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casos conc 1 á 6 de historia

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Aluna; Michelly Suetonio Turma:2002
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO Títu
Caso Concreto 1
Descrição
Em reportagem recentemente publicada, importante veículo de comunicação afirmou
que, de acordo com especialistas, a Lava-Jato inventou não um novo direito penal, mas
sim uma nova maneira de conduzir o processo penal. Entendem tais juristas que as
novidades não se limitam apenas à velocidade acelerada dos processos, mas também
implementou novidades que são mais comuns no sistema anglo-saxão (o denominado
sistema de common law) as não na tradição romano-germânica, na qual se filia o sistema
jurídico brasileiro. 
Neste sentido, pesquise e responda:
I) Quais as características fundamentais que diferenciam os sistemas romano
germânico do sistema denominado de common law?
o sistema romano-germânico é baseado nas leis, nos textos jurídicos e a Common 
Law, na jurisprudência, que se baseia em processos similares cabendo a 
Interpretação do juiz. 
II) Por que razão o Brasil acabou adotando o sistema jurídico românico
germânico em detrimento do sistema de common law?
O sistema jurídico adotado no Brasil, por óbvio, seguiu a tradição portuguesa, que na
época da chegada ao Brasil já adotara o sistema romano-germânico como sistema a guiar
sua estrutura jurídica. Neste sentido, cumpre reafirmar que o sistema jurídico aplicado no
Brasil não poderia deixar de ser o sistema português, já que o que denominamos por
Brasil, na verdade foi, no âmbito do processo de colonização, domínio português por
excelência em terras americanas. Desta forma, embora hoje se fale haver no Brasil um
fenômeno de aproximação do sistema romano-germânico com o sistema de common law,
por tradição ainda deve-se afirmar ser o Brasil um país de tradição jurídica (ao menos
predominantemente) romano-germânica (ou de civil law).
Título
Caso Concreto 2
Descrição
O Foral de Olinda de 1537 é o documento histórico mais antigo relativo à cidade e elevou
o povoado de Olinda à condição de Vila, estabelecendo seu patrimônio público, bem
como um plano de ocupação territorial. Foi produzido pelo primeiro capitão donatário de
Pernambuco (Duarte Coelho) aos povoadores e moradores, cedendo o direito de uso da
terra, mas sem transferir sua propriedade. Ainda hoje a Prefeitura Municipal se utiliza do
documento para fundamentar a cobrança de “foro anual e também de “laudêmio”.
Inconformado, José, morador em terreno passível de cobrança, afirma que no Brasil não
se reconhece um documento com quase cinco séculos de existência, além do que os forais
não possuem força jurídica.
Diante da informação acima, pesquise e responda:
a) o que é uma Carta Foral? a) Uma carta de foral é um documento concedido por um rei ou por um senhorio
a uma povoação onde se estabelecem as normas de relacionamento dos seus
habitantes, entre si e com o senhor que lhes outorgou o documento. É concedido
como uma carta de privilégio, concedendo aos moradores da terra que a recebe
um estatuto privilegiado ou de exceção. O seu nome origina-se de um documento
régio que estabelecia os foros (direitos, deveres, liberdades e garantias) dos
povoadores ou habitantes de uma terra a ser fundada, ou que recebia mercê nova
por seu desenvolvimento. Assim, cada carta de foral estabelecia direitos e deveres
particulares desses colonos, habitantes ou povoadores na vida municipal,
exercício da Justiça, privilégios da terra, organização social e administrativa, etc.
Definia, ainda, o que pertencia à Coroa e ao senhor donatário, quando o
houvesse.No caso em tela, a Carta Foral era um tipo de documento uito utilizado
em Portugal que estabelecia normas, entre outras coisas, para o pagamento de
tributos pelos colonos. Geralmente, se descobertos metais e pedras preciosas, 20%
seriam da Coroa e, ao donatário caberiam 10% dos produtos do solo.
b) Com que fundamento o Município de Olinda continua cobrando o foro anual
e laudêmio? b) Com base no direito e, no caso, o Foral de Olinda de 1537. Isto porque possui
este força jurídica para fundamentar a cobrança exigida pela Prefeitura. Com efeito, o instituto do direito ao foro só pode ser extinto através de acordo entre
aforador e senhorio, o que não ocorreu no caso em tela. Assim sendo, não possui
razão, devendo o mesmo José e seus descendentes continuarem pagando o foro
anual e, no caso que couber, laudêmio.
Título
Caso Concreto 3
Descrição
Frequentemente o apoio à pena de morte é destaque na mídia brasileira. Recentemente,
mais especificamente o mês de janeiro de 2018, pesquisa realizada pelo Instituto
Datafolha apontou que 57% da população brasileira são favoráveis à pena de morte. Na
verdade tal número representou um aumento de 10 pontos percentuais em relação à
última pesquisa, realizada no ano de 2008, quando a quantidade de pessoas que apoiavam
este tipo de punição era de 47%. Ao menos em relação ao tema pena de morte, parece
que a visão da população brasileira parece estar indo de encontro com as ideias
preconizadas por Cesare Beccaria, um grande iluminista italiano, contemporâneo de
Tiradentes.
Agora que você leu o texto acima, faça uma pesquisa e responda as seguintes perguntas:
a) Com base em que legislação Tiradentes foi, no Século XVIII, condenado à
pena de morte? 
Com fundamento nas penas previstas nas Ordenações Filipinas, mais
especificamente em seu Livro V.
b) A condenação e a pena aplicadas a Tiradentes foram influenciadas pelas
ideias de Cesare Beccaria? Justifique.
 Certamente que não, pois como se sabe a morte de Tiradentes foi realizada com
requintes de crueldade e violência, conforme se pode atestar a partir do trecho que
segue, parte da sentença que o condenou à morte: "(...) Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes,
Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas, a que com baraço e pregão seja
conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, 
e depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, aonde em lugar mais
público dela será pregada, em um poste alto até que o tempo a consuma, e o seu corpo
será dividido em quatro quartos, e pregado em postes pelo caminho de Minas no sítio da
Varginha e das Cebolas, aonde o Réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios de maiores povoações até que o tempo também os consuma; declaram o Réu infame, e
seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e a Câmara Real, e a
casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se
edifique e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no
mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste
abominável Réu (...)".
Já Cesare Beccaria foi um iluminista que preconizou a abolição da pena de morte e da
tortura, consideradas como inúteis, ineficazes e desumanas. Graças às suas reflexões, a
pena de morte foi abolida, pela primeira vez, no Grão-ducado da Toscana (na Itália).
c) Nos dias de hoje, é possível haver condenação a pena de morte no Brasil?
Justifique 
 A Constituição Federal de 1988 ainda prevê essa punição em caso de crimes
cometidos em tempos de guerra. É o que se extrai do disposto no inciso XLVII do
Art. 5º da referida Constituição, quando afirma que "não haverá penas de morte, salvo
em caso de guerra declarada".
Os crimes que podem levar a essa punição estão descritos no Código Penal Militar, de
1969. Neste há previsão de que a pena deve ser executada por meio de fuzilamento.
Caso Concreto 4
Descrição
Sabe-se que a Constituição Imperial foi a única da história do Brasil que adotou a
"divisão" do poder por quatro Poderes. Porém, em mensagem transmitida na abertura do
ano judiciário de 2018, a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, afirmou que o Poder
Judiciário precisa ser um poder suficientemente forte para enfrentar constantemente as
pressões de toda ordem, além de poder fazer face a uma das suas principaiscaracterísticas, que é a de um poder moderador ? isto é, capaz de efetivar o seu controle
externo sobre os atos dos demais poderes públicos, quando for necessário. Pergunta-se:
a) O que caracterizou o chamado Poder Moderador no âmbito do Primeiro Império? 
O Poder Moderador foi instituído pela Constituição de 1824, no período após a Independência do Brasil.
Tal poder seria um quarto poder, além dos três já existentes (Executivo, Legislativo e Judiciário), sendo superior a eles e com força coercitiva sobre os demais.
Apesar do Imperador já exercer seus poderes através do Executivo, este poderia ser delegado aos ministros, através de livre nomeação concedida pelo Poder Moderador, possibilitando que os ministros controlassem o executivo.
b) Relacione a fala da Ministra com a crítica de que a atuação do Poder Judiciário
como um poder moderador acaba desaguando em uma judicialização da política.
 Em outras palavras: o Poder Judiciário estaria sendo acometido de modo irreversível pelo ativismo judicial, entendido sob a sua ótica pejorativa.
Caso Concreto 5
Descrição
(Udesc 2017 - adaptada)
A abdicação de Dom Pedro I, em 1831, foi seguida por anos turbulentos, nos quais
diferentes grupos políticos defendiam distintos projetos para os destinos da nação. Neste
período ? que, até a coroação de Dom Pedro II, é conhecido como ?Período Regencial?
diversas revoltas eclodiram nas províncias e reivindicavam, especialmente, autonomia em
relação ao poder central.
Assim, responda brevemente por que razão o Período Regencial (1831-1840) é
considerado um período de transição na história da formação do Estado brasileiro.
O período regencial que também foi considerado como período de transição com relação a formação do estado brasileiro, pois este foi formado entre a saída de Dom Pedro I, assim que retornou a Portugal para assumir o trono , seguido da chegada à maioridade de Dom Pedro II, este que era o príncipe herdeiro e em 1840 subiu ao trono do Brasil.Além disso, esta transição entre os governos dos dois representou o fortalecimento do poder do estado central no Rio de janeiro sobre as províncias após conter diversas revoltas separatistas que ocorriam naquela época em vários locais no país.
Título
Caso Concreto 6
Descrição
A questão agrária no Brasil, tão atual e discutida por diversos setores de nossa sociedade
remonta um longo processo histórico que assinala o problema da concentração de terra
em nosso país. Durante o Segundo Reinado, destacamos um dos mais importantes marco
desse processo no momento em que o poder imperial estabelece a Lei de Terras de 1850
Sendo um fruto de seu tempo, essa lei assinalou o predomínio dos grandes proprietário
de terra no cenário político do século XIX. Essa lei surgiu em uma época de intensa
transformações sociais e políticas do Império. Naquele mesmo ano, duas semanas ante
da aprovação da Lei de Terras, o governo imperial criminalizou o tráfico negreiro n
Brasil por meio da aprovação da Lei Euzébio de Queiroz. De fato, essas duas lei
estavam intimamente ligadas, pois o fim da importação de escravos seria substituído po
ações que incentivavam a utilização da mão de obra assalariada dos imigrantes europeus
(texto adaptado – disponível em
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/lei-terras-1850.htm)
Responda as questões abaixo: Responda as questões abaixo:
a) O texto acima faz referência à Lei Euzébio de Queiroz. No âmbito do processo de
Abolição da Escravatura no Brasil, as leis abolicionistas que se seguiram à referida Lei
podem ser consideradas fruto do amadurecimento humanístico de nossas elites?
Podem ser citadas a Lei do Ventre Livre, de 1871 e a Lei dos Sexagenários,
de 1885. A primeira estipulou que todos os filhos de escravos que nascessem
após o ano de publicação daquela lei fossem considerados libertos. Já a segunda, a
Lei dos Sexagenários, determinou que os escravos maiores de sessenta anos
fossem imediatamente libertados. Porém, importa ressaltar, que mecanismos
normativos presentes nestas duas leis demonstravam que a intenção da elite
escravocrata não possuía qualquer intenção humanista. Na verdade, os
escravocratas, percebendo a inevitabilidade da abolição, utilizaram-se, nas
referidas leis, de vários dispositivos normativos cujo objetivo era adiar ao máximo
a abolição definitiva da escravatura, estendendo-a o maior tempo possível. Por
isso, foi necessário um documento autônomo, específico (Lei Áurea de 1888) que
pusesse fim ao incivilizado e desumano sistema escravocrata.
b) Considerando o texto, estabeleça relações entre Lei de Terras, Imigração
Subvencionada e Abolição da Escravatura.
Ao estabelecer a compra/venda como forma principal de acesso à
propriedade territorial, a Lei de Terras impedia o livre acesso tanto dos imigrantes
que chegavam ao Império quanto de considerável parcela da população livre e
liberta do país à propriedade da terra, obrigando-os à venda de sua força de
trabalho. De outro lado, a experiência da imigração subvencionada, a partir dos
anos oitenta, por meio da qual ao Estado imperial cabia arcar com os custos de
viagem do imigrante para o Império, propiciou quer a ampliação do fluxo de
imigrantes quer a sua continuidade. A combinação das duas experiências - a da
Lei de Terras e a da Imigração subvencionada - possibilitou a constituição de um
conjunto de trabalhadores livres - quer das despesas decorrentes da vinda para o
Império, o que lhes garantia o direito de escolher para quem trabalhar, quer da
possibilidade de se tornarem proprietários de terras -; estavam criadas as
condições para o abandono da escravidão, sobretudo se também se considerada as
limitações de natureza quantitativa (apenas 750.000 escravos negros em 1888)
que a mesma então representava.

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