Buscar

PLANEJAMENTO AMBIENTAL.

Prévia do material em texto

� PAGE \* MERGEFORMAT �7�
Universidade Estadual de Goiás
Campus Niquelândia-Go
Pós-Graduação Latu Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental
DAIANE
Gerenciamento de gestão de resíduos da Mineração Serra Grande S.A
Niquelândia - GO
2018
�
INTRODUÇÃO
O trabalho será analisado sobre o planejamento de gestão de resíduos da Mineração Serra Grande S.A, localizada em Crixas-Go, a mineração é uma atividade indispensável para o desenvolvimento econômico da sociedade, em contrapartida é potencial geradora de resíduos sólidos e, portanto, de impacto ambiental caso não haja gerenciamento adequado desses resíduos. 
Este estudo objetivou a análise do gerenciamento de resíduos sólidos da Mineração Serra Grande, empresa que realiza extração e beneficiamento de ouro, sendo considerados os aspectos de segregação, acondicionamento, destinação final e os fatores quantitativos. 
Desenvolver uma estratégia de gestão dos resíduos da mineração é de extrema importância, visando o controle e a prevenção dos impactos no solo, na água e no ar, advindos da má disposição dos resíduos. As prioridades da gestão devem ser: a eliminação ou redução da geração na fonte, reciclagem, tratamento e a disposição final adequada. 
O gerenciamento de resíduos é um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal 12.305 de 12 de agosto de 2010, que estabelece no artigo 20 quem está sujeito a elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, devendo contemplar, entre outros aspectos: origem, quantidade, classificação, acondicionamento, armazenamento e a destinação final. Dentre os obrigados a proceder a elaboração, estão incluídos os geradores de resíduos de mineração durante as atividades de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios (BRASIL, 2010).
 A aprovação desta lei, após longos vinte e um anos de discussão no Congresso Nacional, marcou o início de uma forte articulação institucional envolvendo os três entes federados – União, Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade civil na busca de soluções para os graves problemas causados pelos resíduos, que vem comprometendo a qualidade de vida dos brasileiros (MMA, 2011).
A metodologia utilizada incluiu pesquisa bibliográfica e os resultados da pesquisa demonstraram que o gerenciamento de resíduos praticado pela empresa é satisfatório e a destinação final é pertinente, conforme a classificação da NBR 10.004/2004. 
DESENVOLVIMENTO
A Mineração Serra Grande S.A. - MSG está instalada no município de Crixás – Estado de Goiás desde 1989 e possui como principais atividades a exploração e beneficiamento de ouro. A empresa opera atualmente quatro frentes de lavra, sendo: três subterrâneas (Mina III, Mina Nova e Mina Palmeiras) e uma a céu aberto (Open Pit), possuindo também uma planta metalúrgica, onde é realizado o beneficiamento do minério.
Para a extração e beneficiamento de ouro, são necessárias a operação e manutenção de atividades de apoio: barragem de rejeito, áreas administrativas, fábrica de explosivos, oficinas para manutenção das máquinas e equipamentos utilizados nos processos, refeitório e ainda ambulatório para atendimento interno dos colaboradores. Na empresa, ocorre a geração de resíduos sólidos de diversas características, exigindo formas de manuseio e destinação final diferenciados. 
O gerenciamento destes resíduos é realizado pela Divisão do Meio Ambiente (DVMA), integrante da Gerência de Sustentabilidade (GSU). A Mineração Serra Grande possui sete gerências: Gerência de Metalurgia (GME), Gerência de Geologia (GGE), Gerência de Mineração (GMI), Gerência de Sustentabilidade (GSU), Gerência de Exploração (GEX), Gerência de Manutenção (GMT) e Gerência de Administração e Finanças (GAF). Destas gerências, as maiores geradoras de resíduos são a Gerência de Mineração, responsável pela extração do minério onde é gerado o estéril e a Gerência de Metalurgia, responsável pelo beneficiamento do minério, onde é gerado o rejeito. 
O gerenciamento de resíduos da empresa envolve primeiramente o conhecimento por parte dos colaboradores da existência do mesmo, assim sendo, todos os empregados (próprios ou terceiros), assim que contratados, passam por um treinamento referente ao meio ambiente, onde são apresentadas as condutas relativas ao gerenciamento de resíduos. 
Na Figura 1 estão listados todos os resíduos gerados na Mineração Serra Grande, a classificação conforme a NBR 10.004/2004 e o código conforme Resolução CONAMA nº 313/2002 e NBR 10.004/2004. Os dados foram fornecidos pela empresa.
Observa-se que dos 66 (setenta e seis) resíduos listados, 33 (trinta e três), ou seja, 50% foram classificados como perigosos (Classe I) e os demais 33 (trinta e três) como não perigosos (Classe II), sendo 31 (trinta e um) não inerte (Classe II-A) e 02 (dois) inertes (Classe II-B). Dentre os resíduos classificados como II-A estão: o estéril de rocha e o rejeito do beneficiamento do minério. 
Os resíduos: cartucho plástico de tinta e tonner, borracha, pneus, sucata metálica, sucata metálica contaminada com óleo e graxa e embalagem metálica contaminada com produtos químicos, classificados como II-A (não inerte), poderiam ter recebido outra classificação. O resíduo cartucho plástico de tinta e tonner, por conter resíduos de tinta, poderia ser classe I (perigoso), e os demais citados poderiam ser classe II-B (inerte), sendo que os resíduos: sucata metálica contaminada com óleo e graxa e embalagem metálica contaminada com produtos químicos, apenas poderiam receber esta classificação após limpeza para remoção do excesso de produto perigoso. 
Entretanto, a destinação final aplicada, independente da classificação, é adequada ao tipo de resíduo, sendo que estes resíduos que poderiam ser classificados como II-B são encaminhados para a Raffa Sucatas - empresa que recebe resíduos recicláveis e posteriormente os encaminha para empresa recicladora - e os cartuchos plásticos de tinta e tonner são devolvidos ao fornecedor. 
Entre os resíduos enquadrados na classe I, que são aqueles que mais oferecem risco ao meio ambiente, são aplicados diferentes tipos de tratamento: coprocessamento, descontaminação, reciclagem, rerrefino e incineração. Outros resíduos recebem as seguintes destinações finais: aterro controlado interno (implantado e operado pela própria empresa), acomodação em solo na área da empresa, reutilização interna, tratamento biológico na ETE e devolução a fornecedor. 
Destaca-se que o procedimento de devolução ao fornecedor atende à logística reversa, sendo aplicado às embalagens de defensivos agrícolas (tratado pela empresa como Classe I) e aos cartuchos plásticos de tinta e tonner (tratado pela empresa como Classe II A). As lâmpadas incandescentes possuem destinação final igual às lâmpadas fluorescentes, entretanto, devido a sua classificação, poderiam ser dispostas em aterro sanitário. Essa ação demonstra que a Mineração Serra Grande buscou, nesse caso, sem se ater a custos financeiros, uma destinação ambientalmente mais correta. Os dados quantitativos de resíduos gerados no ano 2011 estão compilados na Figura 2. Estes dados fazem parte da Declaração Anual de Resíduos Sólidos, exigida pela Resolução CONAMA nº 313/2002 e pela Lei Federal 12.305/2010.
A quantificação é realizada agrupando-se alguns resíduos conforme a classe e/ou destinação final, o que justifica apenas 18 itens quantificados perante os 66 resíduos listados anteriormente. Os resíduos mais significativos da mineração, os estéreis de rocha e os rejeitos do beneficiamento de ouro possuem destinação interna. Os estéreis são dispostos no solo, em local pré-selecionando, formando as pilhas de estéril.
O rejeito do beneficiamento do minério, em estado semi-sólido, é bombeado para a barragem de rejeito onde recebe tratamento com peróxido de hidrogênio. Após o tratamento, parte do rejeito – denominado BackFill, agora em estado sólido, é utilizado como material de enchimento de áreasjá lavradas. Este procedimento, além de ser uma alternativa para reutilização do rejeito, reduz a utilização de recursos naturais, considerando que, anteriormente o preenchimento das áreas lavradas era realizado com areia. Outro benefício gerado é o aumento da vida útil da barragem de rejeito
Com relação aos outros resíduos gerados, a empresa mantém um sistema de coleta seletiva, disponibilizando recipientes coletores diversos em todas as áreas afins. Para facilitar o transporte, os resíduos são armazenados em caçambas metálicas, periodicamente coletados por caminhão poliguindaste (Brooks) e levados, de acordo com o tipo de resíduo, para uma das duas áreas de transbordo (Central e Pátio de Resíduos), onde ficam armazenados até que recebam destinação final. Os resíduos com destinação interna são encaminhados diretamente para os locais de disposição final, não passando pelas áreas de transbordo. 
A Central de Resíduos é um galpão com área de 300 m² dividida em cinco compartimentos, onde são armazenados resíduos perigosos (contaminados com óleos e graxas, produtos químicos, lâmpadas fluorescentes, baterias chumbo ácidas, pilhas e baterias alcalinas) e alguns não perigosos (papéis, plásticos, resíduos tecnológicos e pneus inservíveis). Neste local é realizada prensagem para formação de fardos de papéis, plásticos e latas de alumínio para posterior encaminhamento à reciclagem. A Figura 4 mostra as instalações da Central de Resíduos.
O Pátio de Resíduos é uma área de 1.350 m², sem cobertura, destinada ao armazenamento de resíduos como: borrachas, vidro, bombonas plásticas, sucatas metálicas e madeira. Buscando melhorar a forma de armazenamento destes resíduos, a empresa possui projeto para construção de cobertura e piso impermeável para esta área. Os recipientes e caçambas coletoras utilizadas para segregação dos resíduos possuem cores seguindo o padrão estabelecido pela Resolução CONAMA nº 275/2001.
CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, é possível concluir que o gerenciamento de resíduos sólidos praticado pela Mineração Serra Grande é satisfatório, visto que os resíduos recebem destinação final adequada, respeitada a viabilidade econômica em face às melhores tecnologias disponíveis. Pode-se afirmar que para o gerenciamento de resíduos sólidos atingir bons resultados é necessário uma estrutura organizacional e física apropriada. 
A estrutura organizacional envolve a composição de um corpo técnico que formule as diretrizes e condutas relativas ao gerenciamento e realize monitoramento periódico. A estrutura física apropriada inclui recipientes de coleta bem distribuídos conforme os tipos de resíduos gerados por área e locais de armazenamento, possuindo área suficiente, sendo considerada a quantidade de resíduo gerado e o período de armazenamento. 
Destaca-se que o treinamento e envolvimento de todos os colaboradores da empresa é imprescindível para que haja a segregação dos resíduos no momento da geração. Este procedimento promove melhor aproveitamento dos resíduos passíveis de gerar receita e reduz o risco de destinação inadequada para aqueles que oferecem risco ao meio ambiente. 
Como forma de otimizar os custos e reduzir o consumo de outros recursos naturais, recomenda-se que a empresa continue buscando alternativas para reutilização de resíduos, como foi o caso de parte do rejeito que atualmente é utilizado para enchimento de áreas já lavradas.
�PAGE �

Continue navegando