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DISTÚRBIOS DIGESTÓRIOS - PARTE 2 Fisiologia do estomago Armazenamento Fragmentação Mistura de alimentos (relaxamento, mov.lentos e fortes); Esvaziamento Fisiologia da secreção gástrica A secreção de ac.gastrico é um processo continuo e complexo, em que múltiplos fatores centrais e periféricos contribuem para uma meta comum: a secreção de H+ pelas células parietais. Fatores neurais Parácrnios Endócrinos pH intracelular de ~7,3 e o pH intracananicular de ~0,8 A estrutura mais importante para a estumulação da secreção de ac.gástrico no SNC incluem o núcleo motor dorsal do nervo VAGO, o hipotálamo e o núcleo do trato solitário. A GASTRINA é produzida pelas células G do antro, é o INDUTOR mais potente da secreção acida. A principal defesa do esôfago é a INCISURA CARDÍACA A camada de MUCO auxilia na proteção das células epiteliais gástricas retendo na superfície celular o bicarbonato secretado. Forma um “gel” insolúvel que reveste a superfície mucosa do estômago – estimulada pela produção de PROSTAGLANDINAS E2 E I2. A SOMATOSTATINA (SST) é produzida pelas células D do antro, inibe a secreção de ácido gástrico, quando pH <3 Suco gástrico: muco; bicarbonato. Pepsinogênio pepsina; HCl; gastrina (produção células G do antro); lipase gástrica; amilase salivar; água; electólitos. Função do HCl: efeito direto; ativação do pepsinogênio; pH ácido. Fases da secreção gástrica: Fase cefálica (30%) – estimulada pela visão, odor, paladar do alimento, pensamento. Fase gástrica (50%) – entrada do bolo alimentar no estomago; estimulada pela distensão do estomago e contacto direto dos alimentos. Fase intestinal (5%) – passagem do quimo pelo duodeno Fase interdigestiva (15%) – secreção ácida durante o resto do dia Proteção da mucosa gástrica: muco, bicarbonato – aderência, renovação celular e prostaglandinas E. Porque a H.pilory sobrevive dentro do estomago? Pois ela tem um mecanismo de proteção, que é a produção de ureia. Se ela conseguir se alojar, vai se alimentar do muco. GASTRITE DEFINIÇÃO Refere-se a inflamação da mucosa gástrica. AGUDA CRÔNICA Inflamação aguda da mucosa Ausência de erosões macrocospicamente visíveis Natureza transitória Presença de alterações inflamatórias crônicas Associada a irritantes locais Atrofia do epitélio glandular Helictobacter pilori Uso prolongado de AINE Uso abusivo de álcool CAUSAS Imprudência alimentar Lesões traumáticas importantes Queimaduras Infecção grave Insuficiencia hepática, renal ou respiratória Cirurgia de grande porte Álcool Interagem com vários componentes protetores Dissolve o muco protetor Dissolve as lipoproteínas da MP Rompe a união entre células epiteliais O álcool interfere na formação e composição do muco Inibe a secreção de bicarbonato GASTRITE AGUDA Processo inflamatório transitório Hemorragia+erosão mucosa Associada a: AINEs, infecções, álcool e tabaco, quimioterapia, stress intenso, causas iatrogênicas. Infeção aguda pelo H.pylori – se não tratada: gastrite crônica Manifestações clínicas: assintomática; dor epigástrica variável, náuseas, vômitos, hemorragia, hematêmese, melenas. GASTRITE CRÔNICA Infiltrado inflamatório de linfócitos e plasmócitos Atrofia mucosa e metaplasia intestinal displasia: base para carcinoma. 1ºFASE – superficial 2º FASE – ATRÓFICA 3º FASE – ATROFIA GÁSTRICA Alterações lâmina própria Atinge + profundamente a mucosa Mucosa fina, vasos visíveis Edema e infiltrados celulares Infiltrado inflamatório extende-se Sem infiltrado inflamatório Glândulas intactas Destruição glândulas Perda estruturas glandulares 85-100% doentes UD 65% doentes UG Permanece após cicatrização úlcera Infecção pelo H.pylori – demonstrável Infecção pelo H.pylori e gastrite crônica Antibioterapia Níveis colonização aumenta com idade H.pylore – encontra-se: camada superficial e entre as microvilosidades, distribuição focal e irregular Histologia melhora após erradicação Fator risco cancro gástrico – 3 a 6 vezes superior Manifestações clínicas Pode exibir início rápido dos sintomas Desconforto abdominal, cefaleia, cansaçom náuseas, anorexia, vômitos e soluços, que podem persitir por poucas horas a alguns dias Gastrite erosiva sangramento (melena e hematoquezia) Manejo clínico Abstenção de bebidas alcoólicas e alimentos irritantes Dieta com alimentos não irritantes Administração de líquidos IV Sangramento – tratar como hemorragia GI A terapia de suporte pode consistir em antiácidos e antagonista do receptor de histamina-2 Sondagem nasogástrica e líquidos IV podem ser necessários Evitar o uso de AINEs Modificação da dieta, repouso, redução do estresse Cessação do consumo de bebidas alcoólicas Farmacoterapia: antiácido, bloqueadores H2 ou inibidores da bomba de prótons. Manejo de enfermagem Promoção do equilíbrio hídrico Promoção da nutrição ideal Redução da ansiedade Alivio da dor Orientações gerais: padrão de alimentação, risco de medicamentos HELICOBACTER PYLORI Bastonete gram- curvo Altamente móvel Humanos constituem o principal reservatório Transmissão pessoa-pessoa (oral-fecal) Distribuição universal DIAGNÓSTICO Microscopia; teste de uréase; teste de antígenos; cultura; sorologia. TRATAMENTO Inibidor da bomba de prótons (omeprazol); antibióticos (tetracilina, amoxilina). Pró-secretores Anti-secretores Antibióticos Protetores da mucosa Ácido clorídrico Erradicação de H.pylori Antiácidos Sais de bismuto Sucralfato prostaglandinas Inibidor da bomba de prótons antagonistas H2 3 - anticolinérgicos Amoxilina Metronidazol claritromicina ÚLCERA PÉPTICA Lesões crônicas, geralmente solitárias, que ocorrem na parede mucosa do estômago, piloro, duodeno ou esôfago que esteja exposta à ação agressiva dos sucos pépticos ácidos. > 5mm de diâmetro Interrupções da mucosa submucosa Duodeno e estomago Lesões recorrentes > 40 anos e idosos Morfologia Redonda e ovulada Bem definidas Paredes lisas Margens não são elevadas Profundidade variável Base da úlcera - lisa e limpa Mucosa circundante – Edemaciada Fatores Predisponentes História familiar de úlcera péptica Uso crônico de AINEs Consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo excessivo Manifestações clínicas Desconforto epigástrico Dor Náuseas e vómitos Perda de peso Complicações Hemorragia GI Perfuração Obstrução gástrica DOR NA U. PÉPTICA DOR U. GÁSTRICA DOR Y. DUODENAL Ardor, dor continua, queimação Pode ser precipitada pela comida 90 min – 3h após refeições Presença de UG e UD +frequente: náuseas e perda de peso Melhora com comida e antiácidos Sensação de fome Piora a noite Ulceras penetrantes Diagnóstico diferencial Várias causas que imitam sintomas O mais frequente: dispepsia funcional ou dispepsia essencial Outros: tumores GI, RGE, pancreatite crônica e cólicas biliares, doença de Crohn Avaliação diagnóstica Dor – baixo valor preditivo Documentar presença de úlcera Estudo contraste radiológico: Ba Procedimento endoscópico (EDA) Manejo Clínico As metas do tratamento consistem em erradicar o H.pylori e tratar a acidez gástrica Medicamentos, mudanças no estilo de vida e intervenção cirúrgica Diagnóstico de Enfermagem Dor aguda relacionada com efeito da secreção de ácido gástrico sobre o tecido lesionado Ansiedade relacionada com enfrentamento de uma doença aguda Nutrição desequilibrada – menor do que as necessidades corporais – relacionada com mudanças na dieta Intervenções de Enfermagem Alivio da dor e melhora da nutrição Redução da ansiedade Manutenção do ótimo estado nutricional Monitorar o manejo de complicações Orientações de autocuidado e cuidado continuado. 3- HEMORRAGIAS DIGESTIVAS É qualquer sangramento que ocorra no trajeto do trato gastrointestinal Hemorragia D. ALTA Hemorragia D. BAIXA Esôfago Jejuno e íleo Estomago Delgado Duodeno Colón, retoe ânus Ângulo de Treitz ângulo formado ao nível da junção do duodeno e jejuno, onde fica fixo o intestino, que limita o tubo digestivo alto. Manifestações clínicas HDA Hematêmese – vômito com sangue Melena – vezes com sangue escuro HDB Enterorragia – eliminação de sangue vivo pelo ânus Hematoquezia (oculta ou evidente) Hemorragia digestiva ALTA Causa frequente de hospitalização Incidência de 50 ~100 por 100 mil hab/ano Está aumentando com a idade 10% tem sangramento contínuo Autolimitada em 80%, em 20% ressangramento NÃO VARICOSA NÃO associada a hipertensão portal VARICOSA associada a hipertensão portal Etiologia Frequentes – Úlceras gástricas Úlceras duodenal Varizes de esôfago Mallory-Weiss Quadro clínico História Hematêmese, mele e enterorragia (10% dos pacientes) Altos níveis de consciência, astenia, edemas,ascite Exame físico Alterações circulatórias ou não Hiperperistaltismo, sinais de insuficiência hepatocelular Endoscopia/laboratório Determinação do quadro clínico Tratamento imediato Endoscópio Cirúrgico Clinico Outros Outras anormalidade correções Prevenir recorrência Situação de risco Idade >70 anos Doenças graves associadas Sangramento hospitalizado Hematêmese de vulto Enterorragia de vulto Melena persistente Pressão sistólica <100mmHg Pulso > 100bpm Ressangramento Tratamento Endoscópico Químicos / farmacológicos (adrenalina, esclerosantes) Físicos (térmicos) – eletrocoagulação e laser Mecânicos: hemoclips e ligaduras elásticas Medicamentoso antagonista dos receptores H2 e inibidores da bomba de prótons (IBP) Cirúrgico Causas Esofagites Respondem por 2,8% das HDA Sangramento discreto Tratamento com IBP e medidas antirefluxo Poucas opções endoscópicas de tratamento Varizes do esôfago Quase 25% das HDA Variável conforme região Agressiva e em grande volume Imediata abordagem endoscópica: diagnóstico e terapêutica Outras opções de tratamento: balão de S. Blackmore Balão de Sengstaken-Blackmore alternativa eficaz de TTO paliativo em vigência da hemorragia digestiva massiva por varizes do esôfago. Promove a hemostasia momentânea por curto período de tempo (até 24h) Indicações – HDA maciças e recidiva hemorrágica incontrolável EDA Orientações técnicas – paciente em DLE, balão gástrico de 100-300ml de ar; balão esofágico de 30-40mmHg. Gastrites Etiologia – etanol, AINEs, stresse Tratamento sangramento discreto: boa resposta aos IBP endoscópico: termoterapia Síndrome Mallory-Weiss Úlcera gástrica e duodenal Mais de 50% das HDA Mais frequente na duodenal Prevenção de sangramento Erradicar o H.pylori Evitar o uso de AINEs Evitar o abuso de bebidas alcoolicas Diminuir pressões portais Medicamentosa – propranolol Endoscópica – esclerose de varizes Descompressão cirúrgica B- Hemorragia Digestiva BAIXA A HDB é menos frequente do que a HDA Representa 10 a 15% dos casos de hemorragia digestiva aguda Mais frequentes em idosos e homens Intensidade – do sangramento inclui desde hemorragias de curta duração, sem repercussão hemodinâmica e sem queda mensurável nos níveis de hemoglobina, até hemorragias maciças (taquicardia e hipertensão) Causas Diverticulose, hemorroidas, ectasias vasculares Manifestações clínicas Hematoquezia – sangue vivo Melena – sangue oculto – oxidação do ferro da hemoglobina durante passagem através do cólon e íleo Alguns paciente podem cursar como anemia e/ou instabilidade hemodinâmica: hipertensão postural, síncope, choque hemorrágico. Divertículo colônico São pequenas hérnias de mucosa instestinal nos pontos de fragilidade da parede do órgão, formando pequenas bolas. Surgem por um desequilíbrio nas pressões intestinais, geralmente associadas a dietas pobres em fibras. A dieta escassa em fibras disponibiliza pouco resíduo para a formação do bolo fecal. Esse volume fecal reduzido eleva a pressão dentro do intestino e aumenta a tensão em sua parede. É a principal causa de HDB em pacientes >50 Dieta pobre em fibras + constipação crônica elevadas pressões intraluminais herniação da parede intestinal entre as fibras musculares em pontos de menor resistência divertículos colônicos Diagnósticos clínicos Anuscopia retosigmóidoscopia Colonoscopia Laboratório Abordagem Estabilização hemodinâmica Toque real Retossigmoidoscopia flexível / colonoscopia Angiografia TTO medicamentoso da doença base Assistência de enfermagem Monitoração cardíaca Avaliação neurológica Controle dos SSVV Controle hídrico Controle do débito da sonda gástrica Observar episódios de hemantemese, melena, enterorragia ou hematoquezia Realização de enema e/ou enteroclismas Medicas gerais de higiene Cuidados com a sonda S. Blakermore Manter bem fixada na narina do paciente Controlar volume e aspecto do débito Monitoras a pressão dos bações com manômetro, não deixando baixar a pressão.
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