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Patologia - Módulo III (3 Etapa) Niccoly Kolle - TXXVI Envelhecimento celular É resultado do declínio progressivo da função e viabilidade celulares causado por anomalias genéticas e acúmulo de danos moleculares e celulares devido aos efeitos da exposição a influências exógenas. ● A medicina atualmente diferencia dois tipos de envelhecimento: a senescência e a senilidade. 1. Senescência é definida como um processo de envelhecimento natural e saudável, sem comprometimento da manutenção das necessidades básicas de vida como: alimentação, locomoção, higiene e relacionamento interpessoal. 2. A Senilidade é o processo de envelhecimento associado a diversas alterações decorrentes de doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes, e maus hábitos de vida, podendo gerar incapacidades funcionais, insuficiência dos órgãos e até a morte. Apoptose celular A apoptose é a morte celular geneticamente programada, não seguida de autólise(destruição das células pelas enzimas do próprio indivíduo). A apoptose é um tipo de autodestruição celular ordenada com uma finalidade biológica definida e que demanda certo gasto de energia para a sua execução, ao contrário da necrose, que é uma simples degeneração. A apoptose pode também ser causada por um estímulo patológico não fisiológico, como a lesão ao DNA celular, por exemplo. A apoptose envolve uma série de alterações morfológicas da célula que leva à inativação e fragmentação dela, ao final de seu ciclo, sem extravasar conteúdo tóxico para o meio extracelular, portanto, sem causar dano tecidual. Os restos celulares são fagocitados (englobados e digeridos) por macrófagos teciduais, sem danos para as demais células do tecido. Lâmina A.359 Neste linfonodo está ocorrendo um processo reacional intenso a alguma estimulação antigênica. A camada cortical está espessada e mostra numerosos folículos linfóides de vários tamanhos, com centros germinativos muito ativos. Os folículos correspondem à zona B do linfonodo, onde proliferam e amadurecem os linfócitos que se transformarão principalmente em células de memória e, em menor grau, em plasmócitos, as células produtoras de imunoglobulinas. Estes são produzidos principalmente nas regiões interfolicular e medular do linfonodo. Entre os folículos está a zona paracortical, que aparece mais escura, onde predominam os linfócitos T. No caso, esta zona está relativamente menos evidente devido à intensa hiperplasia dos folículos. A camada medular do linfonodo, voltada para o hilo, aqui não está visualizável devido ao plano de corte. Pontos principais: 1. Proliferação germinativa 2. Macrófago fagocitando corpos apoptóticos - aspecto de céu estrelado 3. Centro germinativo com inúmeras mitoses No centro germinativo logo chamam a atenção células maiores e claras, que contrastam com as demais, dando em pequeno aumento o ‘aspecto em céu estrelado’. Estas células são macrófagos, cujo citoplasma abundante contém restos nucleares fagocitados, provenientes de células que sofreram apoptose. A maior parte do centro germinativo, porém, é constituído por linfócitos chamados centrócitos, cujo núcleo tem cromatina densa e contorno irregular, em uva passa. Há também alguns centroblastos, que são células com aspecto jovem, com núcleo grande e vesiculoso e nucléolos evidentes. Mitoses são numerosas no centro germinativo, indicando que se trata de uma zona de intensa proliferação dos linfócitos B. Por um processo conhecido como hipermutação somática, os linfócitos resultantes produzem moléculas de anticorpo ligeiramente diferentes, algumas melhor adaptadas ao antígeno que outras. Aqueles linfócitos que sintetizam os melhores anticorpos serão estimulados a maturar em células de memória ou em plasmócitos. Os demais sofrem apoptose e seus restos (corpos apoptóticos) são fagocitados pelos macrófagos do centro germinativo. Imagem ao lado: Setas mostrando apoptose de hepatócitos por infecção viral: células aumentadas de tamanho, com perda da eosinofilia do citoplasma e sem núcleo, são fragmentados por enzimas (caspases) Lâmina A.212 Miócitos com lipofuscina (marcador de envelhecimento). Se observa no citoplasma dos miocardiócitos um pigmento amarelo claro granuloso, a lipofuscina. É um material inerte, rico em lípides, que se acumula com o avançar da idade em células que não se dividem (como os miocardiócitos). A lipofuscina tende a localizar-se nos polos dos núcleos. Não tem maior importância porque não afeta o desempenho funcional das células. Artigo - Estudo das alterações relacionadas com a idade na pele humana, utilizando métodos de histo-morfometria e autofluorescência Foram coletadas amostras de pele do abdômen de indivíduos jovens (menos de 20 anos), sete indivíduos com idade intermediária (20-60 anos) e seis indivíduos idosos (mais de 60 anos). Avaliaram-se a espessura da epiderme e derme, e a superfície de contato epidermo-dérmica. Investigaram-se ainda as modificações qualitativas do aparelho colágeno-elástico, considerando sua disposição espacial na derme. RESULTADOS: A espessura da epiderme e derme do grupo idoso foi significativamente diminuída (p<0,05) em relação aos demais grupos. Os grupos idoso e intermediário exibiram acentuada redução na superfície de contato epiderme-derme (p<0,05). Detectaram-se a perda da distribuição em rede das fibras elásticas com sua progressiva fragmentação, alterações da compactação do colágeno e espessamento da membrana basal com o envelhecimento. CONCLUSÃO: O envelhecimento leva à redução da espessura da derme e epiderme, bem como ao aplanamento da junção dermoepidérmica. As mudanças da pele ao longo da vida nem sempre seguem um perfil linear, mostrando drásticas alterações nas últimas décadas de vida. O método de autofluorescência mostrou-se um instrumento valioso no estudo da complexa relação espacial das fibras elásticas e colágenas. Imagem 1 ao lado esquerdo: ● redução significativa da espessura da epiderme e derme; ● redução progressiva da superfície de contato epiderme-derme; ● redução da acidofilia na derme média, refletindo a redução da densidade de fibras colágenas; ● Notem-se o achatamento progressivo da junção epidermo-dérmica com o envelhecimento e a redução da acidofilia na derme média (asterisco), refletindo a redução da densidade de fibras colágenas. ● (A) jovem - fibras elásticas íntegras e (B) idoso - fibras elásticas fragmentadas. Imagem 2 ao lado direito: ● Em toda extensão da derme do grupo senil foi detectada fragmentação acentuada das fibras elásticas coradas em negro pela coloração de fucsina-resorcina de Weigert, em contraste com o aspecto contínuo das fibras elásticas dos espécimes do grupo jovem. ● Espécimes de pele dos grupos jovem (A) e idoso (B) corados pelo tricrômico de Van Giesonelastina, em que as fibras elásticas são observadas em preto. Note-se a clara fragmentação das fibras elásticas ao longo da derme com o envelhecimento. Na derme superficial, o aparelho elástico perdeu quasecompletamente sua disposição vertical na pele senil. Dermatoses atróficas Diminuição volumétrica e numérica de células pode afetar uma ou mais camadas da epiderme e toda a, ou parte da derme e dos anexos. A atrofia da pele pode representar manifestação isolada ou ser um dos componentes de quadro sintomatológico variado. 1. Atrofia Congênita: displasia ectodérmica congênita (desenvolvimento incompleto da pele e dos anexos) e aplasia cútis congênita (ausência congênita da pele, perda focal ou disseminada da pele). 2. Atrofias adquiridas: atrofia senil simples ou fisiológica (pele amarelada e fina, atravessada por sulcos e rugas, desprende-se facilmente do tecido subcutâneo), estria atróficas (inicialmente são vermelho-violáceas - estrias rubras - e simétricas, seguindo as linhas de clivagem, depois tornam-se brancas e enrugadas; na fase inicial, encontram-se mastócitos desgranulados, elastose e elastofagocitose por macrófagos ativados; afetam o colágeno dérmico, fibras elásticas e substância fundamental), atrofia nervosa (lesão de nervos periféricos por ferimentos traumáticos), atrofia essencial ou idiopática (pode ser difusa ou localizada, acompanhada ou precedida de inflamação; hiperceratose com tampões córneos foliculares, diminuição da camada espinhosa, degeneração hidrópica da camada basal, edema acentuado e homogeneização do colágeno na derme superior e infiltrado inflamatório na derme média) e degeneração senil (pele torna-se adelgaçada, inelástica, seca, amarelada, com rugas e sulcos, além da atrofia da epiderme, notam-se transformação basofílica do elástico, em que as fibras conjuntivas fragmentam-se em massas amorfas e grânulos). Lipofuscina Chamada também de lipocromo, pigmento de desgaste, pigmento do envelhecimento. Ela é considerada um marcador biológico de envelhecimento celular. Lipofuscina aparece como grânulos delicados intracitoplasmáticos, pardo-amarelados, autofluorescentes e PAS-positivos. Contém principalmente proteínas e lipídeos na proporção 30% e 70%, respectivamente. Há evidências de que a formação de lipofuscina seja causada por peroxidação de material previamente autofagocitado no interior de lisossomos. A lipofuscina acumula-se com o passar do tempo, em razão de que os processos responsáveis por sua formação e seu acúmulo (autofagia e produção de moléculas de oxigênio reativas) ocorrem ao longo da vida. Com o avançar da idade, a lipofuscina deposita-se em células pós-mitóticas, como neurônios, células musculares cardíacas (parece não afetar a função do órgão) e esqueléticas e epitélio pigmentar da retina (seu acúmulo na retina associa-se a degeneração macular relacionada com a idade, que é a principal causa de cegueira) A presença e o acúmulo de lipofuscina estão na dependência de: ● Aumento de autofagia ou de captação celular de material nao completamente degradável ● Redução da síntese e/ou da eficiência das enzimas lisossômicas ● Diminuição da eliminação de resíduos não degradáveis Imagem: pigmento pardo-amarelado de lipofuscina no citoplasma de células musculares cardíacas Doenças Pulmonares Obstrutivas Tais doenças são entidades clinicopatológicas que têm em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em qualquer nível da árvore respiratória. Clinicamente, manifestam-se com dificuldade respiratória sobretudo na fase respiratória. Como o tabagismo é o fator etiológico mais importante ao desenvolvimento tanto da bronquite crônica como do enfisema pulmonar, muitos pacientes apresentam sobreposição das duas doenças, com predomínio ora do componente inflamatório das vias respiratórias (bronquite/bronquiolite), ora de destruição do parênquima pulmonar (enfisema). Na prática médica, estas duas entidades são agrupadas sob denominação doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Nesta, a obstrução ao fluxo é em geral progressiva, embora parcialmente reversível, e pode acompanhar-se de hiper-reatividade das vias respiratórias. Bronquite determina estreitamento e obstrução da luz de pequenas vias respiratórias, enquanto enfisema é responsável por perda do recolhimento elástico pulmonar. A consequência funcional em ambas as doenças é, pois, limitação ao fluxo aéreo. Aumento da resistência ao fluxo aéreo⇒ obstrução parcial ou completa em qualquer nível da traqueia e brônquios maiores até os bronquíolos terminais e respiratórios 1. Bronquite crônica: é definida clinicamente como tosse persistente com produção excessiva de muco na maioria dos dias de um período de 3 meses, durante pelo menos 2 anos consecutivos. Se persistir por anos pode: progredir para DPOC ou provocar cor pulmonale ou metaplasia atípica e displasia do epitélio respiratório. Tosse persistente com produção de escarro. ● Patogenia: Irritação de longa duração por substâncias inaladas – Fumaça de tabaco, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, pó de grãos, algodão e sílica. Neutrófilos proteases (elastase, por exemplo). ○ Linfócitos: aumento do número de Linf T na parede brônquica e de neutrófilo na luz das vias respiratórias. Linf T CD8+ podem estar implicados na lesão do parênquima pulmonar e no recrutamento de neutrófilos. ○ Macrófagos: estão aumentados tanto nas vias respiratórias (grandes e pequenas) como no parênquima pulmonar da parede alveolar. ○ Neutrófilos: ambiente de citocinas propício ao acúmulo de neutrófilos na luz brônquica; aumento da expressão das moléculas de adesão nos vasos submucosos e no epitélio brônquico, favorecem o acúmulo de neutrófilos na luz das vias respiratórias; há aumento de neutrófilos nas glândulas submucosas; elastase de neutrófilos é um potente secretagogo, podendo contribuir para a hipersecreção brônquica. ○ Células epiteliais: células do revestimento brônquico também são fonte de mediadores inflamatórios na DPOC. ● Reações metaplásicas protetoras: Hipersecreção de muco - Hipertrofia das glândulas submucosas na traqueia e nos brônquios – superprodução de escarro ⇒ Aumento acentuado das células caliciformes das pequenas vias aéreas – importante para a obstrução crônica das vias áreas. ● Macroscopicamente: há o espessamento da parede da árvore brônquica e acúmulo de secreção esbranquiçada, por vezes com aspecto purulento. ● Histologicamente: as grandes vias respiratórias apresentam hipersecreção de muco, hipertrofia das glândulas submucosas, aumento do número de células caliciformes e acúmulo de secreção. Metaplasia escamosa é frequentemente observada em casos mais graves, podendo encontrar também alterações displásicas do epitélio. ○ O aumento da secreção brônquica deve-se à atividade das glândulas da submucosa brônquica e das células mucosas do epitélio respiratório. As glandulas submucosas representam cerca de 98% das células produtoras de muco. ○ Para avaliação da existência de hipertrofia glandular é empregado o índice de Reid, que representa a relação entre a espessura do tecido glandular e a espessura da parede brônquica compreendida entre a membrana basal e a cartilagem em corte transversal da via respiratória. Para não bronquíticos, o índice de Reid varia de 0,14 a 0,36 (média = 0,26)- índice normal é no valor <0,40; na bronquite crônica, de 0,41 a 0,79 (média = 0,59). ○ As vias respiratórias periféricas são as principais responsáveis pela limitação crônica ao fluxo aéreo na doença pulmonar obstrutiva induzida pelo fumo. ○ As pequenas vias respiratórias apresentam metaplasia mucosa com formação de tampões mucosos, infiltrado inflamatório rico em mononucleares e fibrose da parede bronquiolar. ○ Acúmulos de macrófagos pigmentados intra-alveolares associados a alterações da parede bronquiolar caracterizam a bronquiolite respiratória do fumante. Imagens acima: Características histológicas da bronquite crônica. (A) Uma seção da parede do bronquíolo com acúmulo luminal de muco, hiperplasia de células caliciformes, espessamento da membrana basal (seta) e células inflamatórias mononucleares dispersas. (B) Uma parede brônquica com metaplasia escamosa do epitélio luminal (cabeça de seta) e hiperplasia das glândulas subepiteliais seromucosas (seta). Imagem acima: Metaplasia escamosa Imagem do lado esquerdo: Aumento das células caliciformes e uso de corante azul (Alcian-Blue) que detecta o muco dentro das células caliciformes. 2. Enfisema Pulmonar: é definido como o aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares associado a destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente. O ácino pulmonar compreende a porção de parênquima distal a um bronquíolo terminal (constituído pelo bronquíolo respiratório, ductos e sacos alveolares e alvéolos). O conjunto de três a cinco bronquíolos terminais e seus respectivos ácinos constitui o lóbulo pulmonar. De acordo com a distribuição anatômica das lesões, o enfisema é classificado em 4 tipos, porém com 2 em destaque a ser estudado: ● Enfisema centroacinar ou centrolobular: frequentemente associado ao hábito de fumar e à bronquite crônica, a porção central do ácino pulmonar, junto ao bronquíolo respiratório, mostra-se acometida, poupando-se os alvéolos mais distais; as lesões em geral contêm grande quantidade de pigmento antracótico. Na fase avançada, todo o ácino pode estar acometido, dificultando a distinção com o enfisema panacinar. O enfisema centrolobular acomete preferencialmente os lobos superiores. ● Enfisema panacinar ou panlobular: geralmente está relacionado com deficiência da alfa1-antitripsina, todo o ácino está aumentado, tornando difícil a distinção entre alvéolos e ductos alveolares. As lesões são mais graves nas bases pulmonares. ● Patogenia: mecanismo protease-antiprotease; o enfisema resulta de desequilíbrio entre proteases e antiproteases, com predomínio da ação das proteases e consequente destruição dos septos alveolares. As principais fontes de enzimas proteolíticas no trato respiratório baixo são neutrófilos e macrófagos alveolares, ambos presentes em maior número no pulmão dos fumantes. Os neutrófilos liberam a maior quantidade de serinoelastase no pulmão de fumantes, enquanto macrófagos alveolares são considerados a principal fonte de metaloelastases. Além disso, macrófagos alveolares se acumulam nas regiões centroacinares de pulmões de fumantes, que são os locais preferenciais da lesão enfisematosa. ○ Hipótese desequilíbrio de protease-antiprotease: Enfisema resulta do efeito destrutivo de uma elevada atividade de protease em indivíduos com baixa atividade antiprotease. Pacientes com deficiência genética da antiprotease α1-antitripsina: – tendência maior de desenvolver enfisema pulmonar ⇒ 1. Neutrófilos sequestrados em capilares periféricos, incluindo os do pulmão, e alguns têm acesso aos espaços alveolares; 2. Qualquer estímulo que aumente o número de leucócitos no pulmão ou a liberação de seus grânulos contendo protease aumenta a atividade proteolítica; 3. Baixos níveis séricos de α1-antitripsina a destruição do tecido elástico não é reprimida, resultando em enfisema. Tabagismo desempenha um papel essencial na perpetuação do desequilíbrio de oxidantes-antioxidantes na patogenia do enfisema. Pulmão ⇒ antioxidantes ⇒ lesão oxidativa em um mínimo ⇒ fumaça do tabaco⇒ espécies reativas de oxigênio em abundância ⇒ depletam mecanismos antioxidantes ⇒ dano tissular Inflamação crônica leve em todas as vias aéreas, parênquima e vasculatura pulmonar Macrófagos, linfócitos T e neutrófilos estão aumentados em várias partes do pulmão⇒ leucotrieno B4, IL-8, TNF e outros ⇒ capazes de danificar as estruturas pulmonares ou manter uma inflamação neutrofílica. Vale lembrar: A patogênese da obstrução das vias respiratórias na DPOC está diretamente relacionada com a associação de dois componentes: 1. Estreitamentos e tortuosidades das pequenas vias respiratórias por inflamação e fibrose (bronquiolite), que aumenta a resistência de vias respiratórias; 2. Perda do ancoramento alveolar e da força de recolhimento elástico (enfisema), que causa fechamento precoce das pequenas vias respiratórias durante a expiração. Imagem ao lado: Modelo proposto à patogênese do enfisema pulmonar (mecanismo protease-antiprotease). O fumo e outras substâncias agressoras inaladas induzem aumento do número e da atividade de células inflamatórias, que liberam enzimas hidrolíticas, radicais livres e outros compostos lesivos. O fumo também inativa a alfa1-antitripsina (alfa1-AT). ● Resultados da Agressão Pulmonar: Perda do tecido elástico nas paredes dos alvéolos – reduz a tração radial e causa o colapso dos bronquíolos respiratórios durante a expiração; Obstrução funcional do fluxo aéreo, apesar da ausência de uma obstrução mecânica; Metaplasia de células caliciformes com muco obstruindo a luz; Espessamento da parede bronquiolar devido a hipertrofia de músculo liso e fibrose peribrônquica ○ Em conjunto, essas alterações estreitam a luz bronquiolar e contribuem para a obstrução das vias aéreas ● Macroscopicamente: é bem característico, especialmente em pulmões fixados após insuflação. Os pulmões apresentam aumento de volume e suas margens anteriores se aproximam. Especialmente nas margens e no ápice, podem existir bolhas, às volumosas. O órgão apresenta-se pálido (contém pouco sangue) e torna-se quase completamente inelástico. O tórax fica fixado em posição inspiratória, com aumento do diâmetro anteroposterior (tórax em tonel). As costelas acham-se levantadas, os espaços intercostais estão alargados e a cúpula diafragmática encontra-se abaixada, em posição inspiratória. ● Microscopicamente: 1. há destruição da parede de bronquíolos e alvéolos ,que resulta em dilatação permanente dos alvéolos, sacos e ductos alveolares, perda do componente elástico e redução do leito capilar pulmonar por destruição dos septos alveolares; 2. Obstrução de bronquíolos, que resulta em obstáculo à saída do ar e contribui para aumentar o ar residual e para maior dilatação alveolar e 3. Surgem lesões arteriolares quando existe hipertensão pulmonar. Imagem 1 da direita: Alvéolos normaisImagem 2 da direita: Bronquíolos normais Imagem da esquerda: destruição dos septos alveolares (bronquite crônica) e presença de antracose (corante azul que detecta o muco dentro das células caliciformes). Imagem da direita: alvéolos pulmonares normais (sem doença presente) e presença de antracose (pigmento antracótico; ao inalar partículas de poluição e etc, essas se acumulam dentro do pulmão). Antracose: Pigmento de cor negra distribuido em pequenos focos pelo parênquima pulmonar. Em aumento forte, o pigmento é constituído por pequenos grãos negros, em parte livres e em parte no citoplasma de macrófagos. São partículas de carvão provenientes do ar e não causam lesão pulmonar. Efeitos do envelhecimento sobre o coração A gordura epicárdica aumenta, enquanto os detritos formados por anos de catabolismo intracelular e estresse oxidativo acumulam-se como lipofuscina intracelular. As alterações valvares do envelhecimento incluem calcificação do anel mitral e valva aórtica. As valvas podem desenvolver um espessamento fibroso e os folhetos mitrais tendem a curvar-se para trás na direção do átrio esquerdo durante a sístole ventricular, simulando um prolapso (mixomatoso) da valva mitral. Quando isso acontece, o aumento das sobrecargas de volume e pressão resulta na dilatação do átrio esquerdo, e consequentemente em uma maior incidência de arritmias atriais. Com o tempo, pequenos processos filiformes (excrescências de lambl) formam-se sobre as linhas de fechamento das valvas aórtica e mitral, que provavelmente se originam da organização de pequenos trombos. Degeneração valvar por calcificação As valvas cardíacas estão sujeitas a altos níveis de estresse mecânico repetitivo, particularmente nos pontos em que as cúspides e os folhetos se dobram. Isso é uma consequência de: ● 30 a 40 milhões ou mais de contrações cardíacas por ano; ● Deformações teciduais substanciais durante cada contração; ● Gradientes de pressão transvalvares na fase fechada de cada contração (120 mmHg da valva mitral e 80 mmHg da valva aórtica). 1. Estenose Aórtica Calcificada: é a mais comum das anormalidades valvares. É geralmente a consequência do "uso e desgaste" associados à idade tanto de valvas anatomicamente normais quanto das valvas bicúspides de origem congênita. A calcificação da valva aórtica é uma consequência da lesão crônica recorrente devido à hiperlipidemia, hipertensão, inflamação e a outros fatores semelhantes àqueles implicados na aterosclerose. As valvas bicúspides sofrem maior estresse mecânico do que as valvas tricúspides normais. A lesão crônica progressiva leva à degeneração valvar e provoca a deposição de hidroxiapatita (o mesmo sal de Ca que é encontrado no osso). A lesão valvar da estenose aórtica calcificada difere em alguns aspectos importantes da aterosclerose. As valvas normais contêm células semelhantes a osteoblastos que sintetizam proteínas da matriz óssea e a promovem a deposição de sais de cálcio. ● Calcificação do anel da valva mitral: Os depósitos calcificados degenerativos na valva mitral se desenvolvem no anel fibroso. A lesão consiste em blocos grosseiros de material amorfo e calcificado associado a reação inflamatória crônica. A alteração funcional mais comum é insuficiência valvar. Pode haver bloqueio atrioventricular por comprometimento do nó atrioventricular e do feixe de His. Os pacientes com essa calcificação apresentam um risco aumentado de AVC embólico, e os nódulos calcificados podem tornar-se um local para endocardite infecciosa. ○ Macroscopicamente: são visto como nódulos irregulares, com consistência pétrea e às vezes ulcerados. A calcificação do anel mitral geralmente não afeta a função valvar. ● Macroscopicamente: presença de massas calcificadas e amontoadas dentro das cúspides aórticas, que acabam se projetando através das superfícies da via de saída para dentro dos seus da valva e impedindo a abertura das cúspides. A valva costuma ter estenose pura, pois em geral não há retração nem fusão das comissuras. Em alguns casos, a calcificação se estende ao septo interventricular, causando bloqueio atrioventricular. ● Microscopicamente: O processo de calcificação começa na camada fibrosa valvar, na superfície da via de saída da valva e nos pontos de máxima flexão das cúspides. Há deposição de cristais de colesterol e reação macrofágica e gigantocelular. ● Prolapso da valva mitral (degeneração Mixomatosa da valva mitral): os folhetos estão frouxos e sofrem prolapso ou abaulamento para dentro do átrio esquerdo durante a sístole. A alteração anatômica característica é uma balonização dos folhetos mitrais ou de parte deles entre as cordas tendíneas. ○ Macroscopicamente: os folhetos afetados estão aumentado, redundantes, espessos e elásticos. As cordas tendíneas associadas podem estar alongadas, adelgaçadas e às vezes rompidas, e os anéis podem estar dilatados. As valvas tricúspide, aórtica ou pulmonar também podem estar afetadas. ○ Microscopicamente: anormalidade do tecido conjuntivo, com alteração na síntese e na degradação das suas moléculas, resultando em acúmulo de proteoglicanos. A principal alteração é o espessamento acentuado da camada esponjosa com deposição de material mucoide (mixomatoso), chamado de degeneração mixomatosa. Também há um enfraquecimento da camada fibrosa colagenosa da valva, da qual a integridade estrutural do folheto depende. As alterações secundárias refletem os estresses e as lesões teciduais relacionados aos folhetos aumentados: 1. Espessamento fibroso dos folhetos da valva, onde um atrita com o outro, 2. Espessamento fibroso linear da superfície endocárdica do ventrículo esquerdo, 3. Espessamento do endocárdio mural do átrio ou do ventrículo esquerdo, 4. Trombos nas superfícies atriais dos folhetos ou das paredes atriais e 5. Calcificações focais na base do folheto mitral posterior. Imagem do lado esquerdo: ● Há um abaulamento acentuado com prolapso da válvula posterior da valva (seta) para dentro do átrio esquerdo; ● O átrio também está dilatado, o que reflete insuficiência valvar de longa duração e sobrecarga de volume. Imagem 1 à direita: ● Superfície atrial (endocárdio, continuação do átrio); ● Pars spongiosa, que é uma coleção de fibras e feixes de colágeno escassos, e algumas fibras elásticas incorporadas em uma substância fundamental de muco-polissacarídeos; ● Pars fibrosa, constitui o esqueleto valvular e é constituído por uma camada densa de fibras de colágeno, que são continuadas apicalmente com o anel mitral e distalmente com as cordas tendíneas; ● Superfície ventricular (endocárdio que continua com o revestimento ventricular). Imagem 2 à direita: ● Corte histopatológico da área de contato da válvula, mostrando infiltração grave de mucopolissacarídeos (em azul), separando e invadindo a estrutura do colágeno (cor violeta); ● Corante específico: Alcian Blue / PAS - valva com tecido frouxo identificado com o corante azul. ○ Quando o processo avança ao longo do tempo, outros mecanismos compensatórios(RAAS, neuro-hormonais) são acionados, o que produzirá um aumento no volume plasmático e na resistência periférica, o que força o coração a um maior trabalho cardíaco e a esses mecanismos. A formação de material frouxo, mixomatoso, na parede valvar pode causar insuficiência, pois no início eles compensam, em seguida, acabam agravando o quadro e desencadeando insuficiência cardíaca. 2. Esclerose Medial de Monckeberg: é caracterizada pela calcificação das paredes das artérias musculares, que envolvem tipicamente a membrana elástica interna. As calcificações não invadem a luz do vaso e geralmente não são clinicamente significativas. ● Macroscopicamente: Os depósitos podem sofrer alteração metaplásica e se transformar em osso. ● Microscopicamente: calcificação da túnica/parede do vaso. 3. Aterosclerose: É a base da patogenia das doenças vasculares periféricas, cerebral e coronariana, causando mais morbidade e mortalidade no mundo ocidental que qualquer outra doença. A probabilidade de desenvolver a aterosclerose é determinada pela combinação de fatores de riscos adquiridos e hereditários. Agindo em conjunto, eles causam lesões da íntima chamadas ateromas (placa ateromatosas ou ateroscleróticas) que fazem protrusão na luz dos vasos. Uma placa ateromatosa consiste em uma lesão elevada com centro mole e grumoso de lipídios (principalmente colesterol e ésteres do colesterol), coberta por uma capa fibrosa. Além da obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, as placas ateroscleróticas podem se romper, levando à catastrófica trombose vascular obstrutiva. As placas aterosclerótica também podem aumentar a distância de difusão da luz para a túnica média, levando a lesões isquêmicas e ao enfraquecimento das paredes dos vasos, alterações que podem resultar na formação de aneurismas. A OMS define aterosclerose como a doença de artérias de grande ou médio calibre caracterizada por alterações representadas pelo acúmulo, na íntima, de lipídios, carboidratos complexos, componentes do sangue, células e material intracelular. ● Microscopicamente: A íntima de uma artéria normalmente se restringe ao endotélio, sendo portanto finíssima. Porém, na aterosclerose, a íntima pode ficar mais espessa que a própria camada média. O espessamento consiste de tecido fibroso denso e geralmente contém fibras musculares lisas (aqui não demonstradas). Leva a redução variável do diâmetro da luz, até obliteração. O espessamento pode ser difuso ou localizado, formando placas. Estas são chamadas placas de aterosclerose, placas ateromatosas ou ateromas. Na íntima espessada e nas placas é comum a deposição de lipídios, inclusive cristais de colesterol. Os lípides têm cor amarela e consistência mole, por isso o centro da placa frequentemente tem aspecto de papa, que origina o nome da lesão (atheros = papa em grego). Também é comum calcificação, que no corte aparece como material amorfo de cor roxa. Se a calcificação for extensa, dá consistência quebradiça à artéria, lembrando casca de ovo. Imagem ao lado: ● Evolução das alterações das paredes arteriais na hipótese da resposta à injúria. 1. Normal; 2. Lesão endotelial com adesão de monócitos e plaquetas; 3. Migração de células musculares lisas e monócitos na íntima, com ativação macrofágica; 4. Captação de lipídios modificados por macrófagos e células musculares lisas com posterior ativação e recrutamento de células T; 5. Proliferação das células musculares lisas da íntima com produção de matriz extracelular, formando uma placa bem desenvolvida. ● A aterosclerose progride da seguinte maneira: lesão e disfunção endoteliais, causando aumento da permeabilidade vascular, adesão de leucócitos e trombose; acúmulo de lipoproteínas (principalmente LDL e suas formas oxidadas) na parede do vaso; adesão de monócitos ao endotélio, seguida por migração à íntima e transformação em macrófagos e células espumosas; adesão plaquetária; fatores liberados por plaquetas, macrófagos e células da parede vascular ativados, induzindo recrutamento de células musculares lisas, seja da média ou de precursores circulantes; proliferação de células musculares lisas, produção da matriz extracelular e recrutamento das células T e acúmulo de lipídios extracelulares e dentro das células (macrófagos e células musculares lisas). ● Macroscopicamente: Estrias gordurosas são compostas por macrófagos espumosos cheios de lipídios. As lesões não são elevadas o suficiente para causarem distúrbios significativos do fluxo. Embora as estrias gordurosas possam evoluir para placas, nem todas se tornarão lesões avançadas. Os processos fundamentais na aterosclerose são o espessamento da íntima e o acúmulo de lipídios, que em conjunto formam a placa aterosclerótica. Essas placas são branco-amareladas e invadem a luz das artérias; o trombo superposto às placas ulceradas é marrom-avermelhado. As placas podem variar no tamanho, podendo também coalescer e formar grandes massas. ● Microscopicamente: As lesões são focais, geralmente envolvendo apenas uma parte de qualquer parede arterial. No corte transversal, as lesões parecem excêntricas. Imagem acima: ponta da seta - formação de calcificação distrófica; seta - neovascularização (angiogênese) e calcificação da parede do vaso. Imagem ao lado: ● Fragmentos de artéria coronária. Um deles está obstruído por um trombo em organização e apresenta aterosclerose. ● Há grande espessamento da parede arterial devido à presença de tecido fibroso denso na íntima. ● Também se observa um foco calcificado. O trombo está em fase de organização. Imagem acima: As placas, em geral, continuam a mudar e aumentam de volume progressivamente por morte e degeneração das células, síntese e degradação (remodelação) da MEC e organização do TROMBO Trombose: Ruptura, ulceração ou erosão da superfície da íntima de placas ateromatosas expõem o sangue a substâncias trombogênicas e induzem trombose; Pode ocluir parcial ou completamente a luz e levar à isquemia distal; Se o paciente sobreviver à oclusão trombótica inicial, o coágulo poderá tornar-se organizado e ser incorporado à placa em crescimento. ● Estágios de formação: A aterosclerose acomete preferencialmente a camada íntima das artérias, podendo afetar também a camada média. Existem 6 tipos de lesões, mas 3 são os destaques (II, V e VI): a. Lesão Inicial (tipo I): acúmulo de lipoproteínas e poucos macrófagos contendo lipídios na íntima. Macroscopicamente a artéria é normal. Ocorre nas artérias elásticas, como a aorta. b. Estria lipídica (tipo II): trata-se da progressão da lesão do tipo I e na qual são encontradas alterações macroscópicas. Na íntima são vistas áreas amareladas planas, bem delimitadas, acompanhando o eixo do vaso. Microscopicamente, encontra-se grande número de células espumosas, sobretudo macrófagos e, em menor quantidade, células musculares lisas; são vistos também lipídios extracelulares e linfócitos T. c. Placa pré-ateromatosa(lesão intermediária ou tipo III): resulta da progressão da lesão tipo II e é representada por pequenos acúmulos de lipídios extracelulares na lesão, mas sem a formação de um grande núcleo central com lipídios extracelulares. d. Placa ateromatosa (tipo IV): macroscopicamente apresenta-se com lesão arredondada, de cor amarelada e consistência macia, que faz saliência na luz vascular. Microscopicamente, a lesão cresce em direção à luz do vaso. Ao corte, a lesão é formada por massa de material amorfo. Esse material corresponde a um centro necrótico composto por restos celulares e material lipídico. e. Placa fibroateromatosa (tipo V): é formada por fibroblasto e musculatura lisa, podendo conter pequenos depósitos de lipídios. Essa lesão resulta da reabsorção dos lipídios pelo organismo, processo que reduz o tamanho da lesão e a transforma em uma placa fibrosa. f. Placas complicadas (tipo VI): as principais complicações são a ulceração ou ruptura (decorre de ruptura da capa fibrosa e resulta em exposição da massa necrótica ao sangue circulante. Com isso, fragmentos desse material caem na circulação e formam pequenos êmbolos que podem obstruir arteríolas e capilares; A importância maior da ulceração, ruptura ou rachadura nas placas é favorecer a formação de trombos), trombose (mesmo estando recobertas de endotélio morfologicamente intacto, o risco da formação de trombos sobre placas ateromatosas é maior do que em áreas sem essas lesões; o endotélio que reveste as placas em geral, produz menor quantidade de óxido nítrico e prostaciclina, ambos inibidores da agregação plaquetária; além disso, a placa é rica em fatores pró-coagulantes, como o fator tecidual produzido por monócitos e macrófagos), hemorragia (ocorre na túnica íntima da placa, pode ser provocada pela ruptura da capa fibrosa, permitindo a entrada de sangue no ateroma ou pela ruptura de capilares neoformados, calcificação (correlaciona-se com o número de placas, episódios isquêmicos em indivíduos com aterosclerose de vasos periféricos e risco de dissecação após angioplastia). Imagem 1 acima: lesão do tipo V (fibroateroma) Imagem 2 acima: lesão do tipo V (fibroateroma - com núcleo lipídico e capa fibrosa) e há presença de coloração Tricrômica de Masson. Imagem acima: lesão do tipo VI; placa ulcerou e ocorreu o rompimento; seta - ruptura da placa; presença de trombo facilita o rompimento da placa de ateroma. Calcificação distrófica: é a que resulta de modificação local nos tecidos. Várias modificações celulares ou teciduais favorecem a nucleação e a precipitação de cristais de cálcio. Os mecanismos propostos para explicar a formação de depósitos de cálcio incluem: ● Exposição de núcleos primários; ● Aumento local da concentração de fosfato e/ou de cálcio; ● Remoção de inibidores de calcificação. Hipertrofia: refere-se ao aumento do tamanho das células que resulta no aumento do tamanho do órgão afetado. O órgão hipertrofiado não possui novas células, apenas células maiores. O tamanho aumentado das células é devido à incorporação de novos componentes estruturais intracelulares. É o resultado do aumento na produção das proteínas celulares. Atrofia: é definida como a redução do tamanho de um órgão ou tecido que resulta da diminuição do tamanho e do número de células. A atrofia resulta da diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação das proteínas nas células. A síntese de proteínas diminui em função da atividade metabólica reduzida. A degradação das proteínas celulares ocorre principalmente pela via ubiquitina-proteossomo. ● A atrofia pode ser acompanhada por aumento de autofagia, observada pelo número elevado de vacúolos autofágicos. A autofagia é o processo no qual as células privadas de alimentos digerem seus próprios componentes na tentativa de reduzir a demanda nutricional igualando-a ao fornecimento. Alguns dos restos celulares dentro dos vacúolos autofágicos podem resistir à digestão e persistir no citoplasma como corpos residuais limitados por membrana. Um exemplo desses corpos residuais são os grânulos de lipofuscina. Osteoartrite (OA) e suas alteração articulares Também chamada de doença articular degenerativa, é caracterizada pela degeneração da cartilagem que resulta em falha estrutural e funcional das articulações sinoviais. Apenas do termo osteoartrite sugerir uma doença inflamatória, ela é considerada uma doença intrínseca da cartilagem em que condrócitos respondem a esforços mecânicos e bioquímicos, resultando em colapso da matriz.Os joelhos e as mãos são afetados com maior frequência em mulheres, e os quadris, nos homens. Há dois tipos de osteoartrite: 1. Idiopática ou primária: nesse caso a doença é oligoarticular (afeta poucas articulações), mas pode ser generalizada. Aparece de forma insidiosa, sem causa aparente, como um fenômeno de envelhecimento. 2. Secundária: Indivíduos jovens que apresentam alguma condição predisponente, tal como: a. injúria articular prévia b. deformidade congênita de desenvolvimento das articulações c. doença sistêmica de base como, por exemplo, a diabetes Degeneração da cartilagem articular + Reparação da cartilagem articular desordenada ⇒ Falha estrutural + Falha funcional ⇒ Articulações sinoviais Não é inflamatória ⇒ Doença intrínseca da cartilagem ⇒ Condrócitos ● Microscopicamente: as lesões decorrem de degeneração da cartilagem articular e a sua reparação desordenada. A cartilagem articular contribui ao movimento virtualmente sem atrito da junta, na medida em que fornece resistência à tensão e à compressão, pela presença do colágeno tipo II e das proteoglicanas, respectivamente, ambos sintetizados por condrócitos. A doença envolve alterações patológicas complexas nos condrócitos e na matriz óssea. As alterações em condrócitos pode ser dividida em três fases: 1. Lesão de condrócitos, relacionada a fatores genéticos e bioquímicos, 2. A artrite inicial, em que os condrócitos proliferam e secretam mediadores inflamatórios, colágenos, proteoglicanas e proteases, os quais atuam em conjunto para remodelar a matriz cartilaginosa e iniciar as alterações inflamatórias secundárias na membrana sinovial e osso subcondral e 3. A osteoartrite tardia, em que lesões repetitivas e inflamação crônica levam ao esgotamento, com marcante perda de cartilagem e extensas alterações ósseas subcondrais. Praticamente todos os componentes extracelulares da cartilagem articular são afetados na OA. O colágeno tipo II é degradado por metaloproteinases de matriz. 1. lesão condrocítica: componentes genéticos (alteração em genes envolvidos no metabolismo de prostaglandina e sinalização WNT, por exemplo) e ambientais (relacionada ao envelhecimento e estresse biomecânico); 2. artrite inicial: Condrócitos proliferam e secretam mediadores inflamatórios, colágenos, proteoglicanos e proteases ⇒ remodelar a matriz cartilaginosa e iniciar as alterações inflamatórias secundárias no espaço sinovial e no osso subcondral; 3. osteoartrite tardia: Lesão repetitiva e a inflamação crônica ⇒ degeneração de condrócitos + acentuadaperda de cartilagem + alterações ósseas subcondrais extensas. ● Estágios da doença: ○ Iniciais: Os condrócitos proliferam, formando agrupamentos (a chamada clonagem). O conteúdo aquoso da matriz aumenta e a concentração de proteoglicanas diminui. As fibras de colágeno tipo II normalmente dispostas horizontalmente na zona superficial são clivadas, dando origem a fissuras na superfície articular. Isso manifesta como uma superfície articular granular e macia. Lesão condrocítica (há também alteração na matriz e fibras de colágeno tipo II são clivadas). ○ Avançada: Os condrócitos morrem e porções de cartilagem em toda a sua espessura são esmagadas. Porções de cartilagem estão necrosadas. Os pedaços deslocados de cartilagem e osso subcondral flutuam no interior da articulação, formando corpos livres (Joint mice). Os osteófitos com formato de cogumelo (projeções ósseas) se desenvolvem nas margens da superfície articular e são envolvidos por fibrocartilagem e cartilagem hialina que gradualmente ossificam. A membrana sinovial em geral é levemente congesta e fibrótica, podendo apresentar células inflamatórias dispersas. ○ Imagem acima: (A) Estágios iniciais e (B) Estágios avançados (1- Eburnação Óssea / Esclerose, 2- Cistos - degradação da cartilagem e 3- Cartilagem remanescente). Imagem 1 acima: características morfológicas da osteoartrite. Imagem 2 acima: osteoartrite severa do quadril. O espaço da articulação é reduzido, e há esclerose subcondral com cistos radiolúcidos ovais espalhados e osteófitos periféricos bordeados (setas). ● Macroscopicamente: pacientes com doença primária geralmente são assintomáticos até por volta dos 50 anos de idade. Os sintomas característicos incluem dor profunda que piora com o uso, rigidez matinal, crepitação e limitação da amplitude de movimentos. A compressão nos forames espinais por osteófitos resulta em pinçamento das raízes nervosas cervicais e lombares, com dor articular, espasmos musculares, atrofia muscular e déficits neurológicos. Característicos em mulheres, mas não em homens, são os nódulos de Heberden (osteófitos proeminentes nas articulações interfalangianas distais). Ainda não existem meios satisfatórios de prevenção da osteoartrite primária, nem métodos efetivos de interromper sua progressão. Terapia inclui o manejo da dor, modificação de atividade e, para os casos mais graves, a artroplastia. Osteoporose Também conhecida como doença dos ossos de mármore e doença de Albers-Schonberg, refere-se a um grupo de doenças genéticas raras que são caracterizadas por uma redução da reabsorção óssea e esclerose esquelética simétrica difusa devido a formação ou função prejudicada dos osteoclastos. Os ossos são normalmente quebradiços e fraturam facilmente, como um pedaço de giz. A osteoporose é classificada em variantes com base tanto no modo de transmissão hereditária quanto na gravidade das manifestações clínicas. Está no grupo de doenças com defeitos em vias metabólicas (enzimas, canais iônicos e transportadores). Doença caracterizada por ossos porosos e massa óssea reduzida. Alterações estruturais associadas predispõem à fratura óssea. Há dois tipos da osteoporose: 1. Localizada em um certo osso ou região: osteoporose por desuso de um membro – papel da atividade física na prevenção de perda óssea. 2. Envolver todo o esqueleto: generalizada – primária ou secundária a uma grande variedade de condições. ● Formas mais comuns da osteoporose: são as seil e pós-menopausa. ○ O pico de massa óssea é alcançado durante o início da fase adulta. Atividade física, força muscular, dieta e estado hormonal também têm contribuições importantes. A perda óssea relacionada à idade, que pode variar de 0,7% por ano, é um fenômeno biológico normal e previsível. Ambos os sexos são afetados de modo equivalente e os brancos são mais afetados que os negros. ○ Alterações relacionados à idade: a idade em células ósseas e na matriz têm forte impacto sobre o metabolismo ósseo. Os osteoblastos de indivíduos mais velhos têm potencial proliferativo e biossintético reduzido, quando comparados com os osteoblastos de indivíduos mais jovens. A resposta celular aos fatores de crescimento ligados à matriz extracelular torna-se atenuada em indivíduos mais velhos. O resultado final é a capacidade reduzida de sintetizar osso. Essa forma de osteoporose, denominada senil, é categorizada como uma variante de baixa renovação. Na osteoporose senil, o córtex está fino devido à reabsorção endosteal e subperiosteal, e os sistemas haversianos estão alargados - córtex mimetiza o osso esponjoso. ○ Atividade física: quando reduzida aumenta a taxa de perda óssea em humanos, porque as forças mecânicas estimulam o remodelamento ósseo normal. A atividade física tem papel fundamental para a prevenção de perda óssea. O tipo de exercício é importante, pois a magnitude da carga influencia a densidade óssea mais do que número de ciclos de carga. ○ Influências hormonais: a osteoporose pós-menopausa é caracterizada por uma aceleração da perda de massa óssea. As mulheres podem perder até 35% do osso cortical e 50% do osso esponjoso. A deficiência de estrogênio desempenha o papel principal nesse fenômeno. A diminuição dos níveis de estrogênio após a menopausa, na verdade, aumenta tanto a reabsorção quanto a formação óssea, mas esta não acompanha a primeira, levando à osteoporose de alta rotatividade. A diminuição do estrogênio parece aumentar a secreção de citocinas inflamatórias por monócitos do sangue e células da medula óssea. Essas citocinas estimulam o recrutamento e a atividade dos osteoclastos através do aumento dos níveis de RANKL, diminuindo a expressão de OPG, diminuindo a proliferação e prevenindo a apoptose dos osteoblastos. ● Microscopicamente: a principal características é o osso histologicamente normal, diminuído em quantidade. Todo o esqueleto é afetado na osteoporose pós-menopausa e senil, mas certos ossos tendem a ser mais severamente impactados. Na osteoporose pós-menopausa o aumento da atividade dos osteoclastos afeta principalmente os ossos ou porções de ossos que possuem maior área de superfície, tais como o compartimento esponjoso dos corpos vertebrais. As placas trabeculares se tornam perfuradas, adelgaçadas, e perdem suas interconexões, levando a microfraturas progressivas e consequente colapso vertebral. Na osteoporose senil, o córtex é adelgaçado pela reabsorção subperiosteal e endosteal e os sistemas de Haver estão alargados. Nos casos mais graves, os sistemas de Haver estão tão alargados que o córtex se parece com o osso esponjoso. Imagem acima: à direita se encontra um osso na sua estrutura normal, fisiológica e à esquerda é um osso com osteoporose, onde há perda de massa óssea e as trabéculas verticais estão mais espessas e as horizontais estão mais finas (nas mulheres, a falta de estrógeno e a progesterona acabam acelerando o processo da osteoporose). ● Corpo vertebral osteoporótico (imagem da direita) encurtado porfraturas de compressão, comparando com um corpo vertebral normal - vértebra osteoporótica possui uma perda característica das trabéculas horizontais e trabéculas verticais mais espessas. Imagens 1 e 2 acima: A estrutura de um osso compacto normal não descalcificado. Corresponde à cortical óssea, não a osso esponjoso. O aspecto roxo (fortemente basófilo) se deve aos sais de cálcio depositados na matriz. Os osteócitos estão alojados em pequenas cavidades regularmente espaçadas. A falta de descalcificação impede a visualização das lamelas ósseas. Imagem 1 acima: O osso esponjoso normal consiste de trabéculas alongadas, arranjadas segundo linhas de tensão, e aqui seccionadas em vários planos. A medula óssea neste exemplo não contém tecido hematopoético, apenas adipócitos (medula óssea amarela). Para medula óssea hemopoeticamente ativa (vermelha). Imagem 2 acima: OSTEOCLASTOS X OSTEOBLASTOS. Na osteomielite há contínua reabsorção de trabéculas e deposição de matriz óssea neoformada. O primeiro processo deve-se à ação de osteoclastos, e o segundo a osteoblastos. Os osteoclastos são macrófagos, frequentemente multinucleados. A região reabsorvida aparece como uma indentação onde se aloja a célula. Os osteoclastos reabsorvem o osso necrótico e ajudam a criar os seqüestros ao separar fragmentos a partir das trabéculas. Contudo, também atuam no tecido vivo, sendo essenciais no processo de remodelação óssea normal. Neste caso, após a reabsorção do tecido ósseo pelos osteoclastos, novas camadas de matriz são depositadas pelos osteoblastos, deixando entre a matriz neoformada e a antiga uma linha bem marcada e basófila denominada linha cimentante (assim chamada por sua semelhança com o cemento dentário, componente da raiz dos dentes). A matriz neoformada tem cor fortemente eosinófila e não apresenta lamelas, sendo homogênea (conhecida em inglês como woven bone). Osteoartrose É uma das doenças mais antigas e comuns do mundo. Trata-se de um processo primariamente degenerativo (erosão progressiva da cartilagem articular) e não inflamatório. A osteoartrose é afecção degenerativa eminentemente crônica das articulações móveis, sobretudo do quadril, do joelho e das vértebras, que se caracteriza por degeneração progressiva e perda da cartilagem articular, coexistindo esclerose óssea subcondral e proeminências ósseas nas bordas articulares (osteófitos). A osteoartrose pode ser primária ou secundária: 1. Primária: causa desconhecida, tem como base fenômenos degenerativos que se iniciam já aos 20 e 30 anos de vida e progridem com o avançar da idade, atingindo 80-85% da população com mais de 70 anos. 2. Secundária: pode surgir em qualquer idade e em qualquer articulação já alterada por outras doenças ou por anomalias congênitas. Infecções do trato urinário no paciente idoso Próstata No adulto normal, a próstata pesa aproximadamente 20 gramas. A próstata é um órgão retroperitoneal que envolve o colo da bexiga e a uretra e não possui uma cápsula distinta. No adulto, o parênquima prostático pode ser dividido em 4 zonas ou regiões biológica e anatomicamente distintas: zona periférica (ZP), zona central (ZC), transicional (ZT) e periuretral. Os tipos de lesões proliferativas são diferentes em cada região. ● Microscopicamente: a próstata é composta por glândulas revestidas por duas camadas de células: uma camada basal de epitélio cuboide baixa coberta por uma camada de células secretoras colunares. Em muitas áreas existem pequenas dobras papilares do epitélio. Essas glândulas são separadas por um estroma fibromuscular abundante. Os andrógenos testiculares controlam o crescimento e a sobrevida das células prostáticas. A castração provoca atrofia da próstata causada por apoptose difusa. Apenas três processos patológicos afetam a glândula prostática: inflamação, aumento nodular benigno e tumores. Prostatite A inflamação da próstata pode ser dividida em 4 categorias, mas com 3 em destaque: 1. Prostatite bacteriana aguda: resulta de bactérias semelhantes àquelas que causam as infecções do trato urinário. Portanto, a maioria dos casos é causada por diversas cepas de E. coli, outros bastonetes Gram-negativos, enterococos e estafilococos. Os organismos são implantados na próstata geralmente por refluxo intraprostático de urina da uretra posterior ou da bexiga urinária. A prostatite bacteriana aguda está associada a febre, calafrios e disúria. Ao exame retal, a próstata é extremamente sensível e mole. 2. Prostatite bacteriana crônica: os pacientes frequentemente têm uma história de infecções recorrentes do trato urinário causadas pelo mesmo organismo. Uma vez que a maioria dos antibióticos penetra pouco na próstata, as bactérias encontram um sítio seguro no parênquima e constantemente semeiam o trato urinário. O seu diagnóstico depende da demonstração de leucocitose em secreções prostáticas obtidas por expressão, juntamente com culturas bacterianas positivas. Os organismos são os mesmos citados como causa de prostatite aguda. 3. Prostatite abacteriana crônica: é a forma mais comum de prostatite. É indistinguível da prostatite crônica bacteriana em termos de sinais e sintomas, mas não há história de infecção recorrente do trato urinário. Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou Hiperplasia Nodular É a mais comum doença prostática benigna em homens com mais de 50 anos. Resulta de hiperplasia nodular das células do estroma prostático e células epiteliais, e muitas vezes leva a obstrução urinária. Caracteriza-se pela formação de grandes nódulos, bastante nítidos, na região periuretral, os quais, quando suficientemente grandes, comprimem e estreitam o canal uretral, causando a obstrução parcial, ou praticamente completa, da uretra. A hiperplasia nodular não é considerada uma lesão pré-maligna. Os nódulos hiperplásicos originam-se nos lobos laterais e médio, a partir do grupo glandular interno (glândulas mucosas e submucosas); os lobos anterior e posterior não são comprometidos. Considerando-se a divisão da próstata em zonas, a HPB origina-se da zona de transição. Hiperplasia do estroma prostático e das células epiteliais: formação de nódulos grandes na região periuretral - quando suficientemente grandes os nódulos comprimem e estreitam o canal uretral = obstrução parcial ou completa da uretra. Acredita-se que o principal componente do processo “hiperplásico” seja um prejuízo da morte celular – aumento da proliferação das células estromais e diminui morte das células epiteliais. Ocorre na zona periuretral (perto da uretra). ● Macroscopicamente: varia conforme os lobos acometidos e a constrição histológica do nódulo. Na maioria das vezes, tanto os lobos laterais como o médio estão comprometidos. Quando aumentado de volume, o lobo médio faz saliência no assoalho da bexiga, formando como que uma valva atrás, ao lado ou em torno do orifício uretral interno. O volume pode chegar a pesar 20 vezes o normal em casos de próstatas hiperplásicas. Os nódulos hiperplásicosprovocam diferentes graus de compressão da uretra prostática ou funcionam como uma valva no orifício uretral interno; consequentemente, causam retenção urinária. A obstrução da uretra determina dificuldade de urinar que se manifesta por um conjunto de sinais e sintomas denominado prostatismo. A falta de esvaziamento completo da bexiga é fator predisponente para infecções urinárias. Nódulos que contêm principalmente glândulas são amarelo-rosados e moles, deixando sair um líquido prostático branco-leitoso. Nódulos compostos primariamente por estroma fibromuscular são cinza-pálidos e duros. Ocorrência de hipertrofia e distensão da bexiga ⇒ formação de trabéculas da mucosa vesical Hidroureter ⇒ refluxo vésico-vesical ⇒ pode levar à pielonefrite crônica Sinais e sintomas ⇒ hesitação, urgência, noctúria e fluxo urinário fraco Obstrução crônica ⇒ infecções urinárias recorrentes ⇒ pode ocorrer obstrução urinária aguda ● Microscopicamente: aspecto e consistência variam conforme a constituição histológica. Duros e de aspecto fasciculado quando constituídos predominantemente de estroma, menos consistentes e de aspecto esponjoso quando predomina o componente granular. O aspecto esponjoso é mais evidente quando há dilatação cística das glândulas. Os nódulos hiperplásico são constituídos por estroma e tecido glandular. A presença de infiltrado inflamatório de mononucleares em focos esparsos é constante. A inflamação é asséptica, admitindo-se que resulte do extravasamento de secreção prostática no estroma por causa da obstrução. Os fatores de crescimento induzidos pelo principal andrógeno na próstata que tem uma enzima específica (5alfa-redutase tipo 2) localizada nas células estromais, Di-hidrotestosterona (DHT) atuem aumentando a proliferação das células estromais e diminuindo morte das células epiteliais. A proliferação glandular assume forma de agregados de glândulas cisticamente dilatadas pequenas ou grandes, revestidas por duas camadas de células, uma camada colunar interna e uma camada externa cuboide ou achatada. Há presença de nódulos hiperplásicos constituídos por estroma. Glândulas hiperplásicas ⇒ revestidas por 2 camadas de células ⇒ camada nodular e camada externa de células basais achatadas Imagem B acima: nódulos hiperplásicos bem delimitados, em sua maior parte constituídos por estroma e glândulas (nódulos estrômato-glandulares) ⇒ menos frequentemente, ser puramente estromatosos ou glandulares. Imagem 2 acima: Na hiperplasia nodular, a próstata apresenta nódulos hiperplásicos bem delimitados, em sua maior parte constituídos por estroma e glândulas (nódulos estrômato-glandulares). Podem também, menos frequentemente, ser puramente estromatosos ou glandulares. As células epiteliais são colunares, com citoplasma claro de aspecto mucoso, e são mais altas que as da próstata normal. As dobras do epitélio glandular são também mais pronunciadas que na glândula normal. Imagem ao lado: As dobras do epitélio glandular são mais pronunciadas que na glândula normal. Imagem 1 acima: As células epiteliais são colunares, com citoplasma claro de aspecto mucoso, e são mais altas que as da próstata normal Imagens 1 e 2 acima: Dupla camada de células no epitélio glandular. Em muitos lugares é possível observar que as glândulas são formadas por uma dupla camada de células epiteliais: a mais interna, de células colunares proeminentes, e uma camada periférica de células basais achatadas, que pode ser descontínua. O encontro da dupla camada tem importância para definir a benignidade do processo (ou seja, que se trata de hiperplasia, e não neoplasia) já que nos carcinomas há perda da dupla camada. Na próstata, ao contrário da mama, as células basais não são mioepiteliais. Imagens 1 e 2 acima: Infiltrado inflamatório intersticial ⇒ Pode haver infiltrado linfocitário no estroma dos nódulos e entre os nódulos. Imagens acima: Forte hiperplasia da próstata, com aumento de volume dos lobos mediano e laterais ⇒ estreitamento da uretra prostática⇒ hipertrofia da bexiga*, devido ao maior esforço necessário para eliminar a urina. *A hipertrofia é evidenciada pela trabeculação da mucosa vesical (a superfície interna da bexiga normal é lisa). Imagens 1 e 2 acima: A grande pressão intravesical durante a micção causou refluxo vésico-ureteral, levando a hidroureter e hidronefrose ⇒ também favorece pielonefrite Imagens 1 e 2 acima: A dilatação dos ureteres sugere a existência de refluxo vésico-ureteral ⇒ infecção bacteriana iniciou-se nas vias urinárias baixas (bexiga) e depois subiu pelos ureteres e pélvis atingindo o rim e causando pielonefrite crônica. Imagens 1 e 2 acima: A origem é um processo inflamatório crônico de causa bacteriana, que envolve o parênquima renal e o sistema pielocalicial. Imagens 1 a 4: presença de infiltrado inflamatório, presença de monomorfonucleares ⇒ linfócitos. As principais alterações na pielonefrite crônica estão no interstício renal. Nota-se intenso infiltrado inflamatório crônico inespecífico difuso, em meio a marcada atrofia dos túbulos, que são de difícil identificação em muitas áreas. Outro componente do processo inflamatório são os folículos linfóides com centros germinativos em atividade, que lhes dão tonalidade mais clara. Imagens 1 e 2 acima: Há pontilhado amarelado evidente na superfície externa e na de corte, notadamente na camada cortical. Corresponde a pequenos focos de pus, ou microabscessos, que se originaram por via hematogênica.