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Controle do crescimento bacteriano Ma. Ana Carolina da Silva Santos Laboratório de Bacteriologia Médica – UNESP/Botucatu anacarol1712@gmail.com http://1drv.ms/1Lg2ftS Metabolismo bacteriano Nutrientes necessários para bactéria crescer Condições ideais Métodos de controle Esterilização Inibição Descontaminação Desinfecção Métodos de controle Esterilização: morte/remoção de todos os organismos viáveis presentes no material Inibição Descontaminação Desinfecção Métodos de controle Esterilização: morte/remoção de todos os organismos viáveis presentes no material Inibição: Limita-se o crescimento dos microrganismos Descontaminação: Desinfecção Métodos de controle Esterilização: morte/remoção de todos os organismos viáveis presentes no material Inibição: Limita-se o crescimento dos microrganismos Descontaminação: Tratamento de objeto/superfície a fim de tornar seguro sua manipulação Desinfecção Métodos de controle Esterilização: morte/remoção de todos os organismos viáveis presentes no material Inibição: Limita-se o crescimento dos microrganismos Descontaminação: Tratamento de objeto/superfície a fim de tornar seguro sua manipulação Desinfecção: direcionada diretamente contra organismos patogênicos Agentes desinfectantes: matam/inibir crescimento de patógenos Métodos de controle do crescimento bacteriano Agentes bactericidas: que matam as bactérias Agentes bacteriostáticos: que impedem o crescimento das bactérias Controle do crescimento bacteriano Agentes físicos Agentes químicos Agentes antimicrobianos utilizados in vivo Métodos físicos do controle bacteriano Controle por agentes físicos Métodos físicos são utilizados principalmente para promover a descontaminação microbiana, desinfecção e esterilização Impede o crescimento microbiano ou promover a descontaminação de áreas ou materiais Esterilização pelo calor Método mais utilizado de esterilização Todos os microrganismos apresentam uma temperatura ótima de crescimento → Altas temperaturas: desnaturação de proteínas e macromoléculas Calor: mata microrganismos pela desnaturação de enzimas Esterilização pelo calor Calor úmido Fervura Mata a maioria dás formas vegetativas de patógenos bacterianos, vírus e fungos em cerca de 10 minutos Alguns vírus (hepatite) e esporos bacterianos são resistentes à fervura Esterilização pelo calor Calor úmido: AUTOCLAVE Dispositivo de aquecimento selado, que permite a entrada de vapor sob pressão A pressão permite que a temperatura do vapor atinja valores superiores a 100ºC Autoclave Autoclave: Pressão de 1,1 kg/cm2 Temperatura de 121°C Nestas condições, o vapor mata todos os microrganismos e endosporos em um tempo de 15 minutos. Autoclave Cuidados ao utilizar a autoclave: Superfície necessita estar em contato com o vapor Vidros, bandagens: deve-se ter o cuidado para que o vapor entre em contato com toda superfície Evitar o aprisionamento de ar em recipientes fechados O aquecimento de recipientes grandes requer tempo extra Frasco 2.000 ml = Tempo: 30 minutos Autoclave Pasteurização Também é um método de esterilização por calor Utiliza aquecimento precisamente controlado para reduzir a carga microbiana presente no leite e em outros líquidos sensíveis ao calor. NÃO mata todos os microrganismos Lenta (62,8°C/30 min) → 5°C. Rápida (71,7°C/15 seg) → 5°C (Reduz contagem entre 97 e 99%) Pasteurização Esterilização por calor seco Efeitos de oxidação Chama direta: Flambagem em Bico de Bunsen Fornos Pasteur Incineração Esterilização por calor seco Flambagem/Incinerção Eliminação direta de microrganismos Forno Pasteur Ar quente – 170°C por 2 horas Calor no ar é conduzido mais lentamente que o calor na água Esterilização por radiação Micro-ondas Radiação ultravioleta Raios X Raios γ Eletrons Podem reduzir de maneira eficaz o crescimento microbiano quando aplicados em doses e períodos de tempo apropriados Cada tipo de energia apresenta um mecanismo diferente Radiação ionizante Radiação não ionizante Esterilização por radiação Radiação ionizante: Radiação eletromagnética com energia para produzir íons a partir de moléculas reativas Ionização da água: Forma radicais hidroxila (-OH) Radicais reagem com os componentes celulares Esterilização por radiação Radiação não ionizante: Ultravioleta Causa danos ao DNA que inibe a replicação correta do DNA nas cálulas. Luz UV: Germicida Salas de hospitais, enfermarias Salas cirúrgicas Fluxo laminar Esterilização por radiação Esterilização por filtração Método que separa mecanicamente microrganismos de materiais fluidos (ar/líquidos) O material passa através de um filtro que contém poros de dimensões muito pequenas que impedem a passagem de microrganismos Seleção de filtros deve levar em conta a variação do tamanho dos contaminantes a serem excluidos Filtro de profundidade: conjunto aleatório de fibras de papel ou de borossilicato (vidro) sobrepostas formando uma camada espessa Empregados na esterilização do ar em processos industriais Importantes para fins de biossegurança HEPA: High-efficiency particulate air Eficiência de 99,97% Esterilização por filtração Membranas filtrantes: Tipos mais comuns de filtro Polímeros que suportam altas tensões Utilizadas na esterilização de líquidos termolábeis Esterilização por filtração Outros métodos de controle por agentes físicos Refrigeração: Ação bacteriostática Alta pressão: Destrói estrutura moleculares de proteínas e carboidratos. Não destrói esporos. Dessecação: Processo de ressecamento. Microrganismos não crescem ou se reproduzem, mas se mantêm viável. Pressão osmótica: Alta concentração de solutos → meio hipertônico → desidrata a célula bacteriana Métodos químicos do controle bacteriano Agentes químicos Utilizados para controlar o crescimento microbiano em tecidos vivos e objetos inanimados Maioria: reduz as populações microbianas em níveis seguros ou removem as formas vegetativas de patógenos Agentes químicos Devemos considerar: O material a ser desinfetado A natureza e ação do desinfetante Se o material está apto a desinfecção Agentes químicos Tipos de Agentes: Esterilizantes Desinfectantes Sanitizantes Antissépticos Agentes químicos: Esterilizantes Utilizados em situações onde o uso do calor ou radiação são inviáveis na descontaminação Destroem toda forma de vida microbiana, incluindo os endospóros Agentes químicos: Desinfetantes Matam microrganismos vivos mas não necessariamente os endósporos Utilizados geralmente em residências, piscinas, sistemas de purificação de água Agentes químicos: Sanitizantes Reduzem, porém não eliminam, o número de microrganismos a níveis considerados seguros Utilizados na indústria em equipamentos que entram em contato com alimentos Utilizados para tratar superfícies como balcões, pisos, paredes, etc Agentes químicos: Antissépticos Também chamados de germicidas Matam ou inibem o crescimento de microrganismos, sendo atóxicos o suficiente para serem utilizados em tecidos vivos. Compostos utilizados para lavagem das mãos ou tratamento de superfícies Em alguns casos também podem ser desinfetantes eficazes Fenol e compostos fenólicos Exercem sua ação lesionando as membranas plasmáticas Antigamente, muito utilizado no controle de infecções cirúrgicas em salas de operação Atualmente é raramente utilizado pois irrita a pele e tem odor desagradável Os derivados de fenol (compostos fenólicos) → moléculas quimicamente alteradas para diminuir propriedades irritantes ou aumentar atividade antimicrobiana em combinação com sabão/detergente Fenol e compostos fenólicos Bifenois: Derivados do fenol que possuem dois grupos fenólicos ligados por uma ponte Utilizados em procedimentos cirúrgicos e hospitalar, em berçários e em formulações de sabonetes e pasta de dente Espectro de Ação: Gram ( + ) e ( -), BAAR Tempo de exposição: Efeito é imediato. Alcoois Exercem sua ação desnaturando proteínase dissolvendo os lipídeos Matam efetivamente bactérias e fungos, mas não endósporos e vírus não envelopados Geralmente utilizados para aumentar a efetividade de outros agentes químicos Etanol – 70% Isopropanol Agentes de superfície São agentes tensoativos ou surfactantes que reduzem a tensão superficial entre as moléculas de um líquido Sabões/detergentes: Atua principalmente na remoção mecânica de microrganismos pela emulsificação e esfregação, que elimina resíduos das superfícies Detergentes não iônicos Agentes de superfície Sanitizantes ácidos-aniônicos: Importantes na limpeza de utensílios e equipamentos pra laticíneos Capacidade de limpeza → porção carregada (ânion) que reagem com a membrana plasmática Detergentes catiônicos (quats): Modificações do íon amônia, molécula carregada positivamente (cátion) Afetam a membrana plasmática, alteram a permeabilidade da membrana e causam a perda de componentes citoplasmáticos Halogênicos Iodo e Cloro: agentes antimicrobianos eficazes tanto isoladamente como constituintes de compostos inorgânicos ou orgânicos Iodo (I2): eficaz contra todos os tipos de bactérias, muitos endósporos, vários fungos e alguns vírus Impede síntese de proteínas e causa alteração na membrana Cloro (Cl2): Ação pela formação do ácido hipocloroso quando adicionado à água Forte agente oxidante que impede o funcionamento de boa parte do sistema enzimático celular Grupo de agentes oxidantes que inclui peróxido de hidrogênio e ácido peracético H2O2: Desinfeta efetivamente objetos inanimados, e chega a apresentar efeito esporocida nestas aplicações, especialmente em concentrações elevadas Efeito antimicrobiano por meio da oxidação de moléculas nas células. O ácido peracético (PAA, ácido peroxiático) é um dos mais efetivos esporocidas químicos líquidos disponíveis e pode ser usado como esterilizante. Seu modo de ação é similar ao do peróxido de hidrogênio Peróxigênios Prata, mercúrio e cobre Ação oligodinâmica: Quantidades muito pequenas de metais exercem ação antimicrobiana Quando os íons de metal pesado se combinam com os grupos sulfidrila(–SH), as proteínas são desnaturadas Mertiolate, Nitrato de prata Metais pesados Aldeidos e Óxido de etileno Os aldeídos como o formaldeído e o glutaraldeído exercem seu efeito antimicrobiano pela inativação das proteínas. Eles estão entre os mais efetivos desinfetantes químicos Gás formaldeído, Formalina Glutaraldeído: Desinfecção de produtos hospitalares Óxido de etileno: quimioesterilizante gasoso Sua atividade depende da alquilação de proteínas Requer a utilização de uma câmara fechada Agentes antimicrobianos utilizados in vivo Drogas antimicrobianas Utilizadas para controle de doenças infecciosas Compostos químicos de uso interno Classificadas de acordo com: sua estrutura molecular, mecanismo de ação e espectro da atividade antimicrobiana Sintéticos → Produzidos sinteticamente (Quimioterápicos) Antibióticos → Produzidos por organismos vivos Antibióticos Agentes antimicrobianos produzidos por microrganismos Produzidos por bactérias e fungos para inibir ou matar outros microrganismos Podem ser modificados artificialmente para aumentar sua eficácia (semi-sentéticos) Antibióticos Susceptibilidade de microrganismos aos antibióticos varia individualmente Bactérias Gram + e Gram – diferem quanto a suscetibilidade à penicilina (G- são resistentes) Antibióticos de amplo espectro Antibióticos de pequeno espectro Antibióticos Vão poder agir através da inibição de diversos processos e atividades celulares importantes aos microrganismos alvos Síntese proteica Síntese da parede celular Transcrição Antibióticos β-lactâmicos Apresentam em sua estrutura o anel-β-lactâmico Penicilinas Cefalosporinas Cefamicinas Antibióticos β-lactâmicos Mecanismo de ação: Inibição da síntese da parede celular Impede a ligação cruzada entre peptídeoglicanos, no estágio final da construção da parede celular Parede celular fragilizada e autodegradada Diferença de pressão osmótica Altamente seletivos → atóxicos às células do hospedeiro Antibióticos β-lactâmicos Penicilina Descoberta por Alexandre Fleming, em 1929 Penicilina G: primeiro antibiótico de utilidade clínica Ativa contra bactérias Gram positivas Tratamento contra estreptococcus, estafilococcus e espiroquetas Suscetíveis à penicilases (β-lactamases): enzimas produzidas por bactérias que clivam o anel-β-lactâmico Antibióticos β-lactâmicos Penicilina Modificadas quimicamente (semissintéticas): eficazes contra bactérias Gram negativas Ampicilina, Amoxilina, Carbenicilina Algumas penicilinas semissintéticas também são resistíveis à penicilases Oxacilina, meticiina Combinadas com clavulanato de potássio: resistência às β-lactamases Antibióticos β-lactâmicos Cefalosporina Produzidas pelos fungos Cephalosporium sp. Apresentam um anel-β-lactâmico e anel di-hidroziatina Antibióticos semissintéticos que apresentam espectro de ação mais amplo que as penicilinas e são mais resistentes à β-lactamases Antibióticos polipeptídicos Bacitrina: Efeitivo contra bactérias Gram+ (estafilococus e estreptococus) Inibe a síntese da parede celular em fase anterior da inibida pelos β-lactâmicos Vancomicina: Espectro restrito, muito eficaz contra Sthaphylococcus aureus resistentes Surgimento de enterococcus resistentes à vancomicina (VRE) Antibióticos: Clorofenicol Inibe a formação das ligações peptídicas nas cadeias nascentes de poliptídeos, agindo sob a porção 50S do ribossomo Barato, amplo espectro de ação Efeito adversos: supressão da atividade da medula óssea Antibióticos: Aminoglicosídeos Antibióticos contendo animoaçúcares, unidos por ligações glicosídicas Estreptomicina e relacionados (neomicina, gentamicina) Tem como alvo a unidade 30S do ribossomo, inibindo a síntese proteica Efeitos colaterais graves (neurotoxicidade e nefrotoxicidade) Infecções Gram+ Antibióticos reserva Antibióticos: Tetraciclina Produzido por Streptomyces, importante uso medicinal em humanos Primeiro antibiótico de amplo espectro (G+ e G-, clamídeas) Interferem na atividade do ribossomo, alterando a unidade 30S Inibição da síntese proteíca Grande importância médica Amplo espectro: Suprimem a microbiota intestinal Antibióticos: Macrolídeos Apresentam anel lactona ligado à açúcares Eritromicina: amplo espectro, tem como alvo a unidade 50S do ribossomo, inibindo a síntese proteíca Ineficaz contra bacilos Gram negativos Alternativa à penicilina Antibióticos Estreptograminas: Combinação de dois peptídeos cíclicos. Bloquear a síntese proteica, ligando-se à unidade 50S do ribossomo Eficiente contra ampla gama de bactérias Gram+ resistentes à outros antibióticos Oxazolidinomas: Impedem a síntese proteica, ligando-se a unidade 50S do ribossomo. Age principalmente em bactérias Gram +. Totalmente sintéticas → Baixa resistência Antibióticos Daptomicina: lipopeptídeo cíclico. Liga-se à membrana, formando poros e causando depolarização. Bactérias Gram+, estafilococcus e estreptococcus Platensimina: Inibe seletivamente enzima bacteriana central na síntese de ácidos graxos, bloqueando a síntese de lipídeos Bactérias Gram+, incluindo infecções causadas por Staphylococcus aureus resistentes à meticilina e enterococos resistentes à vancomicina Antibióticos Danos à membrana plasmática: bloqueio do processo de síntese de ácidos graxos Isoniazida, triclosano Polimixina B: muito eficaz contra bactérias Gram negativas Antibióticos Rifamicinas: Inibem a síntese de mRNA. Uso contra micobactérias no tratamento de tuberculose e lepra Quinolonas/Fluoroquinolonas: inibição seletiva da DNA-girasse, necessária a replicação do DNA. Tratamento de infecções urinárias, pneumonia Pode-se desenvolver rapidamente resistência Antibióticos Isoniazida: Sintética, eficiente contra Mycobacterium tuberculosis (BAAR) Age inibindo a síntese de ácido micólico Geralmente uso combinado com outras drogas (rifampicina ouetambutol) Etambutol: Efetiva contra micobactérias. Inibe a incorporação de ácido fenólico à parece celular Antibióticos Sulfonamidas: Primeiro agente antimicrobiano sintérico utilizado contra doenças Drogas bacteriostáticas Inibindo a síntese de ácido fólico A combinação com outras drogas, aumenta espectro de atividade e reduz resistência Utilizado no tratamento de infecções urinárias
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