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Colagem uma prática no psicodiagnóstico

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REFERÊNCIA: LOPES, L.C.C.C.P., FERREIRA, M.F.M., SANTIAGO, M.D.E Colagem uma prática no psicodiagnóstico in ANCONA-LOPEZ, S., Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. Cap. VI. p. 107-126
	 
	As autoras iniciam o texto discorrendo sobre o que é a pratica da avaliação psicológica e como ela evoluiu dentro da história da Psicologia. Entendemos que a avaliação psicológica é um processo que visa conseguir compreender um determinado fenômeno, que foi trazido até nós como queixa por pais ou responsáveis da criança. Para realizar o atendimento correto a demanda trazida devemos possuir conhecimentos teóricos e ter domínio dos procedimentos e práticas que forem necessárias de se utilizar.
	Na história da Psicologia a avaliação psicológica teve lugar de destaque, foi por meio desta que a profissão como campo de conhecimento e prática se consolidou. Os testes psicométricos eram utilizados para identificar, classificar e medir características dos sujeitos testados. Mas esse modelo é bastante criticado por profissionais das ciências humanas do país, já que estes, aqui realizam um trabalho que se preocupa com os processos de exclusão, processo que sofre influências dos resultados de testes psicométricos. É ressaltado no texto que críticas aos modelos de avaliação psicológica são realizadas desde a regulamentação da profissão de psicólogo no Brasil por meados da década de 1960. Esse tema foi “amplamente debatido, passando por reflexões e modificações no que se refere a instrumentos e recursos utilizados” (LOPES, L.C.C.C.P., FERREIRA, M.F.M., SANTIAGO, M.D.E. p. 108. 2013.).
	As autoras comentam sobre a experiência que é vivida na avaliação psicológica realizada nos Centro de Psicologia Aplicada da Universidade Paulista. O pressuposto que os CPA’s utilizam para compreender o sujeito, é de que esse se dá por fatores biopsicossocial. O trabalho que é oferecido nas clínicas-escola visa compartilhar experiências, conversar sobre as dificuldades e conquistas alcançados no atendimento as crianças e aos pais. Elas observaram que uma inquietação ocorre por parte dos estagiários quando notam que os recursos teóricos ou instrumentais são limitados, tendo em vista que a demanda trabalhada pode vir a ter múltiplas possibilidades de expressão da subjetividade.
	A Resolução n. 002/2003, do Conselho Federal de Psicologia, fala dos testes psicológicos, onde, estes instrumentos não poderiam mais ser utilizados sem antes ser realizado uma revisão. Isso teve consequências na execução das avaliações psicológicas realizadas nas clínicas-escola, que tiveram de abdicar de testes psicológicos como o CAT-A; como também promoveu uma revisão da prática clínica e buscas por novos meios que pudessem atender as necessidades de um psicodiagnóstico.
	É a partir desse momento que atividades como a da colagem passam a integrar junto aos testes psicológicos, as técnicas que são utilizadas no atendimento psicodiagnóstico. A colagem é uma técnica projetiva que utiliza de figuras de revistas previamente recortadas por estagiários, tesouras, colas, cartolinas, lápis preto e de cor, canetinhas ou giz, para o caso de quererem completar a atividade com desenhos ou escritas. As figuras que são oferecidas devem contemplar diversos temas, por exemplo, “pessoas, situações, animais, objetos, alimentos, transportes, móveis, ambientes etc.” (LOPES, L.C.C.C.P., FERREIRA, M.F.M., SANTIAGO, M.D.E. p. 111-112. 2013.). Deve se tomar cuidado com o verso da figura recortada, para que esta não contenha material impróprio; também deve ser evitado utilizar de imagens de personagens e artistas conhecidos, pois esses já carregam um significado, acabando por limitar a análise e associações do sujeito que realizou a colagem.
	A colagem pode ser realizada em qualquer momento do psicodiagnóstico, pode ser realizada em conjunto com a família ou individualmente. Quando optado por ser individualmente, as autoras notaram que havia um desejo das crianças em exibir o que fizeram aos seus pais por meio de uma brincadeira de adivinhação, onde as colagens das outras crianças eram expostas na sala e os pais deveriam localizar a que correspondesse ao seu filho. Nesse momento os pais se veem diante de uma mensagem simbólica do filho, onde eles sentem que precisam decifrar, dar significados e demonstrar a todos os outros na sala que conhece seu filho e seus interesses. Posteriormente é necessário fazer uma discussão com os pais acerca dos “acertos” e “erros” dos pais, e trabalhar as manifestações de felicidade e frustação por parte da criança.
	O texto mostra uma lista de itens que, de modo geral, devem ser considerados na hora de se fazer uma análise da colagem. Alguns desses itens são: figuras escolhidas, figuras coladas, figuras abandonadas; tema preferido; tamanho das figuras; uso do espaço da cartolina; associações, explicações, falas durante a atividade; recortar uma figura já recortada.
	Para finalizar o texto, as autoras falam que essa atividade é de fácil aceitação por parte dos clientes, por já terem tido contato com a tarefa possivelmente durante a escola. Além de que a atividade de colagem tem caráter projetivo, que demonstra sentimentos e conflitos que contribui para uma maior compreensão diagnóstica da subjetividade da criança, nos oferecendo material para uma intervenção.

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