Buscar

Atendimento Integral em DST na Atenção Básica

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
O Aconselhamento e a Abordagem Sindrômica das DST: 
Desafios para o atendimento integral 
Ricardo Mouta
Enfermeiro Obstetra
Mestre em Enfermagem (História e Saúde da Mulher)
Doutorando da FENF/UERJ
Responsável pelo Programa Saúde da Mulher de 
Rio das Ostras RJ.
*
Importância do Atendimento em DST na Atenção Básica: 
 As DST atinge todos os segmentos populacionais
 Diagnóstico tardio
 Exercício da Sexualidade afetada
 Milhares de pessoas desconhecem sua sorologia
 Acesso ao diagnóstico e ao tratamento é um direito do cidadão
 Favorece uma atenção integral
*
A organização da Atenção a Saúde, deve ter como fundamento os princípios do SUS:
 Saúde como direito
 Integralidade da Assistência
 Universalidade
Resolutividade
 Intersetorialidade
 Humanização do atendimento
 Participação popular
*
A atenção básica, por meio de ações informativas/ educativas desenvolvidas na comunidade e nas Unidades de Saúde, promoverá maior conscientização da população com relação às DST. 
Consequentemente, haverá uma busca mais precoce dos serviços de saúde pelos indivíduos com suspeita de DST e seus parceiros, tomando as unidades de saúde porta de entrada para esses pacientes, reduzindo assim a automedicação e a procura da resolução dos problemas em farmácias.
O papel da Atenção Básica a Saúde no atendimento ao portador de DST
*
Os serviços de Atenção Básica à saúde devem realizar uma abordagem multidisciplinar integrada, de forma a desenvolver ações adequadas de promoção à saúde e prevenção, diagnóstico e assistência, para os pacientes, seus familiares e a comunidade.
A integralidade da atenção prestada pelas unidades básicas e pelos serviços especializados deve incluir ações de promoção à saúde, prevenção e assistência, garantindo o acesso a aconselhamento, abordagem clinica diagnóstica, cuidados de enfermagem, apoio emocional e suporte social. Deve incorporar ações, para os indivíduos afetados e seus familiares, que promovam a inserção social, além de assegurar a eles melhor qualidade de vida.
*
*
As ações de prevenção ao HIV e outras DST são norteadas por:
Respeito à diversidade de orientação sexual e estilos de vida
Diálogo objetivo sobre sexualidade e uso de drogas
Concepção sobre redução de danos na abordagem/atendimento aos usuários de drogas
Consideração à singularidade de cada usuário
Articulação com a sociedade civil organizada
Acolhimento e estímulo a testagem para o HIV
Atitudes de solidariedade e anti discriminatórias e garantia dos direitos individuais e sociais de pessoas vivendo com HIV/AIDS.
Ações de Prevenção das DST e HIV na Atenção Básica: 
*
Conceitos Chaves
RISCO
Historicamente centrado no individuo, porém tornou-se insuficiente para explicar os determinantes da epidemia de HIV. 
Considerando a natureza dinâmica dos comportamentos individuais e sua interação com dimensões socioeconômicas e culturais, incorporou-se ao conceito de vulnerabilidade.
*
VULNERABILIDADE
*
Três dimensões principais de vulnerabilidade que devem ser consideradas:
A Individual – relacionada com os comportamentos adotados pelo individuo e que podem favorecer sua infecção. Por exemplo, a falta de informação de medidas educativas sobre as formas de transmissão e prevenção das DST/HIV, a pouca motivação ou sensibilização pessoal para aceitar que se encontra em situação(ões) de risco de infecção e o baixo poder de confiança ou estima para adotar medidas preventivas, como o uso sistemático de preservativos nas relações sexuais.
*
 A Social – relacionada a incidência de fatores sociais e econômicos, na exposição ao risco de infecção pelo HIV de determinados segmentos populacionais. Como exemplo temos: As situações de pobreza, o desemprego, a falta de moradia, a baixa escolaridade, a violência, o preconceito e a discriminação expõem alguns grupos a situações de risco muito mais frequentemente do que outros.
*
A Institucional – relacionada a ausência de políticas públicas que tenham por objetivo o controle da epidemia e grupos populacionais e/ou localidades, envolvendo instituições governamentais, não governamentais e sociedade civil, buscando a integração desses serviços na promoção da saúde do individuo. Exemplos de vulnerabilidade institucional são serviços de saúde que não disponibilizam preservativo e a descentralização insuficiente da testagem anti-HIV para os serviços de atenção básica.
*
Por que a Abordagem Sindrômica da Atenção Básica ?
 O Ministério da Saúde instrumentaliza as unidades de saúde com o caderno de Abordagem Sindrômica das DST (2006), permitindo assim a primeira consulta do individuo nesse nível de atenção, aconselhamento, diagnóstico e tratamento adequado para cerca de 90-92% das DST. Os casos persistentes (8-10%) deverão ser encaminhados aos serviços de referência em DST.
*
A nível do indivíduo: prevenção de sequelas e complicações graves
A nível coletivo: necessidade de reduzir o risco do contágio o mais rapidamente possível
Possibilidade do paciente não retornar à consulta
Instituição de tratamento rápido e eficaz 
*
O Aconselhamento como fator diferencial na qualificação da Atenção
A compreensão da complexidade na abordagem da temática 
Estabelecer relação onde seja possível a avaliação de risco
Através da informação propiciar a reflexão sobre os fatores de risco para a transmissão de DST
Construção de um plano de redução de risco. 
*
O que é aconselhamento?
Aconselhamento não é dar conselhos!
É um diálogo baseado em uma relação de confiança que visa proporcionar à pessoa condições para que avalie seus próprios riscos, tome decisões e encontre maneiras realistas de enfrentar seus problemas relacionados às DST/HIV/Aids. 
*
Processo de escuta ativa, individualizado e centrado no cliente. Pressupõe a capacidade de estabelecer uma relação de confiança entre os locutores, visando ao resgate de recursos internos do cliente para que ele mesmo tenha possibilidade de reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação (Brasil, 2000)
Aconselhamento
*
O papel do profissional no aconselhamento:
• ouvir as preocupações do indivíduo;
• propor questões que facilitem a reflexão e a superação de dificuldades;
• prover informação, apoio emocional e auxiliar na tomada de decisão para adoção de medidas preventivas na busca de uma melhor qualidade de vida.
*
Como fazer o aconselhamento?
Poderá ser desenvolvido em vários momentos, não se reduzindo a um único encontro entre duas pessoas, podendo ser estendido aos grupos. 
Transcende o âmbito da testagem, contribui para a qualidade das ações educativas em saúde, fundamenta-se em prerrogativas éticas que reforçam e estimulam a adoção de medidas de prevenção das DST/aids e que orientam os indivíduos no caminho da cidadania e na plena utilização dos seus direitos. 
*
A recepção, atividades de sala de espera, grupos específicos, consultas individuais, onde se estabelece a troca de informações, o vínculo com o serviço e o estímulo ao diagnóstico, significam aproximações importantes para a avaliação de riscos, etapa principal do aconselhamento.
*
Aconselhamento Coletivo: ainda um desafio para a sua efetiva implantação
 Realizar a sessão de maneira interativa
 Evitar polarizações
 Estimular a participação do grupo
 Evitar conteúdos em excesso
 Trabalhar a demanda do grupo (evitando orientações prescritivas) 
 O tempo varia conforme as necessidades de cada grupo
*
Aconselhamento Individual
 Demanda individual
 Complementa o coletivo
 Particulariza 
 Suporte emocional
 Avalia riscos individuais
 Plano de redução de risco
*
Aconselhamento como uma tecnologia de cuidado
O resultado positivo: 
algo que nunca esperamos
O resultado negativo: 
A oportunidade da prevenção primária
Tenha cuidado com a banalização das ações!!!
O que é risco ?
*
Acesso ampliado ao
aconselhamento, diagnóstico de qualidade e tratamento resolutivo das DST
Aumento do conhecimento em DST e de práticas de sexo seguro entre a população
Redução da incidência e prevalência das DST na população
Atuação dos serviços de Atenção Básica frente as DST
PORQUE AS DST NOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO BÁSICA ?
*
 No processo formar para atender considerando em essência os princípios e diretrizes do SUS
 É preciso repensar a postura do profissional de saúde diante do cliente 
 Abrir portas e dar voz ao sujeito
Compreender as diferenças
 Acolher as demandas
 Atender com resolutividade
Desafios
*
No processo cuidar: Inserção de Conceitos que permeiam a Assistência Integral
Necessidade de rever Conceitos sobre o processo Saúde/Doença;
Compreensão de que a saúde é uma condição integral de bem estar: de ter condições reais ou potenciais para o exercício de uma vida plena e digna;
A visão que se tem do outro. Reconhecer que o cliente é sujeito de sua própria existência e pode superar os danos e alterações em seu próprio corpo;
Compartilhamento de decisões
Participação de gestores na construção da integralidade
Desafios
*
Na prevenção da transmissão das DST
Profissionais e serviços de saúde devem garantir:
Desafios
Oportunidade
Acessibilidade
Complexidade
*
Qual a nossa participação no processo de implantação do SUS ?
Fica então as questões:
Qual a nossa a responsabilidade na implantação da Abordagem Sindrômica e do Aconselhamento na Atenção Básica ?

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando