Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MIELOMA MÚLTIPLO [01/11] [Digite texto] Aqui no slide está mostrando a lâmina de um exame da medula óssea que vai dar o diagnóstico. Nós vamos estudar uma doença em que células normais da medula serão substituídas por células mielomatosas, na verdade são plasmócitos malignizados. O mieloma se enquadra em um conceito mais amplo de discrasia de células plasmáticas. Quando tem o CRAB, é chamado de mieloma sintomático. Esse que vai ser basicamente o objeto da aula. Uma discrasia de célula plasmática mielomatosa sintomática. Existem alguns mielomas chamados de assintomáticos, também chamados de indolentes/Smouldering. Muito difícil pegar nessa fase, às vezes nem entra com tratamento muito agressivo, espera até o CRAB. O segundo plano nessa discrasia de célula plasmática que é uma situação bastante frequente, é a chamada gamopatia monoclonal de significado indeterminado ou incerto(GMSI). A gamopatia é um passo para o mieloma, a gamopatia você não trata mas o mieloma sim, então tem que fazer o diagnóstico correto. Alguns casos há o mieloma localizado, só uma lesão de mieloma, no rosto por exemplo. É chamado de mieloma solitário ou plasmocitoma solitário. O tratamento é brilhante, consegue estabilizar a doença. Ele não é frequente. Macroglobulinemia de Waldenstrom que só vamos citar. Amiloidose é outra situação em que ocorre a discrasia de células plasmáticas. Ela pode ser primária ou secundária, aqui nós estamos falando da primária. Na secundária, ela é secundária a alguma coisa, o próprio mieloma pode dar amiloidose. Disse que não iria falar mas que é bom estudar sobre amiloidose. O diagnóstico não é tão difícil de fazer desde que você pense nele. PLASMOCITOMA EXTRA-MEDULAR LEUCEMIA DE CÉLULAS PLASMÁTICAS Situações mais raras que não DOENÇA DA CADEIA PESADA vai entrar em detalhe. Mieloma x GMSI Primeira coisa: mieloma requer, para diagnóstico, no mínimo 10% de células plasmáticas na medula óssea, a gamopatia menos de 10%. O mieloma também é uma gamopatia monoclonal, seja no soro, seja na urina. No GMSI também tem no soro e na urina o que difere é a quantidade da gamopatia monoclonal, no mieloma é >3g/dl já no GMSI é <3g/dl (IgG) e <2g/dl (IgA). Então a diferença é quantitativa da imunoglobulina secretada pela célula mielomatosa. O mieloma tem o CRAB, a gamopatia não tem. O mieloma pode ser IgG, IgA e IgM, já o GMSI pode ser IgG e IgA. O CRAB é quando tem mais de 10% de células plasmáticas na medula óssea, tem o cálcio > 11,5 mg/dl (hipercalcemia devido a lesão óssea), tem uma disfunção renal identificada pela creatinina > 2mg/dl, anemia identificada pela Hb<10 mg/dl e lesões ósseas, que podem ser líticas ou osteoporóticas, a mais comum é a lítica. Aqui nós temos as células do mieloma, que são plasmócitos jovens chamados plamoblastos, com características malignas, daí o nome célula mielomatosa. 90% ou mais das vezes essas células mielomatosas começam a produzir anticorpos. Esses anticorpos não são normais, eles são produzidos exageradamente sem função nenhuma em detrimento da produção normal. Então o indivíduo acaba tendo até uma deficiência do normal e tem um aumento do anormal. Essa produção é monoclonal, ou seja, essa doença pode só produzir IgG, predomina IgA ou IgM. Se tivesse mais de uma imunoglobulina seria policlonal. Essa imunoglobulina que é uma proteína que não é normal é chamada de proteína M ou paraproteína. Todo mundo tem plasmócito em quantidade pequena na medula. O plasmócito, por uma razão qualquer, sofre uma transformação e passa a ser uma célula maligna. Plasmócito normal -> agentes geram a perda da apoptose -> plasmócito perde a auto-regulação, se prolifera desordenadamente, adquire o caráter proliferativo e invasivo, caracterizando uma neoplasia. Todos nós temos os proto-oncogenes silenciosos e temos também no nosso organismo os genes supressores dos oncogenes. Uma exposição química, física, biológica, cromossomopatia (carcinogênese genética), levam a um desequilíbrio. Os proto-oncogenes se transformam em oncogenes. Aparecimento de células com potencial maligno, há também perda do mecanismo de ação dos genes supressores. A célula mielomatosa é a protagonista da doença, nós já sabemos como ela foi formada, foi pela malignização do plasmócito normal. Essa célula vai invadir a medula óssea, mais de 10% das células nucleares da medula. Então primeiro ocorre a invasão medular alta, depois há lesão óssea,osteólise, osteoporose, osteopenia, dá pra ver a lesão osteolítica, lesão em saca-bocado, como se tivesse dado uma mordida. Vão ter alterações no proteinograma: hipergamaglobinemia, monoclonal(IgG ou IgA, é uma das duas, não é misto. O mais frequente é o IgG). Proteinogama ou eletroforese de proteínas Albumina primeiro, alfa 1, alfa 2, beta, gamaglobulina (fininha porque é um tipo só. Se policlonal a curva seria aberta). Olhem a quantidade de paraproteína, que é a imunoglobulina patológica, no mieloma. Há 3 elementos básicos para o diagnóstico. Se tiver 2 já faz o diagnóstico, se tiver os 3, bate o martelo. Mieloma, vamos repetir, é uma neoplasia maligna do sistema linforreticular, particularmente dos plasmócitos. Como o plasmócito vem de um linfócito B, o mieloma não deixa de ser uma neoplasia do linfócito B. Só que o linfócito avançou para plasmócito, se tivesse parado como linfócito, seria linfoma. Então é muito sutil a separação do linfoma para o mieloma. Atendemos um paciente: tinha lesão lítica, proteinograma alterado e uma infiltração medular. Pensamos em mieloma. O que tem que fazer? - EXAMES DE SANGUE: Hemograma, plaquetas, VHS(mieloma é o que mais aumenta o VHS), uréia, creatinina (pra ver se tem CRAB), cálcio(CRAB), proteína C reativa (reflete a massa tumoral quando está muito alta), beta-2 microglobulina (mostra o grau de proliferação de células),eletroforese de proteínas, dosagem das imunoglobulinas (pra ver se é IgG, IgA ou IgM). Quando faz a eltroforese vê o pico de gama, mas qual gama? Só se sabe com a dosagem da imunoglobulinas; - IMUNOFIXAÇÃO PROTEÍNAS SANGUE/URINA (Fazer principalmente quando a eletroforese não estiver alterada. A imunofixação é uma técnica apurada de identificar cadeias leves dos anticorpos, pode ser lambda ou kappa, no sangue ou na urina); - BIÓPSIA DE MEDULA ÓSSEA: mielograma, histopatológico; - IMAGEM: RX, CT, RM, cintilografia óssea. Para fazer a localização. O raio-X já ajuda muito, a tomografia evidencia mais e a ressonância é o supra-sumo. A cintilografia não é um exame eleito para o mieloma, ela capta muita lesão óssea quando tem regeneração no foco da lesão. Na osteomielite ela é ótima, porque tem a fase de proliferação onde tem a lesão. A não ser um raro mieloma esclerótico. Então abadona a cintilografia em caso de mieloma; - IMUNOFENOTIPAGEM - IMUNO-HISTOQUÍMICA - EXAME DE URINA: EAS, proteína de Bence Jones, Eletroforese - CITOGENÉTICA
Compartilhar