomas e evitar/tratar complicações;
Ingesta oral suspensa;
Nutrição parenteral;
Aspiração nasogástrica;
Uso de cimetidina e ranitidina;
Tratamento da dor;
Correção da perda hídrica, sanguínea e níveis de albumina;
Agentes antibióticos se houver infecção;
Cuidado respiratório;
Drenagem biliar;
Intervenção cirúrgica;
Período pós-agudo: antiácidos; alimentação pobre e lipídios e proteínas.
Processo de Enfermagem:
Histórico:
Presença de dor, local e relação com alimentação e consumo de álcool;
Avaliar estado nutricional e hídrico;
História de problemas gastrintestinais (náuseas, vômitos, diarreia e eliminação de alimentos gordurosos);
Avaliar o abdome (identificar dor, hipersensibilidade, defesa, peristalse e forma do abdome);
Avaliação do estado respiratório do paciente;
Avaliação do estado emocional e psicológico.
Diagnósticos de Enfermagem:
Dor e desconforto agudo relacionados com edema, distensão do pâncreas e irritação peritoneal;
...
... 
Pancreatite Crônica:
Destruição anatômica e funcional progressiva dos rins;
Células são substituídas por tecido fibroso;
Aumento de pressão dentro do pâncreas;
Obstrução mecânica dos dutos pancreáticos e biliar comum e do duodeno;
Atrofia do epitélio, inflamação e destruição das células secretoras;
Principais causas: consumo de álcool e desnutrição. 
Manifestação clínicas da pancreatite crônica:
Crises recorrentes de dor nas costas e abdominal alta intensa + vômitos;
Dor pode ser constante;
Risco de dependência de opióides;
Perda de peso;
Má absorção;
Fezes frequentes, espumosas e com odor fétido;
Esteatórreia;
Calcificação da glândula.
DISTÚRBIOS HEPÁTICOS VIRAIS
Funções do fígado - relembrando:
Metabolismo da glicose;
Conversão da amônia;
Metabolismo da proteína;
Podem resultar de vírus, exposição a substâncias tóxicas;
Maior glândula...
..........
Hepatites Virais:
Infecção viral sistêmica; 
Necrose e inflamação das células hepáticas;
Produz alterações clínicas, bioquímicas e celulares;
Cinco tipos: A, B, C, D e E;
A e E são similares em sua forma de transmissão;
B, C e D têm características em comum;
Fácil transmissão, alta morbidade.
Hepatite A:
Causada por vírus RNA da família Enterovírus;
Transmissão via fecal-oral;
Pode ser transmitida sexualmente via oral-anal;
Período de incubação de 15 a 50 dias;
Dura de 4 a 8 semanas;
Manifestações clínicas: muitos pacientes são anictéricos; infecção respiratória alta, como uma gripe com febre; icterícia e urina escura; indigestão, desconforto epigástrico, náuseas, pirose e flatulência; forte aversão a sabor e cheiro de cigarro; quando a icterícia atinge seu máximo, sintomas começam a desaparecer;
Histórico e achado diagnósticos:
Fígado e baço aumentados (antígeno pode ser encontrado nas fezes 1 semana a 10 dias antes da doença; e 2 a 3 semanas depois que surgem os sintomas);
Prevenção...
Tratamento: repouso no leito; dieta que é aceitável e nutritiva ao paciente; pequenas refeições frequentes, suplementadas; monitorar BH; deambulação gradual + descanso após atividade; quando dá a alta do paciente: orientar paciente e família sobre dieta, repouso e importância de medidas sanitárias e de higiene.
Hepatite B:
Transmitida através do sangue;Pode ser encontrado no sangue, saliva, sêmen e secreções vaginais;
Pode ser transmitido através das mucosas e rupturas da pele;
Longo período de incubação;
Manifestações clínicas: podem ser insidiosas e variáveis; altragias e erupções; perda de apetite, dispepsia, dor abdominal, dolorimento generalizado, indisposição e fraqueza; icterícia...
Fatores de risco: exposição frequente a sangue ou líquidos corporais; profissionais de saúde; hemodiálise; atividade homossexual e bissexual; uso de droga injetável; receptor se sangue ou produtos sanguíneos;
Histórico e achados diagnósticos: imagem gráfico;
Prevenção: triagem continuada de doadores de sangue; uso de seringas, agulhas e lancetas descartáveis; boa higiene pessoal; ....
Tratamento: consiste em minimizar a infectividade, normalizar infeção hepática e diminuir sintomas; uso de alfa-interferon; repouso no leito; nutrição adequada (proteínas são restritas); uso de antiácido e antiémeticos para controlar dispepsia e indisposição;
Tratamento de enfermagem: enconrajar a retomada gradual da atividade física após a resolução da icterícia; ...
Hepatite C:
Cursa de forma assintomática (70 a 80%);
Raramente diagnosticados;
Quando sintomáticos, a intensidade é bem menor que nas demais gormas de hepatites virais;
Náuseas, vômitos...
Hepatite D:
Ocorre em alguns casos de Hepatite B;
Comum em paciente de hemodiálise...
Sinais e sintomas: ...
Hepatite E:
Transmitida via fecal-oral;
Através de água contaminada;
Assemelha-se a Hepatite A;
Evolução autolimitada, ínicio abrupto;
Icterícia...
....
DISTÚRBIOS HEPÁTICOS NÃO VIRAIS
Hepatite Tóxica:
Substâncias químicas produzem necrose celular hepática;
Obter a história da exposição;
Anorexia, náuseas e vômitos;
Icterícia e hepatomegalia;
Sintomas mais intensos de acordo com a gravidade...
Quando os sintomas não são resolvidos: febre aumenta; paciente fica toxêmico e prostrado; vômito persistente com presença de sangue; anormalidade da coagulação; delírio, coma e conculsões; pode causar insuficiência hepática fulminante;...
Hepatite Medicamentosa:
Início súbito, com calafrios, febre, rash, prurido, artralgia, anorexia e náuseas;
Icterícia e urina escura, fígado aumentado e doloroso;
Quando o medicamento é suspenso, os sintomas diminuem;
Medicamentos associados que mais causam: agentes anestésicos, medicamentos para doenças reumáticas e muscoesquelética,...
Insuficiência Hepática Fulminante:
Síndrome clínica de comprometimento grave e repentino da função hepática;
Progressão de icterícia a encefalopatia (0 a 7 dias – hiperaguda, 8 a 28 dias – aguda e 28 a 72 dias – subaguda);
50 a 85% de reversibilidade: morrem por lesão hepatocelular maciça e necrose;
Hepatite viral – causa mais comum; medicamentos tóxicos.
Cirrose Hepática:
Doença crônica caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por fibrose difusa, que rompe a estrutura e a função do fígado;
Três tipos: Cirrose alcoólica, Cirrose pós-necrótica e Cirrose biliar;
Fisiopatologia: Álcool Necrose das células hepáticas Substituição de tecido Aumento do tecido cicatricial Projeção de tecido normal Altera a anatomia e função hepática;
Quadro clínico: anorexia, desnutrição e ou perda de peso; fadiga e debilidade muscular; prurido; colúria e hipocolia; icterícia; epixtase inexplicada; mudanças no ciclo menstrual; aranhas vasculares; eritema palmar; púrpura; edema maleolar; febre baixa; circulação colateral abdominal; hepatoesplenomegalia; ascite (hipertensão porta + falha em metabolizar aldostrona + aumenta retenção de sódio e água + líquido se movimenta para espaço peritoneal); hérnia abdominal; varizes esofágicas, gástricas e hemorroidas;
Diagnóstico: a evolução é insidiosa, assintomática ou com sintomas inespecíficos até a fase avançada da doença; avaliação clínica; avaliação laboratorial (aminotransferases, enzimas clestáticas, bilirrubida, Hb e Ht, tempo de protombina, proteínas e sódio); endoscopia digestiva alta; diagnóstico por imagem (USG, tomografia computadorizada, ressonância magnética); avaliação histopatológica (biópsia hepática).
DOENÇA INTESTINAL INFLAMATÓRIA (DII)
A DII refere-se a dois distúrbios GI inflamatórios crônicos: a doença de Crohn (enterite regional) e a colite ulcerativa.
Existe alguma ligação genética, e, com efeito, a obtenção de uma história familiar positiva constitui o maior fator de risco independente para DII.
 Etiologia desconhecida. Os pesquisadores formulam a teoria de que ela é deflagrada por agentes ambientais, como pesticidas, aditivos alimentares, tabaco e radiação. Foi constatado que os agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINE) exacerbam a DII.
Doença de Crohn (enterite regional):
É uma inflamação subaguda e crônica da parte do trato GI, que se estende através de todas as camadas;
Embora suas alterações histopatológicas características possam ocorrer em qualquer parte do trato GI, ela acomete mais comumente o íleo distal e, em menor grau, o cólon ascendente;
Caracteriza-se por períodos de remissão e exacerbação;
É habitualmente diagnosticada pela primeira vez em adolescentes ou adultos jovens, mas pode aparecer em qualquer momento da vida;
Observada mais frequentemente em tabagistas do que em não tabagistas;
Fisiopatologia: Começa com edema e espessamento da mucosa As úlceras começam a aparecer na mucosa inflamada Esses agrupamentos de úlceras assumem uma aparência clássica de “paralelepípedo” Formam-se fístulas, fissuras e abcessos à medida que a inflamação s estende dentro do peritônio Ocorrem granulomas em 50% dos pacientes Com a progressão da doença, a parede intestinal sofre espessamento e torna-se fibrótica, com estreitamento do lúmen intestinal;
Manifestações Clínicas: o início dos sintomas é habitualmente insidioso, com dor abdominal em cólica proeminente e diarreia que não é aliviada pela defecação. Ocorrem hipersensibilidade abdominal e espasmos, perda de peso, desnutrição, anemia secundária, intestino edemaciado e transudativo, déficits nutricionais, esteatorreia (presença de gordura em excesso nas fezes), anorexia;
Diagnósticos: proctossignoidoscopia (para estabelecer se a área retossignmóide está inflamada); exame de fezes; exame baritado do trato GI superior (exame complementar mais conclusivo para a doença de Crohn); endoscopia; colonoscopia; biopsias intestinais; enema baritado; TC; hemograma.
Complicações: obstrução intestinal ou formação de estenose; doença perianal; desequilíbrios hidroeletrolíticos; desnutrição devido à má absorção e formação de fístulas e abcessos; câncer de cólon.
Colite Ulcerativa:
É uma doença ulcerativa e inflamatória recorrente das camadas mucosa e submucosa do cólon e o reto;
Elevada taxa de complicações e mortalidade;
Fisiopatologia: a colite ulcerativa acomete a mucosa superficial do cólon e caracteriza-se por ulcerações múltiplas, inflamações difusas e descamação ou desprendimento do epitélio colônico. Ocorre sangramento em consequência das ulcerações. A mucosa torna-se edemaciada e inflamada...
Manifestações Clínicas: caracteriza-se por exacerbações e remissões; Diarreia, eliminação de muco e pus, dor abdominal, tenesmo intermitente e sangramento retal...
Diagnósticos: ...
Complicações: megacólon tóxico, perfuração e sangramento, ingurgitamento vascular e tecido de granulação altamente vascularizado...
Tratamento da DII Crônica:
Terapia nutricional: são prescritos líquidos orais e uma dieta hipercalórica e hiperproteica com baixo teor de resíduos, com terapia de suplmetnação de vitaminas e reposição de ferro, para suprir as necessidades nutricionais, reduzir a inflamação e controlar a dor e a diarreia...
Terapia farmacológica: sedativos e medicamentos antidiarreicos e antiperistálticos para diminuir a peristalse, a fim de repousar o intestino inflamado...
Tratamento cirúrgico: ...
Diagnósticos de Enfermagem:
Diarreia relacionada com o processo inflamatório;
Dor aguda relacionada com peristalse aumentada e inflamação do GI;
Déficit de volume hídrico relacionadocom a anorexia, náuseas e diarreia;
Nutrição desequilibrada, menor que os requisitos corporais, relacionada com as restrições nutricionais, náuseas e má absorção;
Intolerância à atividade relacionada com a fadiga;
Ansiedade relacionada com a cirurgia iminente;
Enfrentamento ineficaz relacionado com os episódios repetidos de diarreia;
Risco de integridade cutânea prejudicada relacionado com a desnutrição e diarreia;
Risco de controle ineficaz do regime terapêutico relacionado com o conhecimento insuficiente relativo ao processo e tratamento da doença.
Complicações Potenciais:
Desequilíbrio eletrolítico;
Disritmia cardíaca relacionada com a depleção eletrolítica;
Sangramento do GI com perda de volume hídrico;
Perfuração intestinal.
Prescrições de Enfermagem:
Manter padrões normais de eliminação;
...
Monitorar e tratar as complicações potenciais;
Promover cuidado domiciliar e comunitário.

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