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Depressão na Infância- Trabalho de Conclusão de Curso UNIJUI

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0 
 
UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO 
RIO GRANDE DO SUL 
 
DHE- DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
 
 
ANGÉLICA MARIA SCHNEIDER 
 
 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA ROSA 
 2016 
1 
 
ANGÉLICA MARIA SCHNEIDER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEPRESSÃO NA INFÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado como requisito parcial ao curso 
de Psicologia da Universidade Regional do 
Estado do Rio Grande do Sul, UNIJUÍ, para 
obter o título de psicóloga. Departamento de 
Humanidades e Educação – DHE. 
 
 
 
 
 
Orientadora: Ms Taís Cervi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTA ROSA 
2016 
2 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta, bem como as demais 
conquistas, àquela pessoa que se 
fez constante na minha vida 
acadêmica, me apoiando, dando 
força e carinho. Agradeço por ela ter 
sido paciente nesse percurso e por 
ter me apoiando em todos os 
momentos não apenas dessa 
trajetória, mas de toda a minha vida. 
Mãe, essa vitória não é só minha, é 
sua também. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Lino e Inês, que com muito 
carinho e apoio não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa da 
minha vida. 
Ao meu irmão, Augusto, e a todos os familiares, pela participação 
involuntária, mas significativa nesse trabalho. 
Aos meus amigos Darlene, Rúbia, Bruna, Jana, Cris, Mari, Tieli, Luana, 
Carinne, Letícia, Tayline, Cleonice e Juliana que me deram apoio, 
incentivaram-me na busca pelos meus objetivos e auxiliaram nos momentos 
mais difíceis desse percurso. Agradeço a todos por fazerem parte da minha 
vida e peço desculpas pelas vezes em que estive ausente devido aos estudos. 
 Agradeço também a minha orientadora, Taís Cervi, que com suas 
importantes contribuições, paciência nas orientações e incentivo possibilitou-
me o êxito de meu trabalho. 
 A todos vocês, muito obrigada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
EPÍGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se você encontrar um caminho sem 
obstáculos, ele provavelmente não 
leva a lugar nenhum.” 
(Frank Clark) 
5 
 
RESUMO 
 
A depressão infantil vem recebendo destaque no decorrer dos últimos anos e 
está repercutindo com maior intensidade no contexto atual. O objetivo deste 
estudo foi analisar a produção científica nacional no que diz respeito à 
depressão infantil. Trata-se de um estudo de revisão de literatura narrativa de 
abordagem qualitativa e caráter descritivo. Realizou-se uma busca eletrônica 
que ocorreu nos meses de julho e agosto de 2016, sem recorte temporal, 
utilizando duas bases de dados: a Base de Dados Literatura Latino-Americana 
e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Base de Dados Scientific 
Eletronic Library Online (SCIELO). Os descritores de assunto utilizados foram 
“depressão”, crian$ e “PORTUGUES”. A seleção da amostra resultou em 10 
artigos, que foram analisados por meio da análise de conteúdo proposta por 
Minayo (2014), dos quais emergiram três categorias/capítulos. A primeira está 
relacionada às características da depressão infantil e à influência do ambiente 
familiar e social. A segunda diz respeito à depressão infantil e às 
consequências no rendimento escolar e a terceira e última categoria/capítulo 
refere-se aos instrumentos para diagnóstico e avaliação da depressão infantil. 
Concluiu-se que a depressão na infância está associada a questões psíquicas, 
físicas e cognitivas que podem ocasionar em muitas consequências na vida da 
criança, interferindo significativamente nas suas relações familiares, sociais e 
escolares. Além disso, verificou-se a importância dos instrumentos para a 
realização precisa do diagnóstico e uma carência de estudos que se dedicam à 
depressão infantil, mais especificadamente no que diz respeito à área da 
Psicanálise. 
 . 
Palavras-chave: Psicologia. Depressão. Criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7 
1 METODOLOGIA ........................................................................................... 11 
1.1Delineamento do estudo ........................................................................... 11 
1.3 Análise dos dados .................................................................................... 12 
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 14 
3 A DEPRESSÃO INFANTIL: CARACTERIZAÇÃO E A INFLUÊNCIA DO 
AMBIENTE FAMILIAR E SOCIAL ................................................................... 16 
3.1 Depressão infantil .................................................................................... 17 
3.2 Influência Familiar .................................................................................... 21 
3.3 Influência de Fatores Sociais .................................................................. 22 
4 A DEPRESSÃO INFANTIL E SUAS CONSEQUÊNCIAS ............................ 25 
NO RENDIMENTO ESCOLAR ........................................................................ 25 
5 INSTRUMENTOS PARA DIAGNÓSTICO .................................................... 29 
CONCLUSÃO .................................................................................................. 33 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
 
A depressão é um transtorno de humor severo, que pode atingir todas as 
faixas etárias e apresentar um alto crescimento em crianças e jovens. Os 
motivos desse aumento não foram esclarecidos, mas a depressão se 
apresenta como o mais novo mal-estar da contemporaneidade, pois o sujeito 
depressivo não consegue se adaptar às normas propostas pelo social, 
ocupando um lugar de desajuste. Dessa forma, ele não é capaz de 
acompanhar, ao mesmo tempo, o que o Outro demanda (KEHL, 2009). 
Kehl (2009) faz um recorte do autor Fédida, que afirma que a origem da 
depressão está relacionada a uma questão de tempo, ou seja, o sujeito 
depressivo não se encontra na mesma sintonia com o tempo do outro, 
apresentando, por isso, sentimentos inquietantes e angustiantes. Dessa forma, 
a depressão torna-se um mal-estar que intimida àqueles que estão 
acostumados com os imperativos do século, no qual tudo precisa ser realizado 
às pressas, e há a busca de ostentação e de exibicionismo do consumo 
excessivo, entre outros. Esse mal-estar se relaciona a um sintoma social, pois 
desestrutura lenta e silenciosamente uma rede de sentidos e crenças que 
sustentam e organizam a vida social do sujeito do século XXI. Dessa maneira, 
o sujeito depressivo sente-se perdido no seu tempo, sendo que a solidão 
provoca o agravamento de seu estado, impedindo o contato com o social. 
De acordo com Kehl (2009): 
 
Depressão é o nome contemporâneo para os sofrimentos decorrentes 
da perda do lugar dos sujeitos junto à versão imaginário do Outro. O 
sofrimento decorrente de tais perdas de lugar, no âmbito da vida 
pública (ou, pelo menos, coletiva), atinge todas as certezas 
imaginárias que sustentam o sentimento de ser. Oaumento da 
incidência dos chamados “distúrbios depressivos”, desde as três 
últimas décadas do século XX, indica que devemos tentar indagar o 
que as depressões têm a nos dizer, a partir do lugar até então 
ocupado pelas antigas manifestações da melancolia, como sintomas 
das formas contemporâneas do mal-estar (KEHL, 2009, p.49, grifo do 
autor). 
 
A expressão melancolia é usada desde a antiguidade, sendo que muitos 
a descreveram. Hipócrates, no século IV a. C., classificou a mania e melancolia 
como formas possíveis de loucura. No entanto, as primeiras noções sobre o 
conceito de transtorno de humor foram construídas no século XIX por dois 
8 
 
franceses, Bailarger e Falret, que as descreveram como uma variação entre 
episódios de humor maníaco e depressivo separados por períodos de lucidez 
(KAPLAN; SADOCK; GREBB, 1997). 
Na contemporaneidade, a depressão abrange uma condição sintomática 
do mal-estar. Ela, desde os tempos antigos (Idade Média) até a Modernidade, 
foi ocupada pela melancolia, sendo que não era associada à idéia de doença, 
mas a um traço predominantemente do intelecto e do refinamento social. O 
termo melancolia, antes de Freud, era considerado um mal-estar que revelava 
um desajuste entre integrantes de alguma sociedade e as maneiras com o qual 
se fazia o laço social. Era representado, também, como uma forma pela qual o 
sujeito perdia o lugar junto ao grande Outro. Assim sendo, os estados 
melancólicos são entendidos “como variações do sintoma social e 
representavam preciosos elementos da compreensão das condições de 
inclusão dos sujeitos no laço social ao longo da história” (KEHL, 2009, p.44). 
Freud (1917), na tentativa de compreender a depressão, descreveu-a 
como uma relação entre a perda objetal1 e a melancolia, dizendo que o sujeito 
deprimido sente-se frustrado e essa frustração é voltada a si mesmo (para seu 
íntimo), de modo que ocorre a identificação com esse objeto perdido. Dessa 
forma, o sujeito melancólico manifesta um grande empobrecimento do seu ego 
e uma excessiva diminuição da autoestima. Logo, seu ego apresenta-se como 
privado de valor, impedido de realizar-se e desprovido de apreço, fazendo com 
que o sujeito sinta inferior ao Outro. 
O sujeito depressivo sente-se culpado por não corresponder aos ideais 
propostos da contemporaneidade, ou seja, ser aquele sujeito que precisa estar 
feliz e bem o tempo todo, em que “a tristeza, os desânimos, as simples 
manifestações da dor de viver parecem intoleráveis em uma sociedade que 
aposta na euforia como valor agregado a todos os pequenos bens em oferta no 
mercado” (KEHL, 2009, p.31). Da mesma forma, Roudinesco (2000) afirma que 
 
1
 Freud apresenta esse termo para explicar como o estado melancólico se desenvolve como 
sendo a perda de um objeto constituinte do sujeito, o objeto de amor. O processo de 
constituição se dá na escolha objetal, numa ligação da libido com determinada pessoa, sendo 
que, num dado momento, ocorre um desencanto por essa pessoa amada e essa relação 
objetal se “destrói”. A libido desse objeto foi retirada e desloca-se para um novo objeto; todo 
esse investimento sobre esse objeto mostra-se faltante quanto às resistências e foi “destruído”. 
Toda a energia psíquica desse processo não foi deslocada para outro objeto, mas afastada 
para o ego, numa tentativa de estabelecer uma identificação entre o ego e o objeto 
abandonado (FREUD, 1917, p. 254). 
9 
 
“a depressão tornou-se uma epidemia psíquica das sociedades democráticas, 
ao mesmo tempo em que se multiplicam os tratamentos para oferecer a cada 
consumidor uma solução honrosa” (p. 17). Assim, o sujeito, não dando conta 
dos ideais apresentados pelo social, recorre a medicamentos que, de certa 
forma, completem esse sofrimento. 
As substâncias químicas transformaram o cenário que antes era 
denominado “loucura”, sendo os manicômios esvaziados e as camisas de força 
substituídas por medicamentos. Sabe-se que os medicamentos não podem 
curar uma doença mental, mas inovaram as representações do psiquismo e 
criaram um novo homem, civilizado e aparentemente sem demonstração de 
humor, desprovido de algo que o instigue e portador de um sentimento de 
desvalorização por não ser conforme os ideais que lhe são propostos 
(ROUDINESCO, 2000). 
Em meio a tudo isso, a depressão pode se manifestar em qualquer idade 
e os sintomas se alteram dependendo da faixa etária. Essa patologia não 
atinge apenas a fase adulta, pois ela está presente em uma grande parcela de 
crianças e pode estar relacionada com questões do ambiente familiar, social ou 
escolar. 
Constata-se que os problemas emocionais em crianças estão 
apresentando um enorme crescimento, principalmente a depressão infantil, que 
se mostra como uma patologia que desliza sobre problemas escolares, 
problemas relacionados à aprendizagem, problemas comportamentais e perdas 
do desempenho psicossocial. Além disso, essa patologia é reflexo dos 
problemas relacionados a um ambiente familiar desestruturado ou um ambiente 
no qual a criança vivencia situações de violência física e psicológica. 
Em razão disso, a depressão infantil vem ganhando destaque no 
decorrer destes últimos anos, sendo que, com o pequeno avanço dos 
diagnósticos, essa patologia está repercutindo com mais intensidade no 
contexto atual. Anteriormente, a depressão era vista apenas no contexto do 
adulto, de modo que não se acreditava que ela poderia existir em crianças. Tal 
fato era aceito porque pensava-se que elas não tinham maturidade psicológica 
e nem estrutura cognitiva para a experiênciar. Isso porque tinha-se a ideia de 
que a criança não saberia falar sobre essa patologia por falta de compreensão 
para poder verbalizar esses sentimentos. 
10 
 
Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo discorrer acerca do 
tema depressão infantil, bem como sobre os fatores que levam a criança a 
desencadear sintomas depressivos com relação à família, ao social e à escola. 
Tal temática justifica-se a partir de questionamentos sobre a possibilidade de 
que as crianças poderiam vivenciar sintomas depressivos e, além disso, a partir 
do desejo de investigar os impactos dessa patologia na vida infantil. 
Tal investigação foi realizada a partir de uma revisão de literatura 
narrativa que utilizou a pesquisa de artigos científicos relacionados ao tema em 
questão. Com base nesses artigos, foram desenvolvidas três 
categorias/capítulos. 
No capítulo intitulado “A depressão infantil: caracterização e a influência 
do ambiente familiar e social” serão desenvolvidas questões decorrentes da 
incidência do ambiente familiar e social e sua influência como causadores de 
graves efeitos na vida da criança. 
No capítulo seguinte, denominado “A depressão infantil e suas 
consequências no rendimento escolar”, serão abordadas as consequências 
decorrentes da depressão infantil no rendimento e na vida escolar da criança. 
Isso se justifica porque há pesquisas que indicam que crianças depressivas 
apresentam um baixo rendimento escolar por conta dos sintomas associados à 
depressão, o que leva a afetar seu desempenho psicossocial. 
Por fim, o último capítulo – “Instrumentos para diagnóstico e avaliação 
da depressão infantil” está relacionado aos instrumentos para diagnóstico e 
avaliação da depressão infantil, sendo que os instrumentos que serão aqui 
apresentados são os mesmos identificados ao longo dos artigos selecionados 
para essa pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1 METODOLOGIA 
 
1.1 Delineamento do estudo 
 
A presente pesquisa se refere a um estudo de revisão narrativa que não 
utiliza critériosformais ou regrados na busca de análise crítica de literatura, 
sendo que essa busca não precisa terminar pelas fontes de informação e não 
utiliza estratégias sofisticadas ou exaustivas para a investigação de artigos. Os 
estudos selecionados e a interpretação das informações vão de acordo com os 
critérios de cada autor, de modo que esse é o modelo de estudo utilizado para 
a fundamentação teórica de artigos, dissertações, teses e trabalhos de 
conclusão de curso. Esse estudo baseia-se no modelo de abordagem 
qualitativa2. 
 
1.2 Procedimentos 
 
A pesquisa foi realizada nos meses de julho e agosto de 2016, sem 
recorte temporal, utilizando duas bases de dados: a Base de Dados Literatura 
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e a Base de 
Dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Em ambas as bases de 
dados, a pesquisa foi realizada por meio do formulário avançado. Para a 
realização da busca das produções científicas na Base de Dados LILACS, 
utilizou-se os descritores e idioma da seguinte maneira: “depressão” [Descritor 
de assunto] and crian$ [Descritor de assunto] and “PORTUGUES” [Idioma]. A 
busca realizada na SCIELO ocorreu da seguinte maneira: “DEPRESSAO” 
[Todos os índices] and crian$ [Todos os índices]. Para a realização dessa 
pesquisa, foi utilizado o símbolo de truncagem $ (cifrão) para pesquisar 
palavras da mesma origem no descritor de assunto, de modo que a busca 
sobre o assunto fosse mais abrangente. 
 
2
 As informações referentes à revisão narrativa foram retiradas da biblioteca Dante Moreira 
Leite, Instituto de Psicologia, da Universidade de São Paulo. Disponível em: 
http://www.ip.usp.br/portal/images/biblioteca/revisao.pdf 
http://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf. Acesso em 
12/08/2016. 
12 
 
Foram utilizados como critérios de inclusão artigos que fossem originais, 
publicados em periódicos científicos, em português, disponíveis na íntegra 
gratuitamente e que atendessem à temática relacionada à pesquisa - 
depressão infantil. Como critérios de exclusão, foram utilizados estudos de 
revisão, estudos de reflexão, relatos de experiências, teses e dissertações, 
manuais, estudos de caso e livros e artigos que não estavam disponibilizados 
na íntegra. Para a captação das publicações selecionadas, foram utilizados os 
links disponíveis diretamente nas bases de dados, a busca no Portal 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o 
portal do periódico em que o artigo foi publicado. 
O estudo foi organizado em cinco etapas, sendo que a primeira iniciou 
pela delimitação dos descritores de assunto e do idioma. A segunda etapa 
consistiu na escolha das Bases de Dados a serem utilizadas. Em um terceiro 
momento, foi realizada a leitura dos resumos e, com isso, pode-se realizar a 
identificação dos artigos que fariam parte do corpus do estudo. Nesse 
momento, foram utilizados os critérios de inclusão e exclusão das publicações 
obtidas durante a busca. Já na quarta etapa foram salvos os artigos científicos 
selecionados para estudo e identificados em códigos A1, A2 até A10. Por fim, 
na última fase foi realizada a leitura aprofundada dos artigos, verificando e 
analisando os principais resultados que cada pesquisa alcançou. 
A busca inicial localizou 281 publicações, sendo 116 na Base de Dados 
LILACS e 165 na Base de Dados SCIELO- cabe ressaltar que alguns artigos se 
repetiam. Assim, após leituras e análise 10 artigos passaram a compor o 
corpus, sendo 7 da LILACS e 3 da SCIELO. Tais estudos foram organizados, 
em um quadro, da seguinte maneira: título, ano de publicação, autores, base 
de dados, instrumentos utilizados, amostra, principais resultados da pesquisa, 
área de conhecimento, tipo de pesquisa (qualitativa, quantitativa, etc.) e 
região/estado de procedência da realização da pesquisa. 
 
1.3 Análise dos dados 
 
Para a análise e interpretação dos artigos selecionados, foi utilizada a 
Análise de Conteúdo Temática, proposta por Minayo (2014), que consiste em 
“descobrir os núcleos de sentido que compõe uma comunicação, cuja presença 
13 
 
ou frequência signifiquem alguma coisa para o objeto analítico visado” (p.316). 
A organização dos resultados foi elaborada a partir de categorias de acordo 
com as temáticas que surgiram a partir da análise dos artigos. 
A organização da análise temática é composta por três etapas, sendo a 
primeira denominada Pré-análise. Ela “consiste na escolha dos documentos a 
serem analisados e na retomada das hipóteses e dos objetivos iniciais da 
pesquisa” (MINAYO, 2014, p. 316). No caso do presente estudo, essa etapa 
consistiu na seleção dos artigos a partir dos critérios de inclusão e exclusão. 
A segunda etapa, designada de Exploração do Material, “consiste 
essencialmente numa operação classificatória que visa alcançar o núcleo de 
compreensão do texto” (MINAYO, 2014, p. 317), ou seja, classifica, em 
categorias, algumas palavras que irão organizar o conteúdo do trabalho. Essa 
etapa compreendeu a leitura minuciosa dos artigos para que, partir disso, 
fossem construídas as categorias. Das publicações selecionadas, foram 
desenvolvidas categorias de modo a classificar os artigos descrevendo os 
possíveis assuntos, constituindo-se “como termos carregados de significação, 
por meio dos quais a realidade é pensada de forma hierarquizada” (MINAYO, 
2014, p. 178). Dito de outra forma, foram elaboradas categorias que pudessem 
organizar de forma padronizada e assim fundamentando o corpo do texto. 
Por fim, a terceira etapa objetiva interpretar os resultados obtidos a partir 
das informações coletadas, de modo que se possa abrir “outras pistas em torno 
das novas dimensões teóricas e interpretativas, sugeridas pela leitura do 
material” (MINAYO, 2014, p. 318). Assim, após o exame das categorias – que 
nesse estudo correspondem aos capítulos, puderam ser feitas inferências, 
reflexões e considerações acerca da temática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
2 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
A partir da análise das 10 publicações selecionadas (tabela 1), 
observou-se que a maioria dos artigos é de abordagem quantitativa. Quanto à 
procedência das publicações, constatou-se que os estudos foram 
desenvolvidos no Brasil, especialmente na região Sudeste. Destaca-se que 
todas as produções são recorrentes da área da Psicologia e as publicações 
datam do ano de 2007 (3 publicações por ano), seguido de 2006 e 2004 (2 
publicações por ano) e, por último, 2008, 2009 e 2011 (1 publicação por ano). 
 
Tabela 1: Artigos que compõem o corpus da análise 
 
Código Artigos selecionados para análise 
A1 
CRUVINEL, Miriam; BORUCHOVITCH, Evely. Sintomas de 
Depressão Infantil e Ambiente Familiar. Psicologia em Pesquisa, 
UFJF, vol. 3, n. 1, p. 87-100, 2009 
A2 
RIBEIRO, Karla Carolina Silveira; OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz 
de; COUTINHO, Maria da Penha de Lima. Representações sociais da 
depressão no contexto escolar. Paidélia, vol. 17, n. 28, p. 417-430, 
2007. 
A3 
OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz de; RIBEIRO, Karla Carolina 
Silveira; ARAÚJO, Ludgleydson Fernandes de; COUTINHO, Maria da 
Penha de Lima. Representações sociais da depressão elaboradas 
por crianças com sintomatologia depressiva. Mudanças- Psicologia 
da Saúde, vol. 14, n. 2, p. 160-170, 2006 
A4 
CRUVINEL, Miriam; BUROCHOVICH, Elevy. Sintomas Depressivos 
em Crianças: Estudos com duas versões do CDI. Psicologia Ciência 
e Profissão, vol. 28, n. 3, p. 574-585, 2008. 
A5 
PEREIRA, Dejenane Aparecida Pascoal; AMARAL, Vera Lúcia Adami 
Raposo do. Validade e Precisão da Escala de Avaliaçãode 
Depressão para Crianças. Avaliação Psicológica, vol. 6, n. 2, p. 
189-204, 2007. 
A6 
PEREIRA, Dejenane Aparecida Pascoal; AMARAL, Vera Lúcia Adami 
Raposo do. Escala de Avaliação de Depressão para Crianças: Um 
Estudo de Validação. Estudos de Psicologia, PUC-Campinas, vol. 
21, n. 1, p. 5-23, 2004. 
A7 
CRUVINEL, Miriam; BUROCHOVICH, Elevy. Sintomas Depressivos, 
Estratégias de Aprendizagem e Rendimento Escolar de Alunos do 
Ensino Fundamental. Psicologia em Estudo, v. 9, n. 3, p. 369-378, 
2004. 
A8 
ENUMO, Sônia Regina Fiorim; FERRÃO, Erika da Silva; RIBEIRO, 
Mylena Pinto Lima. Crianças com Dificuldade de Aprendizagem e a 
Escola: Emoções e Saúde em Foco. Estudos de Psicologia, vol. 12, 
n. 2, p. 139-149, 2006. 
A9 CRUVINEL, Miriam; BUROCHOVICH, Elevy. Regulação Emocional 
15 
 
em Crianças com e sem Sintomas de Depressão. Estudos de 
Psicologia, vol. 16, n. 3, p. 219-226, 2011. 
A10 
NACAMURA, Eunice; SANTOS, José Quirino dos. Depressão Infantil: 
abordagem antropológica. Revista Saúde Pública, vol. 24, n. 1, p. 
53-60, 2007. 
 
 A partir da análise dos artigos selecionados, emergiram três categorias 
(que formaram os três capítulos): a primeira categoria/capítulo diz respeito à 
categorização da depressão infantil e à influência do ambiente familiar e social. 
Esse ambiente se refere ao desenvolvimento da sintomatologia depressiva em 
crianças decorrente do contexto do social e familiar, sendo que esse contexto 
influência na evolução depressão na criança. Nesta categoria, foram utilizados 
os artigos A1, A2, A4, A5, A7, A9 e A10. 
A segunda categoria/capítulo está relacionada à depressão infantil e às 
consequências no rendimento escolar. Foram utilizados, para essa categoria, 
os artigos A4, A5, A6, A7 e A8. 
Por fim, a terceira categoria/capítulo diz respeito aos instrumentos 
utilizados para a avaliação e o diagnóstico da depressão infantil, fazendo-se 
uma descrição dos instrumentos utilizados pelos autores dos artigos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3 A DEPRESSÃO INFANTIL: CARACTERIZAÇÃO E A INFLUÊNCIA DO 
AMBIENTE FAMILIAR E SOCIAL 
 
A depressão se caracteriza como um transtorno de humor que envolve 
fatores comportamentais, cognitivos, fisiológicos, econômicos, sociais e 
religiosos, fazendo-se presente em vários distúrbios emocionais. Esse 
transtorno pode aparecer como um sintoma de alguma doença ou existir 
simultaneamente com outros estados emocionais, aparecendo como causa 
desses sofrimentos e podendo variar de pessoa para pessoa (A2). 
O sujeito vivencia sentimentos de rejeição em que há a perda do valor, 
de modo que ele se vê num mundo onde nada faz sentido ou tenha significado 
e, dessa forma, perde a esperança sobre seu futuro. Portanto, a depressão é 
vista como um mal que se fixa no “eu” do indivíduo, de modo que bloqueia suas 
vontades e cria pensamentos negativos, interferindo no seu autoconceito. 
Assim, o sujeito acaba sendo prejudicado tanto no contexto social quanto no 
individual (A2). 
De acordo com Huttel, Kisxiner, Bonetti e Rosa (2011), a depressão 
retrata o mal do século. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no ano de 
2020, a depressão será considerada a segunda maior doença que irá atingir a 
população. Nota-se, portanto, que essa patologia vem sendo considerada uma 
forma de mal-estar da atualidade. 
Segundo a psicanalista Silva (2001), a depressão se apresenta a partir 
de sinais de desinteresse, de pouca disposição, de perda de peso, de 
momentos de sono intensos ou insônia, entre outros. A depressão representa 
um estado no qual tudo se encaixa, como os “sintomas somáticos, a falta de 
perspectivas, a irritabilidade, as oscilações de humor, tudo justifica e antecipa 
um mesmo diagnóstico” (p. 28). A autora aponta, ainda, que a solução 
encontrada para o diagnóstico (rotulado) e o tratamento do depressivo vem, 
atualmente, acompanhada de recursos que poderão solucionar de modo 
imediato os sintomas, como a fluoxetina ou qualquer outro medicamento 
antidepressivo. Entretanto, cabe salientar que os usos de medicamentos “têm o 
efeito de normalizar comportamentos e eliminar os sintomas mais dolorosos do 
sofrimento psíquico, sem lhes buscar a significação” (ROUDINESCO, 2000, p. 
21). 
17 
 
Os psicotrópicos estão classificados em três grupos. No primeiro, 
encontram-se os psicolépticos – que são medicamentos hipnóticos (tratamento 
dos distúrbios do sono) –, os ansiolíticos e os tranquilizantes (que acabam com 
os sinais de angústia, de ansiedade e de fobia, entre outras neuroses) e os 
neurolépticos ou antipsicóticos (que são medicamentos distintos para o 
tratamento da psicose e de delírios crônicos ou agudos). Já no segundo grupo 
tem-se os estimulantes e os antidepressivos, enquanto que no último grupo 
reúnem-se os medicamentos alucinógenos, os estupefacientes e os 
reguladores de humor. Entretanto, o uso de medicamentos para amenizar o 
sofrimento do sujeito tem tomado uma grande proporção, de modo que leva a 
um encobrimento de seu real sofrimento (ROUDINESCO, 2000). 
Dessa forma, o medicamento se tornou uma forma viável de aliviar um 
sofrimento e também uma maneira de controlar o sujeito, não deixando que ele 
expresse seus sentimentos. Assim, o medicamento surge pela via de ocultar o 
verdadeiro significado do que levou o sujeito a adoecer. Dessa forma, há a 
perda de sua autonomia como sujeito sem subjetividade e a perda da 
liberdade, pois, para conviver com outros precisa seguir as regras prescritas 
pela sociedade (ROUDINESCO, 2000). 
 
3.1 Depressão infantil 
 
O diagnóstico da depressão vem sendo usado com muita frequência. 
Isso ocorre porque o imperativo social da atualidade demanda que o sujeito 
precisa estar em um estado constante de 
 
felicidade e sucesso, [...] onde a imagem é tomada como verdadeira, 
qualquer percalço, qualquer quebra nesta imagem, qualquer 
impossibilidade de satisfação ou em distância em relação a este 
ideal, lança o sujeito num vazio, que pode vir a configurar-se como 
um verdadeiro abismo (SILVA, 2001, p. 28). 
 
Essa imposição é lançada para a criança, de modo que ela é sujeitada a 
esse imperativo e vê-se em um cenário onde terá que se conformar com um 
ideal pelo qual a cultura e o social lhe são apresentados. “Na medida em que a 
criança se defronta com uma situação de fracasso em relação ao ideal fálico, é 
difícil sustentar-se numa posição de poder vir a alcançá-lo no futuro, ou de 
18 
 
poder substituí-lo, ou [...] transformá-lo” (SILVA, 2001, p. 29). Sendo assim, a 
criança, quando não consegue alcançar esses ideais propostos, chega a uma 
ruptura que implica em sintomas ou inibições carregados de angústias e 
sofrimentos. Tudo isso a leva a desencadear diversos problemas que irão 
afetar seu desempenho biológico, psicológico, social e escolar. 
De acordo com Gorayeb, Júnior e Domingos (2005), a depressão tem 
provocado um enorme interesse por causa da demanda que está surgindo a 
partir dos diagnósticos realizados. Isso se deve ao fato de que, anteriormente 
acreditava-se que, em relação às crianças, estas raramente demonstravam 
sinais de depressão. No entanto, atualmente, existem evidências que a 
depressão pode surgir tanto na fase adulta como na infância e na 
adolescência. 
O termo depressão infantil foi sendo incorporado à nosografia 
psiquiátrica recentemente. Antes disso, era mascarada do contexto infantil, pois 
a criança era considerada um sujeito desprovido de tristeza e a ela cabiam 
apenas a diversão e a brincadeira. Além disso, ela também era considerada um 
sujeito incapaz de falar sobre seus sentimentos e aflições e acreditava-se que 
ela não tinhamaturidade psicológica e estrutura cognitiva para experenciar e 
verbalizar os sentimentos desse transtorno (A1, A2). Foi apenas em torno de 
1960 que a depressão infantil foi descrita e classificada como patologia. Dessa 
forma, ela vem sendo “uma realidade admitida pelos especialistas em 
psicopatologia infantil muito recentemente” (CABALLO, 2012, p. 567). 
Alguns estudos (A1, A5) apontam que a depressão na criança surge da 
mesma maneira que nos adolescentes e nos adultos. Utilizando o DSM-IV 
(2003) e o DSM-V (NASCIMENTO, 2014), os autores das referidas pesquisas 
apontam que na depressão há presença de humor triste e de um sentimento de 
vazio, acompanhados de alterações somáticas ou cognitivas que afetam de 
forma significativa a capacidade de funcionamento do sujeito. O que difere 
entre os adultos e as crianças, são os aspectos de duração, momento ou 
motivo. Incluem-se, nos transtornos depressivos, o transtorno depressivo 
maior, o transtorno depressivo persistente (distimia), o transtorno disfórico pré-
mestrual e o transtorno depressivo induzido por substâncias/medicamentos. 
Os sintomas de um episódio depressivo maior que ocorre com um adulto 
são os mesmos para crianças. Além disso, para a realização do diagnóstico 
19 
 
são utilizados os mesmos critérios para ambos. Conforme algumas pesquisas 
(A1, A7, A9), o manual de diagnóstico possui uma variação no caso de ocorrer 
o episódio depressivo maior, apresentando exceção apenas nos sentimentos 
de humor deprimido na maior parte do dia, de desinteresse ou de desprazer em 
todas (ou quase todas) as atividades desempenhadas durante o dia. Ademais, 
desenvolve perda ou ganho de peso, insônia ou hipersonia, perda da energia 
(estar exausto) e sentimentos de incapacidade. Pode, também, manifestar 
dificuldade em concentrar-se, o que leva a pensamentos relacionados à morte 
ou à tentativa de suicídio. Além disso, pode demonstrar sentimentos de 
irritabilidade, o que pode desencadear diminuição no rendimento escolar por 
conta da dificuldade de se concentrar e de prestar atenção. 
É possível observar que a depressão é definida e trabalhada por 
diferentes áreas do conhecimento. Em relação à depressão infantil, ela não 
deriva de um só acontecimento, mas de vários fatores que, juntos, podem 
desencadear a doença depressiva na criança. Nesse sentido, Cruvinel e 
Boruchovitch (2003) trabalham com a hipótese de que a depressão infantil se 
apresenta a partir de quatro modelos. 
O primeiro é o biológico, pois ele considera a depressão como doença, 
salientando os fatores bioquímicos e genéticos como causadores da 
depressão. 
O segundo modelo, o comportamental, destaca a função da 
aprendizagem e da relação com o meio. Com base nessa hipótese, a 
depressão é a consequência da redução de comportamentos de contato com o 
social, do isolamento e da perda de interesse por atividades antes realizadas. 
Além disso, há um aumento de comportamentos relacionados à esquiva/fuga. 
Dessa maneira, a partir desse modelo, os comportamentos depressivos 
ocorrem por meio dos mecanismos da aprendizagem. 
Já o terceiro modelo, o cognitivo, dispõe sobre a importância das 
cognições no surgimento e na preservação de práticas disfuncionais. Logo, 
esse modelo refere-se à forma como o sujeito apresenta-se para o meio, ou 
seja, se seus pensamentos sobre si mesmo e sobre o mundo são destrutivos. 
20 
 
Por fim, o modelo psicanalítico destaca os processos intrapsíquicos3 da 
evolução da depressão, que poderia ser considerada uma falha no 
desenvolvimento no processo de elaboração da perda e do luto. De acordo 
com Freud (1917), ocorrem dois tipos de episódios com os quais o sujeito se 
estrutura a partir da perda e do luto. O primeiro refere-se ao sofrimento, no qual 
o mundo torna-se vazio, a autoestima permanece e a perda é consciente. Já no 
segundo episódio – a melancolia –, o processo é o oposto, pois há ausência da 
autoestima, a perda é inconsciente e o ego do indivíduo torna-se vazio e 
empobrecido. 
Andriola e Cavalcante (1999) afirmam que a depressão infantil se trata 
de uma perturbação orgânica que abrange diversas áreas biopsicossociais. Do 
ponto de vista biológico, a depressão é considerada como uma possível 
disfunção de neurotransmissores devido a uma herança genética, a uma 
anomalia ou a uma falha em alguma área do cérebro. 
Na perspectiva psicológica, a depressão pode estar agregada aos 
aspectos comprometidos pela ausência de confiança, pela personalidade e 
pela baixa autoestima. Por fim, na perspectiva social, a depressão seria uma 
forma de pedido de socorro, como consequência de fatores culturais, escolares 
ou familiares (HUTTTEL; KISXINER; BONETTI; ROSA, 2011). 
A depressão infantil está associada a uma série de questões psíquicas, 
físicas e cognitivas que resultam em consequências negativas para o 
desenvolvimento da criança. Alterações nos âmbitos emocionais e 
psicossociais, bem como comprometimentos nas relações familiares e sociais, 
também são observadas (A1). Os comportamentos da criança com 
sintomatologia depressiva são caracterizados a partir de mudanças repentinas 
e transitórias de humor (humor disfórico), de retraimento, de tendência à 
desvalorização própria (autodepreciação), de agressividade ou irritação, de 
declínio do rendimento escolar, de perda da energia e apetite ou peso e, ainda, 
de uma diminuição significativa na socialização (A2). Como afirmam Gorayeb, 
Júnior e Domingos (2005), na maioria dos casos, as crianças apresentam 
sentimentos de tristeza, irritabilidade e agressividade, o que pode ser indicativo 
de quadros depressivos. Como consequência, os sintomas depressivos são 
 
3
 “Tudo que se origina ou ocorre no interior da mente, psique ou eu” (CABALLO; NICK, 2006, p. 
174). 
21 
 
capazes de interferir na vida da criança de maneira significativa, prejudicando o 
relacionamento familiar e social e o rendimento escolar. 
 
3.2 Influência Familiar 
 
O grupo ou sistema familiar se apresenta como uma ligação dos 
indivíduos que pertencem a uma mesma comunidade histórica, geográfica e 
sócio-cultural. Caracteriza-se como uma estrutura fundamental nas primeiras 
socializações e na formação da identidade da criança, de modo que vai 
construir nela um suporte com o qual ela consiga resolver problemas futuros de 
diversas áreas, tais como o social e o escolar. Dessa forma, o sistema familiar 
poderia estar relacionado a um adequado desempenho emocional e cognitivo, 
como também a possíveis questões relacionadas às patologias na infância 
(TEODORO; CARDOSO; FREITAS, 2010). 
Pesquisas (A1, A2, A3) têm demonstrado que os pais – ou aqueles que 
são significativos para a criança – possuem uma vasta parcela de 
responsabilidade no aparecimento e na continuidade da depressão na infância. 
São eles que, não conseguindo satisfazer as necessidades básicas do filho – 
como amor, carinho e apoio –, podem manifestar sintomas depressivos na 
criança. As relações familiares, em um contexto em que a depressão emerge 
em crianças, caracterizam-se por inúmeros conflitos, atitudes hostis, atitudes 
de julgamento ou críticas em demasia, sentimentos de rejeição, dificuldade de 
comunicação entre os membros da família, vivência de cenas de conflitos 
conjugais e/ou agressividade. Isso faz com que a criança tenha dificuldades de 
expressar seus afetos e passe a sentir-se sem suporte e sem amparo (A1). 
Dessa forma, as famílias com um suporte emocional abalado podem estar 
associadas às patologias na infância, em que o convívio familiar que se 
apresenta enfraquecido tem relação com fatores de risco para o surgimento de 
sintomasdepressivos. Por outro lado, a existência de uma relação saudável da 
criança para com os pais é um dos fatores relevantes para a proteção e a 
prevenção no que se refere ao surgimento de psicopatologias infantis 
(TEODORO; CARDOSO; FREITAS, 2010). 
Toda essa situação se agrava quando os pais desconhecem ou têm 
dificuldade de reconhecer que o filho apresenta sintomas depressivos (A1). 
22 
 
Isso ocorre pelo simples fato de que os pais não conseguem notar que uma 
criança possa estar depressiva, pois acreditam na ideia de que ela é 
desprovida desses sentimentos, pois vive em um mundo de brincadeiras e de 
diversão, onde, supostamente, ela apenas brinca e diverte-se, não precisando 
se preocupar com problemas (A10). 
Com base no estudo A1, constata-se que as causas estressantes no 
ambiente familiar estão associadas à ocorrência da depressão em crianças, 
sendo que a sintomatologia depressiva na infância é um reflexo dos problemas 
familiares enfrentados por elas. Geralmente, a família se encontra em 
situações de agressividade, de eventos de ações punitivas, de discórdia entre o 
casal e de rejeição. Além disso, práticas parentais impróprias podem ser 
prejudiciais à vida da criança, pois a falta de suporte e de compreensão dos 
pais para com os filhos está associada à existência de sintomas depressivos. O 
controle excessivo dos pais também pode levar à sintomatologia depressiva em 
crianças. 
Em razão disso, pais que repreendem demais os filhos e que exercem 
um controle psicológico excessivo podem provocar neles alterações nos 
comportamentos, como a delinquência, a ansiedade e a depressão. Também 
há ocasiões em que a presença de sintomas depressivos nos pais pode 
contribuir para a falta de adaptação e para um desajustamento infantis. Isso 
quer dizer que os fatores relevantes para o desenvolvimento da depressão 
infantil estão relacionados à maneira como as crianças enxergam a 
organização familiar, ou seja, a forma como a criança vivencia as situações que 
acontecem no âmbito familiar (agressividade, opressão, violência, abandono, 
fatores estressantes, etc.) pode desencadear sintomas depressivos (A1). 
 
3.3 Influência de Fatores Sociais 
 
Outro aspecto influente no desenvolvimento da depressão infantil é a 
existência de fatores sociais que também levam a desencadear problemas 
psicológicos na fase inicial de desenvolvimento do sujeito (A2, A3). “Todos os 
fenômenos que surgem do contexto social são acometidos simbolicamente, ou 
seja, recebem nomes e significados que os avaliam, explicam e lhes dão 
sentido” (RIBEIRO; OLIVEIRA; COUTINHO, 2007). 
23 
 
Esses significados vão se modificando de acordo com os modelos 
primordiais de cada época, ou seja, a maneira como o sujeito está inserido no 
social varia de acordo com as crenças e os costumes, que vão sendo 
incorporados primeiramente pelos pais e transmitidos para a criança conforme 
o seu desenvolvimento. Essa criança se encontra em um mundo onde existe 
uma organização cultural estabelecida, de modo que ela necessita se adaptar a 
essa condição e a esse novo mundo. 
Isso significa que a criança vai sendo introduzida no mundo simbólico a 
partir dos representantes familiares, principalmente daqueles que realizam a 
função vital de humanizá-las (WANDERLEY, 2008). Para que uma criança 
tenha um bom desenvolvimento psíquico, é necessário que a família lhe 
ofereça um suporte emocional estável em um ambiente no qual ela possa 
desenvolver suas capacidades motoras e cognitivas. Dessa forma, a família 
estará contribuindo para um bom desenvolvimento das habilidades sociais da 
criança. 
Para compreender o fenômeno da depressão, alguns estudos 
apontaram para uma teoria na qual surge o conceito de Representações 
Sociais. Essa teoria surge como meio de estudar esse fenômeno não apenas 
pelo meio teórico, mas pelo viés de um conhecimento prático e em comum com 
grupos sociais com os quais os sujeitos fazem parte. 
Pesquisas (A2, A3) indicam que esse conceito mostra a maneira como o 
sujeito se relaciona com o outro. Isso ocorre por meio de uma organização que 
circula através da fala, do gesto e do encontro desse sujeito com o social. 
As Representações Sociais constituem-se na inter-relação entre o 
sujeito e o objeto e na forma como se desenvolve o processo de construção do 
conhecimento (que pode ser tanto individual quanto coletivo). Elas podem ser 
consideradas o processo de uma atividade mental do indivíduo ou do grupo 
através da reconstituição do real, daquilo que é confrontado e requer um 
sentido. 
Essas representações se referem a um sistema cognitivo, que 
caracteriza uma forma de organização psicológica em que o indivíduo instaura 
uma relação entre ele e o social. Isso quer dizer que as Representações 
Sociais são a maneira como o indivíduo compreende a realidade do seu 
cotidiano como sendo uma forma de conhecimento, de modo que ele consegue 
24 
 
se adaptar e responder às demandas decorrentes do seu dia-a-dia 
(MOSCOVICI, 1978). 
A esse respeito, Ribeiro, Oliveira e Coutinho (2007) afirmam que as 
Representações Sociais constituem-se como um conjunto de informações, de 
comportamentos e crenças e de bagagens culturais que fazem com que o 
sujeito compreenda esses eventos de maneira subjetiva. Além disso, as 
Representações Sociais fazem parte de um processo a partir do qual o sujeito 
estabelece uma relação entre o mundo e as coisas. Elas são, portanto, um 
conjunto organizado de informações, de atitudes e de crenças que o indivíduo 
ou o grupo elabora a propósito de um objeto, de uma circunstância ou de um 
conceito, de modo que apresente uma visão subjetiva e social da realidade. 
Elas têm como função, ainda, transformar aquilo que não é familiar em algo 
familiar, próximo e prático (A2). 
Sendo assim, as Representações Sociais dos sintomas depressivos em 
crianças estão ligadas ao meio psicossocial, no qual a criança com depressão 
é vista como aquela que não tem amigos, vive isolada e manifesta sentimentos 
de rejeição. Portanto, as crianças depressivas apresentam dificuldades nas 
relações interpessoais e na interação com outras crianças. 
Dessa forma, constata-se que os fatores relacionados ao ambiente 
familiar, social e escolar são determinantes para o aparecimento e a 
continuidade dos sintomas depressivos na infância. Se o ambiente familiar e 
social apresenta-se comprometido- fazendo com que a criança vivencie cenas 
estressantes que a levam a reprimirem-se e a experienciar cenas violentas-, 
podem ocorrer sintomas depressivos e também agravamento nos casos de 
depressão infantil. 
 No que diz respeito aos sintomas depressivos nos escolares, os fatores 
estão associados à família e ao social, pois eles, ao se sentirem reprimidos, 
com a autoestima baixa (entre outros fatores), podem provocar um prejuízo no 
rendimento escolar, pois perdem o interesse nas atividades que antes lhes 
estimulavam o prazer. 
Constata-se, também, a necessidade de um diagnóstico precoce para 
que a patologia seja tratada e trabalhada antes que possa desencadear outros 
problemas. 
 
25 
 
4 A DEPRESSÃO INFANTIL E SUAS CONSEQUÊNCIAS 
NO RENDIMENTO ESCOLAR 
 
O ambiente escolar é um espaço no qual a criança circula e vivencia 
atividades que estão relacionadas ao aprendizado e que lhe são prazerosas. 
Quando essas atividades começam a causar desprazer – impedindo a criança 
de buscar conhecimento e atrapalhando o rendimento escolar –, é possível o 
desenvolvimento de psicopatologias como a depressão infantil (AGLIO; HUTZ, 
2004). 
Os eventos relacionados ao ambiente escolar, familiar e social podem 
desencadear sentimentos impactantes na vida da criança,pois esta descreve 
sentimentos de tristeza, ideais de morte, isolamento, vontade de chorar (com 
ou sem motivos). Ela pode, ainda, manifestar sentimentos depressivos a partir 
de experiências de brigas conjugais e desânimo em todas as atividades do seu 
dia a dia. Portanto, os sentimentos vivenciados no contexto familiar vão refletir 
na vida afetiva, escolar e social, o que desencadeia estados de profunda 
tristeza para a criança (A8). 
Observou-se, durante a pesquisa, que a depressão na criança também 
pode trazer consequências para o seu rendimento escolar e para o 
desenvolvimento do processo de aprendizagem. 
Pesquisas apontam que crianças depressivas apresentam uma queda 
no rendimento escolar que acaba por afetar seu desempenho psicossocial. Isso 
acarreta um significativo fracasso escolar, sendo possível observar dificuldades 
de aprendizagem (A4, A7, A8). Portanto, a depressão na infância pode ser 
apontada como um possível motivo ou uma possível consequência do baixo 
rendimento escolar em crianças (CRUVINEL; BUROCHOVITCH, 2003). 
Crianças que apresentam sintomas depressivos demonstram um 
desempenho escolar abaixo da média quando comparadas com crianças que 
não apresentam sinais de depressão. Assim, as funções cognitivas (atenção, 
raciocínio, memória e concentração) encontram-se prejudicadas. Além disso, 
as práticas exercidas pela criança são alteradas, pois, estando nesse estado 
melancólico, ela perde o interesse nas atividades, demonstrando dificuldade 
em manter-se atenta nas tarefas. Logo, é possível constar que todos esses 
26 
 
fatores acabam interferindo de forma negativa na aprendizagem da criança 
(CRUVINEL; BORUCHOVITCH, 2003). 
Partindo do viés psicanalítico, a aprendizagem é definida como uma 
forma de transmitir conhecimento ao Outro4, sendo que este Outro precisa 
demandar algum conhecimento. Assim, o aprender está relacionado com a 
forma como o Outro vai transmitir seus conhecimentos. Isso significa que, para 
que o sujeito possa aprender, é preciso que o conhecimento passe pelo desejo 
do Outro e, dessa forma, seja reconhecido como aquele que é portador do 
conhecimento. A partir disso, o sujeito passa, então, a desejar adquirir o 
conhecimento com sendo seu5. 
Para que o sujeito aprenda, é necessário que seja depositado um desejo 
sobre o aprender. Dessa forma, o desejo do Outro é o que vai impulsionar o 
desejo de aprender do sujeito. Além disso, é esse o desejo que irá organizar e 
dar significado às aprendizagens. 
Goulart (2001), a esse respeito, afirma que: 
 
É possível pensar no desejo como o que organiza e dá sentido às 
aprendizagens, tanto tomando o sentido de aprendizagem como de 
apreensão de conhecimentos acumulados e desenvolvidos pelo 
processo civilizatório – quanto no sentido de aprendiz age(m), ou 
seja, do sujeito se permitir acessar a um saber, de responder ou não 
ao que o processo civilizatório demanda (2001, p. 41). 
 
De acordo com Molina (2008), a aprendizagem não pode ser 
conceituada sem o Outro. Sendo assim, para que ocorra o processo de 
aprendizagem no sujeito, é preciso passar pelo desejo do Outro para que o 
sujeito se questione sobre e, dessa forma, passe a querer o desejo do Outro. 
Isso significa que, para que o sujeito possa aprender, vai precisar, 
primeiramente, negar esse conhecimento para que então possa tornar-se 
 
4
 Para descrever o conceito de Outro, Roudinesco (1998) desenvolve o termo utilizado por 
Jaques Lacan que designa um lugar simbólico o – significante, a lei, a linguagem, o 
inconsciente [...] que determina o sujeito, ora da maneira externa a ele, ora de maneira intra-
subjetiva em sua relação com o desejo. Pode ser [...] escrito com maiúscula, opondo-se então 
a um outro com letra minúscula, definido como outro imaginário ou lugar da alteridade 
especular. [...] Por isso, cunhou uma terminologia específica (Outro/outro) para distinguir o que 
é da alçada do lugar terceiro, isto é, da determinação pelo inconsciente freudiano (Outro), do 
que é do campo da pura dualidade (outro) no sentido da psicologia. 
5
 Informação obtida do autor Sara Pain, no ano 1988, no Congresso GEEMPA, (Grupo de 
Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação) em Buenos Aires. 
27 
 
conhecimento próprio, ou seja, o conhecimento que o Outro possui vai 
impulsionar o desejo de aprender do sujeito. 
Dessa maneira, pode-se levantar a hipótese de que “o fracasso no 
aprender pode ser entendido como um sintoma” (DRÜGG, 1999, p. 82) e de 
que o não aprender pode estar relacionado a outras questões, como a 
depressão, por exemplo. Crianças que manifestam sintomas depressivos são 
intelectualmente competentes e não apresentam déficit em relação ao 
raciocínio e à inteligência. Sendo assim, o baixo rendimento escolar pode estar 
associado ao fato de que a criança depressiva perde o interesse e a motivação 
por atividades propostas pela escola – atividades estas que antes eram 
prazerosas- e está propensa a se auto desvalorizar (A7). 
Nota-se, portanto, que problemas emocionais podem levar o sujeito a 
futuras dificuldades tanto no âmbito subjetivo, como no âmbito escolar e social. 
Os problemas relacionados à aprendizagem podem se tornar um sintoma na 
família e para a família, pois a criança que tem dificuldades na aprendizagem 
vive em um contexto social em que se pressupõe um julgamento sobre esse 
déficit nela. “O problema da aprendizagem é uma construção social, é algo 
criado; é criado [...] por uma série de normativas que pertencem a um marco 
social e que ali, onde não há aprendizagem, assinalam um problema”. Se vc 
fizer a nota de rodapé lá em cima aqui você pode colocar assim (ver nota de 
rodapé número tal, na página 27). 
Com relação à manifestação dos sintomas depressivos no ambiente 
escolar, Cruvinel e Burochovitch (2003) afirmam que estes se revelam de 
distintas maneiras. Assim, o professor deve ficar atento aos sinais que indicam 
que a criança possa estar deprimida. Ele pode fazer isso a partir da observação 
de pequenas atitudes com as quais a criança se expressa, como o olhar triste, 
a mudança de estado nas atividades, o isolamento social e o fracasso ou a 
diminuição nas tarefas e no rendimento escolar. 
Os fatores internos (hereditariedade e maturação) podem ser 
responsáveis por estimular ou inibir o desempenho escolar. Pensa-se, então, 
que problemas emocionais podem ocasionar traços de inadaptação tanto em 
situações de contexto educacional e social quanto em situações de contexto 
individual (CRUVINEL; BUROCHOVITCH, 2003). 
28 
 
No que diz respeito à relação entre a depressão infantil e dificuldades de 
aprendizagem, observou-se, entretanto, que alguns autores apontam que essa 
relação não está clara. Não se tem a afirmação de que a dificuldade de 
aprendizagem pode ser um fator de risco para a depressão e nem de que os 
sintomas nos sujeitos depressivos ocasionariam dificuldade de aprendizagem 
(HALL; HAWS, apud CRUVINEL; BUROCHOVITCH, 2003). Por outro lado, na 
literatura são encontrados autores que pensam que pensam que a depressão 
pode agravar uma dificuldade de aprendizagem. Para eles, o agravamento vem 
como consequência da falta de interesse pelas atividades escolares ou por 
falta de energia. Outros resultados percebidos são sentimentos de 
desvalorização e dificuldade em conseguir prestar atenção e concentrar-se nas 
atividades propostas. (CRUVINEL; BUROCHOVITCH, 2003). 
Entretanto, observou-se que algumas indagações estão sendo feitas a 
respeito da interferência da sintomatologia depressiva na função cognitiva das 
crianças. Isso quer dizer que as dificuldades de memória podem estar 
relacionadas à depressãoe que a perda da memória vai diferenciar o grau de 
severidade da depressão de criança para criança (A8). 
Segundo Enumo, Ferrão e Ribeiro (2005), a forma de avaliar ou de 
identificar as crianças com dificuldades de aprendizagem precisa considerar 
aspectos como a memória, o pensamento, o raciocínio, a percepção, a 
linguagem e os comportamentos, como também as reações e os 
comportamentos afetivos relacionados ao desempenho social, pois provêm de 
emoções e de interesses do sujeito. Com base em uma pesquisa (A8), 
evidenciou-se que alunos com dificuldades de aprendizagem manifestaram 
sintomas relacionados à ansiedade, à depressão e ao estresse e apresentaram 
doenças físicas e distúrbios de peso e altura. 
Assim, observou-se que as pesquisas demonstraram que a depressão 
infantil é capaz de interferir no rendimento escolar, sendo que os sintomas 
depressivos podem prejudicar a aprendizagem (A7, A8). Além disso, os 
eventos relacionados ao ambiente escolar podem desencadear sentimentos 
impactantes na vida da criança (A8). 
 
 
 
29 
 
5 INSTRUMENTOS PARA DIAGNÓSTICO 
E AVALIAÇÃO DA DEPRESSÃO INFANTIL6 
 
De acordo com algumas pesquisas (A4, A5, A6), há vários instrumentos 
psicológicos que facilitam a realização da avaliação do grau de gravidade dos 
sintomas e do diagnóstico da depressão infantil. 
Nesse estudo, verificou-se que os instrumentos de diagnóstico 
encontrados nas pesquisas foram o DSM-V (Manual Diagnóstico dos 
Transtornos Mentais) e a CID 10 (Classificação de Transtornos Mentais e de 
Comportamento). Além disso, existem algumas escalas de avaliação da 
depressão: escalas de autoavaliação, escalas de avaliação do observador e 
escalas mistas (que integram as duas). As escalas têm como função servir de 
suporte para o diagnóstico de diversos transtornos e patologias, bem como a 
depressão infantil. 
Visto que as pesquisas realizadas pelos autores basearam-se em 
instrumentos que avaliaram crianças com depressão, estes ajudaram na 
classificação das crianças com e sem sintomatologia depressiva. Sendo assim, 
os instrumentos de avaliação da depressão infantil utilizados foram 
classificados com relação às representações sociais (A2, A3), ao rendimento 
escolar (A8, A7), ao ambiente familiar (A1), ao uso de escalas para avaliação 
da depressão infantil e à legitimidade desses instrumentos (A4, A5, A6). 
No quadro abaixo, são apresentados os testes e as escalas utilizados 
pelos autores dos artigos que compuseram o corpus dessa pesquisa. 
 
Quadro 1: Testes e escalas utilizados para o diagnóstico e avaliação da 
depressão infantil 
 
Código Instrumento 
A1, A3, A4, 
A7 e A9 
CDI (Inventário de Depressão Infantil) 
A1 RAF (Inventário de Recursos no Ambiente Familiar) 
A2 Desenho-Estória com Tema 
A3 Entrevista Semiestruturada 
 
6
 Esse capítulo foi construído a partir dos instrumentos para diagnóstico e avaliação da 
depressão infantil utilizados apenas nos artigos que compuseram o corpus de análise desse 
estudo, não incluindo outros instrumentos que existem com essa finalidade. 
30 
 
A5 e A6 Escala de Avaliação de Depressão para Crianças 
A7 Escala de Estratégia de Aprendizagem 
A8 
IDATE-C (Inventário de Ansiedade Traço-Estado para 
Crianças) 
A8 
ESDM (Escala de Sintomatologia Depressiva para 
Mestres) 
A8 ESI (Escala de Stresse Infantil) 
A9 
EPRE (Entrevista com Pranchas para Avaliação da 
Regulação Emocional de Alunos do Ensino Médio) 
A10 Prática Etnográfica 
 
O CDI (Inventário de Depressão Infantil) foi desenvolvido por Kovacs 
(1992). Trata-se de uma escala de autoavaliação destinada a identificar 
sintomas de depressão em indivíduos de 7 a 17 anos. Essa versão do CDI é 
composta por 27 itens que vão avaliar os sintomas afetivos, cognitivos e 
comportamentais da depressão. A maior parte dos itens está relacionada ao 
contexto escolar, principalmente no que diz respeito ao trabalho escolar e aos 
problemas de comportamento. A versão brasileira do CDI foi desenvolvida por 
Baptista (1997) e ficou composta por 20 itens distribuídos entre sintomas 
afetivos, cognitivos e comportamentais da depressão (A1, A7). 
O Inventário de Recursos no Ambiente Familiar (RAF) é uma entrevista 
semiestruturada que tem como objetivo avaliar o acompanhamento dos pais e 
o envolvimento e o suporte da família. O Inventário é composto por 14 itens e 
foi desenvolvido por Marturano (A1). 
O instrumento Desenho-Estória com Tema refere-se a uma técnica 
projetiva sob forma de desenho que proporciona à criança falar sobre seus 
sentimentos, de modo que possa manifestar seus conteúdos conflituosos - 
tanto conscientes como inconscientes. Sendo assim, o Desenho-estória 
possibilita que a criança consiga expressar seus sentimentos (tristeza, medo, 
rejeição afetiva ou sentimentos agressivos) para, então, elaborá-los (A2). 
A Entrevista Semiestruturada utilizada na pesquisa é um instrumento 
composto por questões Sóciodemográficas – como idade, sexo e série em que 
estuda – e por questões norteadoras (questões direcionadas ao participante, 
como: O que você entende por depressão?; Quais seriam as causas da 
depressão?; Você acha que depressão tem cura?). 
31 
 
A Escala de Estratégia de Aprendizagem foi desenvolvida por 
Burochovich e Santos (2001), tendo como finalidade a avaliação do repertório 
de estratégias de aprendizagem cognitivas e metacongitivas. A escala é 
composta por quarenta questões fechadas em forma de escala likert e por uma 
questão aberta, que tem como objetivo averiguar o uso de estratégias não 
classificadas nas questões fechadas (A7). 
O Inventário de Ansiedade Traço-Estado para Crianças (IDATE-C) foi 
desenvolvido por Blaggio (1922), sendo utilizado para avaliar a ansiedade em 
crianças (A8). 
A Escala de Sintomatologia Depressiva para Mestres (ESMD) foi 
elaborada por Domenéch e Polaino-Lorente (1990) e adaptada por Barbosa. O 
instrumento avalia, a partir das informações dos professores, a percepção dos 
sintomas depressivos em crianças (A8). 
A Escala de Stresse Infantil (ESI) é um instrumento que avalia a 
existência ou não de estresse. Foi desenvolvida por Lipp e Lucarelli (1998) 
(A8). 
A Entrevista com Pranchas para Avaliação da Regulação Emocional de 
Alunos do Ensino Médio (EPRE) é composta por 24 questões e 8 pranchas 
ilustrativas que possuem a finalidade de investigar as estratégias de regulação 
emocional empregadas por crianças do ensino fundamental. As questões foram 
agrupadas em quatro tipos de emoções: tristeza, raiva, medo e alegria. Assim, 
cada uma das quatro emoções é avaliada por seis questões (totalizando as 24 
perguntas) elaboradas a partir da literatura a respeito das habilidades 
envolvidas na autorregulação emocional, mais precisamente habilidades como 
percepção das emoções, monitoramento e regulação de estados emocionais 
(A9). 
A Prática Etnográfica serve para verificar a realidade do sujeito de modo 
singular. Apresenta-se como um processo interpretativo por conta do 
pesquisador, que vai observar as condições e o contexto no qual se coletam os 
dados, ou seja, o ambiente social e familiar do sujeito (A10). 
Com base nas literaturas (A4, A5, A6), há diversos instrumentos 
psicométricos que auxiliam na avaliação e na elaboração do diagnóstico da 
depressão infantil. Atualmente, o diagnóstico da depressão é efetivado por 
meio de métodos padronizados e de manuais como o DSM-V e a CID-10. 
32 
 
As escalas de avaliação são fundamentais e fornecem um suporte mais 
preciso para o diagnóstico das desordens psiquiátricas. As escalas não se 
caracterizam como únicas na avaliaçãoda depressão, pois apenas 
proporcionam o grau de gravidade dos sintomas depressivos. 
Em razão de tudo isso, compreende-se que os diagnósticos da depressão 
em crianças ainda apresentam algumas dificuldades, pois, na maioria das 
vezes, os instrumentos psicométricos que medem o construto da depressão 
infantil precisam ser adaptados para a população brasileira. Sendo assim, os 
instrumentos de medida, como as escalas e os inventários, são fundamentais 
para o diagnóstico das desordens mentais, (PEREIRA; AMARAL, 2007), bem 
como para o diagnóstico da depressão infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
CONCLUSÃO 
 
Constatou-se que a depressão está sendo considerada o mal do século, 
atingindo uma grande parcela da população. Ela se apresenta como um 
transtorno de humor que afeta o sujeito de forma significativa, levando-o a 
sentimentos de tristeza e isolamento, não tendo disposição para realizar 
qualquer atividade. Desse modo, sente-se rejeitado e apresenta perda na 
projeção com relação ao seu futuro, entre outros sintomas. 
No que diz respeito à depressão infantil, observou-se que este vem 
sendo considerado um tema que está repercutindo na atualidade, pois a 
criança, ao não conseguir dar conta de um ideal proposto pelo social, começa a 
vivenciar sintomas de retraimento social, mudança de humor, perda de 
interesse em atividades que antes lhe eram prazerosas, perda ou ganho de 
peso, dificuldades com relação à aprendizagem, entre outros sintomas. Isso 
porque a depressão na infância está associada a questões psíquicas, físicas e 
cognitivas que podem ocasionar muitas consequências em sua vida. Dessa 
forma, os sintomas vão interferir de maneira significativa na vida da criança, de 
modo que irão prejudicar suas relações familiares, sociais e escolares. 
Com base nos resultados da pesquisa, observou-se que a estrutura 
familiar e o ambiente social podem ser considerados fatores desencadeadores 
ou, ainda, promover sintomas depressivos na criança. Um ambiente familiar 
que proporciona sentimentos de retraimento e de repreensão – inibindo a 
criança de expressar seus sentimentos – como também um ambiente 
sobrecarregado de conflitos e violência, pode desencadear a depressão infantil. 
O que intensifica ainda mais os sintomas é quando os pais, os responsáveis ou 
até a própria escola não conseguem perceber que a criança está passando por 
essa fase. Isso porque ainda se acredita que as crianças são incapazes de 
sofrer, uma vez que a infância remete a uma fase de diversão. 
Os sintomas depressivos vivenciados pelas crianças trazem 
consequências também para a vida escolar, pois essa patologia pode ser 
apontada como o motivo ou a decorrência do baixo rendimento escolar. Assim, 
sintomas depressivos podem ocasionar queda no rendimento escolar, pois a 
criança perde o fascínio pelas práticas antes exercidas, o que resulta em 
problemas relacionados ao processo de aprendizagem. 
34 
 
Outra questão aparente no trabalho se refere às formas de avaliação da 
depressão infantil e aos instrumentos que podem ser utilizados para um melhor 
diagnóstico da criança com sintomas depressivos. Além disso, foi possível 
verificar a importância da constatação dos sintomas depressivos na criança por 
parte dos pais e/ou professores como uma forma de auxiliar no tratamento. 
Por fim, o estudo verificou que há uma carência de pesquisas que se 
dedicam à depressão infantil, mais especificamente no que diz respeito à área 
da Psicanálise. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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