Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
9) Ana Maria trabalhou na empresa Preço Bom Ltda., por 3 (três) anos. Foi dispensada imotivadamente em 20.04.2015, não tendo cumprido o aviso prévio. O empregador efetuou o depósito das verbas rescisórias na conta salário de Ana Maria no dia 29.04.2015, mas a homologação da ruptura contratual só ocorreu no dia 21.05.2015. Diante do caso apresentado, responda justificadamente se Ana Maria te m direito à multa prevista no art. 477, §8º, da CLT, indicando o prazo máximo (dia, mês e ano) para a quitação das verbas da rescisão contratual. Resposta: Há divergência, a tese de defesa para empresa é afirmar o seu direito a multa, previsto no artigo 477, § 8º, CLT. Pois as verbas rescisórias não foram quitadas, artigo 477, § 6ª,CLT. O simples depósito das verbas não pode afastar o seu direito a multa, pois houve prejuízos para a empregada em não receber no prazo legal as guias para o saque do FGTS e por extensão a indenização de 40%, prevista no artigo, 10 do ADCT, bem como não recebeu as guias.do.Seguro-Desemprego. A tese da empresa é afirmar que a lei determina o pagamento das verbas rescisórias no prazo do § 6º do artigo 477, CLT, o que foi efetivamente realizado, logo a empregada não tem direito a multa do § 8º do artigo 477, CLT, pois a lei fixou o prazo para pagamento e não para homologação. O prazo máximo para a quitação das verbas foi em 30/04/2015 eis que a contagem exclui o dia do inicio e inclui o vencimento, conforme OJ 162 da SDI-1 do TST. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10) Manuela foi contratada pela empresa TDB Informática Ltda., em 13/10/2011 na função de analista de sistemas e foi dispensada sem justa causa em 15/06/2013, com aviso prévio indenizado. Ajuizou ação trabalhista em 10/07/2015 postulando o pagamento de horas extras de todo período trabalhado e seus reflexos sobre o repouso semanal remunerado, férias integrais e proporcionais + 1/3, décimos terceiros salários integrais e proporcionais, FGTS + 40% e aviso prévio. No entanto, no dia da audiência realizada em 19/11/2015, Manuela não compareceu e a ação trabalhista foi arquivada, com a extinção do processo sem resolução do mérito. Ajuizou nova ação trabalhista em 17.06.2016 postulando além as horas extras o adicional noturno de todo período trabalhado e os respectivos reflexos nas verbas contratuais e rescisórias. Em sua contestação, a empresa TDB Informática arguiu a prescrição total, requerendo a extinção do processo com resolução do mérito. Considerando essa situação hipotética, esclareça, de forma fundamentada, se há prescrição total no presente caso. Resposta: Há prescrição total somente em relação ao pedido de adicional noturno, isto porque tendo ela sido dispensada sem justa causa em 15/06/2013, a extinção do contrato de trabalho ocorreu em 15/07/2013, em virtude da integração do aviso prévio (art. 487, §1º CLT, DIREITO DO TRABALHO II CASOS CONCRETOS DO 9 AO 16 PROFESSORA: MARIA CÉLIA combinado com OJ 82 – SDI 1 do TST, combinado com OJ 83 –SDI 1 do TST) que é de 30 dias, pois a dispensa ocorreu antes da vigência da Lei 12.506/11. (Súmula 441 do TST). Assim a ação poderia ter sido poderia ter sido proposta até 15/07/2015, ou seja, no caso, 2 anos. Ajuizada a ação trabalhista em 10/07/2015, interrompeu o prazo prescricional observado o biênio, previsto no artigo 7°, XXIX da CF/88. A propositura da ação trabalhista ainda que arquivada interrompe o prazo prescricional em relação a pedidos idênticos, conforme súmula 268 do TST, reiniciando a contagem de 5 anos para propositura da ação. Dessa forma em relação pedido de horas extras, foi interrompido o prazo prescricional, não havendo prescrição total, uma vez que a 2ª ação foi proposta em 17/06/2016, não tendo portanto transcorrido o prazo de 2 anos de arquivamento da 1ª ação, razão pelo qual o prazo prescricional de 2 anos conta-se da extinção do contrato de trabalho, 15/07/2010. Como a ação trabalhista foi proposta somente em 17/03/2013, foi ultrapassado o prazo de 2 anos, estando totalmente prescrito o pedido de adicional noturno. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 11) Cristina Maria foi dispensada por justa causa, sob a alegação de prática de ato de indisciplina e insubordinação, por ter se recusado a despir-se diante de sua superiora hierárquica. Tal fato ocorreu porque a empresa resolver submeter todos os empregados, inclusive mulheres, à revista íntima. A empresa alegou que os empregados estariam desviando mercadorias e por isso a adoção da revista íntima seria medida eficaz para a preservação e continuidade de suas atividades. Cristina Maria nada recebeu na extinção do contrato de trabalho e pretende propor ação trabalhista para defender seus interesses. Diante da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado contratado por Cristina Maria indique a fundamentação jurídica que deverá ser adotada para a defesa dos interesses de sua cliente, discriminando as verbas rescisórias que devem ser postuladas. Resposta: Na ação trabalhista proposta deve ser postulado a convolação da dispensa por justa causa em dispensa imotivada, na forma do artigo 373-A, inciso VI da CLT, uma vez que o mesmo, vide empregador ou preposto a proceder revistas intimas nas empregadas. Sendo assim o recurso é legítimo, não caracterizando qualquer ato infracional a que se refere o artigo 482 da CLT. Em virtude da dispensa imotivada, são devidas as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, aviso prévio proporcional, férias integrais e ou proporcionais com acréscimo de 1/3, 13º proporcional, guias para sacar o FGTS, indenização compensatória de 40% do FGTS e guia do seguro desemprego. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12) Se um empregado de um condomínio residencial, utilizando luvas, coloca diariamente o saco de lixo, já lacrado, na calçada, no horário predeterminado para coleta, passa a ter direito ao adicional de insalubridade? Justifique a resposta. Resposta: A função que tem como atividade consistente na limpeza e coleta de lixo residencial, não se enquadra na hipótese descrita na Portaria n° 3214 do MTE, NR 15 que trata do trabalho permanente do lixo urbano, conforme súmula 448 do TST, não obstante a conclusão contrária do laudo pericial. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13) Benedito foi contratado pelo Banco Atenas S/A para trabalhar como vigilante. Trabalhou de 2ª a 6ª feira de 9h às 18h, com 1 (uma) hora de intervalo durante os 2 (dois) anos de duração do pacto laboral e nunca recebeu o pagamento de horas extras. Inconformado, ajuizou ação trabalhista postulando seu enquadramento como bancário e o pagamento das horas extras a partir da 6ª hora diária, na forma do art. 224, da CLT. Diante do caso apresentado, responda de forma justificada: A) Benedito deve ser enquadrado como bancário? B) São devidas as horas extras postuladas por Benedito? Resposta: a) Benedito não deve ser enquadrado com bancário, pois de acordo com entendimento do TST, contido na súmula 257, não é bancário o vigilante contratado diretamente por banco ou por intermédio de empresas especializadas, isso porque vigilante é regido pela Lei 7102/83 e nos termos do artigo 511, §3° da CLT, é considerado categoria profissional diferenciada. b) Não, pois não sendo enquadrado como bancário, logo tem que cumprir jornada de trabalho de 8 horas diárias, sendo indevidas as horas extras, pois não trabalhoualém da 8ª hora. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14) Sindicato dos bancários formalizou Convenção Coletiva de Trabalho com o Sindicato dos Bancos fixando a contribuição assistencial no percentual de 2% a ser descontado dos salários dos empregados no mês seguinte ao reajuste. Ana Maria, bancária do Banco Beta S/A, não é sindicalizada e teve descontado do seu salário a referida contribuição assistencial. Além desse desconto, no mês de março, seu empregador também efetuou desconto a título de contribuição sindical. Diante do caso apresentado, responda as questões propostas, justificando suas respostas com os dispositivos legais pertinentes e o entendimento do TST sobre a matéria. a) Ana Maria poderá exigir a devolução dos valores descontos em seu salário a título de contribuição assistencial? b) A resposta seria a mesma na hipótese de contribuição sindical? Resposta: a) Sim, conforme entendimento da OJ 17 SDI-1 do TST e procedente normativo 119 do TST e súmula 666 do STF, a referida contribuição só é devida pelos associados. b) Não, a reforma trabalhista modificou o teor dos artigos 578 e 579 da CLT, ao dispor que a contribuição sindical será devida pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou profissões liberais representadas pelas respectivas entidades, está condicionada à autorização prévia e expressa dos mesmos. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 15) O Banco Ômega S.A. ajuizou ação de interdito proibitório em face do Sindicato dos Bancários de determinado Município, nos termos do artigo 567 do CPC, postulando a expedição de mandado proibitório, para obrigar o réu a suspender ou a não mais praticar, durante a realização de movimento paredista, atos destinados a molestar a posse mansa e pacífica do autor sobre os imóveis de sua propriedade, com a retirada de pessoas, veículos, cavaletes, correntes, cadeados, faixas e objetos que impeçam a entrada de qualquer empregado ao local de trabalho, abstendo-se, também, de realizar piquetes com utilização de aparelhos de som, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por agência. Em contestação, o sindicato-réu sustentou que a realização de piquetes decorre do legítimo exercício do direito de greve assegurado pelo artigo 9º da Constituição da República e que o fechamento das agências bancárias visa a garantir a adesão de todos os empregados ao movimento grevista. Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. a) Durante a greve, é lícita a realização de piquetes pelo Sindicato com utilização de carros de som? b) Procede a pretensão veiculada na ação judicial no sentido de que o réu se abstenha de impedir o acesso dos empregados às agências bancárias? Resposta: a) Consoante o artigo 6°, I da Lei 7783/89, aos grevistas é assegurado entre outros direitos, o emprego de meios pacíficos, tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem o movimento grevista. É vedado a prática de violência moral ou material que possam ferir ou constranger direitos fundamentais de outrem. b) Sim, procede a pretensão, pois os atos de persuasão dos grevistas não podem impedir o acesso ao trabalho e nem causar ameaça ou dano a propriedade ou a pessoa nos termos do artigo 6° da Lei de Greve. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 16) Janaina Lemos foi contratada em 10/05/1978 pela empresa Brasil XYZ S/A e não optou pelo sistema do FGTS. Em 08/05/2013, sob alegação de prática de ato de improbidade, o empregador dispensou sumariamente Janaina por justa causa. Inconformada Janaina ajuíza ação trabalhista postulando sua reintegração no emprego sob o argumento de nulidade da dispensa, em virtude da inobservância dos procedimentos previstos no diploma celetista para rompimento do contrato por justa causa. Pergunta-se: Janaina Lemos terá êxito na ação trabalhista? Fundamente. Resposta: Sim, é estável decenal, nos termos do artigo 492 da CLT, uma vez que não era optante pelo sistema do FGTS e já tinha completado 10 anos na empresa antes do advento da CF/88 que extinguiu a estabilidade decenal. No caso concreto, o contrato de Janaína, somente pode ser rompido por decisão judicial em ação de inquérito para apuração da falta grave, previsto no artigo 853 da CLT, combinado com artigo 494 da CLT.
Compartilhar