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1 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA – Prof. Márcia Oliveira Ref.Bibliográfica – Fundamentos de Economia – Autor: Garcia, Manuel E.; Garcia, Manuel E.; Vasconcellos, Marco Antonio S.; Vasconcellos, Marco Antonio S. 1 - Conceito de Economia A palavra economia deriva do grego oikonomía (de óikos, casa; nómos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do Estado, e pode ser assim definida: Os economistas estudam a forma com que os indivíduos, os diferentes coletivos, as empresas de negócios e os governos alcançam seus objetivos no campo econômico. Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí- los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. Bem como as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. Estuda também como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir os mais variados tipos de bens. Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica: escolha; escassez; necessidades; recursos; produção; distribuição. Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade. Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas. Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade. Essa é a questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população. Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego, crescimento, déficit público, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não é assim, e a sociedade tem de tomar decisões sobre a melhor utilização de seus recursos, de forma a atender ao máximo das necessidades humanas. 2 - Os problemas econômicos fundamentais Questão central do estudo da economia: como alocar recursos produtivos limitados (escassos) para satisfazer a todas as necessidades da população? Esse questionamento levou a sociedade a repensar sobre os modelos de sistema econômico. Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem, origina-se os chamados problemas econômicos fundamentais. aluno Realce aluno Realce aluno Realce aluno Realce 2 o quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas; como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível; para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança. O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação. Sua preocupação fundamental refere-se aos aspectos mensuráveis da atividade produtiva, recorrendo para isso aos conhecimentos matemáticos, estatísticos e econométricos. De forma geral esse estudo pode ter por objeto a unidade de produção (empresas – objeto de estudos pertencentes à macroeconomia), a unidade de consumo (famílias – objeto de estudos pertencentes à microeconomia) ou então a atividade econômica de toda a sociedade. Multidisciplinaridade da Economia Embora a Economia tenha seu núcleo de análise e seu objeto bem definidos, ela tem correlação com outras ciências. Afinal, todas estudam a mesma realidade, e evidentemente há muitos pontos de contato, onde são estabelecidas relações entre a Economia e outras áreas do conhecimento. Outra boa justificativa para esta relação com outras disciplinas envolve buscar mais instrumental de trabalho. a. Economia, Física e Biologia O início do estudo sistemático da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A construção do núcleo científico inicial da Economia começou a partir das chamadas concepções organicistas (biológicas) e mecanicistas (físicas). Segundo o grupo organicista, a Economia se comportaria como um órgão vivo. Daí utilizarem-se termos como órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica. Já para o grupo mecanicista, as leis da Economia se comportariam como determinadas leis da Física. Daí advém os termos estática, dinâmica, aceleração, velocidade, forças e outros. Com o passar do tempo, predominou uma concepção humanística, que coloca em plano superior os móveis psicológicos da atividade humana. Afinal, a Economia repousa sobre os atos humanos, e é por excelência uma ciência social. b. Economia, Matemática e Estatística Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitada pelo meio físico, dado que os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre essas quantidades, como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo produtivo. Daí surge a necessidade da utilização da Matemática e da Estatística como ferramentas para estabelecer relações entre variáveis econômicas. A Matemática toma possível escrever de forma resumida importantes conceitos e relações de Economia e permite análises econômicas na forma de modelos analíticos, com poucas variáveis estratégicas, que resumem os aspectos essenciais da questão em estudo. Tomemos como exemplo uma importante relação econômica: "O consumo nacional está diretamente relacionado com a renda nacional". A expressão diz que o consumo (C) é uma função (f) da renda nacional (RN). Ou seja, dada uma variação na renda nacional (RN), teremos uma aluno Realce aluno Realce aluno Realce 3 variação diretamente proporcional (na mesma direção) do consumo agregado (C). Como as relações econômicas não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à Estatística. Em Economia tratamos de leis probabilísticas. Na relação vista anteriormente, conhecendo o valor da renda nacional num dado ano, não obtemos o valor exato do consumo, mas sim uma estimativa aproximada, já que o consumo não depende só da renda nacional, mas de outros fatores (como condições de crédito,juros, patrimônio). Se a Economia tivesse relações matemáticas, tudo seria previsível. Porém, não existem no mundo econômico regularidades como equivalência entre massa e energia (leis de Newton). Na Economia, o "átomo" aprende, pensa, reage, projeta, finge. Imagine como seria a Física e a Química se o átomo pudesse aprender: aquelas regularidades desapareceriam. Os átomos pensantes logo se agrupariam em classes para defender seus interesses: teríamos uma "Física dos átomos proletários", "Física dos átomos burgueses" e outros. Contudo, a Economia apresenta muitas regularidades, sendo que algumas relações são invioláveis. Por exemplo: o consumo nacional depende diretamente da renda nacional; a quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seu preço, tudo o mais constante; as exportações e as importações dependem da taxa de câmbio. A área da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos chama-se Econometria, que combina teoria econômica, Matemática e Estatística. Lembremo-nos, porém, de que a Matemática e a Estatística são instrumentos, ou ferramentas de análise necessárias para testar as proposições teóricas com os dados da realidade. Permitem colocar à prova as hipóteses da teoria econômica, mas são meios, e não fins em si mesmas. A questão da técnica nos deve auxiliar, mas não predominar, quando tratamos de fatos econômicos, pois esses sempre envolvem decisões que afetam relações humanas. c. Economia com o Direito: Os sujeitos da economia (indivíduos, empresas e governo) são ajustados e limitados pelas leis; buscam maior interdependência entre as áreas; e é ligada a estrutura jurídica do sistema. E compete à lei situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder político e da natureza. d. Economia e Política Começou com a Grécia e Roma antiga, onde os estudiosos procuravam entender a economia, a ética e a ciência política com a finalidade de desenvolver estudos sobre a agricultura, comércio, indústria, tributos, escravatura, organização sócio-política, moeda, valor, juros, salários. Mais tarde, na Idade Média, buscou-se também estudar a organização do estado e do relacionamento entre dirigentes e dirigidos. No ocidente atual, a relação entre a economia e a ciência política foi acentuada a partir da grande depressão causada pela crise da bolsa de valores de NY (1929), ocorrendo uma modificação da estrutura do sistema capitalista. A Economia e a política são áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação de causalidade (causa e efeito) entre elas. A política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país (se é um regime democrático ou autoritário). Porém, por outro lado, a estrutura política se encontra muitas vezes subordinada ao poder econômico, Citemos apenas alguns exemplos: política do "café com leite", antes de 1930, quando Minas Gerais e São Paulo dominavam o cenário político do país; poder econômico dos latifundiários; poder dos oligopólios e monopólios; poder das corporações estatais, 4 e. Economia e História Não é a principal fonte da analise econômica, mas auxilia bastante a acompanhar as mudanças e transformações culturais, a conhecer melhor o passado, entender o presente e antecipar o futuro.A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a Economia, pois facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões. As guerras e revoluções, por exemplo, alteraram o comportamento e a evolução da Economia. Por outro lado, também os fatos econômicos afetam o desenrolar da História. Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econômicos, como os ciclos do ouro e da cana-de-açúcar no Brasil, e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York (1929), a crise do petróleo, que alteraram profundamente a história mundial. Em última análise, as próprias guerras e revoluções são permeadas por motivações econômicas. f. Economia e Geografia A Geografia não é o simples registro de acidentes geográficos e climáticos. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de empresas e a composição setorial da atividade econômica. Atualmente, algumas áreas de estudo econômico estão relacionadas diretamente com a Geografia, como a economia regional, a economia urbana, as teorias de localização industrial e a demografia econômica. Estuda divergências ou diferenças do comportamento econômico (instituições econômicas, formas de organização da atividade produtiva) de país para país e as vezes de região para região em um país. g. Economia e Sociologia Analisa a interação social, os comportamentos entre os grupos, sua mobilidade e estratificação (formação de classes sociais), condições de vida, níveis de organização, e cultura da sociedade. h. Economia com a Religião, Moral, Justiça e Filosofia No período anterior à Revolução Industrial do século XVIII, que corresponde à Idade Média, a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça. Não existia ainda um estudo sistemático das leis econômicas, predominando princípios como a lei da usura, o conceito de preço justo (discutidos, dentre outros filósofos, por Santo Tomás de Aquino). Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações. 5 6 - Crescente interesse pela economia e desenvolvimento econômico: Eventos recentes que influenciaram os estudos da economia mundial: Grande depressão de 30: estudiosos da economia buscaram encontrar caminhos para a estabilização ocorrida em virtude da quebra da bolsa de NY (1929); 1936: John Maynard Keynes postula a moderna teoria da análise econômica, onde propunha que as políticas econômicas adotadas não funcionavam adequadamente, e sugeria que o Estado deveria intervir como regulador da Economia. Funcionamento de uma economia de mercado (Fluxos Reais e Monetários): Vamos supor um sistema econômico, onde a economia de mercado não sofra a interferência do governo e não tenha relações comerciais com o exterior (um tipo de Economia Fechada). Nessa economia fechada, as unidades de consumo (famílias), são proprietárias dos fatores de produção, e os fornecem às unidades produtoras (empresas), no Mercado de Fatores de Produção. As empresas combinam esses fatores de produção e produzem bens e serviços, fornecendo-os para as famílias no Mercado de Bens e Serviços. O Fluxo Real da Economia é denominado a partir dessa movimentação de fatores de produção, bens e serviços. No Mercado de Bens e Serviços as famílias demandam bens e serviços, enquanto as empresas os oferecem, e no Mercado de Fatores de Produção as famílias oferecem os serviços ou fatores de produção (que são de sua propriedade) para as empresas (as quais demandam esses fatores de produção para depois transformá-los em produtos ou serviços). No entanto, o Fluxo Monetário da Economia funciona paralelamente ao fluxo real da economia e só se torna possível com a presença de moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. Nesses mercados operam as forças da oferta e da demanda, determinando o preço. Ou seja, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e serviços enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores de produção. Famílias Empresas Pagamento dos bens e serviços Remuneração dos fatores de produção Fluxo Monetário da EconomiaFamílias Empresas Mercado de bens e serviços Mercado de fatores de produção Oferta Demanda Demanda Oferta Fluxo Real da Economia aluno Realce 6 Definição de Escassez Escassez envolve não somente aquilo que existe em pouca quantidade disponível, mas sim, pessoas desejando muito mais do que pode ser satisfeito com os recursos disponíveis (não confundir com pobreza, pois até os ricos desejam mais). Resumindo, o bem para ser escasso precisa ser primeiramente desejável, e a escassez é a fonte de toda escolha. Escassez de recursos produtivos/ ou fatores de produção (mo., terra, matérias-primas, etc.) bens limitados por conta da necessidade humana de elevação do bem-estar ou do padrão de vida humano e do excessivo crescimento populacional. Escolha: as pessoas são obrigadas a fazerem escolhas, quando existe escassez, pois as pessoas devem escolher qual o uso que será realizado e qual não será realizado (custo de oportunidade). 10 – A Utilidade e suas formas de mensuração: A evolução do estudo da teoria microeconômica teve início basicamente com a análise da demanda de bens e serviços, cujos fundamentos estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Ou seja, a utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros, cerveja). Teoria do valor-utilidade: A teoria do valor-utilidade contrapõe-se à chamada teoria do valor- trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos (Malthus, Adam Smith, Ricardo, Marx). A teoria do valor-utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto, subjetiva e considera que o valor nasce da relação do homem com os objetos. Representa a chamada visão utilitarista, em que prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo. Teoria do valor-trabalho: A teoria do valor-trabalho considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e pouco significativa. Pela teoria do valor-trabalho, o valor do bem surge da relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo (em horas) que eles incorporam na produção de mercadorias. Nesse sentido, a teoria do valor- trabalho é objetiva (depende de custos de produção). A teoria do valor-utilidade veio complementar a teoria do valor-trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão-de- obra (ou mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos, hábitos, renda, e outros). Além disso, a teoria do valor-utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. O valor de troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem. 10.1 - Utilidade total e utilidade marginal: Ao final do século passado, alguns economistas elaboraram o conceito de utilidade marginal e dele derivaram a curva da demanda e suas propriedades. Com isto, tem-se que a utilidade total tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço. Entretanto, a utilidade marginal, que é a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade proporcionada por mais uma unidade do bem, chegando à saturação. O chamado paradoxo da água e do diamante ilustra a importância do conceito de utilidade marginal. Por que a água, mais necessária, é tão barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão aluno Realce 7 elevado? Ocorre que a água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (é abundante), enquanto o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal. Tipos de Bens: Um bem representa qualquer coisa que tenha utilidade, podendo satisfazer uma necessidade ou suprir uma carência. Os BENS apresentam utilidade para a satisfação das necessidades, podendo ser escassos ou abundantes. Tipos de bens: a) Bens Econômicos: São os bens escassos, e em decorrência disso, possuem preço. b) Bens complementares: precisam de uma combinação com outro bem para satisfazer uma necessidade. (café com açúcar, automóvel com gasolina, etc) c) Bens de Giffen: ocorrem quando há uma relação direta entre o preço e a quantidade procurada, isto é, para aumentos de preço, há aumentos de quantidade procurada (p.ex.: artigos de luxo). d) Bens inferiores: um bem é inferior quando existe uma relação inversa entre a quantidade procurada do bem e a renda do consumidor (ou a renda média de grupos de consumidores, em estudos de mercado). e) Bens Duráveis: categoria de bens que tem utilidade durante um período de tempo. Abrange os bens de consumo duráveis e os de capital. • Bens de capital e/ou produção: servem para a produção de outros bens, especialmente os bens de consumo, tais como máquinas, equipamentos, material de transporte e instalações de uma indústria. • Bens de consumo duráveis: são bens que prestam serviço durante um período de tempo relativamente longo (Ex.: máquina de lavar roupa ou automóvel). • Bens de consumo não-duráveis: são bens que são usados somente uma vez (ex.: alimentos) f) Bens Intermediários: São bens manufaturados ou matérias-primas processadas que são empregados para a produção de outros bens finais (ex.: lingote de aço que será usado para fazer uma peça de um automóvel). U Q S Legendas: U – Utilidade Q – Quantidade S – Satisfação U Q S Utilidade Total Utilidade Marginal aluno Realce aluno Realce 8 g) Bens Livres: São bens abundantes na natureza, e não possuem preço, satisfazem as necessidades e suprem as carências sem custo algum (ex.: o ar e luz do sol). h) Bens ordinários: são aqueles bens cuja curva de demanda obedece a lei de demanda (quanto menor o preço, maior a quantidade procurada e vice-versa). i) Bens públicos: são os bens ou serviços passíveis de serem usados por todos, não importando quem paga por seu consumo ou utilização (justiça, saúde, educação, segurança publica, rodovias, etc.). j) Bens Salário: Conjunto de bens que em cada país constitui a cesta de consumo básico do trabalhador, segundo seu padrão de vida. São formados pelos artigos de primeira necessidade para o trabalhador e p/ a família, como os alimentos, o vestuário, a habitação, o transporte e os serviços de educação e saúde (o salário mínimo deve ser suficiente para proporcionar essa quantidade mínima de bens). São os bens de consumo dos trabalhadores, ou de consumo popular. k) Bens Substitutos: são aqueles bens cuja quantidades demandadas respectivas alteram-se em sentido contrario, dada uma variação do preço de um deles. P.ex., o aumento do preço do café reduz sua quantidade demandada e aumenta a quantidade demandada do chá. l) Bens superiores: ocorrem quando se observa uma relação direta entre a quantidade procurada do bem e a renda do consumidor (ou a renda média de grupos de consumidores, em estudos de mercado) m) Fatores de produção (FP): Também chamados de recursos de produção da economia, são compostos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. Cada FP tem uma remuneração específica: Exemplos de FP e suas remunerações: Fator de Produção:Remuneração: Trabalho Salário Capital Juros Terra Aluguel Tecnologia Royalty (ies) Capacidade empresarial Lucro A hipótese Coeteris Paribus: A microeconomia se vale deste recurso para analisar um mercado específico, valendo-se da hipótese que tudo o mais permanece constante, selecionando apenas as variáveis que podem influenciar o objeto de estudo. P.ex.: para analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda permanece constante (CP), ou a relação da procura e renda dos consumidores, onde o preço permanece constante (CP). Demanda, oferta e equilíbrio de mercado: 1 - Demanda de Mercado: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo B&S que os consumidores desejam adquirir em um determinado período de tempo. A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor (o preço do bem ou serviço, o preço de outros bens, a renda e o gosto do consumidor). Usamos o CP para analisar cada uma dessas variáveis. aluno Realce aluno Nota pra quem não lembra de Coeteris Paribus pode significar: Sempre constante, sempre em produção, sempre em movimento. aluno Realce aluno Realce 9 .2 - lei geral da demanda: Possui relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem (CP), e é representada por uma escala de procura ou curva da demanda, ou seja, a quantidade procurada de um produto varia inversamente proporcional com relação ao seu preço(CP- renda constante). Escala de procura Preço Quantidade demandada 1,00 11.000 3,00 9.000 6,00 6.000 8,00 4.000 10,00 2.000 Curva de Procura Função demanda: Qd=F[P] na equação, mostra-se que a quantidade é função do preço (ou seja, a qtde. depende do preço). A inclinação da curva é negativamente inclinada, por conta do efeito substituição (quando o preço do bem aumenta, o consumidor procura outro bem que satisfaça a sua necessidade) e do efeito renda (quando aumenta o preço, a qtde demandada diminui por conta da perda de poder aquisitivo). Obs.: demanda é diferente de qtde. demandada: demanda é a curva ou toda a escala, e qtde. demandada é um ponto especifico dessa curva. 2– Oferta de Mercado: Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos dos empresários ofertantes. aluno Realce aluno Realce aluno Realce aluno Realce 10 Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, coeteris paribus. É a chamada lei geral da oferta. A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que, coeteris paribus, um aumento do preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção; novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto. Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do número de empresas no mercado. Escala de oferta Preço Quantidade ofertada 1,00 1.000 3,00 3.000 6,00 6.000 8,00 8.000 10,00 10.000 Curva de oferta Função ou equação da oferta: Qo=F[P] Pela lei geral da oferta, a curva é diretamente proporcional entre quantidade e preços (CP), ou positivamente inclinada, pois o aumento dos preços estimula a elevação da produção e a qtde ofertada (e essa oferta é afetada pelos custos dos FP, por alterações tecnológicas, e pelo aumento de empresas no mercado. 3 – Equilíbrio de Mercado: A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. Ou seja, quando ocorre o cruzamento entre as curvas de oferta e demanda, o preço de equilíbrio de mercado é estabelecido. Observe a tabela abaixo e compare com o gráfico da próxima página: Preço Qo Qd situação 1,00 11000 1000 excesso de procura/ escassez de oferta 3,00 9000 3000 excesso de procura / escassez de oferta 6,00 6000 6000 Equilíbrio entre oferta e procura 8,00 4000 8000 excesso de oferta / escassez de procura 10,00 2000 10000 excesso de oferta / escassez de procura Legendas: Qo – Quantidade ofertada Qd – Quantidade demandada R$ 6,00 é o preço de quantidade de equilíbrio, ou seja, o preço e a quantidade que atendem as aspirações de consumidores e dos produtores simultaneamente. Existe uma tendência natural do mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio, e se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços (como p.ex., na época do Sarney com o congelamento dos preços) e se o sistema é de concorrência pura ou perfeita. aluno Realce aluno Realce 11 Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E), teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente. Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela do ponto de equilíbrio E (o ponto A, por exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão. Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E (o ponto B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio. Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário - sem filas e sem estoques não desejados pelas empresas. Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. Para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que normalmente impedem quedas de preços dos bens e serviços. 4 - Curva de Possibilidades De Produção (CPP): Também chamada de curva de transformação e de curva de possibilidades de produção (CPP), expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, dada a escassez dos recursos. Essas curvas mostram as trocas compensatórias (ou os CO), que as pessoas enfrentam em virtude da escassez. Ex.: um trabalhador somente tem 4hs para produzir cadeiras ou bancos, nesse caso, a fonte de escassez é o tempo (quanto mais tempo gasta para fazer cadeiras, menos tempo tem p/ fazer bancos). PT Tempo cadeiras Tempo bancos A 0hs 0 4hs 20 B 1hs 4 3hs 18 C 2hs 7 2hs 14 D 3hs 9 1hs 8 E 4hs 10 0hs 0 No ponto C, se o trabalhador escolheu 2hs para cada produto, produzirá 7 cadeiras e 14 bancos. 12 Qualquer ponto em cima da curva significa que a economia irá operar a plena capacidade (ou ponto de eficiência, ou pleno emprego), usando todos os fatores de produção (FP) disponíveis. No ponto Y, a economia está operando com capacidade ociosa ou desemprego (FP subutilizados ou ponto de ineficiência). O ponto Z ultrapassaa capacidade de produção possível, pois a economia dispõe de recursos insuficientes para obter essa quantidade de bens (pontos inatingíveis). O formato côncavo da CPP mostra que acréscimos iguais na produção envolvem decréscimos proporcionais ou maiores. A figura ao lado mostra um crescimento econômico, com um deslocamento da CPP. Isto indica que o país está crescendo, onde ocorre um aumento real dos FP (insumos), em virtude de progresso tecnológico/ inovações, aumento da eficiência produtiva, investimentos de capital, melhoria na qualificação da mão-de-obra, etc. 13 A figura ao lado mostra pontos na CPP que representam ineficiência ou ociosidade (ponto A), pontos de eficiência ou pleno emprego dos Fatores de Produção (ponto B) e pontos inatingíveis, onde pode ter ocorrido uma falha no planejamento dos recursos disponíveis e por isso, nunca poderão ser produzidos.
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