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Uso do FES em pacientes neurológicos

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Uso da Estimulação Elétrica Funcional – 
FES em pacientes neurológicos. 
 
Leonardo Sapucaia Tosta Santos
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Professor Especialista. Fisioterapeuta. Fisioterapia Manipulativa. 
 
 
 
 
 
Introdução 
A estimulação elétrica funcional 
(FES) é uma forma de eletroterapia capaz 
de produzir contrações musculares com 
objetivos funcionais. As contrações 
evocadas são obtidas a partir de pulsos 
elétricos com duração de ordem de 
grandeza de segundos aplicados sobre 
freqüência controlada. Com isso obtêm-se 
contrações em condições mais biológicas, 
sem risco de queimaduras e o desconforto 
produzido pela exposição mais longa à 
eletricidade. A FES provoca a contração 
de músculos paralisados ou enfraquecidos 
decorrente de lesão do neurônio motor 
superior, como derrames, traumas raqui-
medulares ou crânio-encefalicos, paralisia 
cerebral, entre outros. Essa corrente 
elétrica é especifica de tal forma que 
possibilita a contração muscular 
funcional. 
 
Histórico 
O primeiro estimulador portátil foi 
desenvolvido em 1960 por Wladimir 
Liberson, com o objetivo de tratamento 
auxiliar dos pés de pacientes 
hemiplégicos. Um estimulador simples 
com um único canal portátil utilizado 
para ativar os dorsiflexores do tornozelo 
durante a deambulação nos pacientes 
hemiplégicos acionado por um único 
canal de estimulação do nervo fibular dos 
pacientes para prevenir deformidades em 
eqüino-varo devido ao mau 
procedimento. Para tal, foi utilizado um 
estimulador portátil preso na cintura do 
paciente, colocando um eletrodo próximo 
a cabeça da fíbula e outro no ventre 
muscular dos dorsiflexores do tornozelo. 
Kralye e Vodovnik em 1977 e Stanic 
e 1978, publicaram os primeiros estudos 
com a utilização de múltiplos canais( 
estimulação de dorsiflexores do 
tornozelo, eversores, plantiflexores, 
flexores e extensores do joelho, 
extensores e abdutores do quadril ). 
Em 1995, um grupo de autores 
eslovênios relataram que melhores 
resultados foram obtidos quando a terapia 
convensional era associada a 
eletroterapia. Esse estudo deu suporte 
considerável que o FES pode acelerar a 
reabilitação de pacientes com déficits 
motores importantes, além de diminuir o 
custo da reabilitação. 
Os trabalhos com a FES, no Brasil, 
iniciaram-se em 1986, no Centro de 
Reabilitação da Santa Casa de São Paulo, 
e tiveram suas bases nas experiências da 
Eslovênia, que apresentava exigência de 
equipamentos mais simples e também 
com objetivos terapêuticos assistenciais. 
Propriedades neuromusculares
- Unidade Motora: Células nervosas 
musculares são exitáveis, sendo capazes 
de gerar um potencial de ação logo após a 
aplicação de um estímulo adequado. 
- Potencial de Ação / Despolarização 
/ Repolarização: O estimulo tem que ter 
intencidade e duração suficiente para que 
a membrana nervosa seja despolarizada. 
A velocidade de mudança de estímulo 
também é importante. 
- Contração Muscular: Quando 
ocorre a chegada do potencial de ação na 
junção neuromuscular, há abertura dos 
canais de cálcio, permitindo que os íons 
Ca
+
 difundam-se até o teminal axional. 
Das vesículas sinápticas é liberada a 
acetilcolina, que se difunde através da 
fenda sináptica para combinar-se com os 
sítos receptores existentes na placa 
terminal motora. Isto altera a 
permeabilidade da membrana com a 
abertura dos canais de sódio e potássio, 
causando a despolarização e repolarização 
respectivamente. 
 
Base neuromuscular 
A técnica FES tem como base a 
produção da contração através da corrente 
elétrica, que despolariza o neurônio 
motor, produzindo uma resposta 
sincrônica em todas as unidades motoras 
do músculo. Este sincronismo produz 
uma contração muscular eficiente, mas é 
necessário treinamento especifico, a fim 
de se evitar fadiga precoce, que impediria 
a utilização do método com objetivos 
reabilitacionais. 
O cérebro utiliza sinais elétricos 
esteriotípicos – potenciais de ação 
nervosas – para o processamento de toda 
a informação por ele recebida e analizada. 
Aqueles sinais consistem em cargas 
potenciais produzidas por íons, tais como: 
Na
++
, K
+
 e Cl
-
 . A frequência dos 
impulsos transmitidos pelas fibras 
nervosas, o número de fibras envolvidas e 
das conecções sinápticas feitas pelo nervo 
irão permitir a condificação das 
informações. 
Estímulos adequados geram 
potenciais de receptores que resultam em 
trens de potencial de ação, que são 
propagados ao longo das fibras nervosas 
aferentes. Esses estímulos seguem a 
natureza do “tudo ou nada”. 
Conforme Hultman “Estimuladores 
neuromusculares produzem trens de 
pulsos elétricos que causam exitação de 
nervos periféricoa e, subsequentemente, 
do tecido muscular.” 
De acordo com Lianza “ Quando o 
músculo é desnervado, são necessários 
pulsos elétricos com maior amplitude de 
corrente e maior tempo de exposição.” 
 
 
1. Parâmetros do FES: 
 
Não é possível a obtenção de um 
movimento funcional de um membro 
paralisado por um simples pulso elétrico; 
é necessária uma serie de estímulos, com 
uma certa duração, seguidos por outros 
com uma apropriada freqüência de 
repetição. 
O ideal é a utilização de pulsos com a 
duração suficeiente para ser eficaz, porem 
o mais breve possível a fim de respeitar o 
conforto do paciente. 
- Trem de Pulso: É a seqüência de 
estímulos. Ele pode ser retangular, porem 
fases de ascensão e descida mais 
inclinadas possibilitam uma contração 
muscular com características mais 
biolólgicas; se o tempo de subida do 
pulso (fase de ascensão ou ataque) for 
muito lento, a fibra nervosa sofre um 
processo de acomodação de membrana e 
pode não responder, apesar da intensidade 
de corrente satisfatória. No programa de 
recuperação funcional, além da forma de 
trens de pulso, as característica 
individuais de cada pulso devem ser 
determinadas, a fim de se obter efeito 
terapêutico. 
Um período entre dois trens de pulsos 
deve ser observado um período de 
repouso, a fim de se evitar a fadiga na 
fase de recondicionamento muscular ou 
para permitir o controle das contrações 
musculares e se obterem movimentos 
úteis à locomoção. 
- Largura de Pulso (T): Tempo em 
que a corrente permanece na pele do 
paciente, ou seja, é a duração do pulso 
elétrico. 
- Frequência: É o número de pulsos 
por segundo, expressos em Hertz (Hz). 
Frequências elevadas acarretam fadiga 
muscular e frequências muito baixas não 
permitem que a contração muscular 
produza trabalho funcional eficiente. 
As freqüências de pulso mais 
utilizadas na técnica FES se situam na 
faixa de 10 a 50 Hz. Pulsos de estimulo 
elétrico com duração acima de 0,5 s 
produzem uma sensação desagradável e 
isto pode ser levado em consideração 
quando o intuito terapêutico é dirigido a 
pacientes providos de sensibilidade. As 
indicações terapêuticas mais freqüentes 
da técnica FES são de pulsos com 
duração entre 0,2 e 0,5 s. 
- Rise (Rampa de Subida de Pulso): 
Regula a velocidade de contração. 
Tempos altos produzem uma lenta, mas 
gradual contração. Tempos pequenos 
geram contrações súbitas, repentinas.- 
Decay (Rampa de Descida do Pulso): O 
tempo de descida regula a velocidade com 
que a contração diminue, ou seja, o tempo 
desde a contração máxima até o 
relaxamento muscular. 
 
 INDICAÇÕES: 
 
- Hemiplegia 
- Lesado Medular- Paralisia Cerebral 
- Paralisia Facial 
E ainda em estudo encontra-se o uso 
em pacientes com Parkinson 
 CONTRA-INDICAÇÕES: 
 
Doenças que acometem o neurônio 
motor inferior (eferente), não são 
elegíveis à técnica FES. As moléstias que 
acometem a placa motora, interferindo na 
passagem do impulso nervoso para o 
músculo, também não podem ser tratadas 
por esta metodologia. 
- Miopatias: caracterizam-se pela 
perda da capacidade de contração 
muscular. 
- Obesidade: a gordura pode isolar o 
nervo a ser atingido. 
- Presença de neuropatias periférias: 
nesses casos não há respostas aos 
estímulos de curta duração. 
- Distúrbios sensoriais importantes: 
podem gerar irritabilidade da pele. 
- Pacientes com uso de marcapasso 
- Disritmia cardiacas: só aplicar se houver 
possibilidade de monitorização com ECG. 
É importante que o paciente aceite a 
técnica e o profissional tenha pleno 
domímio da mesma, para não haver 
danos. Sendo contra-indicado caso aja 
problemas quanto a uma dessas questões. 
 
FES EM HEMIPLEGIA 
 
Embora inúmeras condições possam 
ser apropriadas para a FES, duas, a 
hemiplegia e a lesão medular têm 
recebido maior ênfase. A FES, às vezes 
em associação com bloqueios 
neuromusculares, pode ser usada para 
facilitar a reeducação neuromuscular 
durante sessões de terapia e em 
programas de treinamento domiciliar. A 
utilização de estímulos seletivos de modo 
repetitivo sobre grupos musculares 
paréticos além da ação local melhora o 
trofismo muscular. 
Em relação aos aspectos motores, a 
paresia espástica, a perda da seletividade 
do movimento, as retrações músculo-
ligamentares e as deformidades são 
problemas que podem ser mais bem 
tratados com a inclusão da técnica FES no 
arsenal de recursos terapêuticos utilizados 
no processo reabilitativo. A técnica FES 
nunca é recurso terapêutico único no 
tratamento da hemiplegia; todas as outras 
formas de cuidados convencionais 
utilizadas não podem ser negligenciadas. 
 
 OBJETIVOS: 
 
A utilização de estímulos seletivos de 
modo repetitivo sobre grupos musculares 
paréticos, além da ação local melhorando 
o trofismo muscular, produz por um 
mecanismo de ação inibitória recíproca, a 
diminuição do tônus do grupo muscular 
 
antagonista. Através de um processo de 
biofeedback, o estímulo à reorganização 
do ato motor ao nível do SNC e o 
progressivo retorno da atividade motora 
voluntária seletiva, com conseqüente 
recuperação funcional. 
- Hipertrofia e fortalecimento 
muscular: A cinesioterapia clássica 
recruta fibras do tipo I. Já a eletroterapia 
recruta fibras tipo II. Estas são as 
primeiras a se atrofiarem por desuso. 
Sendo assim, a técnica FES é indicada 
 
nas atrofias com o objetivo de ativar 
número e tipos de fibras diferentes das 
recrutadas nos exercícios voluntários. 
FES 
Recondicionamento 
muscular 
Redução da 
espasticidade 
Reorganização do 
padrão motor 
- Facilitação neuromuscular: A 
técnica é usada para aumentar a 
movimentação e facilitar a 
reaprendizagem motora. 
- Ganhar ou manter ADM: Pertite a 
mobilização da articulação em toda a sua 
excursão disponível. 
- Controle de espasticidade: Torna-se 
possível a realização de programas de 
treinamento funcional, facilitação e 
fortalecimento muscular. 
- Uso como órtese: Estimulação 
facilitatória para treino de marcha precoce 
ou para manter alinhamento funcional. 
 
 
FES EM LESADO MEDULAR 
 
Os pacientes com lesão medular de 
qualquer etiologia, para que sejam 
elegíveis à aplicação do FES, não podem 
ter acometimento do neurônio motor 
inferior. Habitualmente, lesões acima de 
T12 tem essa características, o que 
permite o estímulo ao nível do nervo 
periférico produzir contração muscular 
com finalidades funcionais. 
Pacientes com lesão abaixo desse 
nível, porém do tipo incompleto, podem 
ser incluídops no programa se a resposta 
motora evocada for satisfatória. 
Os pacientes devem estar em boas 
condições clínicas gerais e psicológicas, 
sem expectativas irrealistas em relação ao 
tratamento. 
 
 INCLUSÃO E EXCLUSÃO DO 
FES: 
 
- Calcificações articulares bloqueando 
as articulações dos quadris e/ou joelho 
são fatores de exclusão para a utilização 
dos FES. 
- As deformidades em flexão-adução 
dos quadris ou pés-equinos, são 
frequentes nos pacientes com lesão 
medular, são fatores de exclusão desde 
que sejam moderadas, assim como 
escaras em tratamento que não estejam 
comprometendo o estado geral do 
paciente, ou situadas em zonas de apoio. 
- A obesidade é um fator que dificulta 
sobre-maneira a aplicação da técnica. 
 
 OBJETIVO E TÉCNICA: 
 
- Recondicionamento muscular: Em 
virtude de os pacientes lesados medulares 
apresentarem um processo de atrofia, 
mesmo os pacientes espásticos, o 
processo de recuperação funcional inicia-
se por uma fase de recondicionamento 
muscular. Neste programa o quadríceps é 
sempre estimulado, visando a funçao de 
estabilizador do joelho na posição de 
extensão. O glúteo máximo também é 
estimulado, vizando reduzir o 
posicionamento em flexão de quadril. A 
redução da extensão dos tornozelos e da 
articulação dos quadris tem como 
objetivo permitir um alinhamento mais 
adequado á fase de ortostatismo. Este 
programa deve ser associado a 
cinesioterapia visando o fortalecimento 
dos MMSS, condicionamento cardio-
respiratório, equilibrio do tronco e 
atividades objetivendo a independencia 
na transferência nos diversos decúbitos. 
- Transferência: Pacientes com bom 
equilibrio de tronco e com força de 
MMSS são considerados aptos a iniciar o 
treino de transferência de posição sentada 
para de pé. Ajustado o equipamento, o 
paciente fica entre as barras paralelas, 
posicionado com o tronco fletido. A 
extensão do joelho (FES em quadríceps), 
associado ao impulso dos MMSS nas 
barras, promove a postura ortostática. 
- Ortostase 
- Uso com ortese 
- Treinamento de deambulação 
 
 CONSIDERAÇÕES: 
 
A técnica do FES com as condições 
tecnológicas existentes está longe de 
representar o recurso definitivo que 
solucionará o problema da locomoção do 
paciente com lesão medular, porém seu 
uso deve ser obrigatório por diversas 
razões: 
 - Pacientes com lesão medular 
incompleta: podem melhorar capacidade 
funcional devido ao melhor 
condicionamento do músculo. 
 - Pacientes com lesão medular 
completa: Pacientes obtendo ortostatismo 
 - A locomoção não deve ser 
entendida só como deslocamento no 
espaço, mas como ativador do retorno 
venoso, metabolismo ósseo, melhora 
trofismo do sistema tegumentar, previne 
retrações musculo-ligamentares. 
- As funções de eliminação e 
respiração são facilitadas pelo 
ortostatismo. 
 
 OCORRÊNCIA NEGATIVA EM 
ESTUDOS: 
 
- Fraturas 
- Epifisites 
- Derrames articulares 
- Queimaduras 
 
FES NA PARALISIA CEREBRAL 
 
 A indicação mais frequente é nas 
formas clínicas onde predomina a 
espasticidade e em alguns casos leves a 
atetose. Quanto à distribuição 
topográfica, os pacientes mais 
beneficiados são os hemiparéticos e 
paraparéticos. São vários os princípios 
que norteiam sua utilização. A facilitação 
do movimento a partir da redução da 
hipertonia é provocada por um 
mecanismo de inibição recíproca, apartir 
da contração muscular evocada por um 
estímulo elétrico. Ao estimular o grupo de 
extensores ocorre redução imediato do 
tônus dos flexores e o terapêutapode, 
através de manobras facilitatórias, obter 
movimentos voluntários que estavam 
inibidos. A repetição destes movimentos 
gera, por um mecanismo de 
retroalimentação, novos padrões motores 
no sistema nervoso central, que podem 
ser utilizados com objetivos funcionais. 
 A técnica FES utiliza pulsos da 
ordem de 0,1 a 0,3 ms, com frequencia ao 
redor de 30 Hz, produzindo trem de 
pulsos confortáveis e compatíveis com a 
colaboração da criança e que podem ser 
utilizados para estimulação da percepção 
das mesmas. 
 A técnica FES pode ser aplicada 
de duas formas: 
 Recurso de condicionamento do ato 
motor; 
 Recurso ortésico 
 
No membro superior, os grupos 
musculares mais frequentemente 
estimulados com objetivo de 
recondicionameto muscular são: 
 Tríceps; 
 Extensores do punho. 
No membro superior com finalidade 
de recondicionamento muscular, utilizado 
mais frequentemenmte e com maior 
eficiência em pacientes espásticos nas 
formas hemiparéticas ou diparéticas. 
Os grupos musculares mais utilizados 
são: 
 Dorsiflexores; 
 Glúteo Médio. 
A técnica FES visando 
recondicionamento muscular é contra-
indicada em articulações não-estáveis e 
em grupos musculares com deformidades 
estruturadas. 
O uso do FES como órtese funcional é 
indicada apenas em membros inferiores e 
aplicada basicamente de dois modos: 
 Uso contínuo como auxiliar da 
marcha 
 Auxílio terapêutico na 
padronização da marcha. 
As órteses longas convencionais 
podem ser utilizadas, com o objetivo de 
alinhamento, porém o gasto energético é 
muito alto, com redução da capacidade 
funcional. As órteses elétricas da técnica 
FES produzem a correção deste padrão 
funcional às custas da contração evocada 
de músculos de sustentação. Com esses 
objetivos são utilizados geradores de 
corrente com no mínimo quatro canais. 
 
Os grupos musculares mais 
estimulados são: 
 Quadríceps; 
 Glúteos Máximos. 
O uso do FES não corrige 
deformidades e necessita de articulações 
estáveis e com capacidade de reproduzir 
os movimentos fisiológicos para 
organização de novos padões motores. 
 
FES EM PARKINSON 
 
Parkinson é uma patologia do sistema 
extrapiramidal. Ela consiste de uma 
afecção lentamente progressiva, e caráter 
idiopático, tendo quatro importantes 
características: a rigidez muscular, 
bradicinesia, tremores de repouso e 
instabilidade postural. 
Observam-se tremores de repouso no 
inicio do quadro de forma incidiosa 
seguindo-se a rigidez muscular de forma 
progressiva, associada à lentidão e 
pobreza de movimentos, tendo 
dificuldades para iniciar a marcha, 
mostrando um padrão postural de 
anteriorização do tronco, assimetria de 
ombros, associado a padrões 
cifoescolióticos, os quais tendem a 
agravar-se com a evolução da patologia. 
A utilização do FES no paciente 
parkinsoniano ainda é pequena e ainda 
está em fase de estudo, ela consiste em 
associa-lo à cinesioterapia visando 
melhorar o padrão postural funcional dos 
pacientes. 
O paciente tende a assumir um padrão 
patológico de marcha: Possuindo um 
déficit na dissociação de cintura escapular 
e pélvica e de flexão de quadril, 
anteriorizando o centro da gravidade 
corporal, aumentando a base de apoio 
para dá maior estabilidade. Mantendo a 
marcha em passos curtos com dificuldade 
de impulsão e déficit no aplanamento dos 
pés na fase de resposta de carga. 
 
 OBJETIVOS: 
 
- Melhora do padrão postural e 
funcional do paciente 
- Promover conscientização corporal 
- Promover relaxamento global 
- Melhora da propriocepção 
- Prevenir e/ou amenizar 
deformidades 
- Promover reeducação à marcha 
- Promover reeducação à marcha 
 
 TÉCNICA: 
 
Na Região posterior do tronco 
bilateralmente, coloca-se o FES em 
pontos motores dos seguintes músculos: 
trapézio, grande dorsal, romboide maior e 
menor; objetivando extensão da cervical e 
toracolombar. Sempre associando a 
manobras de tração lateral em região 
dorsolombar para um melhor 
realinhamento axial. 
Usa-se em região de trapézio e grande 
dorsal visando fortalecimento, correção 
postural e conscientização do paciente. 
A associação do FES nos espinhais e 
inspiratórios acessórios com a tração axial 
e o abaixamento do mento, durante a 
expiração visa a descompressão articular 
e melhora na postura da região cervical. 
O uso nos pontos motores do infra-
espinhal e redondo menor bilateralmente, 
visa fortalecer musculatura e 
conscientizar o paciente quanto ao padrão 
corretivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ROBINSON, Andrew; SNYDER, Lynn. Eletrofisiologia Clínica. 2ª edição. Ed. Artmed, 
2001. 
LOW, Jonh ; REED, Ann. Eletroterapia Aplicada Princípios e Prática. 3ª edição Ed. 
Manole, 2001. 
NELSON, Roger M.; HAYES, Karen W.; CURVIER, Dean P. Eletroterapia Clínica. 3ª 
Edição. Ed. Manole, 2003. 
LIANZA, Sérgio. Estimulação Elétrica Funcional – FES e reabilitação. Ed. Atheneu, 
1993. 
KITCHENS,Sara; BAZIN, Sarah. Eletroterapia de Clayton. 10ª Edição. Ed. Manole. 
NOGUEIRA, Jenniffer Costa; LIMA, Clodoaldo M. Estimulação Elétrica Funcional 
aplicada a pacientes hemiplégicos: um panorama. Departamento de Engenharia da 
Computação e Automação Industrial. Faculdade de Engenharia Elétrica e 
Computação. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Disponível em http:// 
www.avesta.com.br/anais/dados/trabalhos/319.pdf. Acesso em 19 de outubro de 2003. 
PRADO, Rodrigo et al. Proposta de tratamento com Estimulação Elétrica Funcional – 
FES, associada a cinesioterapia na doença de Parkinson. Medicina de Reabilitação. v. 
133, p. 23 – 27, 2000.

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