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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ LUCIANA SATIE YAMANOUCHI LUMA NATÁLLIA MEIRA MARIANA SCHULZE MATHEUS CHIQUETTO KAVA PERDA DE CARGA DISTRIBUÍDA GUARAPUAVA 2018 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 2 OBJETIVOS 3 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3 3.1 VAZÃO VOLUMÉTRICA 3 3.2 PERDA DE CARGA 3 3.2.1 Fórmula Universal 4 3.3 FATOR DE ATRITO 5 3.4 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO 6 4 MATERIAIS E MÉTODOS 7 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7 5.1 CANALIZAÇÃO PVC 7 5.2 CANALIZAÇÃO PVC E ACRÍLICO 8 6 CONCLUSÃO 9 7 BIBLIOGRAFIA 10 1 INTRODUÇÃO O líquido ao escoar em um conduto é submetido a forças resistentes exercidas pelas paredes das tubulações e por uma região do próprio líquido. De acordo com Porto (2006), o escoamento interno em tubulações sofre forte influência das paredes, dissipando energia em razão do “atrito” viscoso das partículas fluidas. As partículas em contato com a parede, adquirem a velocidade da parede e passam a influir nas partículas vizinhas por meio da viscosidade e da turbulência, dissipando energia. Essa dissipação de energia, provoca gradativamente uma redução da pressão total do fluído ao longo do escoamento, denominada perda de cargas. Pode -se classificar a perda de carga localizada (em conexões, aparelhos ou particularidades em determinados pontos da tubulação) e distribuída, ao longo do comprimento do duto. A qual veremos neste experimento, analisando canalizações de materiais diferentes sem acessórios e também como outros fatores que influenciam na perda de carga. 2 OBJETIVOS Esta experiência tem como finalidade demonstrar a influência de grandezas como vazão, comprimento e diâmetro na perda de carga distribuída. Além de determinar a perda de carga, o fator de atrito do escoamento e a vazão. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1 VAZÃO VOLUMÉTRICA A vazão é o volume de fluido que escoa através de uma certa seção por unidade de tempo. Dessa forma, vazão é a rapidez com que o volume escoa através de uma tubulação por unidade de tempo, que pode ser expressa pela equação 1. v Q = t V (1) Onde: ● : Vazão Volumétrica [m3/s];v Q ● V : Volume [m3]; ● t : Tempo [s]. 3.2 PERDA DE CARGA Segundo Baptista (2003) a perda de carga pode ser definida como sendo a perda de energia que o fluido sofre durante o escoamento em uma tubulação, podendo ser caracterizada em perda de carga linear e perda de carga singular, sendo a primeira devido ao comprimento da tubulação e a outra devido a presença de conexões, aparelhos, entre outros. A perda de carga linear é a resistência ao escoamento devido ao atrito entre o fluido e a tubulação, mas que pode ser maior ou menor devido a outros fatores tais como o tipo de fluido (viscosidade do fluido), ao tipo de material do tubo (um tubo com paredes rugosas causa maior turbulência), o diâmetro do tubo e a quantidade de conexões, registros, entre outros, existentes no trecho analisado. Ainda de acordo com Baptista (2003), a perda de carga unitária é dada pela razão entre entre a perda de carga linear e o comprimento da tubulação, representando o gradiente ou inclinação da linha de carga, e é representada pela equação 2. (2)J = L hp Onde: ● J: Perda de carga unitária [m/m]; ● hp: Perda de carga linear [m]; ● L: Comprimento da tubulação [m]. 3.2.1 Fórmula Universal “Foi Chezy, por volta de 1775, que observou que a perda de carga pela passagem de água sob pressão em tubos variava mais ou menos com o quadrado da velocidade da água.” E de acordo com Netto (2015), em 1850 [1] Darcy e Weisbach propuseram um aprimoramento para a perda de carga. Segundo Netto (2015), Darcy foi o primeiro investigador a considerar o estado das paredes dos tubos e apresentou a fórmula atual, que é indicada na equação 3. (3)p f . . h = LD 2g V ² Onde: ● : Perda de carga [m];p h ● L: Comprimento da tubulação [m]; ● D: Diâmetro da Tubulação [m]; ● V: Velocidade de escoamento [m/s]; ● g: Aceleração da gravidade [m/s²]; ● : Fator de atrito.f 3.2.2 Equação de Hazen-williams “Em 1903, dois pesquisadores norte-americanos, após cuidadoso exame estatístico de dados obtidos por mais de trinta investigadores, inclusive os de Darcy e os decorrentes de pesquisas próprias, propuseram uma fórmula prática.” [1] De acordo com Netto (2015), a fórmula foi desenvolvida pelo Engenheiro Civil e Sanitarista Allen Hazen e pelo Professor de Hidráulica Garden Williams, e está representada na equação 4. (4)0, 5J = 1 6 Q 1,85 C D1,85 4,87 Onde: ● Q: Vazão Volumétrica [m3/s]; ● D: Diâmetro Interno do Tubo [m]; ● J: Perda de Carga Unitária [m/m]; ● C: Coeficiente que depende da natureza (material e estado) das paredes dos tubos. “É uma fórmula que pode ser satisfatoriamente aplicada a qualquer tipo de conduto e de material: canais (condutos livres) ou condutos forçados. Usa-se em água, esgotos e irrigação. Os seus limites de aplicação são os mais largos: diâmetros de 50 a 3.500mm e velocidades até 3m/s, ou seja, praticamente todos os casos do dia a dia aí se enquadram.” [1] 3.3 FATOR DE ATRITO De acordo com Netto (2015) o coeficiente de atrito f pode ser expresso em função do número de Reynolds e da rugosidade ‘e’ dos tubos. Ainda segundo Netto (2015) o número de Reynolds classifica o escoamento em laminar, se e em escoamento turbulento se , se o e 2000 R ≤ e 000 R ≥ 4 escoamento se encontra esses dois valores, então será um escoamento de transição. Segundo Netto (2015) em 1938 C. F. Colebrook propôs uma equação para regiões entre o caso dos tubos lisos e a zona de turbulência, sendo esta a equação 5. f = 4 1 log([ e3,71D + 2,51υD√2gJD] −2 (5) Onde: ● f : Fator de atrito; ● e: Rugosidade [m]; ● D: Diâmetro [m]; ● Re: Número de Reynolds (equação 6). (6)e R = v V .L Onde: ● V: Velocidade [m/s]; ● L: Comprimento [m]; ● v: Viscosidade cinemática [m²/s]. Para o cálculo do fator de atrito, utiliza-se o método de Newton-Raphson, desenvolvida por Isaac Newton e Joseph Raphson, que tem como finalidade determinar suas raízes por aproximações de valores de um modo iterativo. 3.4 VELOCIDADE DE ESCOAMENTO A velocidade de escoamento tem duas maneiras de ser calculada, pela equação da vazão (equação 7) ou pela equação de Colebrook White (equação 8). (7).AQ = VV = − 2√2gJD log [ ( e3,71 D + 2,51 vD √2gJD)] (8) 4 MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados foram: ● Tubo de PVC 3/4”; ● Tubo de acrílico 30mm; ● Trena; ● Bancada hidráulica; ● Cronômetro; ● Mangueira ligada à bancada; ● Recipiente de vidro medidor de volume. Para realização do experimento primeiramente foram ligadas as mangueiras de leitura aos piezômetros, então foi aberta a entrada e saída de água do tubo de PVC de ¾” e ligado o bombeamento. Enquanto a bomba ficou em funcionamento para retirada de bolhas de tubulação, foi utilizada a trena para medição do comprimento da tubulação de PVC. Com a bancada hidráulica em funcionamento foi enchido um reservatório com 30L de água, com o tempo cronometrado e anotado. Para isso a contagem se iniciou quando marcava 10L no reservatório e foi concluída aos 40L. Após esses procedimentos, foi analisado a leitura do piezômetro para determinação da perda de água no percurso. Para melhores resultados a leitura foi feita o mais próximo possível da parte inferior da linha d’água. Finalizado todos os procedimentos foi calculado o fator de atrito. O segundo experimento, foi aberto a válvula de passagem de acrílico de 30mm de diâmetro e analisado novamente a perda de carga no piezômetro. Para que fosse possível calcular a vazão. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 CANALIZAÇÃO PVC Primeiramente foi realizado o experimento com a água passando por apenas um conduto, sendo este rugoso, com a mesa hidráulica em funcionamento foi medido o tempo para encher uma certa quantidade predeterminada e então calculada a vazão a partir da equação 1: , 0087m³/sQ = t V = 30l34,42s = 0 0 Foi feita então a leitura da coluna d’água no piezômetro, sendo estas: e , 8z1 + γ p1 = 0 1 , 45z2 + γ p2 = 0 1 dessa forma temos que a perda de carga pode ser calculada pela equação 9: (9)p z ) (z ) , 35mh = ( 1 + γ p1 − 2 + γ p2 = 0 0 Para o cálculo do fator de atrito foi utilizada a equação 5 e substituídos os valores obtidos experimentalmente, como mostra abaixo: , 273 f = 4 1 log([ e3,71D + 2,51υD√2gJD] −2 = 4 1 log([ 3,71 0,2*0,005 10* −3 + 2,51 10* −60,2√2 9,806 0,2* * 2,20,035 * ] −2 = 0 0 Todos os dados coletados e calculados no experimento se encontram na tabela 1. 1º Ensaio T (s) 34,42 Volume Reservatório (litros) 30,00 D (mm) 20,00 L (m) 2,22 e (mm) 0,005 Z1 + p1/y (m) 0,18 Z2 + p2/y (m) 0,145 Hp (m) 0,035 Vazão (m³/s) 0,00087 Fator de Atrito 0,0273 Tabela 1: Dados experimentais 1 5.2 CANALIZAÇÃO PVC E ACRÍLICO A segunda parte do experimento consistiu em abrir mais um conduto, mas este era de acrílico, ou seja, sua rugosidade é nula, dessa forma não contribuindo para a perda de carga. Dessa forma o fator de atrito calculado na primeira etapa do experimento pode ser utilizado nesta também. Como o objetivo era calcular a vazão que passava quando o segundo conduto foi aberto, foi feita a leitura do piezômetro, sendo esta: e , 55z1 + γ p1 = 0 1 , 5z2 + γ p2 = 0 1 dessa forma temos que a perda de carga pode ser calculada pela equação 10: (10)p z ) (z ) , 05mh = ( 1 + γ p1 − 2 + γ p2 = 0 0 Para o cálculo da vazão é necessário ainda encontrar a velocidade do escoamento, então pela equação 3 temos que: ∴ p f . . h = LD 2g V ² , 19m/s V = √ L f2 g D hp = √ 2,2 0,0273*2 9,806 0,3 0,005* * * = 0 2 E dessa forma é possível calcular a vazão, pela equação 7: A , 19 , 0016m³/sQ = V = 0 2 4 π 0,02²* = 0 0 Todos os dados obtidos e calculados na segunda etapa do experimento realizado está na tabela 2. 2º Ensaio D (mm) 30,00 L (m) 2,22 e (mm) 0,00 Z1 + p1/y (m) 0,155 Z2 + p2/y (m) 0,15 Hp (m) 0,005 Fator de Atrito 0,0273 Vazão (m³/s) 0,00016 Tabela 2: Dados experimentais 2 6 CONCLUSÃO Em virtude dos dados obtidos experimentalmente, pode-se observar que a perda de carga, ao abrir o registro da canalização de acrílico, diminuiu significativamente em relação a perda de carga quando somente a canalização de PVC encontrava-se aberta. Esse fato deve-se à rugosidade do cano de acrílico ser nula. Além da rugosidade, outros fatores que podem interferir na mudança de perda de carga são as velocidades de escoamento, vazões e diâmetro, contudo, este último desconsidera-se neste caso, pois, no experimento realizado, não houve mudança de diâmetro ao longo dos comprimentos constantes dos tubos. Pode-se concluir, então, que quanto menor é a rugosidade, menor será a perda de carga na tubulação. 7 BIBLIOGRAFIA AZEVEDO NETTO, José M. de; FERNANDEZ Y FERNANDEZ, Miguel. [1] Manual de hidráulica. 9. ed. São Paulo: E. Blücher, 2015 BAPTISTA, Márcio (Org) et al. Hidráulica aplicada. 2. ed. rev. e ampl. [2] Porto Alegre: ABRH, 2003. PORTO, Rodrigo de Melo. Hidráulica Básica. 4. ed. São Carlos: Rima [3] Artes e Textos, 2006.
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