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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 20ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FORTALEZA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 20ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FORTALEZA/CE
Processo nº: __/__
SÉRGIO, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, por não se conformar com a r. Sentença de fl. X.
Requer o recebimento e processamento do presente, com as anexas razões recursais.
Nestes Termos,
Pede Provimento.
Fortaleza - CE
04 de junho de 2018
Advogado _________________
OAB. Nº _________
RAZÕES DE APELAÇÃO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DO ESTADO DO CEARÁ
Processo nº __/__
Comarca de Fortaleza, Ceará
Apelante: Sérgio
Apelado: Justiça Pública do Estado do Ceará
DOUTO PROCURADOR,
COLENDA CÂMARA.
A r. Decisão de fl. X, em que o acusado foi condenado ao crime previsto no (art. 155, caput do CP), condenando o réu a 1 (um) ano e 6 (seis) meses de reclusão e pagamento de prestação pecuniária no valor de dois salários mínimos, e ainda prestação de serviços a comunidade pelo tempo da condenação, não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça, conforme será demonstrado pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
1. DOS FATOS
O réu foi denunciado por furto simples, sob a acusação de ter subtraído um automóvel Fiat Uno, sem violência ou grave ameaça, de propriedade de Lúcia. Cabe salientar que o réu é universitário, sem antecedentes criminais.
Quando citado, apresentou sua defesa e no depoimento das testemunhas de acusação não houve esclarecimentos sobre os fatos alegados. Vez que, a vítima não viu quem subtraiu o seu automóvel, e as duas testemunhas não souberam identificar o autor dos delitos, pois um apenas “ouviu comentários”, o que não que não é nada esclarecedor, e o outro não o reconhecera como autor, apenas que se parecia fisicamente, o que deixar muita margem a erro. Após, nenhuma diligência adicional foi requerida.
O Parquet requereu a condenação do acusado (art. 155, caput do CP), pedido que foi acolhido pelo magistrado, condenando o réu a 1 (um) ano e 6 (seis) meses de reclusão e pagamento de prestação pecuniária no valor de dois salários mínimos, e ainda prestação de serviços a comunidade pelo tempo da condenação.
II. DO DIREITO
a) Da absolvição por insuficiência de provas
A simples constatação da materialidade do fato não é suficiente para uma condenação criminal, se este fato não for típico, antijurídico, culpável e punido, se a autoria não está determinada, se não houver provas suficientes para tanto, se não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal ou existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena.
No caso é recorrente, que há falta de materialidade, visto que não há provas para determinar o culpado, apenas testemunhas que não viram realmente que foi o autor do delito.
A então o princípio do in dubio pro reo, que prevê o benefício da dúvida em favor do réu, isto é, em caso de dúvida razoável quanto à culpabilidade do acusado, nasce em favor deste, a presunção de inocência, uma vez que a culpa penal deve restar plenamente comprovada. O que não ocorreu, visto que as dúvidas pertinentes não foram sanadas.
Conforme se depreende dos autos, em fase de instrução foi realizada a oitiva de testemunhas da acusação que não conseguiram demonstrar a evidência de qualquer indício que indicasse a autoria do acusado.
Ressalte-se que as testemunhas levadas ao juízo, não foram capazes de identificar o réu como autor, visto que, o primeiro apenas ouviu comentários de que seria o acusado quem estaria cometendo tais delitos, e que não teria visto quem levou o automóvel, o que torna o testemunho infundado para estabelecer que o réu seja o verdadeiro culpado.
E ainda a segunda testemunha que se trata de vendedor ambulante, que diz ter visto quando o carro foi subtraído, porém, em nenhum momento conseguiu identificar o acusado como autor do delito, embora tenha achado parecido, o que é infundado, visto que muitas pessoas se parecem fisicamente, o que pode vir a acarretar um erro de pessoa.
Destarte, em análise à todos os atos praticados no curso do processo, resta demonstrado que não foi apresentada qualquer prova nova capaz de imputar ao acusado a autoria do crime de furto simples, elencado no artigo 155, caput do Código Penal.
Dessa forma, faz-se necessário a absolvição do réu, com base no artigo 386, inciso VII, Código de Processo Penal. Ocorrendo a reforma da r. Sentença para que seja declarada a absolvição do acusado, visto que não existem provas suficientes para sua condenação.
Assim, a dúvida deve levar, necessariamente, à absolvição, em apreço à constitucional presunção de inocência.
Assim, imprescindível a absolvição do apelante da acusação do delito de furto simples, conforme previsão do Código de Processo Penal, artigo 386, inciso VII.
b) Das Atenuantes
Como previsto no artigo 65, inciso I, do Código Penal, quando o agente é menor de 21 anos, na data do fato, se trata de circunstância que sempre atenua a pena.
Ocorre que a data do fato o acusado tinha 20 (vinte) anos de idade, o que não foi considerado na decisão, que seria um caso de diminuição da pena. 
Tal instituto tem como objetivo um convite, ou um estímulo ao réu para que este possa cumprir sua pena e adaptar-se o mais rapidamente possível à sociedade. No caso esse instituto, foi ignorado na sentença, o que veio a prejudicar o acusado. 
A utilização das circunstâncias atenuantes é obrigatória ao determinar a sentença, e não apenas uma sugestão ao juiz, o que não foi adotado.
c) Da pena Restritiva de Direito
Ademais, a pena aplicada pelo d. Juízo “a quo”, não se torna necessária e principalmente proporcional, uma vez que, conforme demonstrado na instrução, o réu preenche os requisitos necessários do artigo 44, inciso III do Código Penal, vez que se trata de réu primário, e sem antecedentes criminais.
 
E por conta de não ter havido violência ou grave ameaça. Assim, requer substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, sem qualquer perigo de dano para a sociedade.
III. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Seja o presente recurso conhecido e provido;
b) Seja o réu absolvido, ante a insuficiência de prova para condenação, com fulcro no art. 386, VII do Código de Processo Penal;
c) Que seja acolhida a atenuante, prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal;
d) Finalmente, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer-se a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de direitos, aplicando o artigo 44, III do Código Penal.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza - CE
04 de junho de 2018
Advogado _________________
OAB. Nº _________

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