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Patologia geriatria

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Patologia - Módulo III (3 Etapa) 
Niccoly Kolle - TXXVI 
Envelhecimento celular 
É resultado do declínio progressivo da função e viabilidade celulares causado por anomalias genéticas e 
acúmulo de danos moleculares e celulares devido aos efeitos da exposição a influências exógenas. 
● A medicina atualmente diferencia dois tipos de envelhecimento: a senescência e a senilidade. 
1. Senescência é definida como um processo de envelhecimento natural e saudável, sem 
comprometimento da manutenção das necessidades básicas de vida como: alimentação, 
locomoção, higiene e relacionamento interpessoal. 
2. A ​Senilidade é o processo de envelhecimento associado a diversas alterações decorrentes 
de doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes, e maus hábitos de vida, podendo 
gerar incapacidades funcionais, insuficiência dos órgãos e até a morte. 
 
 
 
 
Apoptose celular 
A apoptose é a morte celular geneticamente programada, não seguida de autólise(destruição das células 
pelas enzimas do próprio indivíduo). A apoptose é um tipo de autodestruição celular ordenada com uma 
finalidade biológica definida e que demanda certo gasto de energia para a sua execução, ao contrário da 
necrose, que é uma simples 
degeneração. A apoptose 
pode também ser causada 
por um estímulo patológico 
não fisiológico, como a 
lesão ao DNA celular, por 
exemplo. A apoptose 
envolve uma série de 
alterações morfológicas da 
célula que leva à inativação 
e fragmentação dela, ao 
final de seu ciclo, sem 
extravasar conteúdo tóxico 
para o meio extracelular, 
portanto, sem causar dano 
tecidual. Os restos celulares 
são fagocitados 
(englobados e digeridos) 
por macrófagos teciduais, 
sem danos para as demais 
células do tecido. 
 
 
 
Lâmina A.359 
 
 
Neste linfonodo está ocorrendo um processo reacional intenso a alguma estimulação antigênica. A camada 
cortical está espessada e mostra numerosos ​folículos linfóides de vários tamanhos, com ​centros germinativos 
muito ativos. Os folículos correspondem à zona B do linfonodo, onde proliferam e amadurecem os linfócitos 
que se transformarão principalmente em ​células de memória e, em menor grau, em ​plasmócitos​, as células 
produtoras de imunoglobulinas. Estes são produzidos principalmente nas regiões interfolicular e medular do 
linfonodo. Entre os folículos está a ​zona paracortical​, que 
aparece mais escura, onde predominam os linfócitos T. No 
caso, esta zona está relativamente menos evidente devido à 
intensa hiperplasia dos folículos. A camada medular do 
linfonodo, voltada para o hilo, aqui não está visualizável 
devido ao plano de corte. 
 
Pontos principais: 
1. Proliferação germinativa 
2. Macrófago fagocitando corpos apoptóticos - aspecto 
de céu estrelado 
3. Centro germinativo com inúmeras mitoses 
 
No centro germinativo logo chamam a atenção células maiores e claras, que contrastam com as demais, 
dando em pequeno aumento o ​‘aspecto em céu estrelado’​. Estas células são ​macrófagos​, cujo citoplasma 
abundante contém restos nucleares fagocitados, provenientes de células que sofreram ​apoptose​. A maior 
parte do centro germinativo, porém, é constituído por linfócitos chamados ​centrócitos​, cujo núcleo tem 
cromatina densa e contorno irregular, em uva passa. Há também alguns ​centroblastos​, que são células com 
aspecto jovem, com núcleo grande e vesiculoso e nucléolos evidentes. 
Mitoses são numerosas no centro germinativo, indicando que se trata de uma zona de intensa proliferação 
dos linfócitos B. Por um processo conhecido como ​hipermutação somática​, os linfócitos resultantes 
produzem moléculas de anticorpo ligeiramente diferentes, algumas melhor adaptadas ao antígeno que 
outras. Aqueles linfócitos que sintetizam os melhores anticorpos serão estimulados a maturar em células de 
memória ou em plasmócitos. Os demais sofrem ​apoptose e seus restos (​corpos apoptóticos​) são fagocitados 
pelos macrófagos do centro germinativo. 
 
 
 
 
 
 
Imagem ao lado: ​Setas mostrando apoptose de 
hepatócitos por infecção viral: células 
aumentadas de tamanho, com perda da 
eosinofilia do citoplasma e sem núcleo, são 
fragmentados por enzimas (caspases) 
 
 
 
 
 
Lâmina A.212 
Miócitos com lipofuscina (marcador de envelhecimento). Se observa no citoplasma dos miocardiócitos um 
pigmento amarelo claro granuloso, a ​lipofuscina​. É um material inerte, rico em lípides, que se acumula com o 
avançar da idade em células que não se dividem (como os miocardiócitos). A lipofuscina tende a localizar-se 
nos polos dos núcleos. Não tem maior importância porque não afeta o desempenho funcional das células. 
 
 
Artigo - Estudo das alterações relacionadas com a idade na pele humana, utilizando métodos de 
histo-morfometria e autofluorescência 
Foram coletadas amostras de pele do abdômen de indivíduos jovens (menos de 20 anos), sete indivíduos 
com idade intermediária (20-60 anos) e seis indivíduos idosos (mais de 60 anos). Avaliaram-se a espessura 
da epiderme e derme, e a superfície de contato epidermo-dérmica. Investigaram-se ainda as modificações 
qualitativas do aparelho colágeno-elástico, considerando sua disposição espacial na derme. 
RESULTADOS: A espessura da epiderme e derme do grupo idoso foi significativamente diminuída (p<0,05) 
em relação aos demais grupos. Os grupos idoso e intermediário exibiram acentuada redução na superfície de 
contato epiderme-derme (p<0,05). Detectaram-se a perda da distribuição em rede das fibras elásticas com 
sua progressiva fragmentação, alterações da compactação do colágeno e espessamento da membrana basal 
com o envelhecimento. 
CONCLUSÃO: O envelhecimento leva à redução da espessura da derme e epiderme, bem como ao 
aplanamento da junção dermoepidérmica. As mudanças da pele ao longo da vida nem sempre seguem um 
perfil linear, mostrando drásticas alterações nas últimas décadas de vida. O método de autofluorescência 
mostrou-se um instrumento valioso no estudo da complexa relação espacial das fibras elásticas e colágenas. 
 
Imagem 1 ao lado esquerdo: 
● redução significativa da espessura da epiderme e derme; 
● redução progressiva da superfície de contato 
epiderme-derme; 
● redução da acidofilia na derme média, refletindo a 
redução da densidade de fibras colágenas; 
● Notem-se o achatamento progressivo da junção 
epidermo-dérmica com o envelhecimento e a redução da 
acidofilia na derme média (asterisco), refletindo a redução da 
densidade de fibras colágenas. 
● (A) jovem - fibras elásticas íntegras e (B) idoso - fibras 
elásticas fragmentadas. 
Imagem 2 ao lado direito: 
● Em toda extensão da derme do grupo senil foi 
detectada fragmentação acentuada das fibras 
elásticas coradas em negro pela coloração de 
fucsina-resorcina de Weigert, em contraste com o 
aspecto contínuo das fibras elásticas dos espécimes 
do grupo jovem. 
● Espécimes de pele dos grupos jovem (A) e idoso (B) 
corados pelo tricrômico de Van Giesonelastina, em 
que as fibras elásticas são observadas em preto. 
Note-se a clara fragmentação das fibras elásticas ao 
longo da derme com o envelhecimento. Na derme 
superficial, o aparelho elástico perdeu quasecompletamente sua disposição vertical na pele senil. 
 
Dermatoses atróficas 
Diminuição volumétrica e numérica de células pode afetar uma ou mais camadas da epiderme e toda a, ou 
parte da derme e dos anexos. A atrofia da pele pode representar manifestação isolada ou ser um dos 
componentes de quadro sintomatológico variado. 
1. Atrofia Congênita: ​displasia ectodérmica congênita (desenvolvimento incompleto da pele e dos 
anexos) e ​aplasia cútis congênita (ausência congênita da pele, perda focal ou disseminada da 
pele). 
2. Atrofias adquiridas: atrofia senil simples ou fisiológica (pele amarelada e fina, atravessada por 
sulcos e rugas, desprende-se facilmente do tecido subcutâneo), ​estria atróficas (inicialmente são 
vermelho-violáceas - estrias rubras - e simétricas, seguindo as linhas de clivagem, depois tornam-se 
brancas e enrugadas; na fase inicial, encontram-se mastócitos desgranulados, elastose e 
elastofagocitose por macrófagos ativados; afetam o colágeno dérmico, fibras elásticas e substância 
fundamental), ​atrofia nervosa (lesão de nervos periféricos por ferimentos traumáticos), ​atrofia 
essencial ou idiopática (pode ser difusa ou localizada, acompanhada ou precedida de inflamação; 
hiperceratose com tampões córneos foliculares, diminuição da camada espinhosa, degeneração 
 
hidrópica da camada basal, edema acentuado e homogeneização do colágeno na derme superior e 
infiltrado inflamatório na derme média) e ​degeneração senil (pele torna-se adelgaçada, inelástica, 
seca, amarelada, com rugas e sulcos, além da atrofia da epiderme, notam-se transformação 
basofílica do elástico, em que as fibras conjuntivas fragmentam-se em massas amorfas e grânulos). 
 
Lipofuscina 
Chamada também de lipocromo, pigmento de desgaste, pigmento do envelhecimento. Ela é considerada um 
marcador biológico de envelhecimento celular. Lipofuscina aparece como grânulos delicados 
intracitoplasmáticos, pardo-amarelados, autofluorescentes e PAS-positivos. Contém principalmente proteínas 
e lipídeos na proporção 30% e 70%, respectivamente. Há evidências de que a formação de lipofuscina seja 
causada por peroxidação de material previamente autofagocitado no interior de lisossomos. A lipofuscina 
acumula-se com o passar do tempo, em razão de que os processos responsáveis por sua formação e seu 
acúmulo (autofagia e produção de moléculas de oxigênio reativas) ocorrem ao longo da vida. Com o avançar 
da idade, a lipofuscina deposita-se em células pós-mitóticas, como neurônios, células musculares cardíacas 
(parece não afetar a função do órgão) e esqueléticas e epitélio pigmentar da retina (seu acúmulo na retina 
associa-se a degeneração macular relacionada com a idade, que é a principal causa de cegueira) 
A presença e o acúmulo de lipofuscina estão na dependência de: 
● Aumento de autofagia ou de captação celular de material nao completamente degradável 
● Redução da síntese e/ou da eficiência das enzimas lisossômicas 
● Diminuição da eliminação de resíduos não degradáveis 
 
 
 Imagem: ​pigmento pardo-amarelado de lipofuscina no 
citoplasma de células musculares cardíacas 
 
 
Doenças Pulmonares Obstrutivas 
Tais doenças são entidades clinicopatológicas que têm em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em 
qualquer nível da árvore respiratória. Clinicamente, manifestam-se com dificuldade respiratória sobretudo na 
fase respiratória. Como o tabagismo é o fator etiológico mais importante ao desenvolvimento tanto da 
bronquite crônica como do enfisema pulmonar, muitos pacientes apresentam sobreposição das duas 
doenças, com predomínio ora do componente inflamatório das vias respiratórias (bronquite/bronquiolite), ora 
de destruição do parênquima pulmonar (enfisema). Na prática médica, estas duas entidades são agrupadas 
sob denominação doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Nesta, a obstrução ao fluxo é em geral 
progressiva, embora parcialmente reversível, e pode acompanhar-se de hiper-reatividade das vias 
respiratórias. Bronquite determina estreitamento e obstrução da luz de pequenas vias respiratórias, enquanto 
enfisema é responsável por perda do recolhimento elástico pulmonar. A consequência funcional em ambas as 
doenças é, pois, limitação ao fluxo aéreo. 
 
 
Aumento da resistência ao fluxo aéreo⇒ obstrução parcial ou completa em qualquer nível da traqueia 
e brônquios maiores até os bronquíolos terminais e respiratórios 
 
 
 
1. Bronquite crônica: ​é definida clinicamente como tosse persistente com produção excessiva de muco na 
maioria dos dias de um período de 3 meses, durante pelo menos 2 anos consecutivos. Se persistir por anos 
pode: progredir para DPOC ou provocar cor pulmonale ou metaplasia atípica e displasia do epitélio 
respiratório. Tosse persistente com produção de escarro. 
● Patogenia: Irritação de longa duração por substâncias inaladas – Fumaça de tabaco, dióxido de 
enxofre, dióxido de nitrogênio, pó de grãos, algodão e sílica. Neutrófilos proteases (elastase, por 
exemplo). 
○ Linfócitos: aumento do número de Linf T na parede brônquica e de neutrófilo na luz das vias 
respiratórias. Linf T CD8+ podem estar implicados na lesão do parênquima pulmonar e no 
recrutamento de neutrófilos. 
○ Macrófagos: estão aumentados tanto nas vias respiratórias (grandes e pequenas) como no 
parênquima pulmonar da parede alveolar. 
○ Neutrófilos: ambiente de citocinas propício ao acúmulo de neutrófilos na luz brônquica; 
aumento da expressão das moléculas de adesão nos vasos submucosos e no epitélio 
brônquico, favorecem o acúmulo de neutrófilos na luz das vias respiratórias; há aumento de 
neutrófilos nas glândulas submucosas; elastase de neutrófilos é um potente secretagogo, 
podendo contribuir para a hipersecreção brônquica. 
○ Células epiteliais: células do revestimento brônquico também são fonte de mediadores 
inflamatórios na DPOC. 
● Reações metaplásicas protetoras: Hipersecreção de muco - Hipertrofia das glândulas submucosas 
na traqueia e nos brônquios – superprodução de escarro ​⇒ Aumento acentuado das células 
caliciformes das pequenas vias aéreas – importante para a obstrução crônica das vias áreas. 
● Macroscopicamente: há o espessamento da parede da árvore brônquica e acúmulo de secreção 
esbranquiçada, por vezes com aspecto purulento. 
● Histologicamente: ​as grandes vias respiratórias apresentam hipersecreção de muco, hipertrofia das 
glândulas submucosas, aumento do número de células caliciformes e acúmulo de secreção. 
Metaplasia escamosa é frequentemente observada em casos mais graves, podendo encontrar 
também alterações displásicas do epitélio. 
○ O aumento da secreção brônquica deve-se à atividade das glândulas da submucosa 
brônquica e das células mucosas do epitélio respiratório. As glandulas submucosas 
representam cerca de 98% das células produtoras de muco. 
○ Para avaliação da existência de hipertrofia glandular é empregado o índice de Reid, que 
representa a relação entre a espessura do tecido glandular e a espessura da parede 
brônquica compreendida entre a membrana basal e a cartilagem em corte transversal da via 
respiratória. Para não bronquíticos, o ​índice de Reid varia de 0,14 a 0,36 (média = 0,26)- 
índice normal é no valor <0,40; na bronquite crônica, de 0,41 a 0,79 (média = 0,59). 
○ As vias respiratórias periféricas são as principais responsáveis pela limitação crônica ao 
fluxo aéreo na doença pulmonar obstrutiva induzida pelo fumo. 
○ As pequenas vias respiratórias apresentam metaplasia mucosa com formação de tampões 
mucosos, infiltrado inflamatório rico em mononucleares e fibrose da parede bronquiolar. 
○ Acúmulos de macrófagos pigmentados intra-alveolares associados a alterações da parede 
bronquiolar caracterizam a bronquiolite respiratória do fumante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens acima: Características histológicas da bronquite crônica. (A) Uma seção da parede do bronquíolo 
com acúmulo luminal de muco, hiperplasia de células caliciformes, espessamento da membrana basal (seta) 
e células inflamatórias mononucleares dispersas. (B) Uma parede brônquica com metaplasia escamosa do 
epitélio luminal (cabeça de seta) e hiperplasia das glândulas subepiteliais seromucosas (seta). 
 
 
 
 
 
 
Imagem acima: ​Metaplasia escamosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem do lado esquerdo: ​Aumento das células caliciformes e 
uso de corante azul (Alcian-Blue) que detecta o muco dentro das 
células caliciformes. 
 
 
 
 
 
 
 
2. Enfisema Pulmonar: é definido como o aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos 
pulmonares associado a destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente. O ácino pulmonar 
compreende a porção de parênquima distal a um bronquíolo terminal (constituído pelo bronquíolo respiratório, 
ductos e sacos alveolares e alvéolos). O conjunto de três a cinco bronquíolos terminais e seus respectivos 
ácinos constitui o lóbulo pulmonar. 
De acordo com a distribuição anatômica das lesões, o enfisema é classificado em 4 tipos, porém com 2 em 
destaque a ser estudado: 
● Enfisema centroacinar ou centrolobular: ​frequentemente associado ao hábito de fumar e à 
bronquite crônica, a porção central do ácino pulmonar, junto ao bronquíolo respiratório, mostra-se 
acometida, poupando-se os alvéolos mais distais; as lesões em geral contêm grande quantidade de 
pigmento antracótico. Na fase avançada, todo o ácino pode estar acometido, dificultando a distinção 
com o enfisema panacinar. O enfisema centrolobular acomete preferencialmente os lobos 
superiores. 
● Enfisema panacinar ou panlobular: ​geralmente está relacionado com deficiência da 
alfa1-antitripsina, todo o ácino está aumentado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e ductos 
alveolares. As lesões são mais graves nas bases pulmonares. 
 
 
 
 
● Patogenia: mecanismo protease-antiprotease; o enfisema resulta de desequilíbrio entre proteases e 
antiproteases, com predomínio da ação das proteases e consequente destruição dos septos 
alveolares. As principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são neutrófilos e 
macrófagos alveolares, ambos presentes em maior número no pulmão dos fumantes. Os neutrófilos 
liberam a maior quantidade de serinoelastase no pulmão de fumantes, enquanto macrófagos 
alveolares são considerados a principal fonte de metaloelastases. Além disso, macrófagos alveolares 
se acumulam nas regiões centroacinares de pulmões de fumantes, que são os locais preferenciais 
da lesão enfisematosa. 
○ Hipótese desequilíbrio de protease-antiprotease: ​Enfisema resulta do efeito destrutivo de 
uma elevada atividade de protease em indivíduos com baixa atividade antiprotease. 
Pacientes com deficiência genética da antiprotease α1-antitripsina: – tendência maior de 
desenvolver enfisema pulmonar ⇒ ​1. ​Neutrófilos sequestrados em capilares periféricos, 
incluindo os do pulmão, e alguns têm acesso aos espaços alveolares; ​2. Qualquer estímulo 
que aumente o número de leucócitos no pulmão ou a liberação de seus grânulos contendo 
protease aumenta a atividade proteolítica; ​3. ​Baixos níveis séricos de α1-antitripsina a 
destruição do tecido elástico não é reprimida, resultando em enfisema. ​Tabagismo 
desempenha um papel essencial na perpetuação do desequilíbrio de oxidantes-antioxidantes 
na patogenia do enfisema. 
 
Pulmão ⇒ antioxidantes ⇒ lesão oxidativa em um mínimo ⇒ fumaça do tabaco⇒ espécies reativas 
de oxigênio em abundância ⇒ depletam mecanismos antioxidantes ⇒ dano tissular 
 
Inflamação crônica leve em todas as vias aéreas, parênquima e vasculatura pulmonar Macrófagos, 
linfócitos T e neutrófilos estão aumentados em várias partes do pulmão⇒ leucotrieno B4, IL-8, TNF e 
outros ⇒ capazes de danificar as estruturas pulmonares ou manter uma inflamação neutrofílica. 
 
Vale lembrar: ​A patogênese da obstrução das vias respiratórias na DPOC está diretamente relacionada com 
a associação de dois componentes: 1. Estreitamentos e tortuosidades das pequenas vias respiratórias por 
inflamação e fibrose (bronquiolite), que aumenta a resistência de vias respiratórias; 2. Perda do ancoramento 
alveolar e da força de recolhimento elástico (enfisema), que causa fechamento precoce das pequenas vias 
respiratórias durante a expiração. 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem ao lado: ​Modelo proposto à patogênese do 
enfisema pulmonar (mecanismo protease-antiprotease). O 
fumo e outras substâncias agressoras inaladas induzem 
aumento do número e da atividade de células inflamatórias, 
que liberam enzimas hidrolíticas, radicais livres e outros 
compostos lesivos. O fumo também inativa a 
alfa1-antitripsina (alfa1-AT). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Resultados da Agressão Pulmonar: ​Perda do tecido elástico nas paredes dos alvéolos – reduz a 
tração radial e causa o colapso dos bronquíolos respiratórios durante a expiração; Obstrução 
funcional do fluxo aéreo, apesar da ausência de uma obstrução mecânica; Metaplasia de células 
caliciformes com muco obstruindo a luz; Espessamento da parede bronquiolar devido a hipertrofia de 
músculo liso e fibrose peribrônquica 
○ Em conjunto, essas alterações estreitam a luz bronquiolar e contribuem para a obstrução das 
vias aéreas 
● Macroscopicamente: ​é bem característico, especialmente em pulmões fixados após insuflação. Os 
pulmões apresentam aumento de volume e suas margens anteriores se aproximam. Especialmente 
nas margens e no ápice, podem existir bolhas, às volumosas. O órgão apresenta-se pálido (contém 
pouco sangue) e torna-se quase completamente inelástico. O tórax fica fixado em posição 
inspiratória, com aumento do diâmetro anteroposterior (tórax em tonel). As costelas acham-se 
levantadas, os espaços intercostais estão alargados e a cúpula diafragmática encontra-se abaixada, 
em posição inspiratória. 
● Microscopicamente: 1. há destruição da parede de bronquíolos e alvéolos ,que resulta em dilatação 
permanente dos alvéolos, sacos e ductos alveolares, perda do componente elástico e redução do 
leito capilar pulmonar por destruição dos septos alveolares; 2. Obstrução de bronquíolos, que resulta 
em obstáculo à saída do ar e contribui para aumentar o ar residual e para maior dilatação alveolar e 
3. Surgem lesões arteriolares quando existe hipertensão pulmonar. 
 
 
 
Imagem 1 da direita:​ Alvéolos normaisImagem 2 da direita: ​Bronquíolos normais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem da esquerda: ​destruição dos septos alveolares (bronquite crônica) e presença de​ antracose 
(corante azul que detecta o muco dentro das células caliciformes). 
 
Imagem da direita: ​alvéolos pulmonares normais (sem doença presente) e presença de ​antracose 
(pigmento antracótico; ao inalar partículas de poluição e etc, essas se acumulam dentro do pulmão). 
 
Antracose: Pigmento de cor negra distribuido em pequenos focos pelo parênquima pulmonar. Em aumento 
forte, o pigmento é constituído por pequenos grãos negros, em parte livres e em parte no citoplasma de 
macrófagos. São partículas de carvão provenientes do ar e não causam lesão pulmonar. 
 
 
Efeitos do envelhecimento sobre o coração 
 
A gordura epicárdica aumenta, enquanto os detritos 
formados por anos de catabolismo intracelular e 
estresse oxidativo acumulam-se como lipofuscina 
intracelular. As alterações valvares do 
envelhecimento incluem calcificação do anel mitral e 
valva aórtica. 
As valvas podem desenvolver um espessamento 
fibroso e os folhetos mitrais tendem a curvar-se para 
trás na direção do átrio esquerdo durante a sístole 
ventricular, simulando um prolapso (mixomatoso) da 
valva mitral. Quando isso acontece, o aumento das 
sobrecargas de volume e pressão resulta na 
dilatação do átrio esquerdo, e consequentemente em 
uma maior incidência de arritmias atriais. Com o 
tempo, pequenos processos filiformes (excrescências 
de lambl) formam-se sobre as linhas de fechamento 
das valvas aórtica e mitral, que provavelmente se 
originam da organização de pequenos trombos. 
 
 
 
Degeneração valvar por calcificação 
As valvas cardíacas estão sujeitas a altos níveis de estresse mecânico repetitivo, particularmente nos pontos 
em que as cúspides e os folhetos se dobram. Isso é uma consequência de: 
● 30 a 40 milhões ou mais de contrações cardíacas por ano; 
● Deformações teciduais substanciais durante cada contração; 
● Gradientes de pressão transvalvares na fase fechada de cada contração (120 mmHg da valva mitral 
e 80 mmHg da valva aórtica). 
1. Estenose Aórtica Calcificada: é a mais comum das anormalidades valvares. É geralmente a 
consequência do "uso e desgaste" associados à idade tanto de valvas anatomicamente normais quanto das 
valvas bicúspides de origem congênita. A calcificação da valva aórtica é uma consequência da lesão crônica 
recorrente devido à hiperlipidemia, hipertensão, inflamação e a outros fatores semelhantes àqueles 
implicados na aterosclerose. As valvas bicúspides sofrem maior estresse mecânico do que as valvas 
tricúspides normais. A lesão crônica progressiva leva à degeneração valvar e provoca a deposição de 
hidroxiapatita (o mesmo sal de Ca que é encontrado no osso). A lesão valvar da estenose aórtica calcificada 
difere em alguns aspectos importantes da aterosclerose. As valvas normais contêm células semelhantes a 
osteoblastos que sintetizam proteínas da matriz óssea e a promovem a deposição de sais de cálcio. 
● Calcificação do anel da valva mitral: ​Os depósitos calcificados degenerativos na valva mitral se 
desenvolvem no anel fibroso. A lesão consiste em blocos grosseiros de material amorfo e calcificado 
associado a reação inflamatória crônica. A alteração funcional mais comum é insuficiência valvar. 
Pode haver bloqueio atrioventricular por comprometimento do nó atrioventricular e do feixe de His. 
Os pacientes com essa calcificação apresentam um risco aumentado de AVC embólico, e os nódulos 
calcificados podem tornar-se um local para endocardite infecciosa. 
○ Macroscopicamente: ​são visto como nódulos irregulares, com consistência pétrea e às 
vezes ulcerados. A calcificação do anel mitral geralmente não afeta a função valvar. 
● Macroscopicamente: ​presença de massas calcificadas e amontoadas dentro das cúspides aórticas, 
que acabam se projetando através das superfícies da via de saída para dentro dos seus da valva e 
impedindo a abertura das cúspides. A valva costuma ter estenose pura, pois em geral não há 
retração nem fusão das comissuras. Em alguns casos, a calcificação se estende ao septo 
interventricular, causando bloqueio atrioventricular. 
● Microscopicamente: ​O processo de calcificação começa na camada fibrosa valvar, na superfície da 
via de saída da valva e nos pontos de máxima flexão das cúspides. Há deposição de cristais de 
colesterol e reação macrofágica e gigantocelular. 
 
 
 
 
 
● Prolapso da valva mitral (degeneração Mixomatosa da valva mitral): ​os folhetos estão frouxos e 
sofrem prolapso ou abaulamento para dentro do átrio esquerdo durante a sístole. A alteração 
anatômica característica é uma balonização dos folhetos mitrais ou de parte deles entre as cordas 
tendíneas. 
○ Macroscopicamente: ​os folhetos afetados estão aumentado, redundantes, espessos e 
elásticos. As cordas tendíneas associadas podem estar alongadas, adelgaçadas e às vezes 
rompidas, e os anéis podem estar dilatados. As valvas tricúspide, aórtica ou pulmonar 
também podem estar afetadas. 
○ Microscopicamente: ​anormalidade do tecido conjuntivo, com alteração na síntese e na 
degradação das suas moléculas, resultando em acúmulo de proteoglicanos. ​A principal 
alteração é o espessamento acentuado da camada esponjosa com deposição de material 
mucoide (mixomatoso), chamado de degeneração mixomatosa. Também há um 
enfraquecimento da camada fibrosa colagenosa da valva, da qual a integridade estrutural do 
folheto depende. As alterações secundárias refletem os estresses e as lesões teciduais 
relacionados aos folhetos aumentados: 1. Espessamento fibroso dos folhetos da valva, onde 
um atrita com o outro, 2. Espessamento fibroso linear da superfície endocárdica do 
ventrículo esquerdo, 3. Espessamento do endocárdio mural do átrio ou do ventrículo 
esquerdo, 4. Trombos nas superfícies atriais dos folhetos ou das paredes atriais e 5. 
Calcificações focais na base do folheto mitral posterior. 
 
 
 
Imagem do lado esquerdo: 
● Há um abaulamento acentuado com prolapso da válvula posterior da 
valva (seta) para dentro do átrio esquerdo; 
● O átrio também está dilatado, o que reflete insuficiência valvar de longa 
duração e sobrecarga de volume. 
 
 
 
 
 
 
Imagem 1 à direita: 
● Superfície atrial (endocárdio, continuação do átrio); 
● Pars spongiosa, que é uma coleção de fibras e feixes de colágeno escassos, e algumas fibras 
elásticas incorporadas em uma substância fundamental de muco-polissacarídeos; 
● Pars fibrosa, constitui o esqueleto valvular e é constituído por uma camada densa de fibras de 
colágeno, que são continuadas apicalmente com o anel mitral e distalmente com as cordas 
tendíneas; 
● Superfície ventricular (endocárdio que continua com o revestimento ventricular). 
 
Imagem 2 à direita: 
● Corte histopatológico da área de contato da válvula, mostrando infiltração grave de 
mucopolissacarídeos (em azul), separando e invadindo a estrutura do colágeno (cor violeta); 
● Corante específico: Alcian Blue / PAS - valva com tecido frouxo identificado com o corante azul. 
○ Quando o processo avança ao longo do tempo, outros mecanismos compensatórios(RAAS, 
neuro-hormonais) são acionados, o que produzirá um aumento no volume plasmático e na 
resistência periférica, o que força o coração a um maior trabalho cardíaco e a esses 
mecanismos. A formação de material frouxo, mixomatoso, na parede valvar pode causar 
insuficiência, pois no início eles compensam, em seguida, acabam agravando o quadro e 
desencadeando insuficiência cardíaca. 
 
2. Esclerose Medial de Monckeberg: é caracterizada pela calcificação das paredes das artérias 
musculares, que envolvem tipicamente a membrana elástica interna. As calcificações não invadem a luz do 
vaso e geralmente não são clinicamente significativas. 
● Macroscopicamente: ​Os depósitos podem sofrer alteração metaplásica e se transformar em osso. 
● Microscopicamente:​ calcificação da túnica/parede do vaso. 
 
 
 
3. Aterosclerose: ​É a base da patogenia das doenças vasculares periféricas, cerebral e coronariana, 
causando mais morbidade e mortalidade no mundo ocidental que qualquer outra doença. A probabilidade de 
desenvolver a aterosclerose é determinada pela combinação de 
fatores de riscos adquiridos e hereditários. Agindo em conjunto, eles 
causam lesões da íntima chamadas ateromas (placa ateromatosas ou 
ateroscleróticas) que fazem protrusão na luz dos vasos. Uma placa 
ateromatosa consiste em uma lesão elevada com centro mole e 
grumoso de lipídios (principalmente colesterol e ésteres do 
colesterol), coberta por uma capa fibrosa. Além da obstrução 
mecânica do fluxo sanguíneo, as placas ateroscleróticas podem se 
romper, levando à catastrófica trombose vascular obstrutiva. As 
placas aterosclerótica também podem aumentar a distância de 
difusão da luz para a túnica média, levando a lesões isquêmicas e ao 
enfraquecimento das paredes dos vasos, alterações que podem 
resultar na formação de aneurismas. A OMS define aterosclerose como a doença de artérias de grande ou 
médio calibre caracterizada por alterações representadas pelo acúmulo, na íntima, de lipídios, carboidratos 
complexos, componentes do sangue, células e material intracelular. 
 
● Microscopicamente: ​A íntima de uma artéria normalmente se restringe ao endotélio, sendo portanto 
finíssima. Porém, na aterosclerose, a íntima pode ficar mais espessa que a própria camada média. O 
espessamento consiste de tecido fibroso denso e geralmente contém fibras musculares lisas (aqui 
não demonstradas). Leva a redução variável do diâmetro da luz, até obliteração. O espessamento 
pode ser difuso ou localizado, formando placas. Estas são chamadas placas de aterosclerose, 
placas ateromatosas ou ateromas. Na íntima espessada e nas placas é comum a deposição de 
lipídios, inclusive cristais de colesterol. Os lípides têm cor amarela e consistência mole, por isso o 
centro da placa frequentemente tem aspecto de papa, que origina o nome da lesão (​atheros = papa 
em grego). Também é comum calcificação, que no corte aparece como material amorfo de cor roxa. 
Se a calcificação for extensa, dá consistência quebradiça à artéria, lembrando casca de ovo. 
 
 
 
Imagem ao lado: 
● Evolução das alterações das paredes arteriais na 
hipótese da resposta à injúria. 
1. Normal; 
2. Lesão endotelial com adesão de monócitos e 
plaquetas; 
3. Migração de células musculares lisas e 
monócitos na íntima, com ativação macrofágica; 
4. Captação de lipídios modificados por 
macrófagos e células musculares lisas com posterior ativação 
e recrutamento de células T; 
5. Proliferação das células musculares lisas da 
íntima com produção de matriz extracelular, formando uma 
placa bem desenvolvida. 
● A aterosclerose progride da seguinte maneira: 
lesão e disfunção endoteliais, causando aumento da 
permeabilidade vascular, adesão de leucócitos e trombose; 
acúmulo de lipoproteínas (principalmente LDL e suas formas 
oxidadas) na parede do vaso; adesão de monócitos ao 
endotélio, seguida por migração à íntima e transformação em 
macrófagos e células espumosas; adesão plaquetária; fatores 
liberados por plaquetas, macrófagos e células da parede 
vascular ativados, induzindo recrutamento de células 
musculares lisas, seja da média ou de precursores circulantes; 
proliferação de células musculares lisas, produção da matriz 
extracelular e recrutamento das células T e acúmulo de 
lipídios extracelulares e dentro das células (macrófagos e 
células musculares lisas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
● Macroscopicamente: ​Estrias gordurosas são compostas por macrófagos espumosos cheios de 
lipídios. As lesões não são elevadas o suficiente para causarem distúrbios significativos do fluxo. 
Embora as estrias gordurosas possam evoluir para placas, nem todas se tornarão lesões avançadas. 
Os processos fundamentais na aterosclerose são o espessamento da íntima e o acúmulo de lipídios, 
que em conjunto formam a placa aterosclerótica. Essas placas são branco-amareladas e invadem a 
luz das artérias; o trombo superposto às placas ulceradas é marrom-avermelhado. As placas podem 
variar no tamanho, podendo também coalescer e formar grandes massas. 
 
 
 
 
 
 
● Microscopicamente: ​As lesões são focais, geralmente envolvendo apenas uma parte de qualquer 
parede arterial. No corte transversal, as lesões parecem excêntricas. 
 
 
 
Imagem acima: ​ponta da seta - formação de calcificação 
distrófica; seta - neovascularização (angiogênese) e 
calcificação da parede do vaso. 
 
Imagem ao lado: 
● Fragmentos de artéria coronária. Um deles está 
obstruído por um trombo em organização e apresenta 
aterosclerose. 
● Há grande espessamento da parede arterial devido à 
presença de tecido fibroso denso na íntima. 
● Também se observa um foco calcificado. O trombo está 
em fase de organização. 
 
 
 
 
Imagem acima: As placas, em geral, continuam a mudar e aumentam de volume progressivamente por 
morte e degeneração das células, síntese e degradação (remodelação) da MEC e organização do TROMBO 
 
Trombose: ​Ruptura, ulceração ou erosão da superfície da íntima de placas ateromatosas expõem o sangue 
a substâncias trombogênicas e induzem trombose; Pode ocluir parcial ou completamente a luz e levar à 
isquemia distal; Se o paciente sobreviver à oclusão trombótica inicial, o coágulo poderá tornar-se organizado 
e ser incorporado à placa em crescimento. 
 
 
 
 
● Estágios de formação: ​A aterosclerose acomete preferencialmente a camada íntima das artérias, 
podendo afetar também a camada média. Existem 6 tipos de lesões, mas 3 são os destaques (II, V e 
VI): 
a. Lesão Inicial (tipo I): acúmulo de lipoproteínas e poucos macrófagos contendo lipídios na 
íntima. Macroscopicamente a artéria é normal. Ocorre nas artérias elásticas, como a aorta. 
b. Estria lipídica (tipo II): ​trata-se da progressão da lesão do tipo I e na qual são encontradas 
alterações macroscópicas. Na íntima são vistas áreas amareladas planas, bem delimitadas, 
acompanhando o eixo do vaso. Microscopicamente, encontra-se grande número de células 
espumosas, sobretudo macrófagos e, em menor quantidade, células musculares lisas; são 
vistos também lipídios extracelulares e linfócitos T. 
c. Placa pré-ateromatosa(lesão intermediária ou tipo III): resulta da progressão da lesão tipo II 
e é representada por pequenos acúmulos de lipídios extracelulares na lesão, mas sem a 
formação de um grande núcleo central com lipídios extracelulares. 
d. Placa ateromatosa (tipo IV): macroscopicamente apresenta-se com lesão arredondada, de 
cor amarelada e consistência macia, que faz saliência na luz vascular. Microscopicamente, a 
lesão cresce em direção à luz do vaso. Ao corte, a lesão é formada por massa de material 
amorfo. Esse material corresponde a um centro necrótico composto por restos celulares e 
material lipídico. 
e. Placa fibroateromatosa (tipo V): ​é formada por fibroblasto e musculatura lisa, podendo 
conter pequenos depósitos de lipídios. Essa lesão resulta da reabsorção dos lipídios pelo 
organismo, processo que reduz o tamanho da lesão e a transforma em uma placa fibrosa. 
f. Placas complicadas (tipo VI): ​as principais complicações são a ​ulceração ou ruptura 
(decorre de ruptura da capa fibrosa e resulta em exposição da massa necrótica ao sangue 
circulante. Com isso, fragmentos desse material caem na circulação e formam pequenos 
êmbolos que podem obstruir arteríolas e capilares; A importância maior da ulceração, ruptura 
ou rachadura nas placas é favorecer a formação de trombos), ​trombose (mesmo estando 
recobertas de endotélio morfologicamente intacto, o risco da formação de trombos sobre 
placas ateromatosas é maior do que em áreas sem essas lesões; o endotélio que reveste as 
placas em geral, produz menor quantidade de óxido nítrico e prostaciclina, ambos inibidores 
da agregação plaquetária; além disso, a placa é rica em fatores pró-coagulantes, como o 
fator tecidual produzido por monócitos e macrófagos), ​hemorragia (ocorre na túnica íntima 
da placa, pode ser provocada pela ruptura da capa fibrosa, permitindo a entrada de sangue 
no ateroma ou pela ruptura de capilares neoformados, ​calcificação (correlaciona-se com o 
número de placas, episódios isquêmicos em indivíduos com aterosclerose de vasos 
periféricos e risco de dissecação após angioplastia). 
 
 
 
 
Imagem 1 acima: ​lesão do tipo V (fibroateroma) 
Imagem 2 acima: ​lesão do tipo V (fibroateroma - com núcleo lipídico e capa fibrosa) e há presença de 
coloração Tricrômica de Masson. 
 
 
Imagem acima: ​lesão do tipo VI; placa ulcerou e ocorreu o rompimento; seta - ruptura da placa; presença de 
trombo facilita o rompimento da placa de ateroma. 
 
Calcificação distrófica: ​é a que resulta de modificação local nos tecidos. Várias modificações celulares ou 
teciduais favorecem a nucleação e a precipitação de cristais de cálcio. Os mecanismos propostos para 
explicar a formação de depósitos de cálcio incluem: 
● Exposição de núcleos primários; 
● Aumento local da concentração de fosfato e/ou de cálcio; 
● Remoção de inibidores de calcificação. 
Hipertrofia: ​refere-se ao aumento do tamanho das células que resulta no aumento do tamanho do órgão 
afetado. O órgão hipertrofiado não possui novas células, apenas células maiores. O tamanho aumentado das 
células é devido à incorporação de novos componentes estruturais intracelulares. É o resultado do aumento 
na produção das proteínas celulares. 
Atrofia: ​é definida como a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do 
tamanho e do número de células. A atrofia resulta da diminuição da síntese proteica e do aumento da 
degradação das proteínas nas células. A síntese de proteínas diminui em função da atividade metabólica 
reduzida. A degradação das proteínas celulares ocorre principalmente pela via ubiquitina-proteossomo. 
● A atrofia pode ser acompanhada por aumento de autofagia, observada pelo número elevado de 
vacúolos autofágicos. A autofagia é o processo no qual as células privadas de alimentos digerem 
seus próprios componentes na tentativa de reduzir a demanda nutricional igualando-a ao 
fornecimento. Alguns dos restos celulares dentro dos vacúolos autofágicos podem resistir à digestão 
e persistir no citoplasma como corpos residuais limitados por membrana. Um exemplo desses corpos 
residuais são os ​grânulos de lipofuscina​. 
 
 
Osteoartrite (OA) e suas alteração articulares 
Também chamada de doença articular degenerativa, é caracterizada pela degeneração da cartilagem que 
resulta em falha estrutural e funcional das articulações sinoviais. Apenas do termo osteoartrite sugerir uma 
doença inflamatória, ela é considerada uma doença intrínseca da cartilagem em que condrócitos respondem 
a esforços mecânicos e bioquímicos, resultando em colapso da matriz.Os joelhos e as mãos são afetados 
com maior frequência em mulheres, e os quadris, nos homens. Há dois tipos de osteoartrite: 
1. Idiopática ou primária: ​nesse caso a doença é oligoarticular (afeta poucas articulações), mas pode 
ser generalizada. Aparece de forma insidiosa, sem causa aparente, como um fenômeno de 
envelhecimento. 
2. Secundária: ​Indivíduos jovens que apresentam alguma condição predisponente, tal como: 
a. injúria articular prévia 
b. deformidade congênita de desenvolvimento das articulações 
c. doença sistêmica de base como, por exemplo, a diabetes 
 
Degeneração da cartilagem articular + Reparação da cartilagem articular desordenada ⇒ Falha 
estrutural + Falha funcional ⇒ Articulações sinoviais 
 
Não é inflamatória ⇒ Doença intrínseca da cartilagem ⇒ Condrócitos 
 
● Microscopicamente: ​as lesões decorrem de degeneração da cartilagem articular e a sua reparação 
desordenada. A cartilagem articular contribui ao movimento virtualmente sem atrito da junta, na 
medida em que fornece resistência à tensão e à compressão, pela presença do colágeno tipo II e 
das proteoglicanas, respectivamente, ambos sintetizados por condrócitos. A doença envolve 
alterações patológicas complexas nos condrócitos e na matriz óssea. As alterações em condrócitos 
pode ser dividida em três fases: 1. ​Lesão de condrócitos, relacionada a fatores genéticos e 
bioquímicos, 2. A ​artrite inicial​, em que os condrócitos proliferam e secretam mediadores 
inflamatórios, colágenos, proteoglicanas e proteases, os quais atuam em conjunto para remodelar a 
matriz cartilaginosa e iniciar as alterações inflamatórias secundárias na membrana sinovial e osso 
subcondral e 3. A ​osteoartrite tardia, em que lesões repetitivas e inflamação crônica levam ao 
esgotamento, com marcante perda de cartilagem e extensas alterações ósseas subcondrais. 
Praticamente todos os componentes extracelulares da cartilagem articular são afetados na OA. O 
colágeno tipo II é degradado por metaloproteinases de matriz. 
 
1. lesão condrocítica: componentes genéticos (alteração em genes envolvidos no metabolismo 
de prostaglandina e sinalização WNT, por exemplo) e ambientais (relacionada ao 
envelhecimento e estresse biomecânico); 
2. artrite inicial: Condrócitos proliferam e secretam mediadores inflamatórios, colágenos, 
proteoglicanos e proteases ⇒ remodelar a matriz cartilaginosa e iniciar as alterações 
inflamatórias secundárias no espaço sinovial e no osso subcondral; 
3. osteoartrite tardia: Lesão repetitiva e a inflamação crônica ⇒ degeneração de condrócitos + 
acentuadaperda de cartilagem + alterações ósseas subcondrais extensas. 
 
● Estágios da doença: 
○ Iniciais: ​Os condrócitos proliferam, formando agrupamentos (a chamada clonagem). O 
conteúdo aquoso da matriz aumenta e a concentração de proteoglicanas diminui. As fibras 
de colágeno tipo II normalmente dispostas horizontalmente na zona superficial são clivadas, 
dando origem a fissuras na superfície articular. Isso manifesta como uma superfície articular 
granular e macia. Lesão condrocítica (há também alteração na matriz e fibras de colágeno 
tipo II são clivadas). 
○ Avançada: Os condrócitos morrem e porções de cartilagem em toda a sua espessura são 
esmagadas. Porções de cartilagem estão necrosadas. Os pedaços deslocados de cartilagem 
e osso subcondral flutuam no interior da articulação, formando corpos livres (Joint mice). Os 
osteófitos com formato de cogumelo (projeções ósseas) se desenvolvem nas margens da 
superfície articular e são envolvidos por fibrocartilagem e cartilagem hialina que 
gradualmente ossificam. A membrana sinovial em geral é levemente congesta e fibrótica, 
podendo apresentar células inflamatórias dispersas. 
○ 
 
 
 
Imagem acima: ​(A) Estágios iniciais e (B) Estágios avançados (1- Eburnação Óssea / Esclerose, 
2- Cistos - degradação da cartilagem e 3- Cartilagem remanescente). 
 
 
Imagem 1 acima: ​características morfológicas da osteoartrite. 
Imagem 2 acima: ​osteoartrite severa do quadril. O espaço da articulação é reduzido, e há esclerose 
subcondral com cistos radiolúcidos ovais espalhados e osteófitos periféricos bordeados (setas). 
 
● Macroscopicamente: ​pacientes com doença primária geralmente são assintomáticos até por volta 
dos 50 anos de idade. Os sintomas característicos incluem dor profunda que piora com o uso, rigidez 
matinal, crepitação e limitação da amplitude de movimentos. A compressão nos forames espinais por 
osteófitos resulta em pinçamento das raízes nervosas cervicais e lombares, com dor articular, 
espasmos musculares, atrofia muscular e déficits neurológicos. Característicos em mulheres, mas 
não em homens, são os nódulos de Heberden (osteófitos proeminentes nas articulações 
interfalangianas distais). Ainda não existem meios satisfatórios de prevenção da osteoartrite primária, 
nem métodos efetivos de interromper sua progressão. Terapia inclui o manejo da dor, modificação 
de atividade e, para os casos mais graves, a artroplastia. 
 
Osteoporose 
Também conhecida como doença dos ossos de mármore e doença de Albers-Schonberg, refere-se a um 
grupo de doenças genéticas raras que são caracterizadas por uma redução da reabsorção óssea e esclerose 
esquelética simétrica difusa devido a formação ou função prejudicada dos osteoclastos. Os ossos são 
normalmente quebradiços e fraturam facilmente, como um pedaço de giz. A osteoporose é classificada em 
variantes com base tanto no modo de transmissão hereditária quanto na gravidade das manifestações 
clínicas. Está no grupo de doenças com defeitos em vias metabólicas (enzimas, canais iônicos e 
transportadores). Doença caracterizada por ossos porosos e massa óssea reduzida. Alterações estruturais 
associadas predispõem à fratura óssea. Há dois tipos da osteoporose: 
1. Localizada em um certo osso ou região: ​osteoporose por desuso de um membro – papel da 
atividade física na prevenção de perda óssea. 
 
2. Envolver todo o esqueleto: generalizada – primária ou secundária a uma grande variedade de 
condições. 
 
 
 
● Formas mais comuns da osteoporose: ​são as seil e pós-menopausa. 
○ O pico de massa óssea é alcançado durante o início da fase adulta. Atividade física, força 
muscular, dieta e estado hormonal também têm contribuições importantes. A perda óssea 
relacionada à idade, que pode variar de 0,7% por ano, é um fenômeno biológico normal e 
previsível. Ambos os sexos são afetados de modo equivalente e os brancos são mais 
afetados que os negros. 
○ Alterações relacionados à idade: ​a idade em células ósseas e na matriz têm forte impacto 
sobre o metabolismo ósseo. Os osteoblastos de indivíduos mais velhos têm potencial 
proliferativo e biossintético reduzido, quando comparados com os osteoblastos de indivíduos 
mais jovens. A resposta celular aos fatores de crescimento ligados à matriz extracelular 
torna-se atenuada em indivíduos mais velhos. O resultado final é a capacidade reduzida de 
sintetizar osso. Essa forma de osteoporose, denominada senil, é categorizada como uma 
variante de baixa renovação. Na osteoporose senil, o córtex está fino devido à reabsorção 
endosteal e subperiosteal, e os sistemas haversianos estão alargados - córtex mimetiza o 
osso esponjoso. 
○ Atividade física: quando reduzida aumenta a taxa de perda óssea em humanos, porque as 
forças mecânicas estimulam o remodelamento ósseo normal. A atividade física tem papel 
fundamental para a prevenção de perda óssea. O tipo de exercício é importante, pois a 
magnitude da carga influencia a densidade óssea mais do que número de ciclos de carga. 
○ Influências hormonais: a osteoporose pós-menopausa é caracterizada por uma aceleração 
da perda de massa óssea. As mulheres podem perder até 35% do osso cortical e 50% do 
osso esponjoso. A deficiência de estrogênio desempenha o papel principal nesse fenômeno. 
A diminuição dos níveis de estrogênio após a menopausa, na verdade, aumenta tanto a 
reabsorção quanto a formação óssea, mas esta não acompanha a primeira, levando à 
osteoporose de alta rotatividade. A diminuição do estrogênio parece aumentar a secreção de 
citocinas inflamatórias por monócitos do sangue e células da medula óssea. Essas citocinas 
estimulam o recrutamento e a atividade dos osteoclastos através do aumento dos níveis de 
 
RANKL, diminuindo a expressão de OPG, diminuindo a proliferação e prevenindo a apoptose 
dos osteoblastos. 
● Microscopicamente: ​a principal características é o osso histologicamente normal, diminuído em 
quantidade. Todo o esqueleto é afetado na osteoporose pós-menopausa e senil, mas certos ossos 
tendem a ser mais severamente impactados. Na osteoporose pós-menopausa o aumento da 
atividade dos osteoclastos afeta principalmente os ossos ou porções de ossos que possuem maior 
área de superfície, tais como o compartimento esponjoso dos corpos vertebrais. As placas 
trabeculares se tornam perfuradas, adelgaçadas, e perdem suas interconexões, levando a 
microfraturas progressivas e consequente colapso vertebral. Na osteoporose senil, o córtex é 
adelgaçado pela reabsorção subperiosteal e endosteal e os sistemas de Haver estão alargados. Nos 
casos mais graves, os sistemas de Haver estão tão alargados que o córtex se parece com o osso 
esponjoso. 
 
 
Imagem acima: à direita se encontra um osso na sua estrutura normal, fisiológica e ​à esquerda é um osso 
com osteoporose, onde há perda de massa óssea e as trabéculas verticais estão mais espessas e as 
horizontais estão mais finas (nas mulheres, a falta de estrógeno e a progesterona acabam acelerando o 
processo da osteoporose). 
● Corpo vertebral osteoporótico (imagem da direita) encurtado porfraturas de compressão, 
comparando com um corpo vertebral normal - vértebra osteoporótica possui uma perda característica 
das trabéculas horizontais e trabéculas verticais mais espessas. 
 
 
Imagens 1 e 2 acima: ​A estrutura de um osso compacto normal não descalcificado. Corresponde à cortical 
óssea, não a osso esponjoso. O aspecto roxo (fortemente basófilo) se deve aos sais de cálcio depositados 
na matriz. Os osteócitos estão alojados em pequenas cavidades regularmente espaçadas. A falta de 
descalcificação impede a visualização das lamelas ósseas. 
 
 
Imagem 1 acima: ​O osso esponjoso normal consiste de trabéculas alongadas, arranjadas segundo linhas de 
tensão, e aqui seccionadas em vários planos. A medula óssea neste exemplo não contém tecido 
hematopoético, apenas adipócitos (medula óssea amarela). Para medula óssea hemopoeticamente ativa 
(vermelha). 
Imagem 2 acima: ​OSTEOCLASTOS X OSTEOBLASTOS. Na osteomielite há contínua reabsorção de 
trabéculas e deposição de matriz óssea neoformada. O primeiro processo deve-se à ação de osteoclastos, e 
o segundo a osteoblastos. Os osteoclastos são macrófagos, frequentemente multinucleados. A região 
reabsorvida aparece como uma indentação onde se aloja a célula. Os osteoclastos reabsorvem o osso 
necrótico e ajudam a criar os seqüestros ao separar fragmentos a partir das trabéculas. Contudo, também 
atuam no tecido vivo, sendo essenciais no processo de remodelação óssea normal. Neste caso, após a 
reabsorção do tecido ósseo pelos osteoclastos, novas camadas de matriz são depositadas pelos 
osteoblastos, deixando entre a matriz neoformada e a antiga uma linha bem marcada e basófila denominada 
linha cimentante (assim chamada por sua semelhança com o cemento dentário, componente da raiz dos 
dentes). A matriz neoformada tem cor fortemente eosinófila e não apresenta lamelas, sendo homogênea 
(conhecida em inglês como ​woven bone​). 
 
 
 
Osteoartrose 
É uma das doenças mais antigas e comuns do mundo. Trata-se de um processo primariamente degenerativo 
(erosão progressiva da cartilagem articular) e não inflamatório. A osteoartrose é afecção degenerativa 
eminentemente crônica das articulações móveis, sobretudo do quadril, do joelho e das vértebras, que se 
caracteriza por degeneração progressiva e perda da cartilagem articular, coexistindo esclerose óssea 
subcondral e proeminências ósseas nas bordas articulares (osteófitos). A osteoartrose pode ser primária ou 
secundária: 
1. Primária: ​causa 
desconhecida, tem 
como base fenômenos 
degenerativos que se 
iniciam já aos 20 e 30 
anos de vida e 
progridem com o 
avançar da idade, 
atingindo 80-85% da 
população com mais 
de 70 anos. 
 
2. Secundária: ​pode surgir em qualquer idade e em qualquer articulação já alterada por outras 
doenças ou por anomalias congênitas. 
 
Infecções do trato urinário no paciente idoso 
Próstata 
No adulto normal, a próstata pesa aproximadamente 20 gramas. A próstata é um órgão retroperitoneal que 
envolve o colo da bexiga e a uretra e não possui uma cápsula distinta. No adulto, o parênquima prostático 
pode ser dividido em 4 zonas ou regiões biológica e 
anatomicamente distintas: zona periférica (ZP), zona 
central (ZC), transicional (ZT) e periuretral. Os tipos de 
lesões proliferativas são diferentes em cada região. 
● Microscopicamente: ​a próstata é composta 
por glândulas revestidas por duas camadas de 
células: uma camada basal de epitélio cuboide 
baixa coberta por uma camada de células 
secretoras colunares. Em muitas áreas existem 
pequenas dobras papilares do epitélio. Essas 
glândulas são separadas por um estroma 
fibromuscular abundante. Os andrógenos 
testiculares controlam o crescimento e a 
sobrevida das células prostáticas. A castração 
provoca atrofia da próstata causada por 
apoptose difusa. Apenas três processos 
patológicos afetam a glândula prostática: 
inflamação, aumento nodular benigno e 
tumores. 
 
Prostatite 
A inflamação da próstata pode ser dividida em 4 categorias, mas com 3 em destaque: 
1. Prostatite bacteriana aguda: ​resulta de bactérias semelhantes àquelas que causam as infecções 
do trato urinário. Portanto, a maioria dos casos é causada por diversas cepas de E. coli, outros 
bastonetes Gram-negativos, enterococos e estafilococos. Os organismos são implantados na 
próstata geralmente por refluxo intraprostático de urina da uretra posterior ou da bexiga urinária. A 
prostatite bacteriana aguda está associada a febre, calafrios e disúria. Ao exame retal, a próstata é 
extremamente sensível e mole. 
2. Prostatite bacteriana crônica: ​os pacientes frequentemente têm uma história de infecções 
recorrentes do trato urinário causadas pelo mesmo organismo. Uma vez que a maioria dos 
antibióticos penetra pouco na próstata, as bactérias encontram um sítio seguro no parênquima e 
constantemente semeiam o trato urinário. O seu diagnóstico depende da demonstração de 
leucocitose em secreções prostáticas obtidas por expressão, juntamente com culturas bacterianas 
positivas. Os organismos são os mesmos citados como causa de prostatite aguda. 
3. Prostatite abacteriana crônica: ​é a forma mais comum de prostatite. É indistinguível da prostatite 
crônica bacteriana em termos de sinais e sintomas, mas não há história de infecção recorrente do 
trato urinário. 
 
 
 
 
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou Hiperplasia Nodular 
É a mais comum doença prostática benigna em homens com mais de 50 anos. Resulta de hiperplasia 
nodular das células do estroma prostático e células epiteliais, e muitas vezes leva a obstrução urinária. 
Caracteriza-se pela formação de grandes nódulos, bastante nítidos, na região periuretral, os quais, quando 
suficientemente grandes, comprimem e estreitam o canal uretral, causando a obstrução parcial, ou 
praticamente completa, da uretra. A hiperplasia nodular não é considerada uma lesão pré-maligna. Os 
nódulos hiperplásicos originam-se nos lobos laterais e médio, a partir do grupo glandular interno (glândulas 
mucosas e submucosas); os lobos anterior e posterior não são comprometidos. Considerando-se a divisão 
da próstata em zonas, a HPB origina-se da zona de transição. Hiperplasia do estroma prostático e das 
células epiteliais: formação de nódulos grandes na região periuretral - quando suficientemente grandes os 
nódulos comprimem e estreitam o canal uretral = obstrução parcial ou completa da uretra. Acredita-se que o 
principal componente do processo “hiperplásico” seja um prejuízo da morte celular – aumento da proliferação 
das células estromais e diminui morte das células epiteliais. Ocorre na zona periuretral (perto da uretra). 
● Macroscopicamente: varia conforme os lobos acometidos e a constrição histológica do nódulo. Na 
maioria das vezes, tanto os lobos laterais como o médio estão comprometidos. Quando aumentado 
de volume, o lobo médio faz saliência no assoalho da bexiga, formando como que uma valva atrás, 
ao lado ou em torno do orifício uretral interno. O volume pode chegar a pesar 20 vezes o normal em 
casos de próstatas hiperplásicas. Os nódulos hiperplásicosprovocam diferentes graus de 
compressão da uretra prostática ou funcionam como uma valva no orifício uretral interno; 
consequentemente, causam retenção urinária. A obstrução da uretra determina dificuldade de urinar 
que se manifesta por um conjunto de sinais e sintomas denominado prostatismo. A falta de 
esvaziamento completo da bexiga é fator predisponente para infecções urinárias. Nódulos que 
contêm principalmente glândulas são amarelo-rosados e moles, deixando sair um líquido prostático 
branco-leitoso. Nódulos compostos primariamente por estroma fibromuscular são cinza-pálidos e 
duros. 
 
Ocorrência de hipertrofia e distensão da bexiga ⇒ formação de trabéculas da mucosa vesical 
Hidroureter ⇒ refluxo vésico-vesical ⇒ pode levar à pielonefrite crônica 
Sinais e sintomas ⇒ hesitação, urgência, noctúria e fluxo urinário fraco 
Obstrução crônica ⇒ infecções urinárias recorrentes ⇒ pode ocorrer obstrução urinária aguda 
 
● Microscopicamente: ​aspecto e consistência variam conforme a constituição histológica. Duros e de 
aspecto fasciculado quando constituídos predominantemente de estroma, menos consistentes e de 
aspecto esponjoso quando predomina o componente granular. O aspecto esponjoso é mais evidente 
quando há dilatação cística das glândulas. Os nódulos hiperplásico são constituídos por estroma e 
tecido glandular. A presença de infiltrado inflamatório de mononucleares em focos esparsos é 
constante. A inflamação é asséptica, admitindo-se que resulte do extravasamento de secreção 
prostática no estroma por causa da obstrução. Os fatores de crescimento induzidos pelo principal 
andrógeno na próstata que tem uma enzima específica (5alfa-redutase tipo 2) localizada nas células 
estromais, Di-hidrotestosterona (DHT) atuem aumentando a proliferação das células estromais e 
diminuindo morte das células epiteliais. A proliferação glandular assume forma de agregados de 
glândulas cisticamente dilatadas pequenas ou grandes, revestidas por duas camadas de células, 
uma camada colunar interna e uma camada externa cuboide ou achatada. Há presença de nódulos 
hiperplásicos constituídos por estroma. 
 
Glândulas hiperplásicas ⇒ revestidas por 2 camadas de células ⇒ camada nodular e camada externa 
de células basais achatadas 
 
 
 
 
Imagem B acima: ​nódulos hiperplásicos bem delimitados, em sua maior parte constituídos por estroma e 
glândulas (nódulos estrômato-glandulares) ⇒ menos frequentemente, ser puramente estromatosos ou 
glandulares. 
 
 
Imagem 2 acima: ​Na hiperplasia nodular, a próstata apresenta ​nódulos hiperplásicos bem delimitados, em 
sua maior parte constituídos por estroma e glândulas (nódulos ​estrômato-glandulares​). Podem também, 
menos frequentemente, ser puramente estromatosos ou glandulares. As células epiteliais são colunares, 
com citoplasma claro de aspecto mucoso, e são mais altas que as da próstata normal. As dobras do epitélio 
glandular são também mais pronunciadas que na glândula normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem ao lado:​ As dobras do epitélio glandular são mais pronunciadas que na glândula normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem 1 acima: As células epiteliais são colunares, com citoplasma claro de aspecto mucoso, e são mais 
altas que as da próstata normal 
Imagens 1 e 2 acima: ​Dupla camada de células no epitélio glandular. Em muitos lugares é possível observar 
que as glândulas são formadas por uma dupla camada de células epiteliais: a mais interna, de células 
colunares proeminentes, e uma camada periférica de células basais achatadas, que pode ser descontínua. O 
encontro da dupla camada tem importância para definir a benignidade do processo (ou seja, que se trata de 
hiperplasia, e não neoplasia) já que nos carcinomas há perda da dupla camada. Na próstata, ao contrário da 
mama, as células basais não são mioepiteliais. 
 
 
Imagens 1 e 2 acima: ​Infiltrado inflamatório intersticial ⇒ Pode haver infiltrado linfocitário no estroma dos 
nódulos e entre os nódulos. 
 
 
 
Imagens acima: ​Forte hiperplasia da próstata, com aumento de volume dos lobos mediano e laterais ⇒ 
estreitamento da uretra prostática⇒ hipertrofia da bexiga*, devido ao maior esforço necessário para eliminar 
a urina. 
*A hipertrofia é evidenciada pela trabeculação da mucosa vesical (a superfície interna da bexiga normal é 
lisa). 
 
Imagens 1 e 2 acima: ​A grande pressão intravesical durante a micção causou refluxo vésico-ureteral, 
levando a hidroureter e hidronefrose ⇒ também favorece pielonefrite 
 
 
Imagens 1 e 2 acima: ​A dilatação dos ureteres sugere a existência de refluxo vésico-ureteral ⇒ infecção 
bacteriana iniciou-se nas vias urinárias baixas (bexiga) e depois subiu pelos ureteres e pélvis atingindo o rim 
e causando pielonefrite crônica. 
 
 
 
 
 
Imagens 1 e 2 acima: ​A origem é um processo inflamatório crônico de causa bacteriana, que envolve o 
parênquima renal e o sistema pielocalicial. 
 
 
 
Imagens 1 a 4: ​presença de infiltrado inflamatório, presença de monomorfonucleares ⇒ linfócitos. As 
principais alterações na pielonefrite crônica estão no interstício renal. Nota-se intenso infiltrado inflamatório 
crônico inespecífico difuso, em meio a marcada atrofia dos túbulos, que são de difícil identificação em muitas 
áreas. Outro componente do processo inflamatório são os folículos linfóides com centros germinativos em 
atividade, que lhes dão tonalidade mais clara. 
 
Imagens 1 e 2 acima: ​Há pontilhado amarelado evidente na superfície externa e na de corte, notadamente 
na camada cortical. Corresponde a pequenos focos de pus, ou microabscessos, que se originaram por via 
hematogênica.