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Gestão Democrática da Cidade e Funções Sociais da Cidade

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Gestão Democrática da Cidade e Funções Sociais da Cidade
	Uma cidade, grande ou pequena, agrupa diferentes setores sociais e empresariais que necessitam um do outro para seu normal funcionamento, ainda que na prática cada grupo tenha anseios voltados à sua categoria, percebe-se que fazem parte elementos maiores, na maioria das vezes, que podemos chamar de subcategorias das funções sociais da cidade, que faz parte de um princípio maior de nossa Carta Magna, o Princípio da Dignidade Humana.
	Diante disso, cabe explanar brevemente conceitos que serão usados no desenvolvimento do trabalho. Então, no que consiste uma cidade? O meio ambiente artificial, compreendido como um espaço urbano como resultado da ação antrópica, englobando espaços habitáveis ou não, como edificações ou equipamentos públicos em um contexto socioeconômico é compreendido como cidade (FIORILLO, 2011).
Enquanto que as funções sociais da cidade, ainda de acordo com os ensinamentos de Celso Fiorillo (2011), faz parte dos princípios da política urbana, o qual visa o pleno desenvolvimento urbano, identificando como cinco suas funções: habitação, circulação, lazer, trabalho e consumo, que refletem diretamente direitos individuais e coletivos previstos no art. 5º de nossa atual Constituição Federal, além de o art. 182 desta prevê expressamente a existência de funções sociais que devem ser exercidas pela cidade visando seu pleno desenvolvimento.
	Desta monta, podemos exemplificar da seguinte forma: se certa fatia da sociedade tem problemas com escoamento das águas da chuva em seu bairro, não consegue ter uma moradia digna, o que prejudica o efetivo cumprimento da função social moradia na cidade.
	Logo, tem-se um problema: de que forma é possível mitigar os problemas urbanos, que sempre existirão, de maneira que não prejudique as funções sociais da cidade? 
	Tendo em vista que somos uma nação ditada pelos pilares da democracia, o já citado dispositivo constitucional do art. 182 prevê meios pelos quais o gestor de um município poderá lançar mão para planejar de forma democrática a cidade e que foram regulamentados pela Lei nº 10.257/01 (Estatuto da Cidade).
	Destarte, o art. 2º do EC (Estatuto da Cidade) explana diretrizes gerais pelas quais as funções sociais da cidade se darão, bem como a política urbana, sendo primordial a participação da sociedade civil organizada ou não na sua formulação, conforme incisos II e III do referido artigo:
“II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;” grifo nosso.
	O município, portanto, é o ente defensor e efetivador das funções sociais da cidade, que se dará, de forma básica, como prevê o art. 40 do EC, através do plano diretor, aprovado por lei municipal, sendo obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, que integrem regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, dentre outros requisitos previstos nos incisos do art. 41 do EC.
	A gestão democrática da cidade será garantida por meio de instrumentos previstos no art. 43 do EC, tais quais:
“I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal;
II – debates, audiências e consultas públicas;
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos níveis nacional, estadual e municipal;
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano.”
Deste modo, o município tem o dever de consultar o cidadão acerca da maneira como será gerida a cidade, como na gestão orçamentária da cidade, em que deverão ser realizadas audiências públicas, debates e consultas sobre as propostas a serem aplicadas (art. 44 do EC).
A gestão participativa é, portanto, uma forma de garantir que haja um fortalecimento nos canais de participação, em que, antes do Estatuto da Cidade havia um abismo entre o governo e cidadão, hoje temos um diálogo direto entre estes.
Esta é uma tendência no mundo todo e a Constituição Federal de 1988 foi inovadora nesse sentido, vinculando a validade dos atos administrativos do município à efetiva participação pública nos certames e decisões governamentais relevantes ao desenvolvimento sustentável da cidade, tal como ocorre em países como a Suíça, a qual tem demonstrado o sucesso da democracia participativa.
Falar que a gestão democrática deve ser efetivada
Como a gestão democrática efetiva as funções sociais
Funções sociais e cidade sustentável

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