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REFERÊNCIA: ANCONA-LOPEZ, S. A porta de entrada: da entrevista de triagem a consulta psicológica. Tese de Doutorado. PUCSP, 1996.
	 
	A autora se ateve a escrever nesse capítulo de defesa de Doutorado sobre questões relacionadas a entrevista de triagem. Ela fala que apesar de o primeiro atendimento prestado envolva uma pessoa responsável que traga a queixa da criança, devemos evitar de nos focar 100% no cliente ausente, voltando assim a atenção àquele que está em nossa frente. 
	Ancona (1996, p. 144-145) propõe a extinção das entrevistas de triagem, pois para ela podemos passar a “compreendê-las como consultas psicológicas com um fim em si mesmas independentemente do fato de que, a partir delas, pudessem ocorrer outras entrevistas ou se iniciarem procedimentos”. Essa mudança de visão implicaria em passar a entender tal processo como um momento de acolhimento em que os pedidos de ajuda interessassem à instituição. Ainda trabalhando com a ideia de mudança de compreensão desse processo, é citado o ponto de vista de uma psicanalista emérita, Manonni, onde ela propõe que dessa primeira entrevista alguns aspectos sejam ordenados para um fazer posterior (que ela dizia ser a psicoterapia em si). 
	Para melhor ilustrar suas ideias, Ancona trabalha nesse capítulo com dois exemplos clínicos de sua atuação no consultório frente ao atendimento público gratuito. A autoria discorre em alguns parágrafos sobre a situação da sala em que realiza os atendimentos, e como se sente em relação a esses atendimentos. Ela expressa uma preocupação em relação a seu desempenho frente ao caso que está sendo atendido; busca se voltar ao cliente com uma atenção que lembre ternura; a medida que vai exercendo a escuta frente ao cliente, passa a ficar mais interessada e curiosa na narrativa, e ao mesmo tempo passa a se atentar para não fazer perguntas que não tenham valor para o processo terapêutico. 
	O atendimento prestado que trabalhos ao longo das aulas nesse semestre é o de psicodiagnóstico interventivo infantil, por esse motivo ao realizarmos as entrevistas iniciais com os adultos responsáveis, devemos nos ater de retomar frequentemente durante a sessão a criança e o motivo que os levou a procurar o atendimento. Buscando esclarecer de que maneira a queixa com relação a criança esta relacionada com o que o cliente em atendimento está nos trazendo; quais são as significações dadas as situações relatadas; quais são as expectativas e frustações que há em relação a criança; procurar compreender o quanto e como a criança esta comprometida com o atendimento; se a criança realmente precisa de ajuda e o que poderia ser feito por ela. 
	Novamente Ancona retoma que durante as sessões iniciais o enfoque durante a sessão varia entre atender as necessidades dos adultos presentes e da criança ausente, lembrando sempre de que o atendimento deve nesse momento priorizar o cliente que está presente. É ressaltado no texto que em momentos de revezamento de atenção entre o adulto e a criança, acontece perda de material passível de informação útil trazido pelo cliente presente. 
	A autora fala de que a partir do interesse pela história sendo narrada pelo cliente é possível observar algumas divergências. Nesse momento podemos pensar em fazer algumas intervenções e pensar em qual caminho devemos seguir, o qual irá com toda certeza afetar o rumo da sessão. Essas relações são estabelecidas de acordo com os conteúdos apresentados pelo cliente ao terapeuta.
Podemos retomar a fenomenologia para tratar desses conteúdos apresentados, já que esses podem vir a ser conhecimentos, compreensões, crenças, significações que o cliente efetuou durante sua história de vida na relação com a realidade que está inserido. Devemos então evitar de dar respostas a esse indivíduo, já que em conjunto a ele devemos discutir, refletir, ressignificar os conteúdos trazidos até nós que estejam se apresentando como conflituosos ou causadores de angústia e que se demonstrem passíveis de mudança. Também devemos estar atentos a usar expressões, palavras, termos, que estejam já presentes no cotidiano da pessoa em atendimento, como por exemplo, se quisermos realizar uma devolutiva ou até mesmo realizar uma intervenção, que passemos a usar exemplos e metáforas que sejam de fácil compreensão do sujeito. Ancona (1996, p. 152) diz o seguinte: “o cliente é a única pessoa que conhece seu campo de experiências e apenas ele poderá relatá-las, e retirar seu sentido, a partir da constelação de suas vivências, percepções, ideias, sentimentos e memórias.”
	Um aspecto que me chamou atenção nesse texto foi a importância que Ancona demonstra ter em salientar a importância, a existência, a humanidade que está presente no sujeito em atendimento, já que muitos desses chegam a expressar uma relação de inferioridade em relação ao terapeuta e as demais pessoas que se relacionam em suas vidas. Devemos então buscar retomar junto a esses sujeitos a autoestima, a identidade, a dignidade que eles têm.
	Para a finalização de um atendimento, o texto faz a indicação de realizarmos uma síntese do que compreendemos daquele encontro, utilizando da retomada de falas ditas pelos clientes e pelo terapeuta, discutindo os significados dessas falas, buscando como Ancona disse “entregar e devolver ao cliente o que é dele”. 	Realizando assim um atendimento que tem um começo, meio e fim bem delimitados fazendo com que o cliente se torne ciente de que poderá fazer decisões sobre um futuro encaminhamento, pois a continuidade do processo é de decisão exclusiva do cliente, sem deixar de demonstrar que há a possibilidade de retorno do cliente para retornar se assim desejar.

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