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Hanseníase: Conceito, Sintomas e Diagnóstico

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HANSENÍASE
CONCEITO: doença infecciosa crônica, que apresenta uma micobactéria (Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen) envolvida na sua transmissão. A doença passa de pessoa à pessoa por meio das vias aéreas. Ela se manifesta por meio de manchas na pele com alteração de sensibilidade. Pode também ocorrer espessamento de nervos periféricos, principalmente em pernas e braços.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Dura em média de 2 a 7 anos, não obstante haja referências a períodos mais curtos, de 7 meses, como também mais longos, de 10 anos.
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE: Os doentes com poucos bacilos (paucibacilar) não são considerados importantes como fonte de transmissão da doença, devido a baixa carga bacilar. As pessoas com a forma multibacilar no entanto constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado.
FORMAS EM QUE SE APRESENTA
INDETERMINADA: forma inicial, evolui espontaneamente para cura. 
Geralmente a lesão é única e hipocrômica (mais clara que a pele);
Diminuição da sensibilidade térmica e dolorosa e preservação da tátil;
Não tem evidência de lesão troncular;
Há diminuição da sudorese (anidrose) e rarefação de pêlos.
BAAR: - 
Teste de Matsuda: + ou –
TUBERCULOÍDE: forma mais benigna, evolui espontaneamente para cura.
Lesão única, diminuição da sensibilidade dolorosa e térmica;
Há comprometimento de nervos mais precoce, causando fraqueza e atrofia muscular
Diminuição ou ausência de sudorese (anidrose) e alopecia;
Pode haver comprometimento de anexos cutâneos;
Poucas lesões, limites definidos e pouco elevados;
As placas (manchas vermelhas) varias de forma, tamanho e número;
BAAR: -
Teste de Mitsuda: +
NÃO CONTAGIOSA -> PAUCIBACILAR: 5 lesões 
FORMAS EM QUE SE APRESENTA
DIFORMA: forma intermediária
Muitas lesões (eritematosas, planas com o centro claro), edematosas, brilhantes, escamosas com contornos internos bem definidos e externos é mal definidos;
O comprometimento neurológico troncular é frequente;
Elevado potencial incapacitante;
Presença de nódulos, infiltração em faces e pavilhões auriculares;
Há perda parcial a total da sensibilidade, com diminuição de funções autonômicas (sudorese e vasorreflexia à histamina);
BAAR: + (bacilos ou raros bacilos) ou –
Teste Mitsuda: - (<5mm)
VICHOWIANA: forma mais contagiosa
Placas infiltradas e nódulos (hansenomas -acompanhadas de febre, mal-estar, queda do estado geral e infamação de órgãos internos), de coloração eritêmato- -acastanhada ou ferruginosa;
Há infiltração difusa na face – região molares, supercílios e pavilhões auriculares com formação de tubérculos e nódulos (aspectos tumorais, duros semelhantes a queloide);
Face leonina;
Ocasiona perda definitiva de pelos dos cílios e supercílios (madarose) e alteração da sensibilidade;
Doença sistêmica com manifestações viscerais (testículos, fígado e baço);
BAAR: + (bacilos abundantes)
Teste de Mitsuda: - (<5mm)
CONTAGIOSA -> MULTIBACILAR: mais de 5 lesões 
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
Anamnese: obtenção da história clínica e epidemiológica 
Avaliação dermatológica: identificação de lesões com alterações de sensibilidade – deve ser feita a inspeção no sentido crânio – caudal.
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
Avaliação neurológica: identificação de neurites, incapacidades e deformidades – deve ser feita no início do tratamento, a cada 3 meses se não houver queixas, sempre que houver queixas como dor em trajeto de nervos, fraqueza muscular, inicio ou piora de queixa parestésica, na alta do tratamento, no acompanhamento pós – operatório.
CONDUTA DIANTE A NEURITE: tratamento medicamentoso, fisioterapia, imobilização do membro afetado por 15 dias para diminuir a dor e em ultimo caso neurocirurgia.
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
Diagnóstico dos estados reacionais:
Tipo I – reação reversa: aparecimento de múltiplas lesões eritemato-placares inflamatórias nos mesmos locais das antigas lesões e de novas lesões satélites, neurites podem ocorrer isoladamente, caracterizam-se por dor aguda intensa nos trajetos neurais e podem repercutir em perdas funcionais sensitivas e/ou motoras quando não tratadas de imediato.
Tipo II – eritema nodoso hansênico: . Caracteriza-se por nódulos dolorosos eritemato-vinhosos múltiplos ou lesões em alvo, associados a importantes manifestações inflamatórias sistêmicas como artralgia, orquite, febre, calafrios e mal estar geral.
REAÇÕES HANSÊNICAS EM RELAÇÃO A CLASSIFICAÇÃO DA HANSENIASE 
PRINCIPAIS NERVOS ACOMETIDOS
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO CLÍNICO:
Classificação do grau de incapacidade física: feito pelos fisioterapeutas 
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E COMPLEMENTARES:
Exame baciloscópico: a coleta da baciloscopia deve ser feita, preferencialmente, na borda das lesões de pele suspeitas, e nas mais infiltradas. Pode ser coletado material também dos lóbulos das orelhas e dos cotovelos (áreas “frias” da pele), quando não houver lesões de pele visíveis. Havendo lesões visíveis, sempre uma lesão de pele, pelo menos, deve ser representada;
Exame histopatológico: Embora raramente necessária, a biópsia de pele deverá ser feita por profissional capacitado, fixada em 5 a 10ml de formol a 10%, e enviada para laboratório de referência. Sempre colocar a hipótese diagnóstica na requisição.
Prova da histamina: A prova de histamina exógena consiste numa prova funcional para avaliar a resposta vasorreflexa à droga, indicando integridade e viabilidade do sistema nervoso autonômico de dilatar os vasos cutâneos superficiais, o que resulta no eritema. Como resposta ao difosfato de histamina 1,5%, em áreas normais, são esperados três sinais típicos que caracterizam a tríplice reação de Lewis:
1. Sinal da punctura: lesões puntiformes avermelhadas que surgem quase que imediato (até 15 segundos) à escarificação por agulha de insulina dentro da gota aplicada sobre a área hipocrômica; 
2. Eritema reflexo: eritema que atinge de 2 a 8cm ao redor da área com limites fenestrados percebido a partir de 30 a 60 segundos após a escarificação; 
3. Pápula: caracteriza-se por lesão intumecida lenticular que surge após 2 a 3 minutos no local da punctura/escarificação.
Se não ocorrer o eritema, não sendo uma lesão de nascença (nervo anêmico), ou se o paciente não estiver utilizando antialérgicos, essa ocorrência (prova da histamina incompleta) é altamente sugestiva de hanseníase. O teste deve ser feito também em uma área de pele não comprometida, para controle positivo, onde a prova deve ser completa
Sudorese: Aplica-se homogeneamente solução de Iodo a qual pode ser substituída por povidona com algodão; Peneira-se amido de milho na área e solicita que o paciente faça algum exercício sem tocar na região de 10 a 20 minutos. O resultado se afirma pela ausência/ diminuição de coloração azulada na área suspeita (iodo negativa) como se apresenta na periferia com sudorese normal (iodo positiva).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Pitríase Versicolor: escamação furfurea 
Dermatofitose: prurido, vesículas e crostículas nas bordas;
Vitiligo: acromia, simetria, sensibilidade normal;
Leshmaniose anérgica: lesões nodulares, histopatológico sempre positivo, sensibilidade normal;
Neurofibromatose: múltiplos nódulos, manchas amarronzadas, doença hereditária, sensibilidade normal;
Lupus cutâneo: sensibilidade normal, área fotoexpostas, atrofia cutânea;
Dermatite de contato: prurido, vesículas, crostículas, escamas, respeitando limites de contato;
INVESTIGAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE REICIDIVAS
 Paciente paucibacilar;
Apresenta dor em nervos não afetados anteriormente;
Novas alterações se sensibilidade;
Lesões cutâneas novas;
Exacerbação de lesões anteriores que não respondam a corticoterápico.
Paciente multibacilar:
Lesões cutâneas Vichowianas ou diformas;
Lesões reacionais após 3 anos de alta por cura ou que continuam com reações após 5 anos.
INVESTIGAÇÃO DE CONTATOS
A investigação de contatos tem por finalidade a descoberta de casos novos entre
aqueles que convivem ou conviveram, de forma prolongada, com o caso novo de hanseníase diagnosticado. Além disso, visa também descobrir suas possíveis fontes de infecção no domicílio (familiar) ou fora dele (social), independentemente de qual seja a classificação operacional do doente – paucibacilar (PB) ou multibacilar (MB).
Contato domiciliar: toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido, conviva ou tenha convivido com o doente de hanseníase, no âmbito domiciliar, nos últimos cinco anos anteriores ao diagnóstico da doença, podendo ser familiar ou não. Atenção especial deve ser dada aos familiares do caso notificado, por apresentarem maior risco de adoecimento, mesmo não residindo no domicílio do caso. Devem ser incluídas, também, as pessoas que mantenham convívio mais próximo, mesmo sem vínculo familiar, sobretudo, àqueles que frequentem o domicílio do doente ou tenham seus domicílios frequentados por ele. 
Contato social: toda e qualquer pessoa que conviva ou tenha convivido em relações sociais (familiares ou não), de forma próxima e prolongada com o caso notificado. Os contatos sociais que incluem vizinhos, colegas de trabalho e de escola, entre outros, devem ser investigados de acordo com o grau e tipo de convivência, ou seja, aqueles que tiveram contato muito próximo e prolongado com o paciente não tratado.
Anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase;
Exame dermato-neurológico;
Vacinação para os contatos sem presença de sinais e sintomas da hanseníase no momento da avaliação.(BCG)
TRATAMENTO
ESQUEMA DE TRATAMENTO
TRATAMENTO POLIQUIMIOTERAPIA 
ALTA: 06 cartelas em até 09 meses
TRATAMENTO POLIQUIMIOTERAPIA 
ALTA: 12 cartelas em até 18 meses
TRATAMENTO POLIQUIMIOTERAPIA 
TRATAMENTO POLIQUIMIOTERAPIA 
TRATAMENTO ESTADOS REACIONAIS
REAÇÕES ADVERSAS ESTADOS REACIONAIS
TÉCNICAS DE AUTO CUIDADO
EXAMES LABORATORIAIS RECOMENDADOS
Hemograma;
Urina tipo I;
Parasitológico de fezes;
Glicemia;
Avaliação bioquímica renal;
Avaliação bioquímica hepática.
Realizada no inicio do tratamento;
Na suspeita de efeitos adversos a medicamento;
E em episódios reacionais.
EFEITOS ADVERSOS A PQT
EFEITOS ADVERSOS DAPSONA
Comum nas primeiras 6 semanas de PQT;
Evolução gradual;
Febre, mal-estar geral, icterícia, dores abdominais, linfocitose atípica, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, exantema maculopapuloso.
No momento da suspeita:
Suspender PQT;
Prescreva conduta recomendada;
Colete exames laboratoriais complementares;
Encaminhe para avaliação em serviço de referência.
EFEITOS ADVERSOS RIFAMPICINA
Comum nas primeiras 6 semanas de PQT;
Evolução gradual;
Febre, mal-estar geral, icterícia, dores abdominais, linfocitose atípica, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, exantema maculopapuloso.
No momento da suspeita:
Suspender PQT;
Prescreva conduta recomendada;
Colete exames laboratoriais complementares;
Encaminhe para avaliação em serviço de referência.
EFEITOS ADVERSOS CLOFAZIMINA
Comum nas primeiras 6 semanas de PQT;
Evolução gradual;
Febre, mal-estar geral, icterícia, dores abdominais, linfocitose atípica, hepatoesplenomegalia, linfadenomegalia, exantema maculopapuloso.
No momento da suspeita:
Suspender PQT;
Prescreva conduta recomendada;
Colete exames laboratoriais complementares;
Encaminhe para avaliação em serviço de referência.
CONSULTA DE ENFERMAGEM
PRIMEIRA CONSULTA:
História clínica: anamnese, antecedentes pessoais e doenças contaminantes, antecedentes familiares;
Exame físico: exame dermato-neurológico, exame da superfície corporal, teste de sensibilidade nas lesões suspeitas, avaliação neurológica simplificao, palpação dos nervos, teste de força muscular, teste de sensibilidade nas mãos, plantas e córnea, determinar o grau de incapacidade;
Diagnóstico: informar o paciente o diagnóstico firmado, informações gerais e específicas da hanseníase;
Exames laboratoriais: pesquisar de BAAR em raspados dérmico de lesões, lóbulos e em cotovelo, solicitação de outros exames laboratoriais se necessidade;
Tratamento: prescrição.
CONSULTA SUBSEQUENTE: retorno a cada 28 dias para tomar a medicação supervisionada e receber a cartela de medicamentos auto administrados
Verificar queixas gerais e em especial, checar sinais e sintomas ou surtos reacionais e efeitos adversos dos medicamentos utilizados, dificuldade e/ou limitação na realização de atividades diárias, orientar agendamento de exames clínicos de contatos e vacinação (BCG) e estimular as técnicas de auto cuidados aos pacientes. Se presente o paciente deve voltar a consultas mais frequentemente

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