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A criança pré escolar fichamento cap 9

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Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Bacharelado Interdisciplinar em Saúde
Ciclo Vital
Phaloma Rodrigues Araújo¹
EIZIRIK, Cláudio Lacks, BASSOLS, Ana Margareth Siqueira (org). O ciclo da vida humana: A criança Pré-escolar, cap 9. 2 ed. Porto Alegre: ArtMed, 2013. 127-140 p.
O capítulo 9 intitulado “A criança Pré-Escolar” foi estruturado através de temas que norteiam a discussão a cerca do desenvolvimento da criança de 3 a 6 anos de idade. As autoras trazem brevemente na introdução a faixa etária de 3 a 6 anos como sendo a fase considerada pré-escolar. Logo, apresenta um recorte histórico voltado para o final do século XX no qual aponta o possível fator que teria motivado as mães adentrarem seus filhos no contexto escolar já nesta fase. O fato de que as mulheres precisavam trabalhar cada vez mais cedo, muitas vezes antes dos filhos completarem o segundo ano de vida, é um possível aspecto que tenha causado a inserção de crianças nesta faixa etária nas escolas.
O primeiro tema a ser apresentado consiste no desenvolvimento ano a ano da criança. Inicialmente as autoras apontam que a criança de 3 anos não é um bebê, pois a mesma já é capaz de realizar duas ou mais atividades ao mesmo tempo, além de mostrar interesse por instrumentos musicais simples, manusear o mouse do computador e estar treinada para ir ao banheiro. 
Posteriormente quando a criança completa 4 anos, ela manifesta suas preferências do tipo qual roupa quer usar e qual o corte de cabelo mais adequado para seu visual. Além de revelar-se independente nas rotinas da vida doméstica. 
A confiança ao movimentar-se aparece mais evidente na faixa dos 5 anos de idade. Nesta idade pode ser considerada apta a manusear tesouras sem ponta e até mesmo andar de bicicleta. Em tal estágio espera-se que a criança fale sem articulação infantil, e vale 
______________________________
¹Graduanda em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, cursando o componente curricular obrigatório Ciclo Vital. 
ressaltar que é nesta fase que o pré-escolar se orgulha de suas realizações sobretudo quando valorizadas pelos pais. 
Por fim a fase dos 6 anos de idade, quando o pré-escolar conclui o processo de lateralização e integra a consciência do lado esquerdo e direito do corpo. A criança agora já compreende, associa e manipula os fonemas e pode até brincar com as rimas. Aprende ler, escrever, faz pequenas somas de cabeça, aprende a contar dinheiro e é capaz de aprender as horas, se veste e se alimenta sozinha e controla as lágrimas na maioria das vezes. Nessa fase aparece os processos de independência da criança mais forte do que nas fases anteriores. 
É importante que não se leve de modo literal essas descrições, pois cada caso é um caso, e deve ser considerado o contexto no qual tal criança está inserida, observar os estímulos recebidos, e se o contato com os familiares se dá com maior ou menor frequência. Estes são alguns fatores que influenciam no desenvolvimento da criança.
As áreas que abrangem em aspectos gerais o desenvolvimento, perpassam pelas mudanças físicas do corpo como crescimento e amadurecimento neurológico, aquisição de habilidades, aumento de dependência e capacidade de exploração. Durante o desenvolvimento da criança, eventos ligados ao próprio corpo como (cansaço e fome), sentimentos complexos já são expressados logo de início, tanto em níveis verbais como não verbais. 
Desenvolver a empatia, a vergonha e a humilhação, é comum nesta fase. A criança passa a ter vergonha de tomar banho na frente de um adulto, pois o pré-escolar toma consciência da genitália e faz distinção entre os sexos, combina suas fantasias e as dramatiza nas brincadeiras de médico e enfermeiro, papai e mamãe. Vale salientar que a utilização de novas capacidades depende da atitude dos adultos, no sentido que o estímulo deve operar mais do que o perfeccionismo, porém ambos sob medida, pois caso contrário a criança poderá apresentar inibição e temores exagerados.
A motricidade é o passo que se dá o desenvolvimento de locomoção e da postura. A evolução da motricidade é universal em todas as culturas, claro que cada criança tem seu tempo, e cada uma delas respondem a estímulos diferentes. A velocidade do desenvolvimento, contudo, varia em uma mesma criança, de acordo com o estímulo recebido (BASSOLS, et al 2013). 
	A cognição é algo bastante relevante no desenvolvimento humano. As regiões do cérebro associadas ao controle sensório motor progride antes das áreas associativas reguladoras do comportamento. O córtex pré-frontal é o responsável por desenvolver funções como planejamento e raciocínio, essa área do cérebro é funcional em crianças de 4 anos. Para além do desenvolvimento cognitivo biológico, um outro fator que exerce forte impacto na cognição da criança é a educação materna, que traz grandes contribuições no QI (Quociente de Inteligência) da criança, ao passo que a educação paterna é um determinante das habilidades matemáticas (BASSOLS, et al 2013).
	Piaget chama de pré-operacional o estágio cognitivo, em que o pré-escolar adquire a capacidade simbólica de aprender a distinguir imagem daquilo que a mesma representa. Neste caso segundo (BASSOLS, et al 2013) já existe linguagem e conceitos, mas não há inteligência representativa. O pensamento pré-operacional é considerado estático, isso significa que para os pré-escolares os conceitos são guiados pela percepção, sendo incapaz de compreender conceitos abstratos, não sendo capaz também de contemplar duas dimensões, exemplo disso é quando uma criança prefere duas moedas de dez centavos e uma de cinco centavos ao invés de uma moeda de vinte e cinco, pois ela acredita que na maior quantidade está o maior valor. 
	A cognição também se relaciona com o modo que a criança lida com o mundo das fantasias. O animismo contudo, consiste na crença que todas as coisas possuem vida, por exemplo: as nuvens “choram”, os pássaros voam “porque gostam” e o sol “tem rosto”, em outras palavras, para a criança tudo na natureza se compara com ela. (BASSOLS, et al 2013), corrobora que,
Apenas no final do subestágio cognitivo de descentralização, o pré-escolar entende que a linguagem eficaz é imprescindível para o trato social e que seus conceitos não são comuns a todas as pessoas.
A linguagem é algo que deve ser estimulada, quanto maior o estímulo, maior será o desenvolvimento da criança. A mãe neste caso é fundamental para desenvolver esse papel, visto que o impacto é fortemente positivo, quando concluída com êxito essa tarefa. As autoras chamam atenção para utilização de técnicas que auxiliem o aumento do vocabulário da criança durante a primeira infância, e enfatiza que a utilização dessas técnicas é diferente de ensinar as crianças a falarem errado. As técnicas consistem em simplificação do vocabulário, tom melódico, repetição das perguntas e a cadência lentificada. Segundo (BASSOLS, et al 2013), a utilização dessas técnicas é mais comum entre famílias educadas e de maior renda.
	Sigmund Freud deu início a compreensão dos processos conscientes e inconscientes do emocional humano, desde o nascimento até a expressão de uma genitalidade madura. O desenvolvimento psicossocial dá margem para o pré-escolar encontrar-se no estágio fálico em que o foco está na região da genitália. Nessa perspectiva Freud utilizou o termo Édipo para explicar o conjunto de defesas conscientes e inconscientes da criança com relação a figura parental do sexo oposto. A chave para uma evolução adequada das crianças está na capacidade dos pais de protegê-las e controlar seus comportamentos.
	Um fato sobre as particularidades dos períodos é que as crianças desenham antes mesmo de escrever. O desenho é uma forma de se expressar, e é importante que o adulto esteja atento ao que tal criança desenha, pois por meio do desenho ela pode expressar seus problemas, emoções, medos, esperanças e fantasias. Assim, como todas as etapas até aqui descritas, a evolução dos desenhos passa por etapas, etapas estas incorporadasnas faixas etárias. As crianças entre 3 e 4 anos geralmente desenham cabeças e membros, nem sempre bem estruturados. Aos 4 anos cabeças, olhos e boca já são retratados, ao passo que aos 5 anos o pré-escolar já representa o desenho com certo tipo de planejamento e o conteúdo torna-se reconhecível.
	Tanto desenhar, quanto brincar é um sinal de saúde mental. Pode apresentar desenvolvimento cognitivo superior do que as crianças consideradas “inativas”, principalmente nos 3 primeiros anos de vida. A ação de brincar estimula o pensamento, a imaginação e ajuda na construção do significado da linguagem. Dentre diversas variantes positivas, o brincar facilita o crescimento, o relacionamento grupal e a comunicação verbal e não verbal. As autoras pontuam que na fase dos 3 anos de idade a criança precisa ver que algumas coisas podem ser substituídas, sobretudo os brinquedos. “Reencontrar um brinquedo que foi consertado pode ser mais prazeroso do que receber um novo, iniciando uma luta contra tendências destruidoras” (BASSOLS, et al 2013).
	As sensações ambivalentes que vão desde a curiosidade, encantamento até raiva, ciúme, rivalidade e ressentimento, além do aterrorizante medo de perder o amor dos pais (BASSOLS, et al 2013). Podem estar atreladas a alterações nas rotinas e hábitos. A chega de um bebê na família representa uma mudança que para algumas crianças podem ser encaradas tanto positivamente quando negativamente, isso também depende da resiliência de tal. Há crianças que mostram desconfortos e apresentam reações de desagrado, ao passo que existem crianças que recebem o novo ente sem mostrar nenhum desconforto, e tentam inclusive confortá-los da melhor maneira possível, sentem-se até úteis ao ajudar cuidar do bebê e se identificam com o papel operado pelos pais.
	A socialização é um grande passo para a inserção na comunidade/civilização, e é na escola o ambiente em que a criança interage, desenvolve habilidades e socializam com o mundo exterior. É também local onde vão rumo a independência, sendo a segunda maior transição da vida de uma criança, a primeira é o desmame. A convivência oportuniza a expansão dos conhecimentos, além de desenvolver capacidades de cooperação, negociação, empatia e os vínculos de amizade que muitas vezes se estendem ao longo da vida.
	Para cada ser, uma particularidade, para cada fase uma característica. Para uma boa relação entre o médico e o paciente de 3 a 6 anos, deve ser levada em consideração as características próprias dessa fase do desenvolvimento da criança pré-escolar. O complexo de Édipo deve ser considerado frente a procedimentos cirúrgicos, pois pode ocorrer fantasia por medo de castração partindo da criança, possibilitando a exarcebação da ansiedade. Vale apontar que o desempenho cognitivo pode diminuir o adoecimento, mas a ocorrência de uma doença potencialmente letal pode acelerar o desenvolvimento cognitivo de maneiras imprevisíveis, de modo que uma criança seja capaz de entender que vai morrer antes mesmo de saber falar sobre isso (BASSOLS, et al 2013).
	A fase pré-escolar se dá quando a criança deixa de ser um bebê e torna-se um menino ou uma menina. Para alguns familiares nessa faixa etária ainda são bebês. Contudo, é importante compreender que em cada fase a criança desempenha um papel diferente. Quando a criança não desempenha todo seu potencial, as mesmas terão menor sucesso escolar. Não queremos crianças potencialmente prejudicadas no seu desenvolvimento, principalmente se o motivo for ausência de informação a respeito do assunto. Portanto, faz-se necessário a disseminação destes conteúdos e panfletos que possam ser distribuídos às mães em Unidades de Saúde, escolas e ambientes que possam ser esclarecedores a respeito do tema, além disso, faz-se necessário o apoio do Ministério da saúde para um suporte voltado a políticas de saúde que tencionem o desenvolvimento harmônico da criança pré-escolar.

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