Prévia do material em texto
Introdução às Políticas de Comércio Exterior Profº Dr. José Manuel Meireles de Sousa A Política de Comércio Exterior no Brasil A Política de Comércio Exterior no Brasil2 Universidade Anhembi Morumbi A Política de Comércio Exterior no Brasil Objetivo: Analisar a participação do Brasil nos fluxos de comércio internacional e a influência da política comercial brasileira no dinamismo dos fluxos comerciais. Síntese da Unidade: Introduz o conceito de política comercial e relata os principais acontecimentos que marcaram a história do comércio exterior brasileiro; finalmente analisa a participação do Brasil na corrente de comércio mundial. Fundamentos da Política Comercial Entende-se por política comercial, o conjunto coerente de meios que os poderes públicos têm à sua disposição para atuar sobre o comércio exterior, com vista a alcançar determinados objetivos. Atualmente a política comercial tem abrangido um contexto mais amplo, englobando (Medeiros, 2003): • Medidas e instrumentos do poder político que restringem os acessos aos mercados afetando as trocas comerciais. • Legislações que visam a competitividade interna e internacional de empresas nacionais. • Constituição de cartéis que afetam trocas internacionais. • Políticas de ajustamento estrutural, com reflexos no apoio a setores específicos da economia, ao desenvolvimento de novas tecnologias ou à inovação. Sumário: • Fundamentos da política comercial • A participação do Brasil na corrente de comércio mundial de comércio A Política de Comércio Exterior no Brasil3 Universidade Anhembi Morumbi No Brasil e na primeira metade do século XX, as políticas comerciais eram mais utilizadas como fonte de receita ou para satisfazer determinados grupos, como os produtores de café, do que como meio de alcançar metas de desenvolvimento econômico. Ainda durante a II guerra mundial, a unificação das taxas de câmbio inicia uma crise na balança comercial brasileira provocando o controle administrativo das divisas e originando um mercado paralelo. Até 1964 a política comercial apresentou como sintoma predominante, a sobrevalorização cambial que se inicia com as políticas cambiais que vigoraram durante a guerra. Em consequência da sobrevalorização, as exportações caíram fortemente e as importações aumentaram, provocando a redução substancial das reservas cambiais e levando em 1947, o governo a administrar as divisas liberando-as somente para aquisições de bens essenciais ou de interesse estratégico. Após a II Guerra Mundial, o Brasil reativou seu ciclo industrial com a instalação de inúmeras indústrias, inclusive a automobilística, alcançando, afinal, a sua maturidade econômica e entrando no rol dos países em desenvolvimento acelerado, convertendo-se na oitava economia industrial. Entre 1953 e 1957 foram introduzidas múltiplas taxas de câmbio procurando encorajar algumas transações e desencorajando outras. Em 1957 pela Lei 3.222 é criado um novo sistema tarifário (Lei das tarifas de 1934) e o Conselho de Política Aduaneira (CPA) com funções de estabelecer, rever ou atualizar as tarifas de importação, de acordo com os objetivos nacionais de desenvolvimento. O sistema criado favoreceu os produtores nacionais de produto acabado e facilitou a importação de bens de capital e produtos intermediários. Até 1964 a reforma de 1957 não foi alterada, mas devido ao enorme déficit do balanço de pagamentos, o serviço da dívida acabou provocando novas medidas bloqueadoras de importações, como foram os casos dos depósitos antecipados em 150 dias do valor das importações e a sobretaxação de produtos considerados supérfluos. A Política de Comércio Exterior no Brasil4 Universidade Anhembi Morumbi Na década de 1951 – 1960, os Estados Unidos eram o principal parceiro comercial, que importou 45,6% (média da década) do total exportado brasileiro; já o Brasil comprou dos Estados Unidos 33,8% do total importado. O principal produto de exportação foi o café com 59,9% das exportações brasileiras. Já o maquinário com 21,82% foi o produto de mais importado. Nessa época a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) preconizou que o desenvolvimento das economias mais atrasadas passava necessariamente por um amplo programa de substituição das importações, que teria como finalidade o surgimento de um setor industrial possibilitando a produção de manufaturados e permitindo acumular capital suficiente para possibilitar desenvolvimento econômico autossustentável. Esta primeira etapa da CEPAL foi impulsionada por Raul Prebish à época, secretário executivo da organização objetivava a defesa de uma industrialização baseada na substituição das importações. As teses de Prebish baseavam-se na necessidade dos governos darem proteção às indústrias nascentes até que se tornassem competitivas para poderem concorrer nos mercados internacionais. A política de substituição das importações através da industrialização provocou um rápido crescimento econômico, tendo o produto interno bruto per capita (PIB per capita) crescido rapidamente - quadruplicou em 30 anos - provocando uma modificação estrutural nos setores de atividade, com o secundário crescendo ao ano a uma taxa de 8,4% e representando em 1980, 38,6% do PIB contra 24% em 1950 e alavancando a imigração para as grandes cidades. CEPAL, fundada em 1948 e hoje designada por Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe é uma das 5 comissões regionais da ONU e deve grande parte do seu prestígio ao argentino Raúl Prebish que foi Secretário Geral da organização a partir de 1950. A grande preocupação de Prebish incidiu na análise das formas de desenvolvimento econômico para a região, pelo reforço das relações entre países da região entre si e com os demais e ainda na promoção do desenvolvimento social. Saiba Mais A Política de Comércio Exterior no Brasil5 Universidade Anhembi Morumbi Tabela 1 Indicadores de mudança estrutural A Política de Comércio Exterior no Brasil6 Universidade Anhembi Morumbi No período 1961-1970, o regime militar (1964) modificou as políticas comerciais, eliminando algumas das restrições às exportações brasileiras e incentivando os exportadores de produtos manufaturados. Em 1967 aconteceu a reforma aduaneira que teve como conseqüência imediata um corte nas taxas ad valorem para metade do valor nominal em vários setores da economia. Mesmo com estímulos às exportações, cresceu o desequilíbrio no balanço de pagamentos, provocando a ira nos produtores que se sentiram enganados. Em 1968 as taxas de bens de consumo não duráveis foram elevadas, mas os bens de capital foram poupados. Durante o “milagre econômico”(1) , entre 1967 e 1973, o PIB cresceu a taxas elevadas e as políticas comerciais continuaram direcionadas a uma maior abertura quando comparadas a épocas anteriores. Em 1972 é lançado o programa BEFIEX (sistema especial de benefícios), com o objetivo de favorecer novos investimentos no Brasil, destacando-se os incentivos à indústria automobilística com isenções fiscais e facilidade na importação de insumos e equipamentos visando o crescimento da exportação. A crise do petróleo de 1973 ao provocar alta significativa terminou com a abertura comercial do Brasil então praticada e começaram a surgir os déficits na balança (US$ 4,7 bilhões em 1974) rapidamente financiados por capitais estrangeiros; as tarifas na importação foram aumentadas em cerca de 900 produtos e o financiamento a certas importações proibido. As restrições aumentaram e em 1975 o governo determina que as importações fossem pagas por meio de depósitos antecipados que não geravam juros nem correção monetária. Durante o “Choque Petrolífero” de 1973, ocasionado em protesto pelo apoio prestado pelos Estados Unidos a Israel durantea Guerra do Yom Kippur, os países árabes organizados na OPEP aumentaram o preço do petróleo em mais de 300%. No que respeita às exportações e para o período de 1951 – 1970 a situação não se alterou qualitativamente, não obstante a Europa ter aumentado a sua participação para 32,5% como (1) Milagre econômico – denominação de uma época de excepcional crescimento, ocorrido no governo Médici, em grande parte provocada pela entrada de elevados montantes de capital estrangeiro, atraído pela estabilidade política e econômica propiciada pelos militares, beneficiando não só as empresas nacionais, mas, sobretudo as multinacionais que gozavam de facilidades como, por exemplo, benefícios em matérias primas e a manutenção de salários baixos. A ponte Rio - Niterói foi uma das obras construídas durante o período do “Milagre Econômico” promovido pelas ditaduras militares que governaram o Brasil entre 1964-1984. A Política de Comércio Exterior no Brasil7 Universidade Anhembi Morumbi destino das exportações brasileiras contra 34,4% dos Estados Unidos; este quadro viria a consolidar-se na década de 1971 – 1980 com 31,1% (Europa) contra 20% para os Estados Unidos. O café nesta década ainda continuava a ser o principal produto exportado com 17,8% do total. No inicio dos anos 80 verifica-se o agravamento do balanço de pagamentos e em conseqüência são aplicadas novas medidas de restauração do equilíbrio, incluindo a desvalorização cambial, a centralização das operações de câmbio no Banco Central do Brasil, aumento do número de produtos proibidos de serem importados e restrições ao financiamento das importações. Os efeitos das medidas foram sentidos principalmente em 1984, ano em que as exportações quase duplicaram o valor das importações. A fatura dos ajustamentos veio nesse ano com a inflação de mais de 200% e as políticas comerciais passaram a ser consideradas como instrumentos de estabilização interna, tendo sido suspensos uma série de controles, tais como a redução de produtos constantes nas listas negativas de importação, redução de sobretaxas nas importações e facilitação de financiamentos à importação. Neste período, o PIB aumenta moderadamente e a economia não apresenta mudanças estruturais significativas; somente o PIB per capita declina e a infraestrutura tendo como componente principal a geração de energia, sobrevive graças aos investimentos que aconteceram nos anos 70 e se prolongaram até aos anos 80. Na década, as exportações declinaram e houve um aumento significativo nas importações. Na década de 1981 – 1990, embora a União Européia continue liderando o destino dos produtos brasileiros embora com 27,3% os Estados Unidos recuperam e passaram a ter 24,8% do total dos produtos exportados; já no que se refere a tipo de produtos exportados, os metalúrgicos aparecem liderando as exportações com 13,7% e a soja aparece em segundo lugar com 10,4%. Nesta década o Brasil importa, sobretudo, combustível do Oriente Médio. Inicia-se um período de relativa estabilização na participação dos produtos manufaturados na composição da matriz de fator agregado da exportação brasileira (figura 6.3), consolidado nos anos noventa. A Política de Comércio Exterior no Brasil8 Universidade Anhembi Morumbi Após a hiperinflação do final dos anos 80, Collor de Mello eleito presidente em uma das suas primeiras decisões substitui a Cacex, objeto de várias críticas pela Coordenadoria Técnica de Intercambio Comercial – CTIC, reduz a variedade e dispersão das tarifas e anuncia uma série de cortes tarifários que seriam aplicados no período de 1991 - 1994 e que em alguns setores reduziram as tarifas na importação a um terço. O Brasil torna-se uma economia mais aberta que nas décadas anteriores. De 1991 a 2000 os mercados apresentam-se mais estabilizados tendo a Europa, comprado 27,1% da exportação brasileira, contra 22,4% dos Estados Unidos. Os produtos metalúrgicos continuam liderando as exportações brasileiras e a soja decresce a sua participação para 8,4% do total sendo ultrapassada por máquinas e equipamentos e material de transporte, mostrando de alguma forma uma tendência a melhor qualificação da matriz exportadora. Esta situação mantém-se até 2007, com Europa continuando o maior parceiro comercial do Brasil comprando 24,8% seguida pelos Estados Unidos com 22%. A estabilidade também alcança a matriz de exportação por fator agregado, com material de transporte, máquinas e equipamentos ocupando os primeiros lugares e a soja com 9% a quarta posição. O material de transporte foi a principal classe de produtos exportados (12,6%), seguida das máquinas e equipamentos (12,3%), dos produtos metalúrgicos (10,5%) e da soja (9%). Nos últimos anos assiste-se ao desmantelamento de várias empresas brasileiras que passaram a integrar grupos internacionais; outras empresas brasileiras passaram a investir no exterior, como as grandes empresas de obras públicas e construção civil, as siderúrgicas, os frigoríficos e mesmo empresas aeronáuticas entre outras, pressupondo o começo de mudança na atitude. Internamente, a atração ao investimento estrangeiro está dando frutos com fortes investimentos em vários setores da nossa atividade econômica. No entanto, os números não demonstram avanços significativos, no 5º maior país do mundo. A Política de Comércio Exterior no Brasil9 Universidade Anhembi Morumbi É necessário que as políticas de desenvolvimento que tardiamente chegaram possam agora ser aproveitadas pelos empresários e alavanquem de forma sustentável o crescimento e a penetração das empresas brasileiras nos mercados internacionais. Fonte: MDIC/SECEX (2011) A Política de Comércio Exterior no Brasil10 Universidade Anhembi Morumbi Síntese dos aspectos e fatos mais significativos concernentes à política de comércio exterior brasileiro Período de 1930 a 1964: Regra geral, a característica básica da economia brasileira foi de acentuado sentido de introversão. Política voltada para a restrição de importação e performance sofrível de exportações. Política cambial inadequada e desestimulante. Fortalecimento dos controles administrativos. Período de 1965 a 1973: Até 1966, sensíveis reduções tarifárias; proteção via “similaridade” lentíssimo crescimento das exportações e importações. A partir de 1967, extroversão do processo, estratégia de exportação, crescimento do PIB. Criação de incentivos fiscais à exportação e liberação de importações. Início da utilização de entrepostos e drawback. Período de 1974 a 1975: Desaceleração do crescimento, crise internacional (petróleo, inflação etc.). Política restritiva das importações (controle de déficit e da dívida externa); Manutenção e ampliação dos incentivos a exportação; Financiamento às exportações (Finex). Período de 1976 a 1992: Significativo crescimento das exportações, contratação e posterior expansão das importações, aumento de 7,4% das vendas externas entre 1974 e 1988. Período de 1993 a 2000: Abertura comercial, crescimento das importações e das exportações de produtos manufaturados. Período de 2001 a 2005: Ritmo acelerado das exportações e diminuição das importações, com ajustes de mercados, superávit comercial e envolvimento acentuado da logística, problemas de infraestrutura operacional. Período de 2005 – 2007: Consolidação de investimentos brasileiros no exterior e preocupação em atrair investimento para o Brasil, sobretudo pela introdução de benefícios fiscais ao investidor estrangeiro e pelo esforço na redução do risco-país. Após 2008: Introdução de políticas de desenvolvimento programa de desenvolvimento com foco na redução de dependência externa, descentralização da produção e investimentos em tecnologia beneficiando vários setores da economia, mas visando especialmente as microempresas e as empresas de pequeno porte. Fonte: Sousa, 2009 p.133A Política de Comércio Exterior no Brasil11 Universidade Anhembi Morumbi A Participação do Brasil na Corrente de Comércio Mundial de Comércio Ao analisar a participação do Brasil nas exportações e importações mundiais2 – figura 2 – observa-se uma participação significativa das exportações brasileiras no total mundial (com tendência decrescente) até aos anos de 1960 e depois certa tendência para estabilização atingindo o valor mínimo de 0,86% no ano de 1999; em 2007, a penetração das exportações brasileiras foi de 1,17% igualando a participação de 1961, mas longe das participações observadas no pós II guerra e na década de 1951-60. Figura 2 Participação % do Brasil nas Exportações e Importações Mundiais (1950 – 2010) Fonte: MDIC/SECEX (2011) 2 Corrente de comércio – soma das importações com as exportações de um país A Política de Comércio Exterior no Brasil12 Universidade Anhembi Morumbi Também ao serem analisados os período posteriores à introdução de políticas comerciais é notória a pouca sustentabilidade dessas políticas com reflexo no comércio internacional. De fato quer as medidas tomadas no começo dos anos 80, quer a abertura verificada durante o governo Collor (inicio dos anos 90) e mesmo, a desvalorização de 1999 não teve efeitos sustentáveis. Como escreve Schwartsman (2000) 3 , “Em todas as experiências passadas de desvalorizações cambiais no Brasil a reação das exportações ao câmbio não foi imediata. A mera inspeção das séries de quantidades após uma desvalorização mostra que as taxas anuais de crescimento só se tornam positivas entre 2 e 3 trimestres após a mudança cambial e que o máximo em termos da taxa de crescimento só é atingido entre 4 e 5 trimestres após a desvalorização”. Nessa linha de raciocínio e em casos de valorizações cambiais, a participação das exportações na corrente de comércio deveria deteriorar-se; a realidade atual do comércio exterior brasileiro aponta em outro sentido, pois a recente e persistente valorização do real não tem afetado grandemente os consecutivos aumentos dos volumes exportados. Porém ao se analisarem as causas desse fato – figura 6.5 – pode-se deduzir que esse fato se deve à qualificação das exportações brasileiras e ao aumento dos preços verificados nas commodities; ou seja, as oscilações cambiais afetam em menor escala os volumes exportados em setores de atividade que não controlam mercados exteriores, mas são por eles controlados. Deste modo a análise reflete no médio prazo o aproveitamento da abertura comercial brasileira, pelas empresas estrangeiras, e a inércia do empresário brasileiro em face ao novo ambiente procurando condicionar o seu desenvolvimento a políticas protecionistas, como foi o caso da industrialização por substituição de importações e mantendo posturas mercadológicas reativas. 3 Schwartsman, Alexandre. O que aconteceu com Gustavo Franco em 99; disponível em http://www.econ.puc-rio. br/gfranco/Alexandre_Schwartsman2. htm, acesso em 12/08/2008 A Política de Comércio Exterior no Brasil13 Universidade Anhembi Morumbi Glossário de Autores Raúl Prebisch (17/04/1901 – 29/04/1986) foi um economista argentino conhecido por sua contribuição para a economia estruturalista. Foi nomeado diretor da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em 1948. Em 1950 publicou o estudo “O Desenvolvimento Econômico da América Latina e seus principais problemas” em que desenvolveu a tese conhecida como Prebisch-Singer, segundo a qual a relação de intercâmbio entre centro e periferia tende, no longo prazo, a se deteriorar para a periferia. A Política de Comércio Exterior no Brasil14 Universidade Anhembi Morumbi Bibliografia MEDEIROS, Eduardo Raposo. Economia Internacional 7. Ed. Lisboa Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (2003) SOUSA, José Meireles. Fundamentos do Comércio Internacional. São Paulo, Saraiva, 2009 Links: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior – MDIC. www.mdic.gov.br. Trata dos aspectos administrativos do comércio exterior brasileiro. Schwartsman, Alexandre. O que aconteceu com Gustavo Franco em 99; disponível em: www.econ.puc-rio.br/gfranco/Alexandre_Schwartsman2.htm, acesso em 12/08/2008 MDIC. MDIC: 20 anos da SECEX e 200 anos de Comércio Exterior http://www.mdic.gov.br// sitio/interna/interna.php?area=5&menu=3130; relata a história da Secretaria de Comércio Exterior - - SECEX e do comércio exterior brasileiro após a abertura dos portos.