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AVALIANDO CPC

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21/02/2018 
Dr.drumond@hotmail.com 
 
Introdução ao processo penal:  
Antes de falar do processo penal precisamos falar o que é                     
percecutiu criminis​, assim devemos conhecer o conceito de infração                 
penal.  
Infração penal é tudo de errado que pode acontecer no                   
ordenamento jurídico. A infração penal por sua vez é dividida em crime                       
e contravenção.  
A persecução penal é atividade em que o Estado reprime estas                     
infrações penais.  
Com indícios de autoria e materialidade é possível instaurar um                   
inquérito.  
No inquérito a investigação criminal visa reunir elementos de                 
autoria e materialidade. Quando se fala em investigar é sempre a                     
procura de indícios de autoria e materialidade do fato.  
O inquérito é dispensável. Ex. CPI. As CPIs têm a finalidade de                       
colher provas. O MP pode investigar. 
Processo nada mais é do que o meio pelo qual se funda a ação.                           
Ação por sua vez é um direito público subjetivo de obter uma decisão                         
por intermédio do fato que é objeto do processo.  
Em latim processo significa ato de andar ou proceder.  
Procedimento é uma sequência de atos concatenados praticados               
dentro do processo. 
Princípios são mandamentos e normas, que podem ser aplicadas                 
ou não. Princípio da legalidade é uma regra. A regra é aplicada ou não. 
Segundo ​canotilho são multifuncionais, os princípios, portanto             
podem desempenhar uma função argumentativa que permite por               
exemplo denotar ​ratio legis, a razão da lei, de uma disposição ou revelar                         
normas que não são expressas por qualquer enunciado legislativo,                 
possibilitando aos juristas sobretudo aos juízes, o desenvolvimento e                 
integração de complementação do direito. 
Princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na                   
maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e fáticas,                 
utiliza-se portanto técnica de ponderação.  
HC82354-8 – Súmula vinculante 14 – o advogado tem direito a                     
acesso ao inquérito policial. 
Razoável duração do processo é ferido, quando se leva mais de 1                       
ano e 8 meses para denunciar ou realizar um diligência. 
 
Princípio da dignidade da pessoa humana art.1º, III da CF.  
A súmula vinculante nº14 não se aplica na lei de delação                     
premiada.  
 
A ampla defesa se subdivide em:  
● Autodefesa: é aquela exercida pelo próprio réu 
● Defesa técnica 
 
A autodefesa se subdivide em: 
● Direito de presença: é o direito do réu de presenciar toda                     
instrução processual. 
 
O réu preso tem que ser requisitado para participar da diligência                     
para o juízo deprecado? 
Corrente 1 – TJ e TRF – não há necessidade de requisição, pois a                           
ampla defesa será exercida por meio da defesa técnica. 
Corrente 2 – STJ – hipótese de nulidade relativa – devendo a parte                         
demonstra o prejuízo. 
Corrente 3 – STF - o réu deve ser requisitado sob pena de                         
nulidade absoluta, um vez que o direito de presença é consectário da                       
ampla defesa constitucionalmente.  
 
● Direito de audiência é o direito de o réu ser levado à presença do                           
juiz e narrar a sua versão sobre o fato criminoso. 
 
O Princípio do juiz natural não se refere à pessoa do juiz, mas sim ao                             
órgão jurisdicional estabelecido previamente pela lei como competente.               
A principal finalidade é evitar os tribunais de exceção. 
 
Princípio da identidade física do juiz refere-se à pessoa do juiz. Existe                       
algumas regras que devem ser respeitadas a título de segurança para as                       
partes. Ex. art. 399, §2 do CPP. Que estabelece que o juiz que concluir a                             
instrução estará vinculado a proferir decisão, contudo trata-se de um                   
princípio relativo, pois pode haver a morte, remoção, aposentadoria e                   
etc. fundamento art. 400 CPP parte final. 
 
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Doutrina  
Eugenio patieli 
Nestor Távora 
Paulo Rangel 
 
Principio da publicidade a regra do processo penal é que os atos devem                         
ser praticados de forma pública e que o processo em si também é                         
público, salvo previsão expressa de sigilo pela lei ou quando o juiz de                         
forma fundamentada assim decidir. 
 
Princípio do contraditório é a contraposição daquilo que foi dito no                     
processo. A falta de contraposição, ou seja, a falta do contraditório não                       
gera necessariamente a sua violação. A oportunidade do contraditório                 
tem que ser oferecida. O contraditório é conceder o direito de se                       
manifestar.  
 
Princípio do devido processo legal ou tipicidade processual​: todo                 
crime é afeto a um procedimento, isto é, a uma sequência de atos                         
concatenados voltados a um fim. A lei tipifica um procedimento,                   
portanto, o devido processo legal é o respeito às regras procedimentais                     
previamente estabelecidas em lei.  
Existe uma corrente iniciada por Aury Lopes junior que entende que o                       
tratamento da lei processual penal no tempo deve ser o mesmo da lei                         
penal. 
 
Obs. Pesquisar sobre ampla defesa. O fato notório não necessita de                     
perícia. 
 
Princípio da congruência ou da correlação entre a relação e sentença.                     
A congruência dispõe que deve ser uma consequência lógica decorrente                   
daquilo que lhe foi imputado, com base nos art. 383 e 384 do CPP.  
 
28/02/2018 
 
Princípio da verdade real (verdade processual): o processo é uma                   
reconstrução histórica dos fatos, deve-se buscar ao máximo a                 
aproximação dos fatos. Não se pode utilizar da prova ilícita para                     
fundamentar a verdade real, inteligência dos art. 156, II, 196, 234, 242. 
 
Motivação das decisões, art. 93, IX; toda decisão deverá ser                   
fundamentada. A exceção da motivação das decisões é o princípio que                     
vigora da intima convicção. 
 
Obs. No tribunal do júri não há fundamentação, princípio da convicção.  
 
Cabe prova ilícita na defesa, relativamente; de forma a inocentar o                     
acusado. 
 
Inadmissibilidade da prova ilícita, art. 5, LVI. CF; 
 
Princípio da não autoincriminação, trata-se de um direito implícito                 
não expresso, pois o que se fala na constituição. Art. 186 é o direito ao                             
silêncio e art. 5º LXII, da CF, RH 80.949 
 
Princípio do favor rei (​in dubio pro reo ​) é equivalente a pro omine do                           
direito internacional, utilizado no direito brasileiro, é o princípio que                   
estabelece que em caso de dúvida, conflito entre normas deve se                     
considerado o entendimento mais profícuo ao réu. 
 
Sistemas são garantias processuais constitucionais com a finalidade               
de assegurar direitos ao acusado, garantindo também princípios, tais                 
como contraditório, ampla defesa, duração razoável do processo edignidade da pessoa humana, tudo com a finalidade de uma sentença                     
justa. 
 
Obs. Jurisdição é o poder dever que o Estado tem de prestar a tutela                           
jurisdicional. 
 
 
Princípios da jurisdição:  
Imparcialidade  
 
Princípio da inércia da jurisdição  
Juiz natural, art. 5, LIII – evitar tribunal de exceção, que é uma farsa                           
jurídica, como julgamento da máfia. 
 
Vara especializada, HC48.746/2008 a vara especializada não viola o                 
princípio do juiz natural 
 
Princípio da investidura – art. 91, I da CF 
 
Princípio da aderência art. 70  
Juiz é sempre julgado no TJ 
 
Princípio da improrrogabilidade art. 109 
 
Princípio da imutabilidade art. 5, XXXVI 
 
Revisão criminal art. 621 – pode ser substituída por HC 139741 
 
Duplo grau de jurisdição: 1ª instância e 2ª instância – julgamento no                       
STF não fere o duplo grau de jurisdição art. 593 e 591. 
 
Inquérito policial: procedimento administrativo para colher informações             
e provas, para que ao final, havendo justa causa, o MP ofereça                       
denúncia. 
 
Quando inicia o processo 399 ou 396 
 
07/03/2018 
 
Características do inquérito 
 
● Autoritariedade​ – art. 144, §4º do CF 
 
● Oficiociosidade – pode ser instaurado de ofício. O inquérito                 
policial pode ser iniciado de ofício, pelo delegado, art. 5º, I do                       
CPP, desde que a ação seja pública incondicionada. 
 
● Indisponível​ – art. 17 do CPP é indisponível para o delegado. 
 
● Autoexecutoriedade – depois de instaurado o inquérito o               
delegado deverá praticar atos investigatórios para ter a justa                 
causa independente de autorização. Art. 6º, III CPP. lei 9.296/96,                   
interceptação telefônica é uma exceção, tendo em vista que                 
necessita da autorização judicial. 
 
● Escrito ​– art. 9º do CPP tem que ser escrito. 
 
● Inquisitivo: porque o delegado coleta as provas e gera                 
informações para o MP. Não há contraditório. É um procedimento                   
unilateral da polícia, ou seja, não existe contraditório ou ampla                   
defesa. É um procedimento administrativo. O contraditório deverá               
ser respeitado no processo.  
 
● O inquérito é dispensável​, não é uma fase obrigatória, antes do                     
processo judicial. 
 
● Sigiloso, ​ art. 20 CPP,  
 
Instauração do inquérito art. 5º, I CPP, a instauração pode ser de ofício,                         
por representação e a requerimento. 
● De ofício da ação penal pública incondicionada, por meio de                   
portaria. 
● Condicionado a representação art. 5º §4º CPP, crimes de ação                   
pública condicionada à representação. 
● Requerimento do ofendido, ação penal privada, art. 5º, §5 CPP c/c                     
art. 30 CPP. 
 
➢Requisição é ordem! 
➢Requerimento é pedido! 
 
Se fizer um pedido de instauração de inquérito e o delegado indefere,                       
cabe algum recurso?  
Recurso ao chefe de polícia. 
 
● Termo circunstanciado – é uma investigação mais simples, que                 
obedece aos princípios da oralidade, celeridade, informalidade e               
economia processual. 
 
Denúncia anônima – é possível instaurar inquérito com denúncia                 
anônima, pois é esta, apta a embasar o inquérito. HC 133.148. AP                       
101818/16 – TJMT. (minoritária) 
 
Em entendimento diverso acredita que não é possível, pois deve se                     
requisitar a procedência de verificação da informação. (majoritária) 
 
Vale destacar, que havendo provas de suficientes de autoria e                   
materialidade, a verificação da procedência da informação se faz                 
desnecessária. 
 
Poderia instaurar inquérito, quando já tiver com a denúncia anônima, a                     
prova da materialidade, mas nada com relação à autoria, neste caso é                       
possível. STJ HC 131225 SP 
 
Natureza jurídica do inquérito é um procedimento (porque pratica vários                   
atos) administrativo (porque não é judicial) informativo (porque é                 
informativo ao MP). 
 
CNMP – resolução 13 – o MP pode investigar. 
 
Obs. Atribuição é referente ao MP e ao delegado. 
 
Procedimento do inquérito – ​não existe ordem específica​, art. 6º do                     
CPP. Apesar da oitiva de testemunha não estar no art. 6º CPP, o                         
delegado pode proceder à oitiva com base no art. 6º II, pois traz a                           
cláusula geral de acolhimento de outras provas necessárias. O delegado                   
pode fazer acordo de delação premiada. ADI 5508. Referência à lei                     
12.850/13 art. 4, §6º do CPP. 
 
Posso delatar no inquérito policial? 
Sim, mas deve ter parecer do MP. 
 
 
 
Prisão temporária – realizada antes do processo. 
Prazo de 5 dias, prorrogável por inúmeras vezes. A prisão temporária                     
depende de requerimento do MP ou do delegado. 
 
Conclusão do inquérito – art. 10 do CPP. 
O relatório é mera formalidade, não vincula o MP, pois o inquérito é                         
dispensável. O relatório não precisa ser conclusivo. 
 
Obs. DELEGADO NÃO SOLICITA NADA. 
 
● Arquivamento – quem arquiva é o juiz, o MP requer.                   
Arquivamento é um ato complexo, pois inicia em um órgão, MP, e                       
termina em outro, juiz. Caso o juiz não concorde, deverá                   
submeter os autos ao chefe do MP (PGJ, justiça estadual)                   
aplicando o art. 28 do CPP, ocorrendo duas hipóteses, ou oferece                     
a outro MP ou devolver para o mesmo, MP. Na união é a câmara                           
de revisão, se eles entenderem que não é caso de arquivamento, é                       
oferecido denúncia. 
 
Obs. 
PROVA NOVA – já se tinha existência, mas não havia sido apreciada. 
 
NOVA PROVA – não se sabia da existência. Súmula 524 do STF c/c art.                           
18 do CPP 
 
Arquivamento pode ser por:  
● Por falta de provas (sem resolução do mérito, podendo ser                   
desarquivado) 
● Por atipicidade (com resolução do mérito, não podendo ser                 
desarquivado) 
 
A decisão que acolhe a promoção de arquivamento em função de                     
ausência de prova é decisão meramente administrativa, ou seja, não faz                     
coisa julgada, portanto a autoridade policial poderá proceder ao                 
desarquivamento se NOVAS PROVAS existirem. 
 
PRAZO PARA O PROCEDIMENTO DE: 
 
INQUÉRITO  
● Preso 1 ​0 
● Solto 3 ​0 
 
DENÚNCIA 
 
● Prisão ​5 
● Solto 1 ​5 
 
● Arquivamento implícito (o MP cometeu erro) ocorre quando o                 
promotor deixa de incluir um indiciado ou infração na denúncia,                   
a jurisprudência majoritária entende que não há arquivamento               
implícito, quando o MP deixa de incluir e o juiz não suscita o art.                           
28, podendo o MP depois oferecer denúncia em relação ao                   
acusado.  
 
● Arquivamento indireto (não tem atribuição) ocorre quando o MP                 
se vê sem atribuição para atuar no caso, e assim não oferecer                       
denúncia. Neste caso o juiz tem que aplicar novamente o art. 28 
 
Ação penal a persecução penal pode ser um fase pré-processual da                     
decisão que rejeitar a denúncia cabe recursoem sentido estrito (RESE)                     
art. 581 CPP  
 
 
 
14/03/2018 
AÇÃO PENAL 
 
A ação penal serve como uma pretensão levada ao poder                   
judiciário, no sentido de se aplicar uma pena ou punição a um                       
particular ou grupo. O processo penal tem a função de garantir direito s                         
ao acusado limitando a pretensão punitiva estatal. 
 
Garantismo é preservar o direito do acusado. É a proteção                   
daquele que seja mais fraco no processo. SÓ HÁ NULIDADE SE                     
HOUVER PREJUIZO. (STF e STJ) 
 
Para Alry Lopes Junior ação penal não é um direito, mas um                       
poder dever de provocar o poder público para se verificar se é ou não                           
caso da aplicação da sanção referente à determinada conduta.  
 
O fundamento da ação penal é a garantir ao acusado o devido                       
processo legal, art. 5º, LIV. 
 
Ação penal 
Pública incondicionada 
Condicionada à representação 
A representação é condição de procedibilidade. Ex. 156, §1​, 130,                   
§2º, ambos do CP. 
 
Privada (o interesse é do particular). Ex. 138  
Personalíssima. Art. 236 do CP. O processo termina. 
Exclusiva. É a regra. ex. Art. 145 CP 
Subsidiária da pública  
 
Elemento identificador da demanda: 
Partes 
Causa de pedir  
Pedido 
 
Condições da ação  
Legitimidade  
Interesse 
Possibilidade  
 
O art. 42 do CPP diz que o MP não pode desistir da ação, disso                             
deriva-se o mencionado sistema da obrigatoriedade da ação penal                 
pública.  
 
A ação penal não é um direito mais sim o poder dever exercido                         
pelo Estado em sua própria limitação, pois o fundamento da ação é a                         
garantia do acusado ao devido processo legal. Art. 5º LIV CF. 
 
O depoimento de corréu não configura justa causa. 
 
Classificação das ações  
 
As ações são de iniciativas do MP, são em regra públicas e podem                         
ser incondicionadas, condicionadas a representação do           
ofendido/requisição do ministro de justiça.  
 
São regidas pelo sistema da obrigatoriedade, ou seja, presentes os                   
requisitos, o MP é obrigado a denunciar. Art. 24 CPP. 
 
Art. 25 CPP depois de oferecida e não de recebida. 
 
Contravenção é incondicionada. 
 
As ações privadas são de iniciativa do ofendido, é exceção devendo                     
vir expressamente na lei, são regidas pelo princípio da disponibilidade. 
 
Existe lide no processo penal 
 
1º corrente –Sim, pois contrapõem no interesse da sociedade em                   
punir a violação das leis. (concurso) 
2º corrente – sim, mas não é determinante no processo penal. 
3º corrente – não existe lide no processo, pois o MP no decorrer da                           
instrução processual pode pedir absolvição.  
 
Cabe transação penal em ação penal privada?  
1ª corrente – TJRJ, sim se ele pode renunciar ou perdoar ele pode                         
transacionar. Quem pode mais pode menos. 
2ª corrente – Geraldo Prado, todos os institutos que dão ao                     
querelante a disponibilidade da ação penal são de natureza processual e                     
se não fizer afronta a dignidade da pessoa humana. 
3ª corrente – Pollastri, a lei 9099/90 foi taxativa, somente na ação                       
penal pública é que pode, na privada deve-se fazer a composição civil. 
 
Indivisibilidade  
A ação deve ser proposta em face de todos os autores do crime,                         
porém se omitir um dos autores do fato o STF entende que é divisível,                           
isso porque eventuais omissões não geram consequências processuais. 
 
Transação penal, obrigatoriedade da ação penal! 
 
Indisponibilidade  
Decorre do princípio da obrigatoriedade. 
 
Quando o MP pede absolvição ele não está desistindo da ação                     
penal, pois a mesma já foi oferecida.  
1ª corrente – Afrânio Silva Jardim, o MP não pode dispor do que                         
não lhe pertence, para ele a pretensão punitiva é do Estado. O que o MP                             
faz é opinar nas alegações finais. O que vincula é o pedido. 
2ª corrente – O MP possui pretensão acusatória se isso é retirado,                       
retira a pretensão, logo desiste da ação.  
3ª corrente – o MP não desiste da ação, uma vez que nas                         
alegações finais já foi exercido o seu direito de ação quando ofereceu                       
denúncia anteriormente. (majoritária) 
 
Intrancendência 
A ação penal deverá ser proposta em face do autor do crime.  
 
Oficialidade  
Deve ser proposta pelo MP que é órgão oficial, ou seja, só o MP                           
pode oferecer denúncia.  
 
Espécie de ação penal pública 
Pode ser incondicionada ou condicionada a representação. Art. 24                 
do CPP.  
 
Ação penal pública condicionada à representação  
Representação é uma espécie de pedido para que seja instaurada                   
a denúncia. Possui natureza jurídica de condição de procedibilidade.  
Obs. Se o crime começa de forma incondicionada e depois se                     
descobre que é condicionada a representação deve-se anular o processo                   
por ausência de requisito essencial.  
 
Nestes casos a jurisprudência vem entendendo que devemos               
observar o comportamento da vítima durante o processo, se ele                   
cooperou ou demonstrava interesse na persecução, subentendendo que               
ela representou (teoria da aparência). Se a vítima participou entende-se                   
que foi suprida. 
 
De acordo com o art. 25 do CPP a denúncia pode ser retratada até                           
o oferecimento. 
 
É possível a retratação da retratação? 
O STF entende que sim desde que o crime não tenha decaído (06                         
meses), pois o que extingue não é a retratação e sim a própria                         
decadência. 
 
Vitima menor conta prazo para representação? 
Somente quando completar maior idade. 
Só decai 06 meses após o menor completar maioridade. Súmula                   
594 do STF. 
 
Na lei Maria da penha 
Qualquer lesão corporal no âmbito da lei 11.340 é pública                   
incondicionada.  
 
Ação penal nos crimes sexuais 
A súmula 608 está em desuso, pois antes da reforma da lei                       
12.015/09 era válida, pois a regra era que ação penal deveria ser                       
privada, somente em alguns casos é que a ação penal seria                     
condicionada a representação como no caso de vítima pobre, então                   
começou-se a discutir a ideia de crimes de estupro com resultado morte                       
ou lesão corpora (violência real), seriam crimes complexos por força do                     
art. 101 do CP (crimes complexos, Teoria criada por Antolisei que seria                       
a junção de dois tipos penais. Ex. estupro com resultado morte).  
 
Pega-se então na junção dos dois tipos penais a do tipo da ação                         
penal mais grave, ou seja, a incondicionada e essa prevalecerá sobre as                       
demais, dessa forma é que se criou a súmula 608 do STF. 
 
Com a reforma da lei 12.015 o legislador trouxe expressamente a                     
regra prevista no art. 225 do CP (condicionada a representação), salvo                     
se menor de 18 anos ou vulnerável, portanto a súmula 608 caiu emdesuso, perdeu sua essência, não se discute mais a violência real ou                       
presumida desta súmula. (213, caput, e §1º e 217-A). 
 
 
 
Ação penal privada  
Fundamento legal art. 30. O motivo para ser privada é a                     
tenuidade da lesão, o acentuado caráter privado do bem jurídico                   
tutelado. Ex. crimes contra a honra.  
 
O PERDÃO CONCEDIDO A UM ESTENDE-SE A TODOS 
Princípios orientadores  
 
Disponibilidade  
O querelante pode dispor, pode desistir da ação. O perdão e a                       
perempção são causas de extinção da punibilidade. Art. 60 do CPP.                     
Estão associados a disponibilidade. 
 
Oportunidade 
O querelante propõe ação se quiser, ele não é obrigado a fazê-lo.                       
No silêncio no perdão, induz anuência. Art. 58 do CPP. O perdão deve                         
ser aceito, se concedido a um, a todos se estenderá. Art. 51 do CPP e                             
105, V do CPP.  
 
21/03/2018 
 
Indivisibilidade  
A queixa deve ser proposta em face de todos os autores do crime,                         
pois é indivisível. O querelante não pode escolher em face de quem pode                         
propor a queixa crime. Não é possível representar em face apenas de                       
um autor do crime, pois o processo não pode ser instrumento de                       
vingança.  
 
Perdão 
 
Do judicial 
É o meio pelo qual o juiz, ainda que reconhecida a prática                       
criminosa, deixa de aplicar a pena. Necessita da função                 
ressocializadora. O momento oportuno é na sentença, pois primeiro                 
considera ele culpado para depois reconhecer o cabimento. Aplica-se ao                   
homicídio culposo previsto no CTB. 
 
Qual a natureza jurídica do perdão judicial? 
É causa de extinção da punibilidade. 107, IX do CP. 
 
Qual a natureza jurídica da sentença que concede o perdão                   
judicial. 
1ª corrente: É uma sentença condenatória, e com ela deverá subsistir                     
todos os efeitos penais (secundário), tas como reincidência, anotação da                   
FAC. (Nelson Hungria e damásio) 
2ª corrente: É uma sentença declaratória da extinção da punibilidade                   
que não deve subsistir qualquer efeito dela decorrente, inteligência da                   
súmula 18 do STJ c/c art. 120 do CP. 
 
Do ofendido  
É uma causa em que o ofendido ou o representante legal desiste                       
de prosseguir com o andamento do processo já em curso desculpando o                       
ofensor pela pratica do crime. Trata-se de ato bilateral, é indispensável                     
que ele seja aceito, para que então gere a extinção da punibilidade. Não                         
pode haver condição ou exigência.  
 
Pode ser feito dentro do processo ou fora dele. Fora é escritura                       
pública. 
O perdão judicial é bilateral pois necessita de anuência. Caso não                     
haja anuência o processo continua.  
 
Perempção:  
Causa de extinção da punibilidade. Art. 60  
 
Ação penal ex oficio 
 
Temos contudo analisando o texto constitucional a possibilidade               
do juízes e tribunais, sempre que verificarem que alguém sofre ou está                       
na iminência de sofrer coação ilegal a liberdade de locomoção. (HC de                       
ofício) art. 654, §2º do CPP. 
 
Ação penal nos crimes contra a honra do funcionário público.  
 
Nos casos do funcionário público, art. 145, Pú do CP, poderá ele                       
optar por representar ou contratar advogado para propor queixa crime.                   
Propor queixa crime. Uma vez oferecida a representação ocorrerá a                   
preclusão da queixa crime, por essa razão, a doutrina sustenta ser                     
legitimidade alternativa. (concorrente súmula 714) 
 
Ação civil ex delicto  
 
O art. 5º, V da CF, assegura indenização por dano material e                       
moral em decorrência dos ilícitos causados, conforme preceitua o art.                   
186, 927, 935 do CC e 91, I do CP. A sentença penal condenatória é                             
título executivo judicial, independente do órgão que profira, art. 63 do                     
CPP. Ele pode não querer aguardar o fim do processo penal, então, pode                         
ingressar com uma ação civil e não aguardar o término do processo                       
crime terminar.  
 
28/03/2018 
 
Independência dos órgãos art. 64. A ação civil pode ser ajuizada                     
antes ou depois ou durante a tramitação do inquérito ou ação penal. 
 
Leitura dos art. 65 a 68 do CPC. 
 
Art. 65 hipóteses de excludente de ilicitude, faz coisa julgada no                     
cível. 
Prisão é a privação da liberdade de locomoção, determinada pela                   
autoridade competente ou em caso de flagrante delito. Nelas estão a                     
prisão em flagrante a preventiva e temporária. 
 
Súmula vinculante nº 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos                         
de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade                         
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a                         
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade             
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da                       
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da                       
responsabilidade civil do Estado. 
 
A prisão pode ser: 
A prisão processual é sempre de excepcional, pois a regra é não prender                         
e efetuar uma medida cautelar. 
 
 
a) Prisão pena: imposta depois de transitada e julgada a sentença                   
penal condenatória. Essa tem por finalidade a satisfação da                 
execução da condenação. 
b) Prisão sem pena: natureza jurídica processual e pré-processual.               
Assegura o bom andamento da investigação e do processo penal,                   
evitando, ainda, que o réu volte a delinquir. Nessa prisão deve-se                     
preencher o FUMUS COMISSI DELICT e PERICULUM LIBERTAT               
estando incluídas a temporária e preventiva. 
c) Prisão civil: não se refere a infração penal, mas sim ao                     
cumprimento de obrigação civil (devedor alimentos); 
d) Prisão para averiguação: é aquela feita sem autorização e apenas                   
para investigação. Há entendimento de que violaria o princípio da                   
não-auto-incriminação, sendo portanto inconstitucional, neste         
mesmo sentido a presunção de inocência estaria violada.  
Na teoria, não viola, pois a pessoa é presa                 
provisoriamente/cautelarmente, porque é culpada, mas porque           
sua prisão é necessária ao regular desenvolvimento do processo                 
ou investigação. 
Dessa forma, é um absurdo decisões no sentido de decretar                   
prisão provisória, dizendo que o réu solto voltará a praticar                   
crimes. 
 
Obs. STJ e STF não admitem prisão provisória em razão da gravidade                       
do delito.  
Toda decisão provisória deve ser fundamentada. 93, IX. Sempre                 
observar se está fundado em perigo concreto.  
Deverá ser acompanhada de contraditório, 282, §3º do CPP. 
 
Preventiva 
Pode ser dada em qualquer fase, no inquérito ou do processo. 
Obs. Até o recebimento da denúncia a preventiva não pode serdecretada de ofício pelo juiz, devendo ser requerido pelo MP, querelante,                     
ou assistente ou de representante da autoridade policial (art. 311 CPP                     
c/c 306). 
 
Normalmente no curso da investigação a guarda-se o               
encerramento do prazo da temporária (05 dias) para depois representar                   
pela prisão preventiva. Uma vez decretada a preventiva em regra não se                       
expede alvará de soltura, para depois cumprir a preventiva.  
Hoje o prazo para preventiva é muito controvertido, alguns                 
entendem pela aplicação do art. 412 do CPP (90 dias), outros entendem                       
ser o prazo de 105 dias, pois seria o mínimo de tempo somando todos                           
os atos do procedimento ordinário, sob a luz do fundamento da duração                       
razoável do processo, art. 5º, LXXVIII da CF. A regra é que não há                           
prazo, deve-se observar o princípio da razoabilidade. Não devo observar                   
meramente o prazo. 
Portanto, deve ser analisado cada caso concreto. RHC               
66651/RHC 86675. 
As hipóteses de autorização encontram-se no art. 313, 312 do                   
CPP, observado sempre como medida excepcional do art. 319 do CPP. 
 
Obs. Deve ser analisar o FUMUS COMISSI DELICT e PERICULUM                   
LIBERTATIS. 
 
FUMUS COMISSI DELICT 
Indício de autoria  
+ 
Prova da materialidade  
 
PERICULUM LIBERTATIS 
Garantia da ordem pública 
Garantia da ordem econômica 
Conveniência da instrução criminal 
Assegurar a aplicação da lei penal 
 
Obs. Aplica-se o 319 após 313 após 312 do CPP. 
 
A prisão preventiva e a temporária são medidas que recaem sobre                     
o acusado e não são antecipação de tutela satisfativa, isto é, não                       
configuram condenação antecipada. 
 
A jurisprudência do STF distinguiu gravidade em abstrato da                 
gravidade em concreto para fins de prisão cautelar ou provisória, essa                     
gravidade está ligada a garantia da ordem pública. 
Abstrata, é aquela que decorre do preenchimento das condutas                 
tipificadas na lei, as quais pela natureza do delito são aplicadas penas                       
mais graves. Ex. 121, 217, do cp. Nem todo o acusado deve ter sua                           
preventiva decretada tão só pelo fato de ser homicídio. Há outros                     
critérios a serem preenchidos paralelamente a gravidade (conveniência               
da instrução, aplicação da lei penal e etc).  
Muitas prisões preventivas são decretadas genericamente, sem             
mencionar nada mais do que a própria gravidade em abstrato do delito.                       
Isso é ilegal, viola a fundamentação das decisões.  
 
Gravidade concreta: está ligada aos MODUS OPERANDI, a               
conduta particular que caracterizou a execução do crime, a forma de                     
execução (HC 93972), ex. as qualificadoras do homicídio seriam uma                   
justificativa como imperativo de ordem social. 
 
04/04/2018 
 
O HC 125.360 vai decidir se a súmula 608 do STF se esta está em                             
uso. 
 
“A ordem pública relaciona-se normalmente com todas as               
finalidades da prisão processual que constituem formas de privação da                   
liberdade adotadas como medidas de defesa social.  
O modo de execução, a reiteração da pratica delituosa podem                   
justificar a preventiva, independente da gravidade abstrata do delito.  
Quando da maneira de execução do delito sobressair a extrema                   
periculosidade do agente, abre-se ao decreto de prisão, a possibilidade                   
de estabelecer um vínculo funcional entre o MODUS OPERANDI do                   
crime e a garantia da ordem pública”. HC 94979 
 
Outro elemento que leva a prisão é o comportamento agressivo do                     
acusado, desde que provado nos autos. Isto é forma de defesa social,                       
garantia da ordem pública. 
 
Por fim, a gravidade em concreto acarreta a preventiva por                   
garantia da ordem pública. 
 
Para a garantia da ordem pública não há conceito exato. Essa                     
expressão traz a ideia de tranquilidade no ceio social. Havendo risco                     
demonstrado de que o infrator se solto continuará delinquindo, é sinal                     
de que a prisão cautelar é necessária, pois não se pode esperar a                         
sentença penal condenatória transitar em julgado. É necessário que se                   
comprove o risco. Expressões usuais, sem mera comprovação               
probatória de que o indivíduo é quanto mais, possuidor de                   
personalidade voltada para o crime, não se prestam para verificar para                     
verificar o encarceramento.  
 
A mera existência de antecedentes criminais por si só não seria                     
um fator de segurança, embora, de acordo com o STF o fato de já ter                             
sido processado implica no reconhecimento de maus antecedente. 
 
Se o mau antecedente junto com outro requisito tal como                   
testemunha ou documentos revelam que o indivíduo pauta o seu                   
comportamento na vertente criminosa, permitindo-se concluir que o               
crime apurado é mais um dentro da ​carreira​. 
Conveniência da instrução processual penal  
Tutela-se a livre produção probatória, impedindo que o agente                 
destrua provas, ameace testemunhas ou comprometa qualquer ato da                 
instrução ou viole a verdade real. 
 
Garantia da aplicação da lei penal 
Evita-se a fuga do agente, que deseja eximir-se de eventual                   
cumprimento da sanção penal. 
 
Garantia da ordem econômica  
Visa coibir abusos à ordem econômica, ou seja, evitar que o                     
indivíduo, se solto estivar, continue afetando a ordem econômica. Lei                   
8884/94, art. 20, I e II. 
 
Combinar o art. 319 com o art. 282, §4º. A prisão preventiva e                         
decretada em ULTIMA RATIO.  
 
Prisão em flagrante art. 302 
É o delito que “queima”, ou seja, é o delito que acaba de ser                           
cometido ou que esta sendo cometido. 
É uma medida restritiva da liberdade, cautelar e de caráter                   
iminentemente administrativo, que não exige autorização do juiz, pois o                   
fato ocorre de maneira súbita, art. 5º, LXI da CRFB. 
 
Natureza da prisão em flagrante 
1ª corrente – ato administrativo; 
2ª corrente – a prisão em flagrante, ao lado da preventiva, é uma                         
espécie de medida acautelatória que reclama pronunciamento judicial               
acerca da sua manutenção. 
3ª corrente – Nestor Távora, Tourinho filho entendem que se                   
considera um ato complexo com duas fases distintas: a primeira prisão                     
captura, de ordem administrativa e a segunda que estabelece a                   
audiência de custódia ao juiz de natureza processual. 
 
Espécies de flagrantes  
O flagrante próprio/real é quando o agente é surpreendido                 
cometendo a infração penal, ou quando acaba de cometê-la. A prisão                     
deve ser imediata, sem decurso de qualquer intervalo de tempo. Art.                     
306 o imediatamente significa custódia, descrito no Art. Inteligência dos                   
art. 302 c/c Art. 306.  
 
No flagrante impróprio/quase flagrante/irreal o agente éperseguido, logo após a infração em situação que lhe faça presumir                     
sê-lo autor do fato. É a hipótese do Art. 302, III do CPP. A expressão                             
logo após abarca todo espaço de tempo que flui para a polícia chegar ao                           
local, colher provas do delito e iniciar a perseguição. Nessa modalidade                     
não há crença popular que há um prazo de 24 entre o cometimento do                           
crime e a prisão. O raciocínio deve ser o seguinte, em quanto a                         
perseguição não for interrompida, mesmo que durante dias e semanas,                   
estamos diante do flagrante impróprio. Art.302, III c/c 290, §1º do CPP. 
 
No flagrante presumido/ficto/ assimilado o agente é preso logo                 
após ter cometido o crime com instrumentos, armas, ou objetos e                     
papeis que presumam ser ele autor do delito, Art. 302, IV. Essa espécie                         
não exige perseguição, bastando a pessoa em situação suspeita, seja                   
encontrada logo depois da prática do delito, sendo que o nexo são os                         
elementos objetos que façam crer que é ele autor do crime. O lapso                         
temporal não há uma previsão taxativa na lei.  
 
11/04/2018 
 
Flagrante esperado: temos o tratamento da atividade pretérita da                 
autoridade policial que antecede ao início da execução delitiva, em que                     
a polícia se antecipa ao criminoso, e, tendo ciência de que a infração vai                           
acontecer sai na frente, fazendo tocaia e realiza a prisão quando os atos                         
executórios são deflagrados. Este flagrante não está disciplinado na                 
legislação, utiliza-se analogicamente o art. 302, I do CPC. 
 
Flagrante provocado/preparado: nessa modalidade o agente é             
conduzido ou instigado a cometer o delito e, nesse momento acaba                     
sendo preso em flagrante. 
É um artifício onde verdadeira armadilha a maquinada no intuito                   
de prender em flagrante aquele que sede a tentação e acaba praticando                       
a infração penal. Súmula 145. A pessoa é convencida a praticar um                       
crime. Ex. um policial disfarçado encomenda a um falsário certidão de                     
nascimento de pessoa ficta e no momento da celebração, quando                   
entrega o documento e recebe o dinheiro, realiza o flagrante. Aplica-se a                       
súmula 145 do STF. 
 
E se o provocado ocorrer em crime permanente? 
Não se aplica a súmula 145 do STF. Nestor Távora. Na verdade ocorrerá                         
apenas uma constatação do fato que anteriormente já vinha ocorrendo,                   
sendo portanto totalmente legal a prisão. Ex. traficante de drogas                   
abordado por policial disfarçado, se o traficante já tinha consigo o                     
estoque o tráfico já estava consumado. Agora se a pessoa não tinha                       
droga e serviu de esforços para consegui-la, aplica-se a súmula 145 do                       
STF.  
 
Flagrante diferido ou postergado. É um flagrante estratégico, pois                 
a autoridade policial tem a faculdade de aguardar do ponto de vista                       
criminal o momento mais adequado para realizar a prisão. 
A lei 12.850/13 previu expressamente em seu art. 8º denominada                   
ação controlada.  
Não se exige autorização judicial nem oitiva do MP, cabendo à                     
autoridade policial a conveniência ou não da medida, apenas                 
comunicando previamente o juízo.  
Há também na lei 11.346/06 em seu art. 53, II, requer                     
autorização judicial, do MP e também requer o conhecimento do                   
caminho das drogas e dos eventuais agentes do delito (art. 53, caput e                         
Pú). 
 
Flagrante forjado é o flagrante armado, realizado para incriminar                 
pessoa inocente. Ex. empregador que insere objetos em sua bolsa,                   
chamando a polícia para prende-lo em flagrante.  
 
Mandado de prisão.  
 
A constituição assegura no LXI que ninguém será preso senão em                     
flagrante delito ou por ordem judicial escrita e fundamentada desde que                     
por competente, SALVO nos casos de transgressão militar, ou crime                   
propriamente militar definidos em lei.  
O mandado de prisão é titulo hábil que viabiliza a prisão. 
O mandado de prisão preventiva deverá respeitar a inviolabilidade                 
do domicílio, art. 282, §4 do CPP c/c art. 5º, XI da constituição e c/c                             
art. 150 §§ 3º e 4º do CP, salva em flagrante delito. 
Não caracteriza ilegalidade ao morador que permitir a entrada no                   
domicílio. 
Observações finais. Prazo para preventiva não existe, deve se                 
respeitar a razoabilidade. Caso configure excesso de prazo irazoável                 
cabe relaxamento da prisão. Informativo 868/2017 
 
Quando existir violação do art. 313 cabe relaxamento. É uma prisão                     
ilícita. 
No art. 312 a prisão é lícita, mas não preenche os requisitos. 
 
Ressalta-se que a preventiva é medida excepcional mesmo sendo                 
hediondo ou equiparado.   
 
A prisão em flagrante deverá ser levada em 24 horas, o preso, a                         
uma audiência de custódia, na presença da autoridade competente para                   
que avalie a legalidade desta. (art. 5º e art. 7º do pacto são José da                             
costa rica)(resolução do CNJ sobre custódia 213/2015). 
 
O mandado deverá respeitar: 
1. Será lavrado pelo escrivão assinado pela autoridade que               
deverá ser competente, sob pena de ser ilegal a prisão                   
(relaxamento); 
2. Designará a pessoa que tiver de ser presa pelo nome,                   
alcunha ou sinais característicos, o que deve ser feito de                   
forma objetiva, para que se preserve a eficiência da                 
execução; 
3. Indicará o valor da fiança, nas infrações que a comportem,                   
evitando assim, o cárcere em razão daqueles que tem direito                   
a liberdade provisória; 
4. Será dirigido ao responsável pela execução da prisão.  
O mandado será passado em duas vias, sendo uma entregue ao                     
preso informando-o do dia hora e local da diligência (nota de culpa). A                         
outra via ficará com a autoridade competente que efetuou a prisão.                     
Caso o preso não possa/não queira/não saiba assinar serão utilizadas                   
duas testemunhas que assinaram.  
 
Nos crimes permanentes, que se alongam no tempo em quanto                   
não cessar a permanência, a prisão em flagrante poderá ser realizada a                       
qualquer tempo Art. 303 do CPC, mesmo que para tanto seja necessário                       
o ingresso domiciliar, vide art. 5º XI. 
 
Crimes habituais  
Nos crimes habituais que se materializam como modo de vida do                     
infrator, exigindo-se para consumação a reiteração de condutas. Ex.                 
282 do CP e 229 do CP. 
Um ato isolado é fato atípico. 
A doutrina na sua grande maioria entende que não cabe flagrante                     
nestes tipos de crime, uma vez que quando são pegos estão cometendo,                       
naquele momento um ato, e, não há como precisar nesse instante, se                       
existe ou não habitualidade. 
Mirabete entende possíveldesde que no ato se comprove a                   
habitualidade. Neste caso, não se negaria a situação de flagrância,                   
como no caso do bordel, ou no caso do falso médico atendendo vários                         
pacientes. HC 46115/69 e HC 36723/59. 
Por fim, caberá flagrante no habituais conforme HC 42995/05. 
 
Nada impede a prisão em flagrante nos crimes de ação penal                     
privada, mas para lavratura do ato deverá haver manifestação de                   
vontade do respectivo legitimado. 
 
Obs. Crime continuado, a doutrina chama esse flagrante de fracionado. 
Art. 61 termo circunstanciado, se negando a assinar cabe prisão em                     
flagrante. Exceções na lei 11343/06 art. 28 não cabe prisão em                     
flagrante, cabe a aplicação do art. 43. 
 
18/04/2018 
 
Competência é limite da jurisdição. 
 
Jurisdição é o poder dever que o Estado de prestar a tutela                       
jurisdicional. 
 
De inicio deve-se verificar se é de competência eleitoral ou militar.                     
A competência residual é da justiça comum, estadual e federal. O que                       
não for competência da justiça federal sobra para justiça estadual.  
 
Competências constitucionais  
Materiais 
Devido a especialidade do código eleitoral e militar, a constituição                   
optou por estruturar 02 justiças especializadas Eleitoral e Militar (124 e                     
125 da CRFB), que são definidas em razão da natureza do crime. 
 
Justiça Eleitoral art. 120 da CRFB c/c 35 da Lei 4.737/65. Art.                       
289 e seguintes do código eleitoral. 
 
Justiça Militar, compete julgar os crimes militares previstos no                 
código penal militar, art. 124 e 125 da CRFB, que podem ser: 
a) Federal, art. 124 Na justiça federal julga integrantes das forças                   
armadas, marinha, exercito e aeronáutica.  
A ​primeira das instancias​ é auditoria federal militar,  
A ​segunda instancia Superior Tribunal Militar. Art. 9º do Código                   
Penal militar. 
 
a) Estadual, art. 125, §3º da CRFB, julga militares, PM e CBMERJ                     
(bombeiros), quando praticarem crimes previstos no código penal               
militar.  
 
Obs. É possível julgar civil responder por crime militar, desde que a                       
conduta praticada tenha previsão no CPM, pois a competência estadual                   
militar é em razão da matéria.  
 
Crime militar é aquele praticado por militar no exercício de suas                     
funções ou praticado por qualquer um contra o interesse das forças                     
militares. Está previsto no art. 9º do COM. Aquele que pratica crime                       
doloso contra a vida de civil será julgado no júri. 
 
Competência residual pode ser comum/ estadual ou federal. 
 
Justiça comum federal. Art. 109, IV. 
É em razão da pessoa (RATIONE PERSONAE), ou seja, tem que                     
analisar o sujeito passivo. Se a vítima for a união, entidades                     
autárquicas (é órgão da união) ou empresa pública. Quando for                   
sociedade de economia mista a competência será da justiça estadual.  
 
Sociedade de economia mista a maior parte do capital é privado e                       
parte do governo. Empresa pública somente capital público CEF é                   
competência federal. Se for franquia é competente a justiça federal.  
 
Crime praticado por funcionário público federal no exercício das                 
suas funções, a competência será da justiça comum federal, pois se                     
entende que o crime é praticado contra o interesse da união. Súmula                       
147 do STF. 
 
Obs. Existe tribunal do júri na justiça federal. Delegado federal                   
que pratica crime fora da sua função será competente a justiça comum                       
estadual se o delegado usou bens da união para o cometimento do                       
crime a competência será da justiça federal. 
O vício do inquérito não contamina a ação penal, pois é                     
dispensável. 
 
Correios, a regra é que a competência é da justiça federal, pois                       
está no art. 109, IV da constituição, se for franqueado é competência da                         
justiça estadual. Se a subtração for de bens transportados com                   
conteúdo, (sedex) ainda que seja franqueado será da justiça federal. C.C                     
nº 27343/SP. 
 
Na justiça federal NUNCA JULGA CONTRAVENSÃO, por expressa               
exclusão do JECRIM. Magistrado é julgado sempre no TJ que é                     
vinculado.  
 
Falsificação de passaporte a competência é da justiça federal,                 
quando a intenção do agente é sair do país. Quem fiscaliza a fronteira é                           
a união, razão pela qual a competência é da justiça federal. 
 
Art. 109, V – é crime internacional sendo a competência da                     
justiça federal, já o interestadual a competência é da justiça estadual.                     
Pode haver a investigação pela polícia federal, lei 10446/02 desde que a                       
policia civil solicite o auxílio.  
 
Art. 109, IX – e se for contra índio? Matar um índio é competente                           
a justiça estadual, pois o simples fato de ser índio não atrai para                         
federal. 
 
Teoria do juízo aparente se determinado juízo parece competente,                 
mas no curso do processo, se percebeu que a competência era de outro                         
juízo e houve declínio, os atos praticados por aquele são considerados                     
válidos.  
 
Incidente de deslocamento de competência – IDC – Art. 109, §5º                     
da CRFB, se houve violação grave dos direitos humanos, desloca da                     
competência estadual para federal. ADI 3486. 
 
Justiça comum estadual  
É competência da justiça comum estadual (residual) tudo o que                   
não for da Eleitoral, Militar e comum federal é da estadual.  
 
Júri tem previsão expressa no art. 5º inciso XXXV da CRFB.                     
Homicídio, infanticídio, auxílio ao suicídio e aborto.  
Latrocínio 157, §3º súmula 603 do STF, diz que não vai a júri.  
Infração de menor potencial ofensivo são os que tem menos de 2                       
anos. JECRIM art. 98, I da CRFB. A criação do JECRIM decorre da                         
CRFB. Criado no art. 98, I da CRFB que foi regulado sua competência                         
na lei 9099/90, art. 61. Os critérios dos art. 61 são constitucionais e                         
não legais.  
Fonajé nº 20 jecrim 
 
Foro privilegiado a constituição conferiu a determinados tribunais               
foro privilegiado para determinadas pessoas de acordo com seu cargo                   
público. Art. 53 
 
25/04/2018 
 
Trazer o caso 03 
Inquérito e ação penal 
Princípios  
Características 
Princípios  
Indisponível 
Dispensável  
Prazos para inquérito 
 
03 Inquérito 
04 inquérito  
06 ação penal 
 
Art. 155 cpp 
Art. 156 ideia 
Art. 129, I 
 
Delação premiada  
Súmula vinculante 14 
 
Sumula 696 stf  
 
A prerrogativa é do cargo e não da pessoa. A ideia é, na                         
prerrogativa de função, que se tenha um julgamento mais qualificado,                   
ou seja, colegiado.  
 
Não há simetria na competência em razão do foro por prerrogativa                     
de função. Art. 102, I da CRFB, art. 105, I da CRFB.  
 
TJ tem competênciao próprio tribunal de justiça no qual o juiz é                         
vinculado. JUIZ É SEMPRE JULGADO NO TJ ONDE É VINCULADO.                   
NUNCA VAI PARA JÚRI POPULAR, ART. 96, II DA CRFB. 
 
No TJRJ a competência é do órgão especial, art. 3º e 7º RITJ,                         
salvo O PREFEITO e O VEREADOR que são julgados pela SEÇÃO                     
CRIMINAL.  
 
O juiz também nunca será julgado no TRF.  
Art. 29, X da CRFB? 
O prefeito é julgado no TJ. Caso cometa crime federal será julgado no                         
TRF. E caso cometa crime eleitoral será julgado na justiça eleitoral. 
 
Obs. Prefeito, juiz e membro do MP que cometerem crimes dolosos                     
contra vida serão julgados no TJ por se tratar de norma especial                       
embora ambos decorram da constituição. Súmulas 208 e 209 do STJ.                     
Competência acerca de desvio de verba é de onde está incorporada a                       
verba, se no patrimônio municipal é do Estado, se no patrimônio federal                       
na justiça federal. 
 
Não se aplica a Súmulas 208 e 209 do STJ ao juiz.  
 
O art. 125, §1º da CERJ estipula outros foros por prerrogativa de                       
função além daqueles previstos constitucionalmente, em respeito ao               
pacto federativo desde que esse foro não contrarie o princípio da CRFB.  
 
Deputado estadual julgado no TJ ainda que cometa doloso contra                   
a vida, decorre da simetria entre o deputado federal e o deputado                       
estadual.  
 
A primeira constituição estadual foi de Goiás que concedeu a um                     
defensor e um delegado da polícia civil foro de prerrogativa de função.                       
Foi impetrado uma ADI em sede cautelar foi suspensa a vigência desta                       
lei. Ocorre que depois, o STF entendeu que essa lei era constitucional                       
relativo ao defensor e inconstitucional o foro para delegado ADI 5103                     
12/04/18. O delegado foi retirado para não violar a hierarquia em face                       
do MP.  
 
Mas se o defensor cometer crime doloso contra vida? 
Nos crimes dolosos contra a vida é de competência do tribunal do                       
júri, visto que seu foro privilegiado é conhecido exclusivamente na                   
constituição estadual, norma inferior à constituição federal. Súmula               
721 do STF. c/c 27, §1 da CF não combina. 
 
Obs. O STF já formol maioria para restringir o foro por prerrogativa de                         
função de parlamentares sendo 8 a 11 se manifestando em favor da                       
restrição. 
 
De acordo com a maioria formada, deputados federais e                 
senadores somente devem responder processos no STF se o crime for                     
praticado no exercício do mandato. Nos delitos praticados antes do                   
mandato ele vai ser julgado na primeira instância como qualquer                   
cidadão. No entanto há divergência sobre os processos em curso. AP                     
937.  
 
Só se extingue com a cessação definitiva do cargo, juiz                   
aposentado não tem prerrogativa de função. 
 
Deputados federais e senadores, foro por prerrogativa de função                 
no STF, art. 53, §1º da CRFB.  
 
Aplica-se analogicamente ao deputado estadual? 
Leitura do art. 27, §1º da CRFB, sim, não aplica a súmula 721 ao                           
deputado estadual.  
E se o deputado cometer crime doloso contra a vida? 
Os dois decorrem da constituição federal.  
 
Ele vai ser julgado no júri? 
Não, embora não seja expressa na CRFB, no entanto está                   
implícito no art. 27 da CRFB. Deputado é TJ, mesmo que doloso contra                         
a vida.  
 
Competências legais 
 
Regra geral art. 70 do CPP. A competência será em regra do lugar                         
em que se consumar a ação (teoria do resultado) ou no caso de tentativa                           
do lugar em que for praticado o último ato da execução.  
   
Comer o art. 70.  
 
Em relação ao crime plurilocal, ou seja, onde a conduta ocorre em                       
um município e a consumação em outro, o STF excepciona a aplicação                       
do art. 70, ao considerar competente o local onde ocorreu a conduta,                       
em virtude da possibilidade de uma melhor instrução probatória, STF                   
RHC 116.200/RJ.  
 
Competência por livre distribuição 
 
Livre distribuição art. 75  
Competência em crimes internacionais art. 89 e 90, saber o que é                       
navio para jurisprudência do STJ e STF é aquele com potencial de                       
deslocamento em uma interpretação restritiva. Se o crime é cometido                   
abordo de navio atracado, ancorado, COM MOTOR DESLIGADO, ele não                   
está em movimento sendo a COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL e                   
não federal.

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