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REVISÃO CRIMINAL E SEUS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COM BASE NO HABEAS CORPUS 73799

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1 
 
REVISÃO CRIMINAL E SEUS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COM 
BASE NO HABEAS CORPUS 73799 
 Itamar Silva de Oliveira 
 
RESUMO 
 O presente artigo tem a finalidade de informar e posicionar a decisão 
prolatada a pretensão do paciente, de aguardar em liberdade o julgamento final de 
sua revisão criminal, tendo como parâmetros a súmula 393 do STF e a constituição 
federal no tocante aos seus princípios fundamentais. 
 
INTRODUÇÃO 
 A revisão criminal é um tipo de recurso que constitui o exame de algum 
vício ou defeito. É ainda, o meio de expurgar da sentença o que não estiver de 
acordo ou em harmonia com o direito e a verdade. 
 Sobre a revisão criminal, salienta-se ainda que existam dois tipos: a 
Revisão Pro Réu, (em favor do réu) e Revisão Pro Societate, (em favor da 
sociedade), sendo no Brasil taxativo os casos de revisão criminal, ou seja, estão 
tipificados. 
 Acerca dos princípios encontrados na revisão criminal, temos o principal 
deles, o princípio do duplo grau de jurisdição, que aufere ao agente recorrer de uma 
2 
 
sentença em uma instância superior, temos também o contraditório e a ampla 
defesa que estão no rol de princípios fundamentais da nossa constituição e temos o 
princípio da presunção de inocência, que argumenta que o agente será tido como 
inocente até que se tenha decisão proferida sem mais nenhum tipo de recurso. 
SÚMULA 393 DO STF 
Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se à 
prisão. 
 A súmula supracitada tem por base proporcionar ao réu a não 
obrigatoriedade de recolher-se à prisão, quando interpuser recurso de revisão 
criminal. 
Execução de sentença penal condenatória transitada em julgado 
"Improcede a pretensão do paciente de aguardar em liberdade o julgamento final de 
sua revisão criminal, com base na Súmula 393- STF. Com efeito, não se pode ter 
por viabilizado o sobrestamento da execução da sentença condenatória, de modo a 
permitir ao paciente continuar solto até o julgamento da revisão criminal, pois, ao 
contrário do que sustentado, a pretensão não encontra apoio na Súmula 393, que, 
ao dispor sobre a possibilidade de o réu ajuizar o pedido revisional sem se recolher 
à prisão, não impede a imediata execução da sentença penal condenatória 
irrecorrível." (HC 73799, Relator Ministro Ilmar Galvão, Primeira Turma, julgamento 
em 7.5.1996, DJ de 1.7.1996). 
 Através da análise da referida decisão do magistrado, fica evidenciado a 
falta de fundamentação quanto aos motivos do réu não poder responder em 
3 
 
liberdade a execução da sentença da sua revisão criminal. É notória a falta de base 
legal e o afronte aos princípios do contraditório, ampla defesa, duplo grau de 
jurisdição e presunção de inocência, deixando evidenciado na decisão apenas os 
artigos 594 do código de processo penal e o artigo 59 da lei 11.343/2006. Vejamos a 
redação dos dois dispositivos: 
 “Art. 594 do CPP. O réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou 
prestar fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na 
sentença condenatória, ou condenado por crime de que se livre solto. (Revogado 
pela lei n°11.719, de 2008)”. 
 “Art. 59 da lei 11.343/2006. Nos crimes previstos nos artigos. 33, caput, 
e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo 
se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença 
condenatória”. 
 No tocante, vale ressaltar que os artigos 594 do CPP e o artigo 59 da lei 
11.343/2006 restam consubstanciados com a mesma finalidade, posto isso, nota-se 
que a o artigo 594 do CPP foi revogado, conferindo uma nova redação ao texto, 
substanciado no artigo 387, parágrafo único do CPP, o qual agora dispõe: 
 “Art.387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (...) 
Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se 
for o caso, a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem 
prejuízo do conhecimento de apelação que vier a ser interposta. (Incluído pela Lei 
n°11.719, de 2008). 
4 
 
 É implícito argumentar ainda que o paciente condenado em primeira 
instância a sei anos de reclusão em regime fechado, já cumpriu metade da pena 
imposta e que para tal decisão dever-se-á seguir o rito do artigo 312 do CPP, que 
diz: 
 “Art. 312 CPP. A prisão preventiva poderá ser decretada como 
garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução 
criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência do crime e indício suficiente de autoria”. 
 Tratando desse tema fica evidente a falta de analogia dos princípios já 
citados para a referida decisão, vale ressaltar melhor alguns princípios, bem como, a 
revisão criminal em si. 
 
REVISÃO CRIMINAL 
 Revisão criminal é uma ferramenta processual atribuída em regra, 
somente para a defesa como forma de corrigir eventuais erros judiciários. A revisão 
criminal implica na desconstituição da coisa julgada formada sobre uma sentença 
condenatória, ou seja, disponibiliza ao condenado o reexame e a modificação da 
sentença. Aos casos de revisão criminal o rol é taxativo, como esclarece o artigo 621 
do CPP, que diz: 
 “Art.621 do CPP. A revisão dos processos findos será admitida: 
5 
 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à 
evidência dos autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou 
documentos comprovadamente falsos; 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do 
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da 
pena”. 
 Ainda, através de seu artigo 623, caput, frisa-se que; “a revisão 
poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no 
caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”. “Conforme 
o artigo, 627, caput que perdidos em virtude da condenação, devendo o tribunal, se 
for caso, impor a medida de segurança cabível”. 
 
 No mesmo sentido, Guilherme de Souza Nucci declara: 
“E uma ação penal de natureza constitutiva e seu generis, 
de competência originaria dos tribunais, destinada a rever 
decisão condenatória, com transitado em julgado, quando 
ocorreu erro judiciário. trata-se de autentica ação rescisória na 
esfera criminal, indevidamente colocada como recurso no 
código de processo penal. E seu generis, pois não possui polo 
passivo, mas somente o autor questionando o judiciário que o 
vitimou.” 
6 
 
“É uma ação penal constitutiva, que equivale à ação 
rescisória cível, e tem por finalidade a reparação de eventuais 
erros judiciários. A revisão criminal poderá almejar a alteração 
da classificação do delito, a absolvição do acusado, a 
modificação da pena, a anulação do processo, entre outros. Ela 
será admitida “quando a sentença condenatória for contraria se 
fundar em depoimentos, exame ou documentos 
comprovadamente falsos; quando, após a sentença se 
descobrir novas provas de inocência do condenado ou de 
circunstancia que determine ou autorize diminuição especial da 
pena” artigo 621, do código de processo penal. Frisa – se que 
a revisão “pro societate” é vedada no direito brasileiro.”. 
 
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO 
 "Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,e 
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes; (...)”. 
 Assegurado pela constituição federal no rol de direitos e garantias 
fundamentais, o princípio do contraditório e da ampla defesa figura juntos no 
processo, uma vez que o contraditório aufere ao paciente o direito de contra 
argumentar as acusações, enquanto o princípio da ampla defesa assegura a eficácia 
da decisão, pois garante ao referido o direito a recorrer e defender-se da decisão. 
7 
 
 O Ministro Gilmar Ferreira Mendes, defende que o contraditório e a 
ampla defesa não se constituem em meras manifestações das partes em 
processos judiciais e administrativos, mas, e principalmente uma pretensão à tutela 
jurídica. 
 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: (...)”. 
LVII- ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal 
condenatória. 
 O princípio da presunção de inocência é um dos princípios base do 
estado de direito, pois visa à tutela da liberdade pessoal, ficando o estado com o 
dever de provar a culpabilidade do indivíduo, que é constitucionalmente presumido 
inocente, até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória irrecorrível. Por 
ser um princípio manifestado de forma implícita, uma vez que a constituição não 
afirma que o agente é inocente, entretanto, demonstra que o acusado não é 
necessariamente o possuidor da culpa pela prática do fato ilícito, torna-se um dos 
princípios mais importantes e intrigantes do nosso ordenamento jurídico. 
8 
 
 Este princípio permeia na revisão criminal no que tange a liberdade 
pessoal do indivíduo, ao interpor recurso de revisão criminal o qual estabelece uma 
revisão no transito em julgado da sua sentença, resta ao indivíduo à presunção de 
inocência, por erro judiciário ou qualquer outro que venha a obter por meio da 
revisão criminal, e por isso resta ao paciente o estabelecido constitucionalmente de 
forma implícita, sua presunção de inocência. 
 
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 A esse princípio, fica posto que garante ao sucumbente o direito de 
se ter uma nova apreciação da decisão, proferida pelo órgão competente, afim de, 
se ter uma reanalise do caso, para conferir e explanar que não houve erro na 
decisão e se houver ser corrigida. Este princípio foi criado com a intenção de ser 
verificada por um órgão hierarquicamente superior a decisão do órgão inferior, não 
para “evidenciar um erro” e sim para ter uma análise mais cautelosa do caso, uma 
vez que, nosso sistema jurisdicional é composto por pessoas e estas estão 
naturalmente suscetíveis a erro. 
 Sobre esse princípio argumenta Fernando da Costa; 
Trata-se de princípio da mais alta importância. Todos sabem que os Juízes, homens 
que são, estão sujeitos a erro. Por isso mesmo o estado criou os órgãos 
jurisdicionais a eles superiores, precipuamente para reverem, em grau de recurso, 
suas decisões (FERNANDO DA COSTA, 2013, p.97). 
 Resta evidenciado que ao duplo grau de jurisdição faz-se necessário a 
revisão da sentença, como princípio constitucional a ele pertinente. 
9 
 
 
CONCLUSÃO 
 A partir dos princípios pertinentes mencionados resta clara que, o juízo 
de origem não indicou elementos concretos e individualizados para manter a prisão 
do paciente, restando apenas fundamentos nos artigos 594 do CPP e 59 da Lei 
11.343/2006. Posto isto, é notória que a decisão não seguiu o rito do artigo 312 do 
CPP, que rege a matéria e que em face dos motivos já mencionado é intransigente 
manter a decisão. 
 Ademais, vale ressaltar que a súmula 697 do STF faz analogia ao 
artigo 312 do CPP, uma vez que o paciente já cumpriu metade da sua pena de seis 
anos e por isso entra como incurso na súmula mencionada. Aduz a súmula 697 do 
STF: 
"A proibição da liberdade provisória nos processos por crimes hediondos não veda o 
relaxamento da prisão processual por excesso de prazo". 
 Com base em todos os princípios já mencionados e na súmula 
supracitada, o suplicante deverá ter seu direito de responder em liberdade o pedido 
da sua revisão criminal. Uma vez recepcionado o pedido, poderemos assim garantir 
a plenitude da decisão, fundamentalmente argumentada e o exercício do devido 
processo legal. 
 
 
10 
 
REFERÊNCIAS 
TÁVORA, Nestor; ROQUE, Fábio. Código de processo penal: Doutrina e 
Jurisprudência. 3. ed. São Paulo: JusPodivm, 2012. p. 841. 
Súmula 697. Disponível 
em:<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=2
781>. Acesso em: 09 de outrubro 2017. 
 
O Contraditório e a Ampla Defesa. Disponível em: 
<https://renatamtorres.jusbrasil.com.br/artigos/169576326/o-contraditorio-e-a-ampla-
defesa>. Acesso em: 09 de outubro 2017. 
Revisão criminal e a soberania do tribunal do júri. Disponível em: 
<www.conteudojuridico.com.br/artigo,revisao-criminal-e-a-soberania-do-tribunal-do-
juri,55096.html>. Acesso em: 09 de outubro 2017. 
O princípio da presunção de inocência como garantia processual penal. Disponível 
em:<http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=
11829>. Acesso em: 09 de outubro 2017. 
O Princípio Constitucional do Duplo Grau de Jurisdição e o Foro por Prerrogativa de 
Função. Disponível em:<http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,o-principio-
constitucional-do-duplo-grau-de-jurisdicao-e-o-foro-por-prerrogativa-de-
funcao,51200.html>. Acesso em: 11 de outubro 2017.

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