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Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Prof. MsC. Luciano costa Mestre em Direito do Estado; professor da Faculdade Estácio/FAP; professor convidado da UFPA no Curso de Mestrado e Especialização em Segurança Pública e Cidadania; professor da Escola de Governo – EGPA e professor do Instituto de Ensino de Segurança Pública do Pará – IESP. RESUMO DAS AULAS – 2ª PARTE LESOES CORPORAIS – ART. 129 É a ofensa à integridade corporal ou à saúde (fisiológica ou mental) do ser humano. Ofensa `a integridade corporal: é a alteração anatômica prejudicial do corpo. Exemplos 1- fissuras 2- escoriações 3- fraturas 4- luxações 5- equimoses e hematomas 6- queimadura s OFensa à saúde: é a perturbação fisiológica ou mental da pessoa 1- perturbação mental: é a alteração prejudicial da atividade cerebral. Ex: depressão, convulsão 1- perturbação fisiológica: é o desarranjo no funcionamento de algum órgão da pessoa. Ex: paralisia momento de algum órgão; vômitos; mal funcionamento da audição em razão de pancadas Meios de execução da lesão corporal: por ser crime de ação livre, pode ser praticado pelos seguintes meios: 1- Físicos: faca, socos, projeteis, queimaduras, equimoses, fissuras, hematomas, etc; 2- Morais: lesão no sistema nervoso por meio de um susto; 3- Açao: desferir uma pesada na cabeça da vítima; 4- Omissão: enfermeira que deixa de alimentar paciente, vindo este a ter disfunções orgânicas. 5- Outros meios que acarretem transtornos psíquicos: pressões psicológicas. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DIFERENÇA ENTRE VIAS DE FATO E INJÚRIA REAL A lesão corporal pode ser praticado por ação e omissão, na forma do art. 13, § 2º CP. Exemplo: mãe, que pretendendo que o filho de pouca idade se lesione, o deixa na cama sem proteção. A AUTOLESÃO NÃO É PUNIDA, em razão do princípio da alteridade, exceto se o agente se autolesiona ou agrava as conseqüências da lesão ou doença para obter indevidamente indenização ou valor de seguro – art. 171, § 2º, V do CP e art. 184 do CPM. Exemplos: Um jogador de futebol quebra a sua própria perna para receber o valor do seguro. Um jovem que não quer servir às forças Armadas, após ser convocado, um dedo para ser dispensado do serviço militar. Neste casos, os sujeitos passivos do crime de lesão corporal não são as pessoas que se autolesionaram, mas respectivamente, a seguradora e o Estado. A tentativa é possível por se tratar de crime de dano. Não será possível na forma culposa - § 6º, nem na forma preterdosola do § 3º do art. 129 do CP. Se o agente tem a intenção de apenas colocar em perigo a vida ou a saúde de outrem, não quer nem assume o risco de produzir o evento danoso, ele responde pelo crime de perigo – art. 132; Diferença entre Contravenção penal de vias de fato (art. 21 do Decreto lei nº 3688/1941) e injúria real – art. 140,§ 2º do CP: VIAS DE FATO consiste em violência contra a vítima sem causar-lhe danos físicos, não havendo vestígios sensíveis de violência. Além disso, não há a intenção de humilhar – animus vulnerandi. Exemplos: um empurrão na vítima; um tapa no rosto em que apenas a face ficou avermelhada. Já o crime de INJÚRIA REAL – art. 140, § 2º, consiste em que a violência empregada tem a intenção de humilhar, envergonhar a vítima, ofender a sua dignidade. Exemplos: um tapa leve no rosto, mas com a intenção de envergonhar, humilhar, se trata de crime de injúria real. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CORTE DE CABELO OU BARBA À FORÇA Se uma pessoa tem cortado o seu cabelo ou barba contra a sua vontade, tal fato pode caracterizar: LESÃO CORPORAL E CONSENTIMENTO DA VÍTIMA As pessoas dispõem de sua integridade física, pois a CF veda que o Estado se intrometa na vida privada das pessoas. As pessoas podem permitir lesões corporais leves por meio das seguintes situações: CORTE DE CABELO OU BARBA À FORÇA: 3 VERTENTES 1- Caracteriza injúria real quando o corte do cabelo ou barba for praticado com a intenção de humilhar e envergonhar; 2- Caracteriza vias de fato quando o corte do cabelo ou barba não deixar vestígios de violência e não tiver a intenção de humilhar e envergonhar a vítima; 3- Caracteriza o crime de lesões corporais leves, visto que os pelos e cabelos pertencem à integridade corporal. LESÕES C. LEVES CONSENTIDAS PELO OFENDIDO - art. 88 da lei 9099/95 - causa supralegal de exclusão da ilicitude: 1- situação de perigo, como por exemplo: prática de boxe e outros esportes violentos, etc; 2- submetem-se a lesões consentidas, por exemplo: tatuagens, colocação de piercing; 3- práticas de lesões consentidas decorrentes da atividade sexual, por exemplo: ato sexual entre adultos com certos fetiches, que podem causar lesões no corpo. Nestas situações, o Estado não pode intervir, pois a CF veda tal intromissão na vida privada das pessoas. O legislador até regulamenta essas atividades, quando se trata do crime de lesão corporal leve, o fazendo por meio da lei nº 9099/95, quando em seu art. 88, preceitua que em tal crime só se procede mediante ação penal condicionada à representação do ofendido. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Logo, a lesão corporal de natureza leve, o seu consentimento por parte do ofendido, trata-se de causa supralegal de exclusão da ilicitude, mas desde que se obedeça aos requisitos legais, tais como: NÃO SE PUNE A AUTOLESÃO Pelo princípio da alteridade, a autolesão é impunível, exceto quando a conduta atinge um outro bem jurídico, caracterizando um crime autônomo. Exemplos LESÃO CORPORAL E CIRURGIA DE EMERGÊNCIA Requisitos para a prática de lesão corporal leve: causa supralegal de excludente de ilicitude 1- vontade deve ser expressa; 5- quem consente a lesão deve ser maior de 18 anos e ser mentalmente capaz. 2- não pode ser obtida por coação; 3- o ato permitido seja moral e respeite os bons costumes; 4- a vontade deve ser previamente autorizada; Se da conduta resultar lesões corporais grave, gravíssima ou morte, o consentimento valido fica nulo, pois nestes crimes prevalece a indisponibilidade do bem jurídico protegido. 1- Um jogador de futebol quebra a própria perna para receber o valor de um seguro. Essa conduta caracteriza o tipo penal do art. 171, § 2º, V do CP. 2- Uma militar, depois de convocado para irà guerra, não querendo ir, corta 2 dedos. Neste caso, o militar responderá pelo crime de simulação de incapacidade física – art. 184 do CPM. 1-Nas cirurgias emergenciais em que há risco de morte do paciente, o médico pode proceder a cirurgia, mesmo sem autorização dele ou de seu representante legal, acha- se amparado pela excludente do ESTADO DE NECESSIDADE DE TERCEIRO; 2- Se ausente a situação de emergência, o médico não pode fazer a cirurgia sem autorização do paciente ou de seu representante legal. Neste caso, o médico está amparado pela excludente do exercício regular de direito. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- LESÕES CORPORAIS QUALIFICADAS As lesões de natureza grave ou gravíssimas constituem crimes qualificados pelo resultado, mas não necessariamente preterdolosos. Nos crimes qualificados pelo resultado, podem ocorrer as seguintes situações: LESÃO CORPORAL GRAVE QUALIFICADA - § 1º INCAPACIDADE PARA AS OCUPAÇÕES HABITUAIS: abrange as ocupações laborais e as atividades costumeiras, tais como recreação, estudos, asseio corporal, etc. A ocupação tem de ser lícita, estando excluídos os criminosos profissionais. Nada impede que a ocupação habitual seja imoral, como por exemplo, a prostituição. A incapacidade de ser física ou psíquica. PERIGO DE VIDA: É a possibilidade grave, concreta e imediata da vítima falecer em razão da lesão corporal sofrida. O perigo deve ser concreto comprovado por perícia médica, indicando de modo preciso, em que consistiu o perigo de vida. Não basta o risco potencial causado pela lesão para caracterizar o perigo de vida. A perícia não pode ser substituída por prova testemunhal. DEBILIDADE PERMANENTE: é a diminuição ou enfraquecimento da capacidade funcional de membro, sentido ou função; Não é necessário que a debilidade seja perpétua, podendo ser duradoura, podendo também ser corrigido por cirurgia; DEBILIDADE PERMANENTE 1- MEMBROS SUPERIORES – braços, mãos e antebraços; 2-MEMBROS INFERIORES – pernas, coxas e pés. 2- SENTIDOS: audição, visão, paladar, olfato e tato. 3- FUNÇÃO: atividade específica de cada órgão: respiratória; secretora; reprodutora; digestiva; locomotora, mastigatória. Dolo no antecedente + culpa no conseqüente = crime preterdoloso. Exemplos: art. 129, § 1º, II, § 2º , V e § 3º Dolo no antecedente + dolo no conseqüente = crime doloso. Exemplos: art. 129, § 1º, I e III do CP. A perícia faz um diagnóstico, isto é, uma análise do perigo com visão para o passado. A perda de vários dentes caracteriza lesão grave, pois diminui a capacidade da função mastigatória. A perda de um dente caracteriza lesão corporal leve. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ACELERAÇÃO DE PARTO: Dá-se quando, ocorrendo lesão corporal na gestante, antecipa-lhe o termo final da gravidez, expulsando o feto do útero. Há um nascimento prematuro. O agente há de ter conhecimento da gravidez. Se não tem conhecimento, responderá por lesão corporal leve. LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA QUALIFICADA - § 2º INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO: Significa que a pessoa fica incapacitada por longo periodo de exercer qualquer atividade remunerada, não somente a laboral. O ofendido fica privado da possibilidade física ou psíquica, de dedicar-se a qualquer atividade lucrativa. Não precisa que ela seja perpétua, mas duradoura. ENFERMIDADE INCURÁVEL: Aquela prejudicial à saúde por processos patológicos, físicos ou psíquicos que a ciência médica ainda não conseguiu meios para saná-la à época do crime. A dolosa transmissão de doença incurável, se presente o animus necandi, caracteriza delito de homicídio, se ocorrer a morte da vítima. PERDA DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO: Perda é a destruição ou privação de membro, sentido ou função. Exemplos: Perda pode ocorrer por meio de mutilação ou amputação. Na mutilação o membro, sentido ou função é extirpado diretamente pelo agente criminoso; Já a amputação resulta da intervenção cirúrgica para salvar a vida da vítima. É necessário que o feto nasça com vida e sobreviva. Caso contrário, estará caracterizada a lesão qualificada pelo aborto – art. 129, § 2º, V. Não se exige a certeza da incurabilidade pela medicina, basta um juízo de probabilidade de que a doença não tenha cura. Também é incurável a doença que só pode ser enfrentada por procedimentos cirúrgicos complexos ou mediante tratamentos experimentais ou penosos, pois a vítima não pode ser obrigada a enfrentá-los. Não há qualificadora se há tratamento ou cirurgia simples e a vítima se recusa injustificadamente a fazer o procedimento. Perda de membro: decepar uma perna; Perda de sentido: destruição dos tímpanos com a eliminação da audição; Perda da função: extirpação do pênis, que extingue a função reprodutora. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- INUTILIZAÇÃO DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO: Refere-se a inaptidão do órgão para sua função especifica. O membro ou órgão não é retirado do corpo, mas fica inapto para sua função. DEFORMIDADE PERMANENTE: é o dano estético de certa monta e irreparável, que não é passível de ser corrigida pelo transcurso do tempo. ABORTO PROVOCADO PELA LESÃO CORPORAL: É punido a título de preterdolo, isto é, pune-se a lesão como dolo e o aborto como culpa. É necessário que o acusado tenha conhecimento da gravidez da vítima, pois caso ignore tal estado, constitui erro de tipo, que exclui o dolo. LESÕES CORPORAIS SEGUIDA DE MORTE – art. 129, § 3º Também chamado de homicídio preterdoloso ou preterintencional, o legislador exigiu dolo no crime antecedente (lesão corporal) e culpa no crime conseqüente (morte). Neste caso, o agente responde por homicídio culposo, mas se presente o dolo eventual, responderá por homicídio doloso. Crime de lesão corporal seguida de morte: contem 3 elementos 1- Lesão corporal dolosa – crime antecedente 2- Morte culposa – crime conseqüente 3- Nexo causal entre a lesão dolosa e a morte culposa Exemplo: Um homem teve um trauma físico nos testículos, não podendo reproduzir sexualmente. No caso de órgãos duplos, dá-se a perda quando houver a supressão de ambos (olhos, rins, pulmão, surdez). Quando houver a supressão de apenas um dos órgãos, temos uma debilidade – art. 129, par. Primeiro, III, pois a função não foi totalmente abolida. Exemplos: arrancar a orelha; lesão no olho; esmagamento da mão. A cirurgia plástica reparadora da deformidade do membro ou órgão, se houver sucesso, afasta a qualificadora. Entretanto, a vítima não está obrigada a fazê-la. Caso se prove que o agente queria provocar o aborto, ele responde poraborto qualificado. Um crime é preterdoloso ou preterintencional quando o resultado vai além da intenção do agente. Por se tratar de figura híbrida (dolo e culpa), este crime não admite a tentativa. Este crime, obrigatoriamente, tem por pressuposto a lesão corporal dolosa. Crime preterdoloso = dolo (lesão corporal) + culpa (homicídio) homicídio culposo Crime antecedente crime consequente Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- PERICLITAÇAO DA VIDA E DA SAÚDE DE OUTREM Espécies de crime de perigo são: CRIME DE PERIGO CONCRETO: são aqueles cuja caracterização virá pela efetiva comprovação do dano. CRIME DE PERIGO ABSTRATO: é o perigo presumido, bastando a conduta típica do agente, sem demonstração do risco efetivamente trazido. Ex: crime de associação criminosa – art. 288 CP, em que se pune os agentes pelo fato de integrarem o grupo. CRIME DE PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO – art. 130 DO CP Este crime tutela a incolumidade física e a saúde dos indivíduos. Ao estado interessa zelar pela saúde dos integrantes da sociedade. SUJEITO ATIVO: é a pessoa que transmite a moléstia. É crime de mão própria uma vez que sua ação não pode ser delegada a outra pessoa. Não admite coautoria, mas pode ocorrer participação. SUJEITO PASSIVO: é qualquer pessoa, inclusive prostitutas e prostitutos. O crime em questão pode ocorrer entre marido e mulher, sendo motivador da dissolução do casamento, com base na conduta desonrosa ou violação de deveres conjugais. O crime necessita do contato físico entre a vítima e o acusado, pois se ausente este contato pode-se implementar o crime dos arts. 131 ou 132. Relações sexuais: é o vínculo sexual entre duas pessoas, de sexo diferente ou não, englobando sexo oral e anal. Conjunção carnal: é a introdução do penis na vagina. Ato libidinoso: é qualquer prática ligada ao desejo sexual. Ex: beijos lascivos; toques em partes íntimas Moléstia venérea: toda doença adquirida pelo contato sexual. Ex: sífilis, gonorréia, cancro, etc. Se a vítima não for contaminado por qualquer motivo (já possuir a doença ou for autoimune), caracteriza-se crime impossível. O uso de preservativo ou qualquer meio de impedir a transmissão de moléstia venérea exclui o crime, pois a vítima não é exposta a situação de perigo. Mesmo que a pessoa que se contaminou com o ato sexual soubesse que o outro estava contaminado e consentiu em praticá-lo, mesmo assim o agente responde pelo crime, pois o tipo penal tutela o interesse público. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ELEMENTO SUBJETIVO do crime do art. 130 compreende: MOMENTO CONSUMATIVO: dá-se com a prática do ato sexual ou libidinoso, não bastando a efetiva transmissão da doença, mas a simples exposição a perigo. TENTATIVA: É admissível, o agente quer colocar alguém em situação de perigo, mas não consegue por circunstâncias alheias à vontade do agente. A SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA Não é moléstia venérea, pois pode ser transmitida por outras formas, não somente por ato sexual. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Elemento subjetivo do crime de perigo de contágio venéreo: 1- Dolo direto de perigo: está contido na expressão “sabe que está contaminado”, pois o agente tem conhecimento de que é portador da doença e cria uma situação concreta de perigo; 2- Dolo eventual de perigo: contido na expressão “deve saber que está contaminado”, pois se o agente mantém contato sexual ou ato libidinoso com outrem, ele assume o risco de contaminá-lo. 3- Dolo direito de dano: contido na expressão “se é intenção do agente transmitir”. Aqui o agente tem realmente a intençao de transmitir a molestia, não somente a exposiçao a perigo de pegar a doença. POSIÇÃO DA DOUTRINA Se um portador de AIDS, sabendo da contaminação, mantém relações sexuais com outra pessoa, contaminando-a, ele pode responder por homicídio doloso ou tentativa de homicídio. Não se fala em crime de perigo de contágio venéreo, pois o dolo do agente dirige- se à morte da vítima. É a posição da maioria da doutrina e do STJ. POSIÇÃO DO STF Para o STF o agente que, sabendo ser portador de AIDS e deliberadamente mantém contato sexual sem preservativo, ocultando isso do seu parceiro, o entendimento do STF é no sentido de que o agente não pratica homicídio ou tentativa de homicídio. Mas a Corte Suprema (voto do Ministro Marco Aurélio) limitou-se a afastar o crime doloso contra a vida e não concluiu sobre a tipicidade da conduta, deixando subentendido que pode ser crime de perigo de contágio venéreo ou lesões corporais grave pela enfermidade incurável. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CRIME DE PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM – ART. 132 CP O tipo penal tutela o direito a vida e saúde da pessoa. Pode ser praticado por conduta comissiva ou omissiva. Sujeito ativo: qualquer pessoa SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, desde certa e determinada. NÚCLEO DO TIPO: é o verbo expor, significando colocar uma pessoa à situação de dano à saúde. É crime de perigo concreto, pois não basta a prática da conduta, sendo preciso comprovar que a pessoa teve sua vida ou saúde submetida a risco de lesão ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo de perigo, pois o agente quer ou assume o risco de expor a vida ou a saúde de outrem a situação de perigo concreto. Exemplos: . O crime pode ser praticado também na forma omissiva. Exemplo Se da conduta de expor a perigo resulta lesão corporal culposa, o agente responde pelo artigo 132 e não pelo artigo 129, § 6º, pois a pena deste é menor. Se a exposição para a vida ou saúde for praticada na condução de veículo automotor, o agente responde por lesão corporal culposa prevista no art. 302 do código brasileiro de transito, por ser a pena mais grave. Se da conduta de expor a perigo sobrevier morte da vitima, o agente responde por homicídio culposo – art. 121, § 3º. Jamais responde por lesão corporal seguida de morte, pois ele não agiu com dolo de lesionar. Pessoa joga uma pedra com o objetivo de que ela não passe na via pública. O dolo dela é apenas de causar perigo. Pessoa joga uma pedra com a intenção de causar um mal determinado (dolo de dano). Neste caso, o agente responde por lesões corporais ou tentativa de homicídio. Atirador de facas profissional de um circo, se não segue as normas de segurança, pratica o crime. Familiar que não autoriza a transfusão de sangue em pessoa com grave anemia, expõe a perigo a saúde de outrem; Um empregador que não fornece equipamentos de segurança individual para seus empregados,daí resultando perigo no exercício da função. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CONSUMAÇÃO: ocorre quando há a produção do perigo concreto para a vítima. TENTATIVA: é possível, mas só na forma comissiva. DISPARO DE ARMA DE FOGO EM VIA PÚBLICA OU LUGAR HABITADO xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx CRIME DE ABANDONO DE INCAPAZ – ART. 133 DO CP Abandonar significa deixar a vítima sem assistência e sem amparo e à própria sorte no sentido físico. Núcleo do tipo: abandonar significa desamparar pessoa incapaz (abandono físico). Pode ser praticado por ação ou omissão. SUJEITO ATIVO: é só a pessoa que tem o dever de zelar pela vida, saúde ou segurança da vítima (crime próprio). A vinculação jurídica entre a vítima e o agente pode decorrer de: VINCULAÇÃO JURÍDICA ENTRE VÍTIMA E AGENTE pode decorrer: 1- LEI : Exemplo: os filhos em relação aos pais; pais em relação aos filhos; 2- CONTRATO: Exemplo: médico e paciente; 3- CONDUTA LÍCITA: Exemplo: professor de mergulho e seu aluno no mar; 4- CONDUTA ILÍCITA: Exemplo: seguestrador e seu sequestrado. Esta conduta não caracteriza o crime do art. 132 do CP, mas o art. 15 do Estatuto do Desarmamento, com pena mais grave – de 2 a 4 anos de reclusão e multa, em razão do princípio da especialidade. E o pai ou mãe que deixa de dar alimentos ao filho? Não se enquadra neste artigo. Tem que ser abandono físico, não material. Abandono por ação: levar um doente mental a lugar ermo e perigoso e lá o deixa; Abandono por omissão: Uma filha possui um pai idoso e doente, leva-o a certo interior e lá o abandona. Em qualquer caso, o crime só se consumará se ocorrer perigo concreto para o incapaz. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O tipo penal exige que o agente tenha especial vinculação a vítima, isto é,esteja sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade. CUIDADO: é a assistência eventual. Ex: enfermeira que zela por idoso ou criança; GUARDA: é a assistência duradoura. Ex: pais em relação aos filhos menores de 18; VIGILÂNCIA: é a assistência de cautela, que envolve pessoas capazes, mas que não podem se defender em certas situações excepcionais. Ex: instrutor de alpinismo e seu aluno; AUTORIDADE: é a relação de direito público ou privado, em que o superior hierárquico dá ordens para serem cumpridas pelo subalterno. SUJEITO PASSIVO: é o incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. Incapaz é qualquer pessoa, ainda que maior de idade e com a saúde física ou mental em ordem, que na situação concreta não possa se defender dos perigos. Qualquer um pode ser incapaz, porque o que é levado em conta é a vida ou a saúde colocada em risco. Ex.1: Na selva, um guia deixa o cliente inexperiente entregue à própria sorte. É crime de abandono de um incapaz. O perigo foi criado por quem tinha o dever de cuidar. Ex.2 : Uma babá larga a criança à beira de uma piscina e sai. A criança morre. Nexo causal – abandonou a menor; resultado – a morte. ELMENTO SUBJETIVO: é o dolo de perigo (direto ou eventual), pois basta colocar o incapaz em situação de perigo. Não admite a forma culposa. Ex: Mãe que que deixa filho pequena no carro fechado e vai fazer compras. Na volta, o filho está morto por asfixia. Ela responde por homicídio doloso. EXEMPLOS DE INCAPACIDADE 1- Incap. Física: sofrer um choque anafilático 2- Incap. Mental: sofrer um processo de amnésia; 3- Incap. Permanente: debilidade psiquica 4- Incap. transitória: pessoa embriagada; cegos; idosos, paraliticos, etc Se ausente essa especial vinculação entre a vítima e acusado, ele só responde pelo crime de omissão de socorro – art. 135 CP. Se se provar que a intenção não era de abandonar, mas de causar a morte, responde o agente por homicídio doloso, direto ou eventual. Se a intenção do agente for a de ocultar desonra própria e a vítima for um recém-nascido, o crime será o previsto no artigo 134 (“exposição ou abandono de recém-nascido”). Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CONSUMAÇÃO: o crime se consuma no instante do abandono e desde que resulte perigo concreto para o incapaz. É crime instantâneo, mas de efeitos permanentes. Ex: Se um pai abandona um filho de 4 anos em local ermo pelo de 3 horas, arrepende-se e volta para pegar o filho, mesmo assim o crime se concretiza. TENTATIVA: é admissível somente na modalidade comissiva. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO – ART. 134 Este crime tutela a vida e a saúde do recém-nascido, significando deixá-lo sem assistência. NÚCLEOS DO TIPO: expor e abandonar. SUJEITO ATIVO: só pode ser praticado pela mãe, que concebeu o filho fora do matrimônio ou pelo pai, que abandono o filho aduterino. O pai que abandona filho adulterino concebido por sua esposa infiel pratica o crime de abandono de incapaz, pois a desonra não é sua, mas de sua esposa. SUJEITO PASSIVO: é o recém-nascido. ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo. Exige-se ainda o especial fim de agir: para ocultar desonra própria. Não se admite a modalidade culposa. Expor o recém-nascido é conduta comissiva e significa removê-lo de local onde ele tinha assistência para outro onde não lhe prestam assistência. Abandonar o recém-nascido é conduta omissiva, significando que o agente não remove o recém-nascido para outro local, mas ali mesmo deixa de prestar-lhe assistência. Trata-se de abandono físico, pois se for abandono moral, constitui o crime contra assistência familiar – art. 244 a 247. É crime próprio que somente pode ser cometido pela mãe para esconder a gravidez fora do casamento, ou pelo pai, na mesma hipótese, ou em razão de filho adulterino ou incestuoso. A prostituta não pode ser sujeito ativo do crime de exposição ou abandono de recém-nascido, devendo responder por abandono de incapaz, pois ela não honra. Ocultar desonra própria - a honra que o agente visa preservar é a de natureza sexual, a reputação etc.; se a causa do abandono for miséria, excesso de filhos ou outros ou se o agente não é pai ou mãe da vítima, o crime será o de “abandono de incapaz”. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CONSUMAÇÃO: Consuma-se com o abandono ou exposição do recém-nascido, mas desde que resulte perigo concreto. Trata-se de crime instantâneo de efeitos permanentes, perdurando os efeitos no tempo. TENTATIVA: é admissível, mas só na forma comissiva. QUALIFICADORAS - §§ 1º e 2º São crimes preterdolosos, pois há dolo no crime antecedente (crimede perigo – expor ou abandonar) e culpa no crime conseqüente (lesão corporal grave ou morte). xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx OMISSÃO DE SOCORRO – ART. 135 Este crime protege a vida e a saúde do ser humano, além disso tutela a solidariedade humana em sociedade. ELEMENTO NORMATIVO: é a expresão “quando possível fazê-lo sem risco pessoal”, a lei não pode impor a obrigação de prestar socorro quando houver risco para a integridade corporal para quem socorre. O crime de omissão de socorro pode ser praticado de duas formas: OMISSÃO DE SOCORRO : DUAS FORMAS 1- falta de socorro imediata: o agente pode socorrer sem risco pessoal, mas não o faz. Ex: Pedro caminha pela via pública e se depara com uma pessoa atropelada e gravemente ferida e não presta-lhe socorro, mesmo sem risco pessoal. 2- falta de socorro mediato: o agente não pode prestar socorro pessoalmente, mas também não não pede auxílio à autoridade pública. Ex: João dirigindo seu veículo atropela alguém, vai socorrer e como percebeu que várias pessoas estavam lhe ameaçando de linchamento, ele sai do local, mas não pede auxílio da polícia ou hospital. Ex: Mãe que abandona num lixeira filho recém-nascido, conduta da qual resulta lesão corporal grave, pois ratos causaram ferimentos graves na criança. Se se provar que a vontade da mãe era só abandonar, neste caso, ela responde pelo crime de lesão corporal grave. Se resulta lesão corporal leve, a mãe responde pelo crime de exposição ou abandona de recém-nascido, pois o crime de lesão leve fica absorvido pelo crime de maior pena. NÚCLEOS DO TIPO: “deixar” significa não prestar socorro a quem se acha em perigo. “Não pedir” quer dizer deixar de solicitar auxílio da autoridade pública para socorrer alguém em perigo. Trata-se de crime omissivo próprio, pois o tipo penal já traz a conduta omissiva (prestar assistência). Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SUJEITO ATIVO: o crime pode ser cometido por qualquer pessoa, mesmo que não tenha o dever de prestar socorro. OMISSÃO DE MÉDICO O médico também pratica o crime de omissão de socorro ao não prestar assistência à vítima nas seguintes situações: ATENDENTE DE EMERGÊNCIA DE HOSPITAL Também comete o crime de omissão de socorro a atendente de emergência de hospital que recusa pronto atendimento médico sob a alegação de prévio preenchimento de ficha pessoal, pois ela não tem capacidade técnica de aferir a necessidade ou não de imediata análise clínica pelo médico de plantão. SUJEITO PASSIVO: só as pessoas indicadas no artigo podem ser vítimas desse crime. Criança abandonada: pessoa menor de 12 anos que foi intencionalmente deixada em algum lugar por quem tinha o dever de cuidado e vigilância, não podendo prover sua subsistência. Criança extraviada: é a pessoa menor de 12 anos que está perdida, não sabendo retornar á sua casa ou local onde possa encontrar abrigo. O médico pode cometer o crime de omissão de socorrer pelas formas seguintes: 1- quando de plantão exige prévio depósito em dinheiro por parte de pessoa pobre; 2- quando alega está de folga do trabalho; 3- quando não presta socorro sob a alegação de que a vítima não é associada a nenhum plano de saúde; 4- quando alega a falta de vagas no hospital ou unidade de emergência. Se houver vinculação jurídica entre a vítima e a pessoa que nega o socorro, o crime será o de abandono de incapaz – art. 133 ou de abandono material – art. 244. Ex: Chico é curador de Décio (interdito). Este sofre uma grave queda, ficando desmaiado. Chico presencia tal e não faz para socorro seu interdito. Neste caso, Chico responderá pelo crime de abandono de incapaz. Se várias pessoas se omitem no socorro a alguém, cada pessoa pratica o crime de omissão de socorro individualmente, sem concurso de pessoas. Se várias pessoas se omitem em prestar socorro a pessoa em situação de perigo, mas uma delas o faz, não há crime para ninguém, pois a solidariedade de uma exclui a conduta criminosa dos demais. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Pessoa inválida e ao desamparo: pessoa inválida é a que não pode praticar atos do seu dia a dia, podendo ser física ou mental. Pessoa ao desamparo é aquela que está impossibilitada de afastar o perigo por suas forças . Pessoa ferida e ao desamparo: aquela que sofreu lesão corporal, seja por acidente ou provocada por terceiro. Precisa também que ela se encontre ao desamparo, isto é, esteja impossibilitada de afastar o perigo por suas forças. Pessoa em grave e iminente perigo: exige-se perigo grave e iminente, não importando que tenha sido provocado ou não por terceiro, por fenômeno da natureza ou pela própria vítima. CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO E RESISTÊNCIA DA VÍTIMA Mesmo que a vítima não queira o socorro, subsiste o crime, por ser a vida ou integridade física bens indisponíveis. OMISSÃO DE SOCORRO EM CRIME DE TRÂNSITO Pessoa que, na direção de um veículo automotor, mata ou lesiona alguém e não presta socorro imediato, responde pelo crime do art. 302, § 1º, inc. III do CTB; POSSIBILIDADE DE HAVER CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO EM CO- AUTORIA Exemplos: 1- Pessoa presa em um incêndio gerado por outra pessoa; 2- pessoa desmaiada na via pública por ter sido atingida por um raio; 3- pessoa que está nadando em um rio e começa a se afogar. Mas quando a resistência da vítima impossibilitar a prestação do socorro por terceiro, a conduta é atípica penalmente. Pessoa que gravemente ferida, ao ser socorrida por outra recusa a ajuda, dizendo que deseja morrer, aquela que socorre tem que continuar o socorro, mesmo contra a vontade daquela, sob pena de configurar o crime. Pessoa que, na direção de veículo automotor, mata ou lesiona e não presta socorro, responde pelo crime do art. 304 do CTB, mesmo que a sua omissão seja suprida por terceiro ou mesmo que a vítima tenha falecido instantaneamente ou com ferimentos leves; Pessoa que, na direção de veículo automotor ou não, não tenha qualquer envolvimento na morte ou lesões corporais da vítima, e deixar de prestar socorro podendo, responderá pelo crime do artigo 135 do CP. Exemplos 1: Duas mulheres A e B estão se afogando e só A é socorrida por um homem, com o auxílio de outro, que poderiam ter salvado A e B sem risco pessoal. Os dois homens previamente acertaram só salvar a mulher A. Em relação à mulher B, que se afogou, aquele homem que socorreu atua como autor na omissão de socorro, e outro como co-autor (auxilia nessa conduta). Houve coautoria no crime de omissão de socorro por que houve vínculo subjetivo (prévio ajuste entre os homens). Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- HOMICÍDIO REALIZADOPOR CONDUTA IMPRÓPRIA E CRIME DE OMISSÃO PRÓPRIA QUALIFICADA PELO RESULTADO MORTE - DIFERENÇAS A diferença está no dolo. No primeiro exemplo, há vontade de matar. No segundo não há, mas a morte vem a título de culpa. ELEMENTO SUBJETIVO: é dolo de perigo, não admitindo a modalidade culposa. CONSUMAÇÃO: consuma-se o crime no instante da omissão. TENTATIVA: não admite a tentativa, pois é crime unissubsistente. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx CRIMES CONTRA A HONRA Crimes contra a honra são todos aqueles que atingem o conjunto de atributos intelectuais, físicos e morais de uma pessoa, desmerecendo o seu apreço pela coletividade e despromovendo a sua auto-estima. HONRA: conjunto de qualidades físicas, morais e intelectuais de um ser humano, que o fazem merecedor de respeito no meio social. É patrimônio moral que merece proteção do Estado, sendo um direito fundamental – art. 5º, inciso X da CF. A doutrina distingue duas formas de honra: A HONRA PODE SER: HONRA OBJETIVA CRIME DE CALÚNIA CRIME DE DIFAMAÇÃO HONRA SUBJETIVA CRIME DE INJÚRIA Exemplo do primeiro caso: Uma mãe não gosta do filho de 1 ano de idade, e quer matá-lo, mas não tem coragem. Deixa-o sem alimento e com tal conduta provoca a morte da criança, por inanição. Exemplo do segundo caso: Uma criança está extraviada, e uma pessoa que está por perto sabe disso e se omite em ajudá-la. Horas depois foi atropelada por um carro, morrendo (ânimus omitenti). Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A HONRA OBJETIVA: representa o que os outros pensam de determinada pessoa, considerando suas qualidades físicas, morais e intelectuais; é o conceito que uma pessoa possui no meio social em que vive. É a reputação da pessoa. Os crimes de calúnia e difamação atacam a honra objetiva. É a imputação a outra pessoa de fato descrito na lei como crime (calúnia) ou ofensa à sua reputação (difamação). A HONRA SUBJETIVA: abrange o juízo que a pessoa faz de si mesma em razão de suas qualidades físicas, morais e intelectuais, isto é, a auto-estima. Não há atribuição de fato, mas imputação de qualidades negativas à outra pessoa xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx CRIME DE CALÚNIA – ART. 138 A calúnia consiste em atribuir falsamente, a alguém, fato definido como crime. Se acaso o fato for definido como contravenção penal deverá ser configurada como difamação. Na sua caracterização a calúnia exige os seguintes requisitos: Exemplo: Pedro acusa Beto de ter furtado o celular de Carmem, sendo tal acusação falsa, está configurado o crime de calúnia. Tutela a honra objetiva da pessoa – reputação Pode ser praticado por meio de mímicas ou palavras (escrita ou oral). SUJEITO ATIVO: aquele que atribui falsamente fato definido como crime a outra pessoa. Aquele que propala ou divulga a imputação somente responde pelo crime, se ele tiver consciência de que o fato incriminado é falso. SUJEITO PASSIVO: é a pessoa que sofreu a calúnia, incluindo os desonrados e os inimputáveis (menores de idade e doentes mentais). Se o fato imputado for verdadeiro, não há a calúnia. Somente se tipifica o crime quando há o animus injuriandi. Exemplos: 1- imputação de fato determinado qualificado como crime; 2- a pessoa ou pessoas devem ser certas e determinadas; 3- fato imputado é falso. Pessoa jurídica não está tutelada pelo tipo penal. Pessoa jurídica no direito brasileiro só pode ser vítima de difamação, mas não de calunia ou injúria. 1- Xisto é o sujeito que a polícia está procurando pela prática de vários estupros nesta área. 2- O promotor Bento deixou de denunciar um indiciado porque foi por ele subornado. Para configurar a calunia é preciso que a imputação do fato seja certa e determinada, pois a acusação aleatória de ladrão, receptador, estelionatário, amigo do alheio, indébito apropriador, não tipifica o crime. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ELEMENTO SUBJETIVO: é o dolo, vontade de ofender e denegrir a honra da vítima. O caluniador deve ter plena consciência de que a imputação não é verdadeira. Não admite a modalidade culposa. CONSUMAÇÃO: o delito consuma-se quando outra pessoa toma conhecimento do fato imputado falsamente, bastando apenas uma pessoa, pois é crime formal. TENTATIVA: é admissível na forma por escrito (crime plurissubsistente). Não é admissível a calúnia na forma verbal, pois esta se consuma no instante em que é verbalizada (unissubsistente). CALÚNIA CONTRA OS MORTOS EXCEÇÃO DA VERDADE É o fato do agente que proferiu a calunia contra a honra da vítima, provar que o que ele afirmou é verdade. Provado que a suposta ofensa é verdadeira, ou seja, é crime – a pessoa não responde por calúnia. A EXCEÇÃO DA VERDADE: 1- é um incidente processual que deve ser julgado antes da causa principal; 2- é uma medida facultativa de defesa indireta do acusado; 3- deve ser apresentada na primeira oportunidade em que a defesa se manifestar nos autos; É irrelevante se a vítima tomou ou não conhecimento da falsa imputação. Nélio imputa a Maria o fato dela ter se apropriado de um celular pertencente ao órgão público onde os dois trabalham (crime de peculato). Maria então processa Nélio pelo crime de calúnia, pois teve a sua reputação afetada. Na primeira oportunidade, Nélio entrou com a exceção da verdade, para provar que o fato que ele divulgou é verdadeiro. Admite-se somente a imputação referente ao período em que o ofendido estava vivo. A lei tutela a honra das pessoas mortas relativamente à memória da boa reputação e o interesse dos familiares em preservar a dignidade do falecido. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- CRIME DE DIFAMAÇAO – ART. 139 Difamar consiste em imputar à alguém fato ofensivo a sua reputação, ou seja, o autor do crime profere fatos ofensivos, com a intenção de desacreditar a vítima publicamente, não importando se os fatos são falsos ou verdadeiros. Atinge a honra objetiva da vítima. Para caracterizar o crime em questão são necessários os seguintes requisitos: A reputação diz respeito a opinião de terceiros no tocante aos atributos físicos, intelectuais e morais de alguém. É o conceito que a pessoa goza no meio social. SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, inclusive menores de idade, doentes mentais e desonrados. Os mortos não podem ser difamados. CONSUMAÇÃO: concretiza-se o crime quando a ofensa chega ao conhecimento de terceira pessoa. É crime formal. TENTATIVA: na forma escrita é possível a tentativa. EXCEÇÃO DA VERDADE NA DIFAMAÇÃO Só é admitida a exceção da verdade na difamação contra PF no exercício da função, pois o fundamentoé o interesse coletivo em fiscalizar o exercício da atividade funcional. Se o ofensor do FP demonstra a veracidade da imputação que fez, será absolvido. 1- imputação de fato determinado, diferente de crime; 2- pessoa ou pessoas determinadas; 3- fato ofensivo (desonroso) à reputação da vítima, podendo ser ele verdadeiro ou falso. Exemplos: Carlos espalha no trabalho que Pedro é um assíduo freqüentador de prostíbulos. Sendo este fato verdadeiro ou falso, constitui crime de difamação, pois as pessoas não devem tecer comentários desabonadores à respeito de qualquer que seja a pessoa, sendo eles verdadeiros ou não. Para caracterização da difamação é irrelevante a veracidade ou não das afirmações proferidas pelo agente, pois ainda que estas sejam verdadeiras o delito persiste, já que o tipo penal fala em imputar fato ofensivo, não se referindo em ser verdadeira ou não a imputação. Ex: João escreve um bilhete para um amigo imputando a Pedro fato que denigre a sua reputação. Antes de Pedro tomar conhecimento do conteúdo do bilhete, fora extraviado. Na forma verbal não admite o conatus, pois é crime unissubsistente. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx CRIME DE INJÚRIA – ART. 140 A injúria consiste em tutelar a honra subjetiva, que é constituída pelo sentimento de cada pessoa acerca de seus atributos morais (honra dignidade), intelectuais e físicos (honra decoro), mediante o uso de xingamento ou atribuição de qualidade negativa. Insultos pessoais sistemáticos e apelidos pejorativos podem caracterizar o crime de injúria, mais conhecido por bullying (lei 13.185/2015) São os requisitos do crime de injúria: NÚCLEO DO TIPO: injuriar significando insultar, ofender ou falar mal de modo que atinge o conceito que a pessoa possui dela própria. Ex: Décio comenta na frente de três amigos em um bar, que foi ajuizar uma ação penal no Foro de certa cidade do interior e ao adentrar o gabinete do juiz, encontra-o embriagado e na companhia de três mulheres que estavam ao seu lado em trajes íntimos. O juiz impetrou ação penal pelo crime de difamação, sob a alegação de fato ofensivo à sua reputação. Décio poderá, na primeira manifestação no processo, entrar com uma exceção da verdade, objetivando provar a veracidade dos fatos comentados. Exemplo 1: chamar uma mulher de desonesta. Neste caso, o ofensor responderá pelo crime de injúria, pois atingiu uma qualidade moral da pessoa. Exemplo 2: Pedro afirmou que Maria é horrorosa. Pedro cometeu o crime de injúria por que atentou contra as qualidades físicas de Maria (decoro). Exemplo 3: Jonas diz para outras pessoas que Lucas é burro, pois pronuncia as palavras de forma errada. Jonas praticou o crime de injúria, pois violou as qualidades intelectuais de Lucas. 1- imputação de qualidade negativa; 2- pessoa ou pessoas certas e determinadas; 3- qualidade negativa pode ser verdadeira ou falsa. Exemplo: A diz que B é um idiota e um imbecil. Se são verdadeiras ou não as qualidades negativas imputadas a B, isto não interessa para o legislador, pois a depreciação da auto-estima de B já foi atingida, configurando assim crime de injúria. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. A injúria pode ser praticado por palavras, gestos, pinturas, outdoors, escritos, etc SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, desde que tenha consciência de que está sendo atacada a sua honra. Logos, os menores de idade e os desonrados podem ser vítimas . CONSUMAÇÃO: concretiza-se o crime quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima. É irrelevante que a ofensa seja dita na presença da vítima ou se ela tomou conhecimento por terceiro, independente dela sentir-se ofendida. É crime formal. TENTATIVA: é possível somente na forma escrita, por ser crime plurissubsistente. DIFERENÇA ENTRE CALÚNIA E DIFAMAÇÃO CALÚNIA : há imputação de fato definido como crime e o fato imputado deve ser necessariamente falso; DIFAMAÇÃO: o fato imputado não é criminoso, mas ofensivo a reputação do indivíduo. Pode ou não ser falso, pois a falsidade da imputação não é exigida neste crime. DIFERENÇA ENTRE CALÚNIA E DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA CALÚNIA : há imputação de fato definido como crime e o fato imputado deve ser necessariamente falso; DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – art. 339 – o agente, além de atribuir à vítima falsamente um crime, também o leva ao conhecimento da autoridade – policial ou judicial – gerando a instauração de inquérito policial ou ação penal. DIFERENÇA ENTRE CALÚNIA E INJÚRIA CRIME DE CALÚNIA : há imputação de fato definido como crime, que atinge a honra objetiva da vítima; além disso, o crime se consuma quando terceiro toma conhecimento da imputação; CRIME DE INJÚRIA: há a atribuição de qualidade negativa, que atinge a honra subjetiva da vítima. Além disso, o crime se consuma quando a própria vítima toma conhecimento da imputação. Há crime de tentativa de injúria verbal na seguinte situação: Pedro pede para Beto que fale para Carlos, que ele é um covarde e imbecil. Pedro, não dá o recado a Carlos. Neste caso, a execução do crime de injúria se iniciou, mas não se consumou por circunstâncias alheias à vontade de Pedro. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- PERDÃO JUDICIAL NA INJÚRIA É causa de extinção da punibilidade e fundamenta-se no fato de que, embora a conduta seja típica e ilícita, não é necessário punir o agente. A sentença que o concede é declaratória de extinção da punibilidade – súmula s18 do STJ. No caso do crime de injúria, admite-se o perdão judicial nos incisos I e II do § 1º do art. 140. No inciso I, o ofendido provocou diretamente a injúria e na presença do ofensor. Exemplo: NO CASO DE RETORSÃO IMEDIATA – art. 140, § 2º, II RETORSÃO é a injúria dita pelo ofendido contra quem antes o injuriou. Logo após ser ofendida, imediatamente a vítima ataca a honra do seu agressor. Só existe a retorsão imediata no crime de injúria. Se a resposta da injúria consistir em difamação, o agente responderá pelo crime de difamação – art. 139 CP. CRIME DE INJURIA REAL Consiste no emprego, não de palavras, mas de violência ou vias de fato para a prática da ofensa e se considera aviltante (humilhante, desprezível). Se da violência empregada resulta lesão corporal ou morte, o agente responderá pelos crimes de injúria real em concurso material com o crime de lesão corporal ou morte. Exemplos de injúria real: CRIME DE INJÚRIA RACIAL OU QUALIFICADA É o ato de atribuir qualidade negativa à determinada pessoa que seja ofensiva à sua honra subjetiva e que esteja constituída de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem. Exemplos: João dirigiu gracejos indecorosos contra Madalena e esta chama João de vagabundo e sem-vergonha.João entra com ação penal contra Madalena pelo crime de injúria. Neste caso, não há motivos para o juiz punir Madalena, pois primeiro ela foi injuriada por João. Assim, aquele que provoca outra pessoa ilegalmente a injuriando, pode ser vítima de injúria. A retorsão é admitida tanto na injúria verbal quanto na escrita. Nesta última, a retorsão deve ocorrer no momento em que o injuriado tomar conhecimento da ofensa. Quem primeiro lança injúrias contra outra pessoa, não pode agir em retorsão imediata. E sobre ela não incide o perdão judicial. Bater no rosto da vítima com as luvas retiradas das mãos; jogar fezes ou urina na vítima; cortar cabelo ou barba com intuito de humilhar; rasgar roupas, jogar comida ou bebida no rosto da vítima. Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A injúria racial pode ser praticada por qualquer meio, sendo em tese comissiva e havendo a necessidade de chegar ao conhecimento da vítima, mesmo que através de terceiros. CRIME DE RACISMO Constante do artigo 20 da Lei nº 7.716/89, somente será aplicado quando as ofensas não tenham uma pessoa ou pessoas determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de pessoas. Exemplos: Entre as peculiaridades de cada crime encontram-se as seguintes diferenças: EXEMPLOS DE CRIME DE INJÚRIA RACIAL - xingar alguém de: 1- Negro fedorento 2- judeu safado 3- baiano vagabundo 4- alemão azedo 5- goleiro macaco EXEMPLOS DE CRIME DE RACISMO : 1- negar empregos a judeus em empresa, alegando raça; 2- impedir acesso de índios a determinado estabelecimento, sob alegação de etnia 3- impedir entrada de negros em um shopping, alegando cor de pele 4- todos aqueles que professam a religião protestante são corruptos 6- impedir que um praticante da religião muçulmana ingresse em cargo público; DIFERENÇAS ENTRE INJÚRIA RACIAL E CRIME DE RACISMO 1- crime de racismo: é imprescritível e inafiançável; crime de injúria racial: é afiançável e tem sua prescrição ocorre em oito anos; 2- crime de racismo: é de ação pública incondicionada; crime de injúria racial: é de ação penal privada; 3- crime de racismo: há a lesão ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; crime de injúria racial: há a lesão à honra subjetiva da vítima. 4- crime de racismo: possui penas superiores às do crime de injúria racial; Prof. MsC. LUCIANO COSTA – DIREITO PENAL III – RESUMO DE AULA Faculdade Estácio/FAP – CURSO DE DIREITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- INJÚRIA ETÁRIA O estatuto do idoso – lei n 10.741/2003 que conferiu nova redação ao § 3 do art. 140 do CP, tipificou a injúria etária, que ocorre quando a ofensa consiste no emprego de elementos referentes à condição de pessoa idosa – aquela com idade igual ou superior a 60 anos. Para caracterizar a injuria etária não basta que tenha sido praticada contra o idoso, mas é preciso que o agente queira atingir a honra subjetiva dele, e para tal utiliza elementos referentes à sua condição de pessoa idosa. Exemplos: A nova redação do § 3º também prevê o crime de injúria em razão de deficiência física ou mental, sendo esta condição ressaltada pelo sujeito com o objetivo de ofender a honra subjetiva da vítima. Exemplos: DISCRIMINAÇÃO CONTRA PORTADOR DO VIRUS HIV E DOENTES DE AIDS A lei 12.984/2014 incrimina a conduta de quem pratica atos discriminatórios contra portadores do vírus HIV e doentes de AIDS, quando se usa essas condições para atingir a honra subjetiva dessas pessoas nas seguintes situações: CONDUTAS DISCRIMINA TÓRIAS NA LEI 12.984/2014 I - recusar, procrastinar, cancelar ou segregar a inscrição ou impedir que permaneça como aluno em creche ou estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado; II - negar emprego ou trabalho; III- exonerar ou demitir de seu cargo ou emprego; IV- segregar no ambiente de trabalho ou escolar; III V- divulgar a condição do portador do HIV ou de doente de aids, com intuito de ofender-lhe a dignidade; V VI - recusar ou retardar atendimento de saúde.” chamar a vítima de “velha caduca”, idoso esclerosado, velho gagá, idoso decrépito, dentre outras depreciações. João é um debiloide; empregada retardada; você é uma aberração; monstro; multilado; aleijado;
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