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SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ❖ AULA 1 ➢ IDENTIFICAR A ESTRUTURA DE ARTÉRIAS E VEIAS → ARTÉRIAS: são estruturas tubulares que levam sangue do coração para os órgãos. As maiores artérias são conhecidas como artérias elásticas porque uma grande porção de sua parede se compõe de tecido elástico. As artérias menores contêm maior quantidade de músculo liso em suas paredes, o que controla o calibre dos vasos. → VEIAS: os capilares se unem para formar vênulas, que por sua vez, formam veias cada vez maiores. As veias apresentam um diâmetro interno maior do que as artérias que acompanham, tendo paredes mais finas, com apenas pequena quantidade de tecido muscular. → Todos os vasos sanguíneos acima de um certo calibre apresentam um plano geral comum de construção. De um modo geral, um vaso sanguíneo apresenta as seguintes camadas constituintes: ✓ Túnica íntima: é constituída por: uma camada de células achatadas (células endoteliais), revestindo INTERNAMENTE o vaso, caracterizando o epitélio simples pavimentoso, chamado de endotélio; um delicado estrato subendotelial constituído por tecido conjuntivo frouxo; e lâmina elástica interna, que é o componente mais interno da íntima, contém elastina. ✓ Túnica média: formada principalmente por camadas concêntricas de células musculares lisas helicoidalmente. Em artérias, a túnica média possui uma lâmina elástica externa mais delgada que separa esta da túnica adventícia. ✓ Túnica adventícia: constituída por tecido conjuntivo frouxo, torna-se gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do órgão pelo qual o vaso sanguíneo está passando. ✓ Vasa Vasorum: vasos grandes normalmente apresentam vasa vasorum, que são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e na porção externa da média. ➢ CITAR AS CONSEQUÊNCIAS DA HAS A LONGO PRAZO → A hipertensão primária é tipicamente uma doença assintomática, quando os sintomas ocorrem, frequentemente estão relacionados aos efeitos da hipertensão ao longo prazo sobre outros sistemas de órgãos-alvo, como rins, coração, retina dos olhos e vasos sanguíneos. Anatomopatologia SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → O aumento da pressão intravascular pode lesionar as células endoteliais vasculares, o que aumenta o risco de desenvolvimento de doença vascular aterosclerótica. → A lesão dos órgãos-alvo afeta em particular os órgãos com estrutura altamente vascularizada ou que dependem fortemente de um suprimento de sangue adequado para a sua função apropriada, incluindo os órgãos já citados. ➢ VASOS SANGUÍNEOS ✓ A hipertensão é um fator de risco importante para a aterosclerose, porque promove e acelera a formação de placas e sua possível ruptura. Com isso, preestabelece a todos os principais distúrbios ateroscleróticos, incluindo cardiopatia coronariana, insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico e DAP. ➢ CORAÇÃO ✓ A elevação da PA aumenta a carga de trabalho do ventrículo esquerdo, por aumentar a pressão contra a qual o coração precisa bombear o sangue ejetado na circulação sistêmica, com o passar do tempo a parede do VE sofre remodelamento e hipertrofia para compensar o aumento do trabalho em decorrência da pressão. = desenvolvimento de cardiopatia coronariana, arritmias cardíacas, morte súbita e ICC. ➢ RINS ✓ A hipertensão crônica leva à nefroesclerose, causa comum de doença renal crônica. Uma das formas mais significativas da HAS causar lesão renal é por hipoperfusão glomerular. Outro mecanismo inclui a disfunção endotelial decorrente da elevação da pressão glomerular. ➢ CÉREBRO ✓ A hipertensão, em particular a hipertensão sistólica, é um importante fator de risco para acidente vascular encefálico, e hemorragia intracerebral. O estreitamento e a esclerose das artérias penetrante de pequeno calibre nas regiões subcorticais do cérebro são achados comuns à necropsia de pessoas com hipertensão crônica. ➢ RETINA DOS OLHOS ✓ A retinopatia hipertensiva afeta a retina induzindo uma série de alterações microvasculares. O olho de um hipertenso inicialmente apresenta aumento do tônus vasomotor, que causa estreitamento arteriolar generalizado. Com a persistência da HAS, as alterações arterioscleróticas se agravam e incluem a hiperplasia da parede média, espessamento da intima e degeneração hialina. A longo prazo, essas alterações podem causar lacerações arteriovenosas mais graves e cegueira. ➢ CONHECER OS PROCESSOS DE ADAPTAÇÃO CELULAR → HIPERTROFIA CONCÊNTRICA: (sobrecarga de pressão): novos sarcômeros serão adicionados a fibra miocárdica em um eixo paralelo ao eixo dessa fibra, assim terá um aumento da espessura ventricular, mas sem ter um aumento correspondente da câmara cardíaca. → HIPERTROFICA EXCÊNTRICA: (sobrecarga de volume): adição de novos sarcômeros em série ao eixo dessa fibra, nesse caso, terá um aumento da câmara cardíaca, mas a parede ventricular pode estar discretamente aumentada, normal ou diminuída. ➢ IDENTIFICAR LEITO ARTERIAL → ARTÉRIAS CONDUTORAS DE SANGUE: artérias elásticas ou de grande calibre = aorta e seus ramos principais. São chamadas de condutoras porque conduzem sangue do coração para as artérias distribuidoras de calibre médio. Tem cor amarelada devido ao acúmulo de material elástico presente na túnica média. Chama a atenção, na estrutura das grandes artérias, o acúmulo de material elástico existente. → ARTÉRIAS DISTRIBUIDORAS: artérias musculares ou de médio calibre = permitem uma distribuição seletiva de sangue para diferentes órgãos em resposta às necessidades funcionais. São caracterizadas por uma espessa camada muscular, que pode chegar a ter mais de 40 camadas de fibras musculares lisas. A, Hipertrofia por pressão devido a obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. B, Hipertrofia do ventrículo esquerdo com e sem dilatação. C, Miocárdio normal. D, Miocárdio hipertrofiado. Observe os aumentos do tamanho da célula e do núcleo nos miócitos hipertrofiados. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período De um modo geral, quanto maior for o calibre, maior a quantidade de material elástico entre as fibras musculares. → ARTÉRIAS DE RESISTÊNCIA: arteríolas = ramos finais do sistema arterial. São muito finas, geralmente com menos de 0,5mm de diâmetro. A túnica íntima possui um endotélio, um subendotélio e uma lâmina elástica interna muito delgada. A túnica média geralmente é formada por 4 ou 5 camadas de células musculares lisas. A túnica adventícia é estreita, pouco desenvolvida, com pouca quantidade de tecido conjuntivo frouxo. ➢ IDENTIFICAR LEITO VENOSO → VÊNULAS: estruturalmente se assemelham aos capilares contínuos, mas com um lúmen maior. → VEIAS MUSCULARES → VEIAS DE GRANDE CALIBRE: função de reservatório e de condução do sangue ao coração. ➢ TIPOS DE ARTERIOSCLEROSE → ATEROSCLEROSE: o tipo mais comum, significa endurecimento relacionado a placas, que são depósitos de materiais gordurosos. Ela afeta as artérias de médio e grande porte. Se desenvolve a partir de estrias lipídicas, ateromas e seu estágio final, placas complicadas. ✓ ESTRIAS LIPÍDICAS: macroscopicamente, aparecem como manchas ou pequenas elevações lineares, amareladas, na íntima. Microscopicamente, encontram-se na íntima células espumosas. Podem regredir, estacionar ou evoluir para ateroma. ✓ ATEROMAS: são lesões mais características da doença. Ateromas são lesões intimais, de tamanhos e formas variados, às vezes confluentes, de coloração branco- amarelada e que, tipicamente, fazem saliência na luz arterial.✓ PLACAS COMPLICADAS: As principais complicações nas placas são: ruptura, erosão ou ulceração, mais comuns em placas vulneráveis, que resulta em perda do revestimento endotelial e favorece trombose; trombose, quase sempre associada a ruptura da placa ou erosão/ulceração; hemorragia, em que o sangue penetra na lesão a partir de ruptura de pequenos vasos neoformados ou na superfície do ateroma; e calcificação, que pode atingir pequenas áreas ou grande parte da placa. → ARTERIOLOSCLEROSE: Em pequenas artérias e arteríolas, surge a arterioloesclerose, que pode ser de dois tipos: ✓ HIALINA: consiste na deposição de material hialino na íntima do vaso, com redução da luz. É mais comum nos rins. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ✓ HIPERPLÁSICA: A lesão consiste em hiperplasia de células musculares (que formam camadas celulares concêntricas, com aspecto “em casca de cebola”) e de reduplicação da membrana basal, o que resulta em estreitamento da luz. Característica da HA maligna. ✓ CALCIFICAÇÃO DA MÉDIA DE MÖNCKENBERG: Em muitas arteriopatias, ocorre deposição de cálcio na parede vascular. Além de aterosclerose, deposição calcárea ocorre na entidade calcificação de Monckeberg, que consiste em calcificação na túnica elástica interna e na camada média de artérias musculares, sobretudo nos membros, no útero e na tireoide. Como não afeta a luz vascular, a lesão tem pouca ou nenhuma repercussão clínica. ❖ AULA 2 ➢ IDENTIFICAR AS ESTRUTURAS ANATÔMICAS ASSINALADAS (fácil) ➢ OBSERVAR AS IMAGENS MACROSCÓPICAS DA HIPERTROFIA DE VD NO COR PULMONALE → O termo cor pulmonale quer dizer o coração cujas alterações são devidas exclusivamente a doença pulmonar crônica. Na prática, isto corresponde a hipertrofia (muitas vezes acompanhada de dilatação) do ventrículo direito, sendo que o ventrículo esquerdo é normal. → A hipertrofia de VD é devida ao aumento da resistência do leito vascular pulmonar. Entre as causas mais comuns estão doenças que levam a redução do parênquima pulmonar como a tuberculose e o enfisema (onde há destruição difusa dos septos alveolares). → É um bom exemplo de hipertrofia de esforço, e equivale à hipertrofia do VE na HAS. A dilatação ocorre secundariamente à hipertrofia, quando esta não é mais suficiente para fazer bombear todo o sangue que entra na cavidade. Assim a cada ciclo resta um pequeno resíduo e o acúmulo dos resíduos com o tempo leva à dilatação. ➢ OBSERVAR AS IMAGENS MICROSCÓPICAS DO MIOCÁRDIO NORMAL E ALTERADO NAS HIPERTENSÕES → As fibras miocárdicas na hipertensão ficam muito aumentadas de volume, podendo observar isso em cortes longitudinais e transversais. Há também aumento do volume do núcleo nas fibras hipertróficas. A espessura das colunas carnudas é maior no cor pulmonale, indicando que este ventrículo direito está hipertrófico se comparado ao normal. Contudo, há também grande dilatação da cavidade, por insuficiência contrátil crônica. A dilatação diminui a espessura da parede ventricular, assim mascarando a hipertrofia. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ❖ AULA 3 ➢ DISCUTIR O CICLO DE VIDA DO TRYPANOSSOMA CRUZI → Tudo começa com o barbeiro: no momento da picada, ele estará se alimentando de sangue e com isso ele vai distender o seu aparelho digestivo acarretando na defecação, e como toda picada de inseto: coçamos! → Ao coçar, permite com que as fezes cheias de formas TRIPOMASTIGOTAS metacíclicas (forma infectante) consigam penetrar pelo orifício da picada. *O parasita não penetra a pele intacta, somente infectando o hospedeiro via mucosa ou ferimentos na pele. → No momento em que as tripomastigotas caem na corrente sanguínea, ela vai começar invadir células, qualquer tipo de células, exceto as hemácias. → Quando invade essas células, essa forma vai se transformar em AMASTIGOTA, essa amastigota vai começar de dividir (divisão binaria) até o momento que ela irá romper essa célula (muito cheio). → Ao romper, ela se transforma de novo em TRIPOMASTIGOTAS que vão sair para a corrente sanguínea. → As tripomastigotas, então, vão encontrar novas células e todo o ciclo se repete, até o momento em que o sistema imune começa a combater essas formas. → Quando houver um novo barbeiro se alimentando de um indivíduo ou animal que esteja contaminado, ele vai ingerir essas formas tripomastigotas, ao ingerir essa forma vai se transformar em EPIMASTIGOTA, que vão se multiplicar e ao chegar na porção final do aparelho digestivo do triatomíneo que vão se transformar em TRIPOMASTIGOTAS metacíclicas. ➢ OBSERVAR E DESCREVER PEÇA ANATÔMICA E OS ACHADOS MICROSCÓPICOS DA MIOCARDIOPATIA CHAGÁSICA NAS FASES AGUDA E CRÔNICA → Macroscopicamente, há forte dilatação global das cavidades, dando ao coração aspecto arredondado lembrando uma moringa. Há hipertrofia do miocárdio ventricular, mas esta está mascarada pela dilatação. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → AGUDA: A fase aguda da miocardite chagásica é caracterizada por intenso parasitismo dos miocardiócitos, sendo fácil a observação de ninhos de leishmanias (ninho de amastigotas). As leishmânias de T. cruzi aparecem como diminutos pontos basófilos no interior das fibras do miocárdio. → CRÔNICA: São característicos a extensa fibrose do miocárdio e o infiltrado inflamatório crônico inespecífico, composto por linfócitos, plasmócitos e macrófagos. Há também intensa hipertrofia vicariante das fibras miocárdicas, para compensar as que sofreram necrose após parasitismo pelo T. cruzi. Nesta fase da doença não se observam ninhos de amastigotas, característicos da fase aguda. ❖ AULA 4 ➢ OBSERVAR E DESCREVER AS CARACTERÍSTICAS MACRO E MICROCÓPICAS DO IAM → A área escura indica um infarto. Os infartos no coração são anêmicos, mas podem sofrer infiltração pelo sangue da luz ventricular, forçado sob pressão para dentro do tecido necrótico. → Se o infarto for transmural (OBSTRUÇÃO TOTAL da luz arterial) pode haver ruptura da parede ventricular e tamponamento pericárdico. Geralmente a ruptura não é grande e única, mas sim consiste de vários pequenos canais que dissecam entre as fibras miocárdicas necróticas. → A abertura longitudinal da artéria coronária D. mostra placas de aterosclerose e um segmento com luz fortemente estreitada: → Infarto subendocárdico (trombo promove uma OBSTRUÇÃO PARCIAL/SUBTOTAL). Aqui há um infarto anêmico envolvendo o músculo papilar (cor mais pálida, devida à isquemia). Externamente a este há uma área mais escura, de tecido de granulação, um fenômeno de reparo ao infarto que levará à fibrose. → Microscopicamente, terá uma necrose coagulativa do miocárdio de origem isquêmica. As fibras do miocárdio necróticas caracterizam-se por ausência de núcleos. Ainda, é possível SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período notar no interstício edema e células inflamatórias, constituídas por neutrófilos e macrófagos (ambos responsáveis pela fagocitose das fibras necróticas). → As fibras necróticas desaparecem e são substituídas por tecido fibroso (processo de reparo, pois no miocárdio não há regeneração). ❖ AULA 5 ➢ OBSERVAR E DESCREVER MACROSCOPIA DAS ENDOCARDITES → ENDOCARDITE MITRAL REUMÁTICA: Há estenose mitral, com dilatação do átrio esquerdo, que contrasta com o VE de volume normal. O motivo da dilatação do AE está nas lesões reumáticas da valva mitral: os folhetos (lacínias) estão espessados, fundidos a nívelda comissura, e as cordoalhas tendíneas, que ancoram os folhetos ao músculo papilar, também estão mais espessas, encurtadas e parcialmente fundidas. ▪ Estas alterações são sequelas da FR. ▪ As pequenas vegetações trombóticas observadas no bordo de fechamento das lacínias são evidência de processo inflamatório em andamento na época do óbito. ▪ Essas lesões provocaram lesão do endocárdio valvar e deposição de plaquetas e fibrina. Posteriormente, a lesão inflamatória produziria outro ciclo de reparo, levando a fibrose ainda maior da valva e maior disfunção hemodinâmica. → ESTENOSE MITRAL REUMÁTICA: Há intensa fibrose e espessamento dos folhetos e das cordoalhas, que estão fundidas e encurtadas. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → ESTENOSE MITRAL REUMÁTICA C/ TROMBOSE E DILATAÇÃO ATRIAL: Há espessamento das lacínias e das cordoalhas tendíneas e fusão das comissuras. O VE tem volume normal. → ESTENOSE MITRAL REUMÁTICA C/ HIPERTROFIA DE ÁTRIO ESQUERDO E VENTRÍCULO DIREITO: Há redução da abertura da valva mitral por espessamento das lacínias e fusão das comissuras. Há hipertrofia e dilatação de VD, por hipertensão pulmonar decorrente da estenose mitral. → INSUFICIÊNCIA AÓRTICA REUMÁTICA C/ HIPERTROFIA E DILATAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO: Lesão reumática nas lacínias da valva aórtica, caracterizada por espessamento e encurtamento das mesmas e fusão parcial de pelo menos uma das comissuras. ▪ O encurtamento das lacínias impede o fechamento completo da valva na diástole causando refluxo. Há sobrecarga funcional do VE, resultando inicialmente em hipertrofia e depois dilatação (sinal de insuficiência). → ENDOCARDITE BACTERIANA DE VALVA MITRAL COM VEGETAÇÃO: Há volumosa vegetação na valva mitral, isto ocorre quando bactérias circulantes no sangue conseguem aderir à valva e proliferar, causando necrose. → ENDOCARDITE BACTERIANA DE VALVA AÓRTICA COM VEGETAÇÃO: Há colonização da valva aórtica por bactérias que a destroem parcialmente, causando formação de trombo. ▪ A maior parte dos casos de endocardite bacteriana ocorre em valvas previamente doentes, pois aí a chance de descamação, ou de disfunção do endocárdio é maior, facilitando adesão de plaquetas e bactérias. ▪ Entre as causas mais comuns de lesão prévia estão a endocardite reumática e anomalias congênitas. Ambas causam turbilhonamento, que joga as plaquetas contra a parede. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → ENDOCARDITE BACTERIANA DE VALVA AÓRTICA COM CIV: A valva não parece ter lesão reumática prévia. O que propicia a colonização bacteriana é a alteração de fluxo causada por um CIV alto, logo abaixo da valva. O turbilhonamento favorece lesão do endocárdio (a isto se chama lesão de jato). → VALVOPATIA AÓRTICA E MITRAL REUMÁTICA CRÔNICA C/ ENDOCARDITE BACTERIANA AÓRTICA: a valva aórtica mostra lacínias espessas e rígidas, devido a sequela de endocardite reumática que causou fibrose e calcificação. Na valva mitral, mostra estenose característica da febre reumática, em que há fusão das lacínias e retração fibrótica das cordoalhas tendíneas transformando a mitral em uma estrutura em forma de funil (chamada lesão em funil), com grande redução do orifício da valva. → Microscopicamente, há tecido fibroso denso, com neutrófilos, parte dos quais em apoptose, entre as fibras colágenas. O volumoso trombo aderido à valva é constituído por fibrina e colônias de bactérias, que aparecem como nuvens de material basófilo (arroxeado). ❖ AULA 6 ➢ OBSERVAR E DESCREVER A MACROSCOPIA E MICROSCOPIA: → PERICARDITE FIBRINOSA: Há uma deposição de uma película amarelada, com aspecto rugoso ou filamentoso sobre a superfície normalmente lisa e brilhante do pericárdio. É clássica a comparação com pão e manteiga (a manteiga forma projeções irregulares que lembram o aspecto da pericardite fibrinosa). ▪ A camada de fibrina e células inflamatórias constitui uma pseudomembrana. ▪ A causa pode ser infecciosa, por mecanismos imunes, uremia, pós infarto, etc. ▪ A organização do exsudato fibrinoso pode levar a fibrose, com aderência permanente dos folhetos pericárdicos. → PANCARDITE REUMÁTICA: Na febre reumática, as lesões cardíacas são iniciadas após uma infecção na garganta por um estreptococo β-hemolítico do grupo A, que induz formação de anticorpos contra elementos de sua parede. Estes anticorpos podem reagir de forma cruzada com antígenos presentes nas três camadas do coração (epicárdio, miocárdio e endocárdio), SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período desencadeando reação inflamatória aguda, com deposição de substância fibrinóide (daí o termo pancardite reumática) ▪ Lesões peculiares ocorrem no coração: nódulos de Aschoff, consistindo em focos de linfócitos T, às vezes plasmócitos e macrófagos grandes ativados (células de Anitschkow = patognomônicas da FR = a doença está ali sem dúvidas). ▪ Esses macrófagos vão apresentar citoplasma abundante e núcleos centrais com a cromatina condensada que forma uma fita ondulada central e delgada. ▪ Os nódulos de Aschoff podem ser encontrados em qualquer uma das três camadas do coração, durante a FR aguda = pancardite. ▪ A inflamação do endocárdio e das valvas do lado esquerdo normalmente resulta em necrose fibrinoide no interior das cúspides ou cordas tendíneas. Sobrejacentes a esses focos necrosados e ao longo das linhas de fechamento, é possível observar pequenas vegetações, as verrugas que perturbam pouco o funcionamento do coração. ➢ ANEURISMA DA AORTA → A aneurimas consiste em dilatação localizada de vasos envolvendo as suas 3 camadas. → A forma no aneurisma pode variar de fusiforme (mais alongado) a sacular (mais localizado), e deve-se ao enfraquecimento da camada média. → Geralmente, formam-se trombos parietais na superfície interna do aneurisma, propiciados pela lesão do endotélio pela aterosclerose e pelo turbilhonamento do fluxo na região do aneurisma. → Se o trombo parietal se tornar oclusivo, ocorre a síndrome de Leriche (oclusão da aorta na bifurcação). Os macrófagos multinucleados que compõem o nódulo de Aschoff são chamados de células de Aschoff. Os macrófagos mononucleares são chamados células de Anitschkow. Costumam ter a cromatina numa disposição tridimensional peculiar que lembra uma taturana se vistas lateralmente (são também chamadas caterpillar cells). O aspecto em olho de coruja aparece quando o núcleo é visto de frente. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ➢ DISSECÇÃO AÓRTICA → A dissecção de uma artéria consiste na delaminação de sua parede no sentido longitudinal. As dissecções de maior importância clínica são as da aorta (podendo a partir dela se estender para seus ramos) e das artérias coronárias. → As dissecções mais prevalentes e importantes ocorrem ao longo da camada média, em quase todos os casos no seu terço externo. Com isso, cria-se uma falsa luz, paralela à verdadeira. A artéria fica dilatada, mas sem envolver as três camadas; dissecções, portanto, diferem de aneurismas verdadeiros. → O principal fator etiológico das dissecções da aorta é a hipertensão arterial crônica. Esta enfraquece a camada média, causando pequenos focos conhecidos como medionecrose idiopática cística. → Uma pequena parcela dos aneurismas dissecantes ocorre em indivíduos jovens, portadores da síndrome de Marfan, de herança autossômica dominante (além de casos esporádicos). A doença é causada por mutaçõesno gene da fibrilina, uma proteína componente do tecido elástico, portanto abundante em artérias como a aorta, mas também em ligamentos articulares e no globo ocular. Tipos de dissecção da aorta, segundo as classificações de DeBakey (tipos I, II e III) e de Stanford (tipos A e B). No tipo A ou proximal, a lesão intimal localiza-se na aorta ascendente; no tipo B ou distal, a origem está abaixo da emergência da artéria subclávia. Um segmento de aorta enrolado em caracol mostra extensa delaminação que dividiu a camada média em duas camadas de espessura semelhante. A nova cavidade assim criada está em comunicação com a luz (não demonstrado aqui) e é preenchida por sangue. Hematoma entre as camadas média e adventícia (asterisco), com compressão da luz vascular (esta indicada pelas setas). SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ❖ AULA 7 ➢ TROMBOSE → A trombose descreve a presença de trombos em uma veia e a respectiva resposta inflamatória na parede vascular, dessa forma, a trombose venosa está associada à tríade de Virchow. → A tríade de Virchow ilustra os três principais fatores: estase venosa (diminuição do fluxo sanguíneo), hipercoagulabilidade e lesão do endotélio, que levam à formação de trombos → Há 3 fases de evolução nos trombos: ✓ RECENTE: assim que se forma, o trombo é constituído apenas por células do sangue e fibrina. ✓ EM ORGANIZAÇÃO: células da parede do vaso invadem o trombo. São células endoteliais e células conjuntivas totipotentes, que se distribuem entre a fibrina e as hemácias e são notadas pelos seus núcleos (praticamente não se observa citoplasma) ✓ RECANALIZAÇÃO: as células se organizam para formar capilares neoformados. → No trombo venoso, a cor é vermelha, pois aí predominam hemácias. No trombo arterial canalizado (com luzes vasculares neoformadas e tortuosas), predomina o azul, pois há abundantes fibras colágenas. → TROMBO RECENTE (em veia): o trombo é parietal, isto é, aderido à veia em só um trecho (cerca da metade da circunferência). É um trombo vermelho, constituído principalmente por hemácias, e tem estrutura lamelar, refletindo a deposição de hemácias e fibrina em camadas sucessivas. ▪ A região da adesão tem tom mais claro, que decorre da degeneração das hemácias e substituição pelas células da organização do trombo. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → TROMBO ANTIGO JÁ CANALIZADO (em artéria): a luz original do vaso está totalmente preenchida por células conjuntivas e crivada por novos lumens vasculares, revestidos por endotélio. Do ponto de vista funcional, porém, a canalização é insuficiente, pois não há restabelecimento de fluxo sanguíneo abundante. → MACROSCOPIA: ▪ ATEROSCLEROSE AÓRTICA COM TROMBOSE: Há intensa aterosclerose, caracterizada como placas elevadas e de cor amarela. Além da aterosclerose há trombos mistos parietais nos dois lados da peça. A aterosclerose é um importante fator que favorece a trombose, por causar lesão do endotélio. ▪ TROMBO MISTO NA VEIA ILÍACA: Trombos em grandes veias dos MMII são causados por lentificação da circulação, principalmente em pacientes acamados e submetidos a grandes cirurgias. ❖ AULA 8 ➢ TUBERCULOSE 1) ENTRADA NOS MACRÓFAGOS: Os núcleos goticulares inalados descem pela árvore brônquica sem aderir ao epitélio e são depositados nos alvéolos. Pouco depois de entrar nos pulmões a bactéria, M. tuberculosis, entra nos macrófagos pela fagocitose, mas resistem à destruição, aparentemente porque os lipídios da parede celular do M. tuberculosis impedem a fusão dos fagossomos e lisossomos; 2) REPLICAÇÃO NOS MACRÓFAGOS: a bactéria inibe a maturação do fagossomo e bloqueia a formação do fagolisossoma (inibição das vias bactericidas), pela inibição dos sinais de Ca²+ e do recrutamento e montagem das proteínas que medeiam a fusão fagossomo-lisossomo, permitindo que a bactéria se multiplique de forma descontrolada dentro da vesícula. Dessa forma, no estágio mais precoce da TB (<3 semanas) em um indivíduo não sensibilizado, as bactérias proliferam nos macrófagos alveolares pulmonares e nos espaços aéreos, resultando em bacteremia e semeadura de múltiplos locais. Mesmo com a bacteremia, a maioria dos pacientes é assintomático ou possui sintomas brandos tipo da gripe. 3) A RESPOSTA TH1: cerca de 3 semanas após a infecção, uma resposta T auxiliar 1 (TH1) é montada, a qual ativa os macrófagos, permitindo que eles se tornem bactericidas. A resposta é iniciada pelos antígenos micobacterianos, que entram nos linfonodos de drenagem e são apresentados às células T. Essa resposta TH1 mediada atua no controle da infecção, mas também acaba promovendo a agressão tecidual no parênquima pulmonar. 4) ATIVAÇÃO DOS MACRÓFAGOS MEDIADA POR TH1 E MORTE DAS BACTÉRIAS: as células TH1, nos linfonodos e pulmões, produzem IFN-γ (gama), que é um mediador crítico que permite que os macrófagos controlem a infecção pelo M. tuberculosis. ✓ O IFN-γ vai estimular a maturação do fagolisossoma nos macrófagos infectados, expondo as bactérias a um ambiente ácido, oxidante e letal. ✓ Após isso, o IFN-γestimula a produção do óxido nítrico (NO) que se combina com outros oxidantes para criar intermediários reativos do nitrogênio, que parecem ser importantes para matar as micobactérias. ✓ Além disso, o IFN- γ mobiliza os peptídeos antimicrobianos (defensinas) contra as bactérias. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ✓ Por fim, o IFN-γestimula a autofagia, um processo que sequestra e então destrói as organelas danificadas e as bactérias intracelulares, como o M. tuberculosis. 5) INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA E DANO TECIDUAL: além de estimular os macrófagos a matar a micobactéria, a resposta TH1 atua na formação dos granulomas e da necrose caseosa. ✓ Os macrófagos ativados pelo IFN-γse diferenciam em “histiócitos epitelioides” que se agregam para formar granulomas, algumas células epitelioides se fundem para formar células gigantes de Langhans. Em muitas pessoas essa resposta para a infecção acontece antes que uma destruição tecidual significativa ou doença ocorram. ✓ Em outras pessoas, a infecção progride devido à idade avançada ou à imunossupressão, e a contínua resposta resulta na necrose caseosa, causando destruição do parênquima pulmonar. → O NÓDULO DE GHON é o primeiro granuloma tuberculoso. Geralmente, ocorre na região subpleural do lobo médio (pulmão direito) ou na região inferior do lobo superior ou superior do lobo inferior (pulmão esquerdo), uma vez que há maior oxigenação, portanto, a probabilidade de chegarem bacilos é maior. → Em uma minoria de casos, a TB primária não se cura espontaneamente, acaba evoluindo para uma grave disseminação pelo organismo que pode ser fatal = tuberculose primária progressiva. Na imagem, pode-se observar que os bacilos migraram pelos linfáticos até um linfonodo hilar, onde a lesão foi maior. A disseminação hematogênica = quando os bacilos atingem veias ou artérias, como na meningite tuberculosa. → Na tuberculose pós primária, admite-se que as lesões derivem de reativação de focos tuberculosos implantados na fase primária, e que permanecem latentes até que uma baixa de resistência permita novo crescimento bacilar. ▪ Na grande maioria as lesões pós primárias localizam-se no ápice pulmonar, ao contrário das lesões primárias!!! Os nódulos apicais são chamamos de NÓDULOS DE PUHL. → Tuberculose miliar: há irregularidade na distribuição e o pequeno tamanho dos tubérculos,que indicam disseminação de bacilos pela via hematogênica. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período → Tuberculose pós primária com caverna apical curada: a superfície interna é lisa, devido à fibrose. → Histologicamente, as lesões ativas mostram tubérculos característicos coalescentes com caseificação central. Embora os bacilos possam ser demonstrados por métodos apropriados em fases iniciais de formação de granulomas exsudativos e caseosos, é geralmente impossível achá-los mais tarde, em estágios fibrocalcificados. → A tuberculose pulmonar secundária, apical, localizada, pode curar espontaneamente ou depois da terapia, resultando em fibrose, ou a doença pode progredir e se estender por várias vias diferentes. → À microscopia podemos ver um processo inflamatório crônico granulomatoso: muito comum ter necrose caseosa, e também acompanhando esse granuloma a presença de células gigantes multinucleadas e células histiócitos epitelioides. → No granuloma temos esse centro eosinofílico: justamente a área de necrose caseosa com a zona periférica onde temos a presença de células gigantes multinucleadas e células histiócitos epitelioides Pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é a técnica mais utilizada em nosso meio. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período Lâmina histológica de granuloma caseoso, formado por aglomerado de macrófagos, células epitelioides (constituintes obrigatórios de granulomas) e gigantócito, um macrófago volumoso com muitos núcleos. Perceba que esses núcleos se encontram na periferia, em “forma de ferradura”. Isso caracteriza o gigantócito nomeada célula gigante de Langhans, muito comum na tuberculose.
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