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APOSTILA DE AULA PRÁTICA Histologia

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Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
HISTOLOGIA BUCAL
ROTEIRO DE AULAS PRÁTICAS
Robson Campos Silva
Departamento de Ciências Básicas
Faculdades de Ciências Básicas da Saúde
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
2013
HISTOLOGIA BUCAL
SUMÁRIO:
PRÁTICA 01 – Embriologia da cavidade oral e Odontogênese....03
PRÁTICA 02 – Dentinogênese e Amelogênese............................16
PRÁTICA 03 – Morfologia do Esmalte e da Dentina....................21
PRÁTICA 04 – Complexo Dentino-Pulpar.....................................28
PRÁTICA 05 – Periodonto de Inserção.........................................32
PRÁTICA 06 – Periodonto de Proteção........................................38
Referências Bibliográficas............................................................42
PRÁTICA 01:
EMBRIOLOGIA DA CAVIDADE ORAL E ODONTOGÊNESE (LÂMINAS DE N°01 – 06)
As lâminas para o estudo prático da odontogênese apresentam cortes frontais e seriados da cabeça de embriões de camundongos. Alguns cortes passaram pela região mais anterior da cabeça, outros passaram pouco mais posteriormente, seccionando as vesículas encefálicas, olhos, focinho e mandíbula (fig. 1, 2 e 3). Há ainda, algumas lâminas cujos cortes passaram no 1/3 mais posterior da cabeça, seccionando vesículas encefálicas, pequena parte da cavidade nasal e mandíbula, não passando pelos olhos ou pegando apenas parte deles (fig. 4 e 5).
Estruturas como globos oculares, vesículas encefálicas e folículos pilosos, entre outras, não serão objeto de estudo desta disciplina. Apenas as estruturas da região odontogênica deverão ser estudadas; as outras estruturas servirão como pontos de referência. Por curiosidade, observe-as: veja, por exemplo, que nos embriões mais novos, as hemácias (no interior de delicados vasos sanguíneos primitivos) ainda são nucleadas.
As estruturas descritas a seguir podem não estar presentes em todas as lâminas, em decorrência da secção e plano dos cortes. Tente identificá-las em pelo menos três de suas lâminas (ou procure em lâminas de colegas). Observe que há uma orientação geral para as lâminas 01, 02, 03, 04, 05 em virtude disso. Em todas elas você deve iniciar seu estudo olhando a lâmina a olho nu; comparar o desenho do corte histológico com as figuras 01 – 05. Coloque a lâmina na platina do Microscópio de Luz e focalize em pequeno aumento. Comece seu estudo pela lâmina 01, seguindo as orientações a seguir.
LÂMINAS No 01 – 05 (FIGURAS 01 – 05)
Coloração: hematoxilina-eosina (HE)
DESCRIÇÃO BÁSICA DOS CORTES FRONTAIS — LÂMINAS 01 – 05. FIGURAS 01 – 05.
Observe:
Contorno externo: Tecido Epitelial de Revestimento da delgada epiderme embrionária, sobre fina camada constituída de tecido conjuntivo frouxo (derme). Ambas situam-se perifericamente, envolvendo todo o corte. Lembre-se: o focinho do animal é alongado – por isso não há, nesse corte histológico, comissura labial nem bochechas, e há um espaço grande entre maxilar superior e mandíbula.
Septo nasal: localizado na porção mediana do corte, possui eixo de cartilagem hialina corada em roxo pela hematoxilina. De cada lado do septo pode-se observar o desenvolvimento de conchas nasais, com formato irregular, também de cartilagem hialina.
Apesar de tais conchas se originarem dos processos nasais laterais e o septo nasal se originar dos processos nasais mediais, podem ou não se encontrarem fundidos nesta fase do desenvolvimento embrionário. Entre o septo e as conchas, observam-se partes das cavidades nasais.
Palato em formação: logo abaixo do septo nasal, separando parcialmente a cavidade nasal da bucal, notam-se os processos palatinos laterais, formados por um eixo de ectomesênquima revestido pelo ectoderma. A fusão dos processos palatinos laterais, na linha mediana, ocorre em sentido anteroposterior, de modo que as bordas posteriores desses processos serão as últimas a se fundir, originando a úvula, ao nível do palato mole.
As lâminas foram obtidas de animais em diferentes estádios de desenvolvimento embrionário, mas, geralmente, em cortes frontais; dessa forma, algumas delas apresentam os processos palatinos laterais bem distantes entre si e, às vezes, na altura da língua, pois ainda não fizeram o movimento de báscula em direção vertical que os levaria à posição definitiva; há, portanto, ampla comunicação entre as cavidades nasal e bucal. Outras apresentam os processos palatinos próximos à linha mediana e, em algumas delas, já ocorreu fusão completa desses processos, não havendo mais a comunicação entre as cavidades nasal e bucal. A parte anterior do palato (palato 1° ou pré-maxila) é formada pela proliferação dos processos nasais mediais (chamados processos palatinos mediais). Essas últimas estruturam não são visíveis nos cortes.
Cavidade bucal: logo abaixo dos processos palatinos laterais, está a cavidade bucal, contendo a língua, que é uma grande massa (com formato de pirâmide invertida, ou como um cogumelo que se continua com as estruturas abaixo) constituída de musculatura estriada esquelética em diferenciação; nesta fase, a língua e a cavidade oral são revestidas por uma mucosa constituída de epitélio estratificado com poucas camadas celulares, apoiada sobre delicado tecido conjuntivo também em processo de diferenciação. No local de formação dos dentes (área odontogênica), o tecido epitelial de revestimento, de origem ectodérmica, se espessa para constituir um maciço celular (lâmina dentária). Acompanhe o contorno da cavidade bucal, na região da maxila e da mandíbula, e note esse espessamento do epitélio em direção ao ectomesênquima: este é um tecido conjuntivo especial desta região. Esta é a área odontogênica onde serão formados os germes dentários, ou seja, o conjunto de estruturas que formará dentes e periodonto. Inicialmente forma-se a lâmina (ou banda) epitelial primária: esta é um espessamento epitelial que rapidamente se subdivide em lâmina vestibular (envolvida na formação do vestíbulo bucal) e lâmina dentária (envolvida na diferenciação dos órgãos dentários e respectivos periodontos). A lâmina dentária (uma para cada futura arcada dentária) é também um maciço/cordão epitelial mergulhado no ectomesênquima; em alguns pontos dessa lâmina ocorre uma proliferação celular maior, formando, então, pequenas áreas com forma de bola: são os pontos onde será iniciada a formação do órgão do esmalte (hoje chamado "órgão dentário"). A morfologia externa (contorno) deste órgão determina a fase de desenvolvimento — da odontogênese em que se encontra o germe dentário. O desenvolvimento dos germes passa por vários estágios classificados como iniciação, morfogênese e diferenciação. Essas fases são identificadas por meio da modificação do contorno das células epiteliais, a partir da lâmina dentária. Classicamente, as fases da odontogênese são assim denominadas:
•Fase de botão ou broto;
•Fase de capuz;
•Fase em campânula;
•Fase de coroa;
•Fase de rizogênese.
OBS.: lembre-se que estas etapas são sucessivas em cada germe dental: portanto não há um germe em fase de capuz e de coroa ao mesmo tempo! Definimos a fase pela área mais evoluída ou desenvolvida de cada germe dentário.
Na série de lâminas (01 a 05), os cortes histológicos são frontais, sendo a área odontogênica representada duas vezes na maxila e duas na mandíbula, pelo traçado do corte pelo micrótomo.
Os germes dentários estão nas fases de botão, capuz ou campânula; geralmente os da mandíbula estão em fase mais adiantada, mas, às vezes, o plano de corte foi ligeiramente inclinado, de forma que os dois germes presentes na mandíbula (ou maxila) não estão na mesma fase, ou pode estar presente apenas a lâmina dentária (sem órgão dentário).
Observe as lâminas inicialmente a olho nu; depois em pequeno aumento; selecione uma área e observe-a em médio aumento; utilize o aumento maior para estudar os detalhes cito e histológicos.
Inicie seu estudo pela lâmina 01e figura 01. Estude detalhadamente as fases da odontogênese que são diferenciadas morfologicamente em:
•Fase de botão: (presente na lâmina 01): proliferação da lâmina dentária (como um cordão epitelial) com pequena dilatação distal arredondada. Adiante do botão nota-se o início de urna condensação de ectomesênquima. Lembramos que os germes dentários possuem dupla origem embrionária: ectoderma da lâmina dentária, que formará o órgão dentário (envolvido na formação do esmalte dentário e parte do periodonto); ectomesênquima, que é o tecido resultante da interação de células provindas de cristas neurais com aquelas pré-existentes no tecido mesenquimal da área odontogênica (formarão o complexo dentino-pulpar e parte do periodonto).
•Fase de capuz: (pode estar presente na lâmina 02): facilmente diferenciada da fase anterior pela alteração em sua morfologia e pela diferenciação celular interna. Nesta fase, o ectomesênquima, que se localiza junto ao botão, impede o seu crescimento global, resultando num crescimento excêntrico. As bordas do botão epitelial crescem lateralmente, adquirindo a forma de um capuz, ou seja, passa a ter urna superfície côncava e uma superfície convexa. Nesse capuz epitelial estão ocorrendo alterações histológicas, com a formação das camadas do órgão dentário.
O órgão dentário é formado por:
Epitélio dentário externo: epitélio simples cúbico na face convexa do capuz; corresponde às células mais externas do botão, que se diferenciaram em epitélio externo.
Epitélio dentário interno: epitélio simples cuboidal, correspondente à face interna do capuz, em contato com a condensação do ectomesênquima.
Retículo estrelado: região central do capuz, caracterizada pelo aspecto mais claro devido ao acúmulo de substâncias intercelulares. Seu nome se deve ao aspecto estrelado de suas células, que começam a se afastar umas da outras, mantendo contatos por prolongamentos celulares, através de complexos juncionais, como desmossomos. Compare essa região central do órgão do esmalte com a da fase anterior.
Estrato intermediário: Se forma mais ao final da fase de capuz. É formado por um epitélio bi ou tri-estratificado. É local de produção da enzima fosfatase alcalina.
Papila dentária: nesta fase, a condensação de ectomesênquima, que se localizava a frente do botão, passou a ser envolvida pela concavidade do capuz epitelial, ficando em íntimo contato com o epitélio dentário interno, sendo agora denominada papila dentária. Observe seu grande volume de células e pouca substância intercelular. Compare esta morfologia com aquela mostrada na fase anterior.
Folículo dentário: externamente ao epitélio externo e à base da papila dentária veja que o ectomesênquima começa a se condensar e a adquirir um aspecto de cápsula delicada, que é o esboço do folículo dentário. 
OBS.: lembre-se de que o germe dentário é o conjunto de estruturas responsáveis pela formação do dente e periodonto: órgão dentário ou do esmalte, papila dentária e folículo dentário.
Observe atentamente a composição citológica da papila dentária e sua interface com o epitélio interno. Note a localização e morfologia dos vasos sanguíneos da papila dentária; compare com a da fase de capuz.
Note a organização histológica do folículo dentário em toda a sua extensão.
Observe atentamente as bordas do órgão do esmalte: há continuidade dos epitélios interno e externo, sem a presença de outras camadas epiteliais Observe se, em sua lâmina, já há esboço da bainha epitelial radicular formada por estas duas camadas. Veja também se já se iniciou a formação do diafragma radicular: sua localização, citologia e relações de vizinhança com a papila e folículo dentários.
Na página 15, há um desenho esquemático das fases do desenvolvimento do germe dentário, onde você encontrará as estruturas descritas acima. Procure identificá-las e/ou representá-las nos desenhos.
Língua: grande massa de tecido muscular, com feixes entrelaçados, está ladeada, de ambos os lados, pelo sulco lingual. Lembramos que a língua possui uma origem embrionária complexa, participando: 1°, 2° arcos branquiais (corpo da língua), 3°, 4° arcos branquiais (raiz da língua) e miótomos de somitos occipitais (responsáveis pela formação dos músculos estriados do órgão).
Cartilagem de Meckel: localizadas abaixo do corpo da língua e lateralmente à sua inserção no assoalho bucal, notam-se os cortes transversais (circulares) de cartilagem hialina. Elas aparecem como duas formações esféricas de coloração arroxeada. Ao contrário do que se imagina a cartilagem de Meckel, apesar de constituir um eixo de sustentação da mandíbula, não participa do seu processo de ossificação. Lembre-se de que esta cartilagem é de sustentação temporária para a mandíbula. Tanto a mandíbula quanto a maxila sofrem ossificação intramembranosa. O destino da cartilagem de Meckel na mandíbula é a regressão; somente sua porção mais dorsal está envolvida com a formação dos ossículos do ouvido médio (martelo e bigorna) por ossificação endocondral.
Processo de ossificação: em algumas regiões da maxila e mandíbula (como nos processos palatinos laterais e próximos à cartilagem de Meckel) pode-se observar a presença de finas trabéculas ósseas originadas por ossificação intramembranosa. Recorde a histologia do tecido ósseo e a osteogênese.
Couro cabeludo: contornando a região superior da cabeça do embrião, pode ser identificado pelo aparecimento de folículos pilosos em grande número na derme. A maioria deles aparece em corte transversal como estruturas arredondadas e bem coradas. Nem todas as lâminas possuem tais estruturas evidentes.
Vesículas encefálicas: Aparecem como duas massas de tecido neural, bem coradas, com cavidades centrais, logo abaixo do couro cabeludo. As cavidades centrais revestidas por epitélio vão originar os ventrículos laterais.
Globos oculares: lateralmente, pouco abaixo de cada vesícula encefálica. Em algumas lâminas pode-se observar:
Pálpebras – pregas da epiderme (pele) sobre o cristalino. Persiste por algum tempo fechadas, mas adquire movimento de abertura mesmo antes do nascimento.
Cristalino ou vesícula da lente: aparece como uma estrutura esférica ou ovalada, bem corada, compacta e avermelhada, logo atrás das pálpebras. Em algumas lâminas, o corte pode ter passado apenas de um lado.
Retina: aparece como uma faixa de tecido bem corado, basófilo (roxo) medialmente às vesículas ópticas. Corresponde ao "fundo" do olho.
LÂMINAS No 06 (Figuras 06)
Coloração: hematoxilina-eosina (HE)
DESCRIÇÃO BÁSICA DOS CORTE SAGITAL DE EMBRIÃO DE HAMSTER — LÂMINA 06. FIGURA 06.
Observe:
Todas as estruturas observadas das lâminas 01 – 05 são possíveis de serem observados na lâmina 06. Nesta lâmina é possível observar as seguintes estruturas:
Contorno externo, focinho do animal, cavidade bucal, germe dentário em fase de campânula, língua, processo de ossificação intramembranosa, couro cabeludo, vesícula encefálica, vertebras em formação (tecido cartilaginoso). No germe dentário em fase de campânula, observe:
Na maxila, o germe dentário em fase de campânula pode ser identificado pelo desenho da concavidade do órgão dentário. As dobras do epitélio interno esboçam a morfologia da futura coroa do dente que está sendo formado. O epitélio interno, agora cuboide alto ou prismático, contorna uma ou duas depressões dessa concavidade, o que é acompanhado por igual número de pequenas saliências na superfície correspondente da papila dentária; ambas correspondem às futuras cúspides ou borda incisal. Observe que nesta fase inicia-se a histogênese — diferenciação celular. Veja com atenção o epitélio interno em toda a extensão da concavidade do órgão do esmalte. Observe ainda o estrato intermediário: epitélio bi ou triestratifícado pavimentoso, localizado adjacente ao epitélio dentário interno, entre este e o retículo estrelado; esta camada começa a se diferenciar no final do estádio de capuz. Além disso, algumas vezes, está presente na região mais central do órgão, na região deponta de cúspide, um aglomerado de células chamado nódulo do esmalte. Esta área é considerada um centro sinalizador para a determinação da forma da coroa do dente.
FIGURA 01
LÂMINA 01 – CORTE FRONTAL DE CABEÇA DE EMBRIÃO DE CAMUNDONGO
(REGIÃO DO FOCINHO)
FIGURA 02
LÂMINA 02 – CORTES FRONTAIS DA CABEÇA DE EMBRIÕES DE CAMUNDONGOS
FIGURA 03
LÂMINA 03 – CORTES FRONTAIS DA CABEÇA DE EMBRIÕES DE CAMUNDONGOS
(REGIÃO MAIS POSTERIOR)
FIGURA 04
LÂMINA 04 – CORTES FRONTAIS DA CABEÇA DE EMBRIÕES DE CAMUNDONGOS
(REGIÃO MAIS POSTERIOR)
FIGURA 05
LÂMINA 05 – CORTES FRONTAIS DA CABEÇA DE EMBRIÕES DE CAMUNDONGOS
(REGIÃO MAIS POSTERIOR)
FIGURA 06
LÂMINA 06 – CORTE SAGITAL DA CABEÇA DE EMBRIÃO DE HAMSTER
DESENHOS ESQUEMÁTICOS DAS FASES DO DESENVOLVIMENTO DOS GERMES DENTÁRIOS
PRÁTICA 02:
DENTINOGÊNESE E AMELOGÊNESE
LÂMINAS 09 e 11: Corte para-sagital de mandíbula de rato (FIGURAS 09 e 11)
Coloração: hematoxilina e eosina (HE)
O corte histológico mostra um elemento dentário já erupcionado e um germe dentário em fase de coroa (Coroa em desenvolvimento), diagnosticada pelo início da deposição de esmalte e pela presença de tecidos dentários bem definidos. Um elemento dentário já se encontra na cavidade bucal. Alguns deles podem estar arrebentados ou com seus componentes descolados (separação artificial entre os tecidos dentários presentes) por problemas de técnica histológica. Selecione um germe dentário em fase de coroa no menor aumento que oferece maior integridade, para identificar:
Órgão dentário/órgão do esmalte: como o germe se apresenta em fase de formação de coroa, em alguns pontos (como nas laterais do órgão do esmalte) é ainda possível a identificação das camadas do órgão dentário tal como você observou na fase de capuz ou de campânula, nas lâminas anteriores: epitélio externo; retículo estrelado; estrato intermediário e epitélio interno, este último, agora, em diferenciação para pré-ameloblastos. Recorde a origem, etapas de desenvolvimento, morfologia, inter-relações e localização destas camadas.
OBS: a região das pontas das futuras cúspides e/ou bordas incisiais é o local onde se inicia a dentinogênese (e a amelogênese), sendo a região sempre mais adiantada na diferenciação dos tecidos dentários. Por esse motivo, nestes locais é possível observar a fusão das camadas do órgão dentário, ou seja, início da formação do epitélio reduzido do esmalte (epitélio dentário reduzido), que é caracterizado pela perda da identidade histológica das camadas do órgão do esmalte.
Observe bem a região da concavidade do órgão do esmalte: percorra-a a partir da região das futuras bordas cuspídeas e/ou incisiais, dirigindo-se para as bordas cervicais da mesma: observe que o epitélio dentário interno (com células cúbicas) está em franco desenvolvimento e em processo de diferenciação para pré-ameloblastos; isso pode ser visto pelas modificações citológicas como alongamento celular na região infra-nuclear, morfologia e posição do núcleo celular (mais elíptico e com cromatina menos condensada) e distribuição topográfica dessas células. Apresentam-se como células prismáticas, com núcleos voltados para o estrato intermediário e com região infra-nuclear voltada para a papila dentária. Repare que, na área em que já houve formação de dentina, também já houve produção de esmalte jovem. Isso significa que as antigas células do epitélio interno já passaram pelo estágio de pré-ameloblastos e estão em plena etapa de amelogênese, isto é em síntese acelerada de componentes da matriz adamantina e sua parcial mineralização, ou seja: produzindo o esmalte jovem. Compare bem a morfologia, dimensões e distribuição dessas células, atentando para suas diferenças e semelhanças; lembre-se que são as mesmas células em momentos funcionais diferentes!
Repare que os pré-ameloblastos estão separados da papila dentária por uma camada fina e acelular. Lembre-se que a lâmina basal, que separa as células epiteliais do tecido conjuntivo, não é visível neste tipo de técnica histológica. Compare as alterações citológicas promovidas pela gradual diferenciação celular do epitélio interno para pré-ameloblastos (posteriormente, ameloblastos); note que no mesmo órgão dentário é possível observar várias fases do ciclo vital das células do epitélio interno! Em algumas áreas como, por exemplo, nas regiões incisais e/ou correspondentes às cuspídeas já está presente o epitélio dentário reduzido, mas não em outras áreas. Compare as regiões incisais e/ou "cuspídeas" com as cervicais dessa coroa em formação. A presença do epitélio reduzido na ponta das cúspides indica o término da fase de síntese de esmalte jovem nesta região e início das etapas finais da amelogênese (estágios de maturação, proteção e desmolítico).
Esmalte jovem: aparece como uma camada fortemente corada em roxo pela hematoxilina, na região das futuras pontas de cúspides e/ou bordas incisais; pode estar presente em algumas lâminas. Trata-se de uma camada com material intercelular homogêneo, sendo de espessura variável, mas decrescente, a partir das pontas de cúspides e/ou bordas incisais. Repare na inter-relação esmalte jovem — ameloblastos: em sua lâmina talvez seja possível observar, com o maior aumento e só em alguns locais, o limite serrilhado entre ameloblastos e esmalte jovem, retratando a presença dos processos de Tomes, na superfície basal dos ameloblastos.
Camada de odontoblastos: corada em roxo, aparece como uma fileira de núcleos na periferia da papila dentária. Observe bem a morfologia dessas células, suas inter-relações, e a interface dessa camada com o órgão do esmalte. Acompanhe a camada odontoblástica da região das futuras cúspides/bordas incisais, evidenciando alterações citológicas, volumétricas, numéricas, topográficas etc., comparando-a com a região mais cervical e com a mesma camada na fase de capuz.
Pré-dentina: apresenta-se como uma camada de substância intercelular corada em rosa (pela eosina). Só se mineraliza quando nova camada de dentina é depositada pelos odontoblastos; o que significa que há sempre uma camada de pré-dentina contornando a polpa. É uma camada de espessura variável adjacente aos pré-ameloblastos e à superfície da papila dentária. Em alguns pontos, geralmente nas bordas cervicais da papila dentária, pode ocorrer a presença de odontoblastos em contato com pré-ameloblastos sem camada de pré-dentina: isso é compreensível, já que a diferenciação de odontoblastos precede a de ameloblastos.
Dentina: é a parte mineralizada do tecido conjuntivo que compõe o complexo dentino—pulpar. Aparece como uma camada corada em lilás, sobre a camada de pré-dentina, em posição mais oclusal, ou seja: junto ao pré-ameloblastos, ou ameloblastos ou ainda esmalte jovem, quando estes últimos já estão presentes no corte. Em alguns pontos do germe dentário, geralmente em suas bordas inferiores, pode ocorrer a presença de dentina sem a presença de esmalte. Essa camada de dentina corresponde ao manto dentinário ou dentina do manto — uma camada de dentina formada por pré-odontoblastos, antes da produção do esmalte. Observe bem a morfologia da dentina em pequeno e médio aumento: veja que ela não parece tão homogênea como a pré-dentina e sim delicadamente listrada, pela presença dos túbulos dentinários.
Papila/Polpa dentária: é o tecido conjuntivo de origem ectomesênquimal que ocupa o centro do germe dentário/dente. Se não houver presença de tecido mineralizado, é classificado com papila e se houver tecido mineralizado e chamado de polpa. Observe bem a interface odontoblastos pré-dentina e a interface dos odontoblastos com a região mais profunda da papila dentária. Este tecido conjuntivo especial é o responsável pela formação de dentina, antes e após o aparecimento dos dentes na cavidade bucal/oral. É importante o conhecimento da origem embrionária deste tecido, pois em se tratando de um tecido conjuntivo, é o local de todas as respostas fisiopatológicasdos dentes, como as reações de reparo, inflamatórias e outras. Porém por sua constituição histológica e origem, a polpa dentária é capaz de responder diferentemente aos mesmos estímulos que incidam sobre outros tecidos conjuntivos do corpo.
Bainha epitelial radicular: também visualizada na lâmina 11, apresenta-se formada apenas pela junção dos epitélios interno e externo do órgão do esmalte. Projeta-se em direção apical, dobrando-se levemente em sentido horizontal na região da borda inferior da papila dentária. Essa porção levemente inclinada da bainha epitelial radicular é que constitui o diafragma da bainha epitelial radicular; os espaços entre as extremidades do diafragma é que delimitariam os forames apicais. Repare que toda a bainha, como outras estruturas de natureza epitelial, apresentam núcleos celulares bastante próximos entre si; são arredondados e com cromatina levemente condensada.
Folículo dentário: camada de tecido conjuntivo delicado (quase frouxo), palidamente corado e que envolve externamente todo o germe dental.
Trabéculas ósseas: entre os germes dentários já se observa as trabéculas ósseas que constituirão partes do processo alveolar na região periférica do folículo dental. Observe bem a histologia, histogênese e relações topográficas desse tecido ósseo.
No dente erupcionado observe:
Raiz: local onde ocorre a presença da dentina sem o revestimento do esmalte. Neste caso a dentina é revestida, exteriormente, pela bainha epitelial radicular ou por células ectomesenquimais do folículo dentário, em diferenciação para cementoblastos. A região do diafragma radicular (será futuramente o forame apical) corresponde à região mais apical da bainha epitelial radicular. Notar a densidade celular da bainha epitelial radicular, nesta região, indicando intensa atividade mitótica. Lembre-se que o afastamento e desintegração da bainha epitelial radicular são muito rápidos e logo após a diferenciação dos odontoblastos radiculares; isso dificulta a visualização da integridade dessa bainha, podendo-se observar acumulo de células em diferenciação para cementoblastos. Note a posição, número e distribuição topográfica dos núcleos celulares nessa região. Em decorrência do volume e morfologia radiculares, muitas vezes o corte histológico não mostra a região do forame apical, mas só a parede de pré-dentina/dentina radicular.
FIGURA 09
LÂMINA 09 – GERMES DENTÁRIOS EM FASE DE FORMAÇÃO DE COROA E RIZOGÊNESE
FIGURA 11
LÂMINA 11 – CORTE DE GERMES DENTÁRIOS EM FASE DE FORMAÇÃO DE COROA E RIZOGÊNESE
PRÁTICA 03:
MORFOLOGIA DO ESMALTE E DA DENTINA
LÂMINAS 12 e 13: Corte longitudinal e transversal de dente humano (FIGURAS 12 e 13)
As Lâminas 12 e 13 serão avaliadas para o estudo de esmalte e dentina. Iniciaremos o estudo pelo esmalte. Em seguida, as mesmas lâminas serão avaliadas para o estudo da dentina.
LÂMINA NO 13 – Corte longitudinal de dente humano – Preparado por desgaste (Figura 13).
Identificar as seguintes estruturas no ESMALTE:
Para a observação histológica e cortes por desgaste, deve-se, inicialmente, regular o microscópio para a obtenção de maior contraste das estruturas a serem observadas. Para isso pode-se fechar o diafragma e abaixar o condensador ou diminuir a intensidade da luz: você notará imediatamente o escurecimento do campo observado, melhorando o contraste.
ATENÇÃO: utilizar apenas o pequeno e médio aumento. O aumento de 40X pode propiciar a quebra da lamínula, pois estes cortes são feitos manualmente e, portanto, têm espessura maior do que aquelas usualmente utilizadas em Histologia e para as quais o Microscópio de Luz é focado.
Para o estudo desse corte histológico, é necessário lembrar que o mesmo não apresenta a parte orgânica preservada. Observar inicialmente a lâmina com o corte de dente a olho nu. Notar a região correspondente à coroa e raiz. Colocar a lâmina no microscópio, de modo a focalizar a região da coroa (presença de esmalte, com coloração amarelada). Repare que a dentina forma a maior parte do dente contornando toda a cavidade pulpar (vazia nesse corte histológico) e em continuidade anatômica da coroa para as raízes. Observe agora ao Microscópio de Luz, em pequeno aumento, e veja que o esmalte dental não é homogêneo como se vê anatomicamente. Identifique com atenção as seguintes estruturas do esmalte dentário:
Limite amelo-dentinário: aparece como uma ou mais linhas festonadas, cujas concavidades são voltadas para o esmalte dental.
Prismas do esmalte: aparecem como listras muito finas, amareladas, percorrendo sinuosamente toda a espessura do esmalte, embora cada um, de per si, não possa ser acompanhado em toda sua extensão. Observe que a listra "mais larga" corresponde ao prisma do esmalte, enquanto a "mais estreita" à substância interprismática; pode haver várias manchas amarronzadas decorrentes do arranjo dos prismas e/ou espessura do corte.
Em geral, em pequeno aumento, os prismas aparecem como uma "onda" levemente estriada que percorre a coroa dental do limite amelo-dentinário até sua superfície livre. Quando observados em médio aumento os prismas se assemelham às impressões digitais; olhando atentamente podem-se ver as estriações transversais dos prismas que estão, praticamente, no limite de resolução do Microscópio de Luz — olhe com cuidado, trabalhando com o parafuso do micrométrico para observar essa característica histológica. Observe toda a superfície da coroa e veja como os prismas do esmalte apresentam variações em relação à sua distribuição horizontal e vertical nas diversas faces da coroa.
Linhas incrementais e/ou estrias de Retzius: apresentam-se como faixas estreitas, escurecidas e/ou mais intensamente coradas e que percorrem o esmalte dental obliquamente à trajetória dos prismas; geralmente estão paralelas à superfície livre da coroa anatômica; na região de bordas cuspídeas e/ou incisais, (mais próximo ao limite amelo-dentinário) essas linhas assemelham-se às de crescimento de árvores; nas demais áreas aparecem oblíquas à superfície externa. Note que essas linhas não desviam a trajetória dos prismas, nem interferem em suas estriações transversais.
Lamelas do esmalte: apresentam-se como linhas escuras, irregulares, com espessura variável e acompanhando a trajetória do longo eixo de alguns prismas. Às vezes percorrem, sinuosamente, toda a espessura do esmalte; outras, apenas certo trecho dessa espessura. Recorde a origem das lamelas, mas lembre-se que, nessa preparação não é possível evidenciar subtipos de lamelas.
Fusos do esmalte ou canalículos penetrantes; aparecem também como pequenos traços finos, escuros, irregulares, com ou sem dilatação na extremidade que se imbrica com os prismas do esmalte; no lado oposto, isto é, do limite amelo-dentinário, podem se estender por certa distância na espessura da dentina. São mais encontrados na região do esmalte correspondente ao manto dentinário, nos cortes histológicos longitudinais.
Superfície livre do esmalte: observe bem a superfície da coroa dentária e que corresponde também à do esmalte; nessa preparação não se evidencia o esmalte aprismático superficial. Pode-se, porém, observar uma "barra" irregular, amorfa, escura, de espessura variável e que corresponde à região da película adquirida; muitas vezes ela é acrescida de detritos presos durante a confecção da lâmina histológica.
LÂMINA NO 12 – Corte transversal de dente humano – Preparado por desgaste (Figura 12).
Tenha os mesmos cuidados indicados para o estudo da lâmina anterior. Observe inicialmente se sua lâmina representa um corte transversal de coroa ou raiz. O corte de coroa apresenta um "colar amarelado periférico". Somente neste caso, procure identificar as mesmas estruturas que compõem o esmalte dental vistas na lâmina anterior, prestando atenção em como as mesmas se apresentam num outro plano de corte de coroa. A cavidade central do corte corresponde à cavidade pulpar (região de câmara pulpar). Observe a diferença de traçado daslinhas incrementais, visualizadas na lâmina anterior. Aqui, as linhas incrementais aparecem como anéis concêntricos — circulares. Em algumas lâminas elas não aparecem. Não se esqueça de observar com cuidado a individualização dos prismas, seus entrelaçamentos e trajetórias. Procure diferenciar prismas de substância interprismática. Agora, observe:
Tufos do esmalte: também chamados de Penachos de Linderer. Aparecem como fios escuros muito finos, muito juntos e contorcidos; obedecem à trajetória ondulada dos prismas tanto em relação ao plano horizontal como ao vertical. Como correspondem a prismas com mineralização deficiente, acontece em relação a eles o mesmo que ocorre com os prismas bem mineralizados: nem sempre é possível a visualização completa de sua extensão; por isso aparecem com formato de pequenos tufos de grama ou pequenos espanadores (de penas de aves) retorcidos. Observe que eles só estão presentes no esmalte e são mais bem visualizados próximo ao limite amelo-dentinário, embora possam se apresentar por certa extensão da espessura esmalte. Às vezes se continuam com uma ou mais lamelas do esmalte.
MORFOLOGIA DA DENTINA
(LÂMINAS 12 e 13)
LÂMINA NO 13 – Corte longitudinal de dente humano – Preparado por desgaste (Figura 13).
Identificar as seguintes estruturas na DENTINA:
Limite amelodentinário: Corresponde à interface entre dentina e esmalte. Aparece como uma linha festonada escura e com as concavidades voltadas para a superfície do esmalte; ou como várias linhas superpostas, no caso de o corte estar espesso. Tais concavidades permitem maior embricamento entre dentina e esmalte.
Túbulos dentinários: Aparecem como linhas finas, acinzentadas, e que cruzam toda a espessura da dentina. Notar que eles seguem um trajeto tortuoso como se fora um "S" horizontalizado e esticado; esse "S" correspondente à sua curvatura primária. Abaixo das cúspides e bordas incisais apresentam-se menos sinuosos. Observe que, pela espessura do corte histológico, é quase impossível acompanhar toda a extensão de cada túbulo dentinário: observa-se um conjunto deles! Lembre-se que cada túbulo é delimitado pela dentina peritubular e entre eles encontra-se a dentina intertubular; daí o aspecto listrado (cinza claro x cinza escuro/preto) da dentina: a listra mais clara corresponde à região intertubular. Observe a distribuição dos túbulos dentinários em toda a extensão da dentina. Obs.: nesta preparação histológica não são evidenciados os canalículos dentinários.
Dentina primária: Corresponde à dentina que apresenta os túbulos dentinários como descrito acima; e mais : é a dentina que, geralmente, constitui a maior parte do dente dos cortes histológicos da coleção didática; observe que a mesma se estende do limite amelodentinário, incluindo a dentina do manto, até a cavidade pulpar ou nas proximidades dessa.
Espaços interglobulares (dentina interglobular): Próximo ao limite amelodentinário, ou em outras regiões da coroa, algumas lâminas apresentam áreas escuras, de formato irregular lembrando "gaivotas". Tais figuras correspondem às regiões de dentina mal mineralizadas, devido à fusão incompleta dos glóbulos de mineralização. São preenchidas, portanto, por pré-dentina. Entretanto são chamados de espaços interglobulares, já que a dentina não mineralizada é perdida durante o preparo do dente por desgaste. Observe que a distribuição e morfologia dos espaços interglogulares independe do trajeto dos túbulos dentinários. Algumas vezes esses espaços são preenchidos pela resina de montagem do corte histológico, o que dificulta sua visualização; recorra à lâmina de um colega caso isso ocorra na sua.
Zona granulosa radicular: Aparece na região da periferia da dentina radicular, entre ela e cemento. Corresponde a uma estreita faixa clara contornando externamente à raiz; pode-se notá-la como uma camada irregular e pontilhada, finamente granulosa. Essa camada tem sido considerada resultante das alterações que ocorreram durante a rizogênese, como pela exposição da dentina ao tecido conjuntivo especial do folículo dentário. Outros autores a consideram como o resultado das ramificações dos canalículos dentinários periféricos.
OBS.: na região do ápice da raiz essa camada aparece mais espessada e pode ser confundida com cemento celular.
Dentina secundária fisiológica: Faixa de dentina mais próxima à cavidade pulpar contornando-a em toda a sua extensão; geralmente há uma leve demarcação, pelo desenho dos túbulos, entre esta e a dentina primária. Apresenta características gerais similares à dentina primária, dela diferindo, ao Microscópio de Luz, por:
Apresentar túbulos dentinários mais retilíneos e menos numerosos, embora mais próximos entre si; lembre-se da anatomia da cavidade pulpar.
Pode mostrar túbulos dentinários mais volumosos junto ao limite da cavidade pulpar, mas nem sempre isso é bem visível nesse tipo de preparação.
Nem todas as lâminas apresentam dentina secundária fisiológica.
Trato morto: Corresponde a uma área da dentina que ficou exposta a estímulos agressivos por algum motivo (por exemplo, cárie, desgaste, fratura do esmalte etc). Ao Microscópio de Luz o trato morto representa um grupo de túbulos dentinários mais escuros, geralmente sem definição de paredes, correspondente a uma faixa de "dentina morta"; de volume variável, percorre parte ou toda a espessura da dentina.
Dentina terciária (reacional ou reparativa): É a dentina produzida em resposta a algum estímulo agressivo externo. As lâminas que apresentam o trato morto, logo abaixo do mesmo e em contato com a cavidade pulpar, pode-se, às vezes, observar uma região de dentina mais clara (ou amarelada), de formato irregular, com poucos túbulos dentinários irregulares e/ou lacunas: é a dentina terciária, que pode ser reacional, se produzida por odontoblastos primários ou reparativa, se produzida por odontoblastos secundários após injuria de maior intensidade. Neste tipo de preparo histológico não é possível distinguir qual o tipo de dentina presente. Neste caso, devemos afirmar apenas que se trata de uma dentina terciária, ou seja, produzida após injúria, aqui evidenciada pela presença do trato morto.
LÂMINA NO 12 – Corte transversal de dente humano – Preparado por desgaste (Figura 12).
Observar em pequeno e médio aumento a dentina internamente à faixa/colar de esmalte. A presença deste colar indica que o corte foi feito ao nível da coroa do dente. Apenas algumas estruturas descritas para lâmina anterior podem ser vistas aqui, como túbulos dentinários e dentina interglobular (nem sempre presente). Note que o corte na região do teto e/ou assoalho da cavidade pulpar, mostrará túbulos dentinários com forma de pontos ou elípses pretos/cinza escuros, contornados por um "halo" ligeiramente mais claro e correspondente à dentina tubular/peritubular; entre estes há a dentina intertubular, ligeiramente mais acinzentada; diferencie a dentina tubular/peritubular e a intertubular. Verifique se em sua lâmina o corte permite a visualização de túbulos cortados transversalmente como descrito acima.
OBS.: Em cortes histológicos transversais dificilmente observa-se o trato morto.
FIGURA 13
LÂMINA 13 – CORTE LONGITUDINAL DE DENTE HUMANO – PREPARADO POR DESGASTE
FIGURA 12
LÂMINA 12 – CORTE TRANSVERSAL DE DENTE HUMANO – PREPARADO POR DESGASTE
PRÁTICA 04:
COMPLEXO DENTINA-PULPAR
LÂMINA NO 17 – Corte longitudinal de dente humano multirradicular – Preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 17).
Observar inicialmente a lâmina a olho nu. A linha tracejada na ilustração da lâmina (figura 17) corresponde ao limite imaginário onde estaria o esmalte perdido pela técnica histológica. As estruturas presentes são as do complexo dentino-pulpar: câmara pulpar (região coronária) e canal radicular (região radicular).
Observar em pequeno e médio aumento:
Dentina primária: todo o tecido corado em rosa arroxeado é a dentina primária. Observe atentamente sua morfologia:
Túbulosdentinários: aparecem como listras rosa claro e em cujo interior pode ser visto um traço fino, corado em tom mais escuro e correspondente aos restos do prolongamento odontoblástico e substâncias (coaguladas) do fluido periodontoblástico; nem sempre são bem visíveis por suas dimensões (em relação à resolução do Microscópio de Luz), ou pela espessura do corte histológico, ou ainda por artefatos técnicos. Não é possível a visualização de toda a extensão dos túbulos dentinários, pelos motivos técnicos já expostos anteriormente.
Matriz dentinária: corada em roxo/rosado; é a região composta pelos túbulos e região intertubular.
Pré-dentina: camada corada em rosa mais claro e que circunda toda a polpa em dentes com vitalidade. Trata-se da camada recém-formada de dentina, ainda não mineralizada. Observe, na interface com a dentina a camada de pré-dentina em fase de mineralização: é possível notar os vestígios de glóbulos de mineralização, característica dessa região de dentina (fora do manto dentinário).
Observe a interface dentina pré-dentina e aquela pré-dentina — polpa dentária; você já viu isso antes, nas lâminas de odontogênese e de dentinogênese. Porque estas interfaces mantêm a mesma morfologia?
Polpa dentária: constituída por um "tecido conjuntivo frouxo especial", mostra aspectos histológicos diferentes conforme a cronologia e história dental. Apresenta na coroa, quando bem diferenciada, ou seja, após o período de "pulpogênese" as seguintes camadas:
Camada odontoblástica: é a camada mais periférica da polpa. Consiste de células com aspecto epitelióide, em contato direto com a pré-dentina. Notar a variação na altura dessas células e que as mesmas são identificadas muito mais pela morfologia de seus núcleos do que por características do citossol (comparar as regiões da câmara pulpar com a dos canais radiculares). Lembre-se que o estado funcional do odontoblasto dita sua morfologia; um odontoblasto ativo possui aspecto prismático e é mais "alto" que o odontoblasto em repouso/quiescente.
Camada subodontoblástica acelular: é estreita, praticamente acelular, e imediatamente subjacente à camada odontoblástica. Geralmente é visualizada em dentes com polpa "mais madura" e na região coronária; os esparsos núcleos celulares presentes são de células de Schwann ou de endoteliócitos. É uma região rica em capilares sanguíneos e em nervos de pequenas dimensões (plexo vascular e nervoso); esses últimos não bem visualizados nessa preparação.
Camada subodontoblástica celular/camada rica em células: é a faixa estreita, abaixo da zona acelular, onde os núcleos das células apresentam-se mais próximos uns dos outros, revelando uma condensação de células conjuntivas, particularmente células ectomesenquimais quiescentes e/ou fibroblastos.
Camada celular central/Interna: ocupa a região mais interior e pode mostrar variações de volume. Além das células presentes na camada anterior, ainda possui mastócitos, macrófagos, linfócitos, poucos plasmócitos entre outras. Apresenta ainda uma rica rede de capilares sanguíneos e linfáticos, nervos, fibras colágenas e reticulares. (Essas últimas só visualizadas com técnicas especiais). Fibras de natureza elástica não são encontradas livremente no tecido pulpar. Lembre-se que na polpa dentária só há microcirculação (vasos sanguíneos de pequenos dimensões) sendo que suas veias têm parede diferenciada.
LÂMINA NO 18 – Corte longitudinal de dente humano unirradicular – Preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 18).
Essa preparação é semelhante à lâmina anterior; entretanto, alguns itens podem ser mais bem identificados:
túbulos dentinários;
glóbulos de mineralização;
feixes espessos de fibras colágenas (no interior da camada central);
vasos sanguíneos no interior da camada interna ou central: lembre-se que na polpa dental só há microcirculação; recorde a histologia e histofisiologia da mesma.
FIGURA 17
LÂMINA 17 – CORTE LONGITUDINAL DE DENTE HUMANO UNIRRADICULAR – PREPARADO POR DESMINERALIZAÇÃO
FIGURA 18
LÂMINA 18 – CORTE LONGITUDINAL DE DENTE HUMANO BIRRRADICULAR – PREPARADO POR DESMINERALIZAÇÃO
PRÁTICA 05
PERIODONTO DE INSERÇÃO
LÂMINA NO 13 – Corte longitudinal de dente permanente humano – Preparado por desgaste (Figura 13).
Lembre-se que neste tipo de preparação histológica, deve-se sempre regular a altura do condensador e a abertura para passagem dos raios luminosos para obter maior contraste e visualização das estruturas. Lembre-se de que esta preparação histológica é confeccionada individualmente e, portanto, há cortes de maior espessura que não permitem a utilização da objetiva de maior aumento. Por isso, só se deve usar o pequeno e médio aumento! 
OBSERVAÇÃO DO CEMENTO:
Veja a lâmina inicialmente a olho nu, para identificar, anatomicamente, a coroa e as raízes dentárias. Nesta região, focalize com o menor aumento, a região da dentina radicular: movimente o "charriot" e leve seu foco de observação principal para a área mais externa e cervical da dentina (dentina radicular).
Cemento acelular/cemento de fibras extrínsecas: contorna toda a dentina radicular, mas é melhor identificado nos 2/3 cervicais da raiz, em contato com a zona granulosa radicular. Note que aqui o cemento apresenta-se homogêneo e ligeiramente brilhante. Não há cementócitos. No cemento acelular, observe:
Fibras penetrantes – correspondem às fibras do ligamento periodontal que estavam presas à matriz do cemento (mineralizadas ou não); ainda são chamadas de fibras Sharpey (que são quaisquer fibras colágenas fixadas em tecido mineralizado – ósseo ou cementário). Aparecem como pequenas e estreitas faixas negras, em grupos e/ou isoladas, dispostas perpendicularmente à superfície externa do cemento. A periodicidade com que estes feixes de fibras aparecem é variável, podendo haver grandes espaços entre eles ou não, em decorrência da espessura do corte histológico e grau de mineralização das mesmas.
Linhas incrementais – como também o cemento é produzido de forma intermitente, e é mineralizado por camadas, surgem as linhas incrementais e/ou de imbricação, como no esmalte e dentina. Aparecem como delicadas linhas escuras, paralelas ao longo eixo da raiz; algumas vezes, porém, podem se apresentar mais claras do que o restante do cemento. Não são visíveis em todas as lâminas; caso necessário, recorra à lâmina de um colega.
Cemento celular/cemento de fibras mistas: reveste o 1/3 apical da raiz desde o limite dentina — cemento até a superfície periférica. Em várias áreas há cemento acelular entre camadas superpostas de cemento celularizado nesta região. Note a presença de Lacunas (ou cementoplastos) que aparecem como cavidades negras e/ou muito escuras, de forma irregular e de onde partem numerosas e intrincadas projeções pequenas, os canalículos, voltados para a superfície externa da raiz. (In vivo seria a região do ligamento periodontal). Nestas lacunas estiveram alojados (in vivo) os corpos celulares dos cementócitos (que foram perdidos durante o preparo da lâmina histológica). Os canalículos abrigaram prolongamentos citoplasmáticos de cementócitos.
OBSERVAÇÃO DO LIGAMENTO PERIODONTAL:
LÂMINA NO 07 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – Preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 07).
Observar a olho nu a presença de três dentes já erupcionados. A técnica não preservou o esmalte dentário, que aparece em imagem negativa.
Em menor aumento, nota-se a sequência dos dentes cortados longitudinalmente. Em algumas lâminas o corte passou obliquamente de modo que os dentes podem apresentar-se de forma ovalada. Identifique a cavidade pulpar, com tecido pulpar envolvido por pré-dentina e dentina. Entre os dentes é possível observar parte do periodonto de proteção – as papilas interdentárias – com epitélio estratificado pavimentoso queratinizado.
Observar no periodonto:
Cemento
Camada estreita, de coloração rosa/arroxeado contornando toda a raiz dos dentes. Nele se inserem as fibras do ligamentoperiodontal. Nesta lâmina não há necessidade de diferenciar as regiões do cemento celular e acelular.
Ligamento periodontal
Preenche o espaço periodontal que fica entre o cemento e o osso alveolar. É um tecido conjuntivo frouxo, rico em células, mas também rico em feixes de fibras colágenas.
Observar:
Zona cementógena: notar o acúmulo de pequenos núcleos densos e achatados, junto à superfície do cemento, corresponde aos cementoblastos, responsáveis pela contínua deposição de cemento durante toda a vida.
Zona osteógena: também identificada pela presença de pequenos núcleos densos acoplados à superfície do osso alveolar. Correspondem aos osteoblastos (células formadoras de matriz óssea), que podem estar ativos ou inativos e os osteoclastos (células responsáveis pela reabsorção óssea). Não é necessário fazer a diferenciação dessas células.
Zona média: corresponde a todo o conjuntivo entre as zonas junto ao osso e junto ao dente. Notar os feixes de fibras principais (fibras colágenas espessas), que se organizam nos seguintes grupos:
•fibras da crista: partem do colo de dente e descem para se inserirem na crista óssea alveolar;
•fibras horizontais: partem da região do cemento, abaixo das fibras da crista e seguem trajeto horizontal para se inserirem no osso alveolar.
•Fibras oblíquas: são as mais numerosas; envolvem quase toda a extensão da raiz. Partem do cemento e seguem trajeto ascendente até o osso alveolar, onde se inserem. São as principais fibras envolvidas na absorção de forças mastigatórias.
•Fibras apicais: Partem do ápice da raiz, abrem-se em leque e se inserem no fundo do alvéolo.
•Fibras interradiculares: apresentam-se apenas nos dentes multirradiculares, partindo da região de furca, convergindo para o septo ósseo interradicular.
Outros grupos de fibras estão bem visíveis na região do colo do dente, abaixo da gengiva interdentária, mas será objeto de estudo de outra aula, pois são descritos como ligamento gengival.
Além dos grupos de fibras, a camada média revela um conjuntivo frouxo, rico em células conjuntivas (porém de origem ectomesenquimal), vasos e nervos da microcirculação; procure evidenciá-los.
LÂMINA NO 08 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – Preparado por desmineralização e corado pelo Tricrômico de Masson (Figura 07).
Os mesmos elementos são observados nesta lâmina, com a diferença que nesta coloração as fibras do tecido conjuntivo, osso, cemento e dentina se coram em azul.
OBSERVAÇÃO DO OSSO ALVEOLAR:
Lâmina no 07 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – Preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 07).
É importante lembrar que o processo alveolar (região da mandíbula e maxila que contém os alvéolos) é composto por:
• Osso alveolar (placa cribiforme, lâmina dura ou osso de inserção) reveste os alvéolos.
• Osso de sustentação: osso secundário ou lamelar situado entre os alvéolos – tábuas ósseas vestibulares e linguais (osso secundário/lamelar, haversiano). Antes de estudar a lâmina, convêm recordar a histologia e histogênese do tecido ósseo, nos livros-textos de Histologia, distinguindo bem os subtipos de tecido ósseo e suas células características. O osso alveolar é uma lâmina compacta que contorna a raiz do dente, externamente ao ligamento periodontal. É o osso onde se alojam as raízes dentárias. No interior de sua matriz (acidófila pelo volume de colágeno tipo I) pode-se notar osteócitos incluídos em lacunas, e osteoblastos em sua superfície voltada para o ligamento periodontal. Ocasionalmente, osteoclastos podem estar presentes na superfície osteógena (voltada para o ligamento periodontal). Observe bem a citologia e diferencie os subtipos celulares nesse tecido ósseo. Repare que as fibras do ligamento periodontal penetram na matriz óssea unindo o cemento ao alvéolo dentário. As porções incluídas dessas fibras são chamadas, como no cemento "Fibras de Sharpey". Note que o osso alveolar se mostra como que "estriado" exatamente pela presença das fibras do ligamento periodontal. Por este motivo, osso alveolar é algumas veze referido como "osso fasciculado", pela presença transversal de fibras de Sharpey espessas. Em alguns pontos, podem-se notar orifícios por onde passam vasos e nervos. Observe que a espessura do osso alveolar não é uniforme, em decorrência de sua alta velocidade de formação e reabsorção; por causa disso, sua interface com o osso de sustentação também é irregular; esta interface pode ser acompanhada identificando-se os osteônios/sistemas de Havers presentes apenas no osso de sustentação; neste não há fibras de inserção, de modo que sua matriz é mais homogênea em relação àquela do osso alveolar.
Entre os alvéolos pode-se observar que o de osso de sustentação secundário/lamelar forma trabéculas com espaços medulares grandes, visíveis a olho nu, geralmente situadas na região correspondente aos dois terços mais apicais do alvéolo. Abaixo, algumas vezes, o canal alveolar inferior (com seus componentes) pode ser visualizado. 
Lâmina no 08 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – preparado por desmineralização e corado pelo tricrômico de masson (Figura 07).
Os mesmos elementos são observados nesta lâmina, com a diferença que nesta coloração as fibras do tecido conjuntivo, osso, cemento e dentina se coram em azul.
OBSERVAÇÃO DAS FIBRAS DO LIGAMENTO PERIODONTAL:
Lâmina no 07 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – Preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 07).
Observar inicialmente os tecidos dentários, em menor aumento: 
Dentina: corada em roseo, é o tecido que envolve a polpa dentária.
Tecido pulpar: (o corte não passou inteiramente pela polpa, podendo aparecer como partes separadas). Não é necessário observar as camadas da polpa que foram mal preservadas 
Esmalte: em imagem negativa (não foi preservado).
Percorra em menor aumento a área do ligamento periodontal que rodeia a raiz e observe:
Os feixes de fibras colágenas (fibras principais) estão bem visíveis. Em alguns trechos as fibras estão rompidas, em outros podem estar contornando vasos sanguíneos, e seu trajeto, no corte histológico, parece interrompido; mas ainda é possível identificar a sua orientação. Observar:
Fibras dento-alveolares da crista;
Fibras dento- alveolares horizontais;
Fibras dento-alveolares oblíquas;
Fibras dento-alveolares apicais;
Fibras dento-alveolares intra-radiculares.
Todos estes grupos de fibras partem do cemento e se dirigem ao osso alveolar onde se fixam. A visualização do cemento e sua diferenciação da dentina não é nítida por essa técnica, mas são facilmente visíveis os grossos feixes de fibras do ligamento. Observe bem seus pontos de origem e inserção; lembre-se que, na região mais cervical, os grupos de fibras da crista e horizontais (juntamente com alguns grupos de fibras do ligamento gengival) podem se misturar dado à semelhança entre os seus pontos de origem. À medida que se acompanha suas trajetórias e mais junto ao osso, eles se tornam mais distintos.
Notar que os núcleos das células do conjuntivo do ligamento aparecem corados em marrom ou vermelhados, e têm seus longos-eixos paralelos aos longos eixos dos grupos de fibras aos quais estão associados. Observar a lâmina óssea que constitui o alvéolo. Embora anatomicamente seja uma lâmina compacta, também aqui aparecem alguns orifícios para a passagem de vasos e nervos. Externamente ao osso alveolar propriamente dito, nota-se o osso lamelar de sustentação e interalveolar; observe as cavidades medulares aí presentes.
A região de gengiva, com epitélio corado em vermelho e conjuntivo em azul, será estudada em outra ocasião.
Lâmina no 08 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – Preparado por desmineralização e corado pelo Tricrômico de Masson (Figura 07).
Os mesmos elementos são observados nesta lâmina, com a diferença que nesta coloração as fibras do tecido conjuntivo, osso, cemento e dentina se coram em azul.
FIGURA 07
LÂMINA 07 e 08 – CORTE LONGITUDINAL DE MANDÍBULADE CÃO – PREPARADO POR DESMINERALIZAÇÃO CORADO COM HE (07) E TRICRÔMICO DE MASSON (08)
PRÁTICA 06
PERIODONTO DE PROTEÇÃO
Lâminas 07, 08, 09, 11, 15, 16
Lâmina 07 e 08 – FIGURA 07
Lâmina 09 e 11 – FIGURAS 09 e 11
Reforçando o estudo das lâminas anteriores, podemos observar os seguintes componentes do periodonto de inserção:
Osso alveolar: apesar de ser do tipo compacto (classificação anatômica), ele aparece todo perfurado por orifícios por onde passam vasos e nervos. Essa característica justifica o fato de também ser chamado, por alguns autores, de lâmina ou placa cribiforme.
Ligamento periodontal: tecido que ocupa o espaço entre o dente e o osso alveolar. Suas características já foram descritas nas lâminas anteriores. Acompanhando a ilustração da figura 07, observe novamente:
•Zona junto ao osso ou osteógena do ligamento periodontal: reveja osteoblastos, osteóide, etc.
•Zona média do ligamento periodontal: observe os grupos de fibras dento-alveolares da crista óssea; fibras dento-alveolares horizontais; fibras dento-alveolares oblíquas; fibras dento-alveolares apicais; reveja o tecido conjuntivo frouxo (com seus componentes).
• Zona junto ao dente ou cementógena do ligamento periodontal: reveja seus componentes — não se esqueça dos restos da bainha epitelial radicular.
Cemento: fina camada que envolve a dentina radicular. Nas lâminas aparece um pouco mais corada que a dentina. É o local onde se prendem as fibras do ligamento periodontal. Procure observar o cementóide. 
Lâmina no 08 – Corte longitudinal de mandíbula de rato – Preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 07).
Estas lâminas já foram observadas na aula de periodonto de inserção. Procure agora focalizar apenas a região de gengiva, próximo ao colo do(s) dente(s). 
NA LÂMINA 08:
Focalizar em pequeno aumento e percorrer todo o corte. Procure identificar o processo alveolar e a gengiva. Identificar entre os dentes uma região de formato piramidal: é a gengiva marginal interdentária ou papila interdentária. Esta gengiva possui uma parte "livre", ou seja, destacável da superfície (dentária e/ou protética) por instrumentos periodontais e ou fios especiais introduzidos no sulco gengival (fio dental). A gengiva livre se mantém justaposta ao cemento por fibras colágenas. Passe para o aumento médio e focalize na papila interdental: 
1. Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado nas regiões dos ápices das papilas. Note que, em se tratando de um epitélio estratificado, ocorre a presença de papilas conjuntivas que se imbricam com cunhas epiteliais para aumentar a coesão entre estes tecidos e facilitar a nutrição e oxigenação epitelial.
2. Lâmina própria: de tecido conjuntivo bastante celular. Nesta lâmina (corte longitudinal da mandíbula) é possível observar, no conjuntivo das papilas, alguns grupos de fibras pertencentes ao ligamento gengival:
•Fibras dento-gengivais: ligam o cemento, na região mais cervical à lâmina própria gengival
•Fibras transeptais: ligando regiões mais cervicais dos cementos de dentes vizinhos, passando por sobre a crista óssea alveolar. São as mais ambundantes.
•Fibras alvéolo-gengivais: da crista óssea inter-dentária, abrindo-se em leque na lâmina própria gengival; este grupo não é facilmente reconhecido.
•Fibras circulares: aparecem como um grupo de fibras colágenas grossas cortado transversalmente.
OBS: essas fibras se misturam no conjuntivo e, por vezes, torna-se difícil à individualização dos grupos; procure acompanhar a trajetória presumida de cada um, lembrando-se que, às vezes, é mais fácil iniciar sua identificação pela disposição dos núcleos dos fibroblastos que os acompanham; não se esqueça de também que a trajetória dos vasos sanguíneos é sempre respeitada. Isso pode dificultar a visualização de todo um feixe. As fibras transeptais, por sua localização mais inferior e por seu trajeto mais retilíneo são mais facilmente visualizadas.
3. Sulco gengival: espaço entre os dentes e a gengiva livre. O epitélio que reveste a parede do sulco gengival corresponde à vertente sulcular/face interna da gengiva marginal. É também estratificado pavimentoso, mas não queratinizado. Esta é uma característica importante, pois o mesmo se torna uma membrana semipermeável.
4. Epitélio juncional ou de inserção: está em continuidade, em sentido apical, com o epitélio do sulco gengival. O epitélio juncional é estratificado (com células basais cúbicas e as restantes pavimentosas), com espaços intercelulares bem maiores do que nos epitélios estratificados comuns e não é queratinizado, obviamente, mas revestido pela inserção epitelial que o fixa na superfície dentária (e/ou protética) através de hemidesmossomas.
Lâmina no 15 – Corte para-sagital de mandíbula de cão – preparado por desmineralização e corado pelo HE (Figura 15).
Lâmina no 16 – Corte para-sagital de mandíbula de cão – preparado por desmineralização e corado pela técnica de Tricrômico de Masson (Figura 16).
Na lâmina 15 e 16:
Observe os mesmos constituintes do periodonto de proteção. Aqui, porém algumas estruturas são mais bem evidenciadas.
Gengiva inserida: apresenta epitélio de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado, com superfície livre irregular e cunhas epiteliais mais desenvolvidas do que na gengiva marginal, apresentando lâmina própria com mais feixes de fibras colágenas do ligamento gengival. Note que, topograficamente, situa-se mais apicalmente à gengiva marginal e, consequentemente, ao sulco gengival e junção dento-gengival.
Inserção/aderência epitelial: ao microscópio óptico aparece apenas como uma linha mais acidófila, fina e às vezes brilhante, na superfície do epitélio juncional (em sua interface com o esmalte).
Lâmina no 16 – Corte para-sagital de mandíbula de cão – Preparado por desmineralização e corado pela técnica de Tricrômico de Masson (figura 16).
Os mesmos elementos são observados nesta lâmina, com a diferença que nesta coloração as fibras do tecido conjuntivo, osso, cemento e dentina se coram em azul.
FIGURA 15
LÂMINA NO 15 e 16 – CORTE PARA-SAGITAL DE MANDÍBULA DE CÃO – PREPARADO POR DESMINERALIZAÇÃO E CORADO COM HE (15) E TRICRÔMICO DE MASSON (16)
DESENHO ESQUEMÁTICO DOS COMPONENTES DO PERIODONTO DE PROTEÇÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
KATCHBURIAN, E.; ARANA, V. Histologia e embriologia oral/ texto-atlascorrelações clínicas. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2004.
MJÖR & FEJERSKOV - Embriologia e histologia oral humana - Ed. Panamericana (1990).
MOORE, K. & PERSAUD, T.V.N. Embriologia Básica – 7. ed. Elsevier, 2008 
TEN CATE - Histologia bucal, desenvolvimento, estrutura e função – 7 ed. Rio de Janeiro - Ed. Guanabara 2008, 414 p.
SILVA, GAB. Roteiro de aulas práticas – 2004, 39 p.
Visão de todo o dente
Visão ampliada da coroa
Visão ampliada da raiz
BANDA EPITELIAL 1a
LÂMINA DENTÁRIA
BOTÃO
INÍCIO DE ESTÁGIO CAPUZ
ESTÁGIO DE CAPUZ
FASE INICIAL DE CAMPÂNULA X BROTO DO DENTE PERMANENTE
CAMPÂNULA X DESINTEGRAÇÃO DA LÂMINA DENTÁRIA
INÍCIO DO ESTÁGIO DE COROA
COROA EM DESENVOLVIMENTO
Visão de toda a lâmina
Ampliação
Ampliação
Histologia Bucal – Departamento de Ciências Básicas – FCBS – UFVJM		� PAGE �0�

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