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Dto. do Trabalho I - Terceirização

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TERCEIRIZAÇÃO
De acordo com a doutrinadora Vólia Bomfim Cassar, terceirização também conhecida como: desverticalização, exteriorização, subcontratação, filialização, dentre outras denominações, é a relação trilateral formada entre: I) trabalhador, II) intermediador de mão de obra e III) o tomador de serviços; assim caracterizando esta relação pela não coincidência do empregador real com o formal.[1: Cassar. Vólia Bomfim. Direito do Trabalho – De acordo com a Reforma Trabalhista - Lei nº. 13.467/2017. – 14ª Edição – Revista e atualizada – 2017 – Editora Método. p. 469.]
Com fulcro na Súmula nº. 331 sob entendimento do colendo Tribunal Superior do Trabalho, entendia-se o instituto da terceirização em sua forma lícita aquele que ocorria na atividade-meio da tomadora, como por exemplo: as atividades de vigilância, conservação e limpeza. Já na ceara ilícita seria a terceirização que ocorria na atividade-fim da tomadora (heterodição: comando-dependência), ou ainda, nas hipóteses em que restasse configurada a subordinação estrutural do trabalhador com o tomador de serviços.[2:  Súmula nº 331 do TST - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.]
Porém com a alteração do legislador, aprovando a Lei nº. 13.429/2017, transferiu-se ao ordenamento brasileiro uma nova compreensão a respeito do instituto da terceirização. Nota-se que referida norma promoveu alterações aos dispositivos na antiga Lei nº. 6.019/1974, que versa a despeito do trabalho temporário, passando também a regulamentar, como novidade, as relações de trabalho praticadas no âmbito das empresas de prestação de serviços a terceiros.[3: Lei que altera dispositivos da Lei no. 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros.][4: Lei que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas, e dá outras providências.]
Sequencialmente com gênese da Lei nº. 13.467/2017, adveio um conceito muito mais abrangente sobre a terceirização, ao assim conceituá-la em seu artigo 4º-A :[5: Lei que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº. 5.452, de 1o de maio de 1943, e as Leis nos. 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho.]
 "Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução." (grifo nosso).
Por tal analise cabe-se a não confundir determinados conceitos como por exemplo a intermediação da mão de obra; onde sequer há vínculo de emprego do trabalhador com a tomadora com a legítima e efetiva terceirização. Para tanto necessário se faz a este trabalho esclarecer as formas sob as quais pode-se dar a terceirização.
Terceirização por meio de trabalho temporário:
Para ilustrar a despeito da terceirização por meio de trabalho temporário, vamos imaginar que sua empresa necessite de mão de obra extra para um determinado trabalho ou por um período curto de tempo – de até três meses, por exemplo. Nada de sobrecarregar a equipe: sabemos que a CLT é bem rigorosa quanto às jornadas de trabalho, que não podem durar mais do que 08 (oito) horas diárias, exceto em regimes de compensação; e também precisam de intervalos mínimos de 11 (onze) horas entre uma jornada e outra.
Desta feita, a solução para demandas pontuais ou muito específicas está fora da empresa, na terceirização da mão de obra ou na contratação de empregados temporários. Mas atenção: há importantes diferenças entre estas duas formas de contratação. Estes formatos são regidos por leis específicas que requerem atenção por parte do contratante.
Entenda as diferenças entre trabalho temporário e mão de obra terceirizada, além das regras e legislações específicas para cada caso.
CONTRATAÇÃO DE TEMPORÁRIOS
A contratação de temporários é regida pela Lei nº. 6.019/1974, que determina os direitos e deveres das empresas e empregados nesta forma de contratação.
Segundo o artigo 2º desta lei, “trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de serviços”.
Na prática, um empregado temporário pode ser contratado para substituir alguém em licença-maternidade, por exemplo, ou para atender a uma demanda sazonal de produção ou de vendas, como acontece no comércio no final do ano.
A duração do contrato de trabalho temporário é de até três meses, podendo ser prorrogado igual período, ressalvadas as hipóteses previstas na Portaria n°. 789/2014 do MTE . Se for ultrapassado este período, o contrato será considerado por prazo indeterminado.[6: http://www.normaslegais.com.br/legislacao/Portaria-mte-789-2014.htm. Acesso em: 05/04/2018.]
É importante ainda saber que o empregado temporário não pode substituir um colaborador que foi desligado da empresa utilizadora e também só pode ser contratado se já houver um empregado efetivo ao qual possa ser equiparado.
Outro ponto de atenção é que não é permitido contratar um empregado temporário para substituir contratos de experiência – aqueles com duração de até 90 (noventa) dias previsto na Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE TEMPORÁRIOS:
O empregado temporário deve ser contratado para executar as mesmas funções dos empregados efetivos da empresa utilizadora e tem o direito de receber remuneração equivalente aos dos empregados efetivos;
O temporário pode atuar na atividade-meio ou na atividade-fim da empresa utilizadora da mão de obra, e exercer suas funções com pessoalidade, habitualidade e onerosidade. Ele fica subordinado à empresa;
A lei nº. 6.019/74 prevê que o prazo máximo de um contrato de trabalho temporário é de até três meses, desde que perdure a necessidade transitória que justificou a contratação de empregado como temporário. O contrato poderá ser prorrogado mediante autorização conferida pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e na forma da Portaria n°. 789/2014;
O empregado temporário não precisa ser especializado, basta estar apto para realizar as funções do perfil profissional requisitado para a vaga.
CONTRATAÇÃO DE TEMPORÁRIO DEVE SER INTERMEDIADA POR UMA AGÊNCIA
O trabalho temporário atende picos sazonais das empresas e é uma solução mais econômica, prática e flexível. Mas atenção: a contratação destas pessoas não pode ser feita pelo setor de RH (recursos humanos) da empresa. O processo se dá por meio de Agências Privadas de Emprego Temporário, também conhecidas como Empresas de Trabalho Temporário – ETTs, credenciadas pelo Governo Federal, com capacitação técnica, para prestar serviços desta natureza.
Vantagens ao contratar trabalho temporário:
Há vantagens tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, como você confere agora:
Para as empresas utilizadoras:
– Evita a burocracia de contratação de pessoal permanente;
– Evita a morosidade e custo no processo seletivo;
– Como o processo é feito por empresa especializada, há mais agilidade no recrutamento e contratação;
– Poupa tempo e despesa com a elaboração de folha do empregado temporário;
– Redução de custos, pois temporários não integram a base de cálculo das quotas;
– Possibilita o aumento do quadro sem impactar no head count;
– Permite a substituição de empregado temporário inadequado.
Mais do que segurança, a contratação de temporários por intermédio de uma Agência de Trabalho temporário apresenta benefícios significativos. Um deles é o impacto financeiro, já que o custo da contratação varia de acordo com anecessidade e pode ser provisionado pelo tempo da contratação. Também garante redução nas contratações desnecessárias, a fim de evitar ociosidade de pessoas e instalações.
Para o empregado:
– Oportunidade de conquistar emprego permanente;
– Facilidade de inserção no mercado de trabalho, especialmente para quem busca o primeiro emprego;
– Permite adquirir experiência profissional;
– Redução nos requisitos de contratação;
– Trabalho em tempo parcial.
DIREITOS E DEVERES DO TRABALHADOR TEMPORÁRIO
Além de garantir à empresa utilizadora a contratação de trabalhadores temporários dentro da legalidade, a intermediação realizada pela Agência de Trabalho Temporário também garante aos empregados temporários os mesmos benefícios existentes na CLT. São eles:
– Registro na Carteira de Trabalho, como empregado temporário;
– Jornada de oito horas, com acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) para horas extras, que não podem exceder a 02 (duas) horas por dia;
– Férias proporcionais;
– Descanso semanal remunerado;
– Adicional por trabalho noturno;
– Proteção previdenciária;
– Seguro contra acidentes de trabalho.
A gama de benefícios para a empresa utilizadora e para os empregados temporários, no entanto, é um dos pontos de discussão no texto da Reforma Trabalhista apresentado pelo Governo Federal, no fim de 2016.
Quem explica é Marcos Aurélio de Abreu, presidente da Employer: 
“O projeto quer ampliar o contrato de trabalho temporário para 120 (cento e vinte) dias. Isso é ótimo. O ponto de atenção é que o projeto de lei confunde trabalho temporário por prazo determinado, o que retira da legislação trabalhista o único contrato de prazo flexível existente”, explica.
A seguir vamos explicar o que é terceirização de mão de obra, um modo de contratação que tem pontos bastante diferentes do trabalho temporário. Basicamente, o ponto em comum entre as duas modalidades é que ambas usam recursos humanos extras, que não pertencem ao seu quadro de empregados efetivos.
TERCEIRIZAÇÃO DE MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA
A principal diferença nesta modalidade de contratação está no objeto do contrato. Enquanto no trabalho temporário Agência intermedia a contratação de trabalhadores para desempenharem qualquer atividade na empresa utilizadora, aqui, na contratação de mão de obra terceirizada, os empregados estão limitados a desempenharem tarefas exclusivamente na atividade meio das empresas contratantes. O processo para contratação de mão de obra terceirizada também é realizado por uma prestadora de serviços. No entanto, o que ela disponibiliza, neste caso, é a prestação de um determinado tipo de serviço, executado por empresas e pessoas especializadas e altamente qualificadas.
O serviço de terceirização de mão de obra consiste na contratação de atividades específicas, independentemente do , trabalhador terceiro que o presta.  A empresa terceirizada atua como uma fornecedora de mão de obra e designa seus empregados efetivos à outra empresa, para prestar um serviço determinado. Neste caso, ao contrário do trabalho temporário, será a empresa contratada a responsável por remunerar e dirigir seus empregados, sem qualquer subordinação à empresa contratante.
Um ponto diferente desta forma de contratação de serviços externos é que a terceirização de mão de obra não apresenta previsão legal. Por enquanto, está prevista somente na Súmula n°. 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que é objeto do Projeto de Lei n°. 4330/2004, ainda não promulgado.[7: http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/Sumulas_Ind_301_350.html. Acesso em: 05/04/2018 às 11:23. ][8: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=267841. Acesso em: 05/04/2018 às 11:30. ]
A contratação da mão de obra terceirizada não pode ser feita para execução da atividade-fim da empresa contratante, somente para atividades-meio. Caso contrário, o contrato pode ser considerado ilícito e gerar problemas jurídicos relacionados ao vínculo empregatício dos trabalhadores terceirizados.
Um exemplo prático: a sua empresa precisa implantar uma nova tecnologia de RH (recursos humanos) que vai exigir uma grande demanda técnica de TI (Tecnologia da Informação). Para esta implantação também são necessários conhecimentos técnicos diferentes daqueles que a sua equipe possui. Outra situação: sua empresa vai trocar todo o maquinário de uma linha de produção. Para isso, precisará de profissionais especializados em elétrica, mecânica e que dominem os novos equipamentos – tanto para a instalação quanto para a capacitação dos seus empregados. Novamente há a necessidade de contratação de mão de obra terceirizada. Estes trabalhadores não exercem atividades relacionadas ao seu tipo de negócio, são especialistas em outras áreas deslocados para atender demandas específicas dentro da empresa.
Há muitas empresas que utilizam mão de obra terceirizada para a execução de atividades-meio que, embora não sejam o foco do negócio, são fundamentais para a rotina de trabalho. Funções como recepcionista, telefonista, digitador, vigilante e faxineira, etc., são executadas por terceiros, contratados por empresas especializadas neste tipo de serviço.
MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA: CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:
É a empresa prestadora responsável pela mão de obra terceirizada que seleciona, contrata, remunera e direciona o trabalho realizado por seus empregados nas instalações físicas da empresa contratante;
A empresa terceirizada deve possuir meios e materiais próprios para a execução das atividades. Também é responsável por disponibilizar aos seus empregados todos os equipamentos para a prestação do trabalho, tais como Equipamento de Proteção Individual (EPI´s), controle de ponto e jornada, e demais itens pertinentes à relação trabalhista existente;
No caso da terceirização de mão de obra, o contrato de trabalho firmado entre o empregado terceirizado e a empresa contratada não apresenta limite temporal. Para a empresa terceirizada, ele é contratado de acordo com regras previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, independentemente do tempo de duração do trabalho prestado para a contratante;
A empresa contratada deve ser especializada, ou seja, ter conhecimento técnico especializado nos serviços contratados e na mão de obra fornecida;
Para atender as exigências do Ministério do Trabalho e Emprego, a terceirizada deve manter em suas instalações toda a documentação legal dos empregados e os referidos contratos de prestação de serviços.
VANTAGENS AO CONTRATAR MÃO DE OBRA TERCEIRIZADA
– A empresa contratante exigirá da empresa o cumprimento dos serviços objeto do fornecimento da mão de obra, sem se preocupar com a gerência, pagamento, folha e demais atividades inerentes à contratação de pessoal
– Permite que a empresa contratante ganhe tempo e agilidade para se dedicar à sua atividade empresarial, sem se preocupar com as atividades-meio.
QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE TRABALHADORES TEMPORÁRIOS E TERCEIRIZADOS?
Vínculo empregatício:
Temporário: tem o vínculo intermediado por uma Agência e tem suas atividades subordinadas à empresa utilizadora.
Terceirização: tem vínculo empregatício e subordinação à empresa prestadora de serviços.
Especialização:
Temporário: não há necessidade de especialização, apenas cumprir os requisitos básicos para executar as funções dentro da empresa utilizadora.
Terceirização: precisa de especialização na área em que vai atuar dentro da contratante.
Duração do contrato:
Temporário: contrato com duração de até três meses, podendo ser prorrogado, nos termos da Lei nº. 6.019/74, desde que se mantenha a necessidade que originou a sua contratação.
Terceirização: contrato sem prazo pré-determinado. É a empresa terceirizada que define o tempo de permanência em uma empresa contratante, de acordo com as necessidades da contratante.[9: http://revistamelhor.com.br/trabalho-temporario-x-terceirizacao/. Acesso em: 23/03/2018 às 23:40.]
Terceirização por meio de empresa prestadora de serviços– Lei nº. 6.019/74:
 	Conforme doutrina de Vólia Bonfim Cassar: “Na terceirização o vínculo empregatício se forma com empregador aparente (prestadora de serviços), desde que regular, isto é, nos casos previstos em lei ou naqueles em que os requisitos formadores da relação de emprego entre o tomador e o trabalhador não estivessem presentes”. A Lei nº. 6.019/74 foi modificada e agora regula a terceirização e em sua nova redação dada pela Lei nº. 13.467/17 conceitua prestação de serviço, a qual vale transcrever seu texto legal:[10: CASSAR. Vólia Bonfim. Direito do trabalho. 14º Ed. Ver., atual. e ampl.-Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, P. 469, 2017.]
“Art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua execução”.   [11: Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6019.htm. Acesso em: 30/03/2018 às 14:07.]
 	Além do que o §1º do art. 4º A da Lei nº. 6.019/74 considera empresa prestadora de serviços aquela que contrata, remunera e dirige o trabalho realizado pelos seus trabalhadores. Portando, exige o requisito subordinação direta entre o trabalhador e a empresa prestadora de serviço empregadora, sob do vínculo se formar com o tomador.
	 O texto legal também prevê os requisitos para o funcionamento de uma prestadora de serviços tais quais estão enumerados no art.4º-B:
“Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros:             
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);  
II - registro na Junta Comercial III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:        
empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais
empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);               
empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais);       
empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais); e  
empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais)”.     
 Importante destacar que a norma também prevê que é de responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene, e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado em contrato.
Outra regra que segue no sentido de que a contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado, conforme art. 4º-C.
O texto também traz previsões em relação à responsabilidade pelos créditos trabalhistas, prevê que a empresa contratante (tomadora) é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços.
E por fim cabe destacar também que a nova lei disponibilizou no § 1º do art. 4º-C a igualdade salarial entre os empregados da prestadora e do tomador se assim dispuserem, trazendo mais isonomia e benefícios para os empregados.
Terceirização por meio de cooperativa de trabalho:
Segundo o doutrinador Valentin Carrion a sociedade cooperativa é: “uma associação voluntária de pessoas que contribuem com seu esforço pessoa ou suas econômicas a fim de obter para si as vantagens que o agrupamento possa propiciar”.[12: Carrion. Valenin. Cooperativas de trabalho – autenticidade e falsidade. – Revista LTr. n. 2 - 1999 – p. 167.]
O princípio que gere a cooperativa de serviço e trabalho é a possibilidade de auferimento de ganho superior àquele que se teria em casos de emprego da fora de trabalho aplicada de maneira individual. 
No mesmo viés segue o texto normativo do art. 174, § 2º da Constituição Federal compreende-se a estimulação quanto a criação de sociedades com o objetivo de pleito pela melhora quanto a remuneração dos trabalhadores associados. Mesmo sentido em que preconiza a Recomendação nº. 127 da OIT.[13: “Artigo 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.(...)§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.(...)”]
Para Mauricio Godinho em uma sociedade cooperativa regular se faz necessária a existência de dois princípios: 1) a remuneração diferenciada (a cooperativa permite que o cooperado obtenha uma retribuição pessoal superior àquilo que obteria caso não fosse associado, conforme já elucidado anteriormente) e 2) a dupla qualidade (o associado deve ser ao mesmo tempo cooperado e cliente, auferindo as vantagens dessa duplicidade de situações).
As cooperativas ainda podem ser identificadas como: de crédito, de produção, de consumo, em forma de consórcio, habitacional ou mesmo de trabalho, está última a qual será desenvolvida com maior profundidade neste trabalho.
As cooperativas de serviço e trabalho foram constituídas com a finalidade de terceirizar serviços (Lei nº. 8.949/94 que acrescentou o art. 442 a CLT) os quais são executados pelos cooperados e gerenciados pela cooperativa.
De forma global ainda podemos elencar as características das quais um cooperado deve possuir, que são elas: a) não subordinação do associado a ordens na sua atividade individual; b) não existência de pessoalidade, ou seja, o serviço a ser prestado na tomadora não pode ser exercido sempre pelo mesmo associado, mas sim por funcionários diversos com a mesma qualificação; c) a eventualidade, característica esta da prestação de serviços da cooperativa, que em caso contrário está intimamente ligada com a atividade-fim da tomadora de uma forma permanente (configurando assim o vínculo trabalhista); d) os cooperados devem estar cientes de seus direitos e deveres inerentes às suas condições, ou seja, devem ter a mesma identidade profissional ou econômica; e) os associados devem estar cientes que quando aderirem às suas renúncias em relação aos direitos trabalhistas; e f) a empresa tomadora do serviço não pode ter tido qualquer vínculo com ex-empregados que ingressam na cooperativa nem com ex-empregados, agora sócios fundadores ou diretores da cooperativa contratada.
Cabe ainda ressaltar que em caso da cooperativa de trabalho não se enquadrar em tais critérios supracitados está poderá ser desconfigurada como tal e enquadrada assim quanto a nulidade do negócio jurídico simulado, conforme dispõem o art. 167 do Código Civil Brasileiro (Lei nº. 10.406/2002), respondendo assim por todas as penalidade e obrigações decorrentes.
Insta-se que quando ao contratar uma cooperativa para terceirização de serviços, o tomador terá profissionais autônomos cooperados, profissionais estes que irão executar os serviços propostos pelo mesmo, no prazo combinado. O tomador terá então com o cooperado uma relação de aferição de resultados, acompanhando e analisando o desempenho, corrigindo, através do gestor de atividade cooperada (jamais a ordem da empresa contratante deve ser direta ao cooperado, mas por intermédio de um supervisor da própria cooperativa), de acordo com os seus objetivos, sem que dessa atitude enseje risco jurídico-trabalhista.
Elencando-se assim diversas vantagens quanto a esta contratação como por exemplo: a) terceirizam-se serviços especializados; b) enquanto regulares o risco trabalhista é administrado; c) a cooperativa de serviços e trabalho pode ser livremente organizada pela associação de trabalhadores, que voluntariamente e conscientemente resolvem constituí-la; d) o tomadorpoderá avaliar e gerenciar via gestor; e) a cooperativa negocia a remuneração dos cooperados; f) há o comprometimento solidário dos cooperados para com o contrato assinado com o tomador pela cooperativa; dentre outras.
Todavia cabe salutar a existência da terceirização ilícita através de cooperativas de trabalho, quando ocorrida em duas hipóteses:
I) cooperativas que servem apenas para promover a triangulação da relação contratual (comumente chamadas de fraudocooperativas), agindo como mera locadora da força de trabalho. Neste caso, a prestação do trabalho se dá de forma pessoal, contínua e subordinada à empresa tomadora de serviço, o que resulta na nulidade da intermediação e no reconhecimento do vínculo empregatício diretamente com a empresa contratante; e
II) cooperativas de fachada (comumente chamadas de "gatoperativas") onde não há gestão democrática e sim uma relação interna de subordinação e hierarquia. Neste caso, reconhece-se o vínculo de emprego do trabalhador com a cooperativa, sendo que a tomadora será responsável subsidiariamente pelas prestações de natureza trabalhista e social, de acordo com o inciso IV do Enunciado 331 do TST.
	Para tanto, necessário se faz a fiscalização/inspeção do trabalho na empresa tomadora de serviços de sociedades cooperativas, tanto em meio rural quanto em meio urbano conforme determinado sob Portaria nº. 925/95 do Ministério do Trabalho. E em casos de descumprimentos, será então necessário a lavratura de auto de infração com a finalidade de punir os responsáveis pela fraude à legislação trabalhista.
 
REFERÊNCIAS
Cassar. Vólia Bomfim. Direito do Trabalho – De acordo com a Reforma Trabalhista - Lei nº. 13.467/2017. – 14ª Edição – Revista e atualizada – 2017 – Editora Método. 
Delgado. Maurício Godinho. Direito do Trabalho. – 16ª Edição – Revisto e ampliado – 2017 – Editora LTr. 
https://jus.com.br/artigos/3636/a-terceirizacao-por-intermedio-de-cooperativa-de-trabalho. Acesso em: 30/03/2018 às 13:24.
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI257120,21048-Nova+lei+da+terceirizacao+X+pejotizacao+diferencas. Acesso em: 30/03/2018 às 18:37.
http://www.portaldeauditoria.com.br/tematica/terccomseg_cooperativasdeservico.htm. Acesso em: 30/03/2018 às 12:41.
http://revistamelhor.com.br/trabalho-temporario-x-terceirizacao/. Acesso em: 23/03/2018 às 23:40.

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