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R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 39 OBESIDADE E DIABETES: PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS Jeferson Macedo Vianna* Vinicius de Oliveira Damasceno** Resumo Nos últimos anos, as publicações científicas na área do exercício físico em relação à saúde cresceram de forma espetacular. A atividade física orientada é parte essencial do tratamento da Diabetes Melito (DM) e da Obesidade e traz inúmeros benefícios aos praticantes. Contudo, deve ser prescrita e acompanhada por profissionais qualificados com conhecimentos fisiopatológicos mas, também, e sobretudo, sobre avaliação funcional, fisiologia do exercício e prática esportiva. Para orientar e alcançar os possíveis benefícios decorrentes da atividade física para obesos e diabéticos, faz-se necessário um amplo conhecimento sobre controle da carga de treino, bioenergética, controle ponderal e percepção corporal, além da formação didático-pedagógica. Assim, o profissional indicado para prescrever e acompanhar atividades físicas com obesos e diabético é o professor de Educação Física especificamente qualificado para atuar em parcerias com outros profissionais das áreas de saúde. Palavras-chave: exercício físico, diabetes, obesidade. Introdução O aumento da prevalência do excesso de peso e obesidade não é só um problema dos países desenvolvidos, como os EUA, mas também um problema dos países em desenvolvimento. A obesidade se refere ao excesso de gordura corporal em relação ao peso (WILMORE et al., 2001; NUNES, 1998; MCARDLLE et al., 1998; NIEMAN, 1999), possuindo causas multifatoriais (genética, ambiente, fenótipo). A questão é: como classificar alguém como obeso? As primeiras tentativas surgiram em estudos encomendados pelas companhias de seguro dos EUA, que desenvolveram tabelas relacionando altura com o peso teórico ideal; estas cederam lugar ao * Universidade Federal de Juiz de Fora ** Universo / Unipac – Juiz de Fora R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200440 IMC (Índice de Massa corporal), que – apesar de todas as suas limitações matemáticas (Bray, 1990) e técnicas, uma vez que não avalia os diferentes componentes corporais e sim a massa total do indivíduo – pode apresentar problemas em indivíduos com maior desenvolvimento de massa muscular. Apesar desta limitação, mostra-se sensível na identificação de indivíduos obesos. Estudos epidemiológicos demonstram que o IMC elevado se correlaciona fortemente com o risco de mortalidade (BRAY, 1990). As classificações mais utilizadas por profissionais de educação física baseiam-se no excesso de peso ponderal (IMC > 25 kg/m2) e nas características anatômicas da distribuição da gordura (andróide e ginóide), que podem ser avaliados através da relação cintura-quadril. Outras levam em consideração fatores etiológicos e, menos freqüentemente, idade de início do quadro e circunstâncias desencadeantes. Implicações da obesidade A obesidade com predomínio da disposição de gordura na região abdominal, com maior freqüência, associa-se a intolerância à glicose, alterações do perfil lipídico do plasma e, principalmente, hipertensão arterial sistêmica (LOTUFO, 1998; REAVEN et al., 1996). A gordura na região abdominal é um tecido metabolicamente muito ativo e apresenta alta taxa de renovação, sendo altamente sensível à ação lipolítica das catecolaminas. Os ácidos graxos livres resultantes desta ação lipolítica são lançados na corrente sangüínea e chegam ao fígado. O maior aporte hepático de ácidos graxos livres tem como conseqüências a redução na captação e degradação da insulina, o aumento na neoglicogênese e a maior produção hepática de glicose. Paralelamente, os ácidos graxos livres e triglicérides, em maiores quantidades sistêmicas, alcançam os músculos e reduzem a captação de glicose pela insulina, favorecendo a elevação dos níveis glicêmicos que estimulam ainda mais a produção de insulina – hiperinsulinemia (LOTUFO, 1998; REAVEN et al, 1996; SU et. al., 1995). A hiperinsulinemia, por sua vez, aumenta a atividade do sistema nervoso simpático, gerando um estado hiperadrenérgico, promovendo vasoconstrição na musculatura e estímulo à reabsorção renal do sódio, R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 41 podendo elevar os níveis de pressão arterial (REAVEN, et al., 1996; SU, et al., 1995; HALL et al., 2000). Apesar dessas evidências, alguns estudos sugerem que a hiperinsulinemia sozinha não seria capaz de ocasionar a hipertensão, pois poderia haver diferenças da ação da insulina entre os indivíduos, visto que esta, em condições normais, é vasodilatadora. Uma teoria proposta por Hall et al. (2000) é de que o aumento da gordura abdominal aumenta a pressão tecidual renal com a compressão da vasa reta e alça de Henle, ocasionando aumento da absorção de sódio e ativação do sistema renina-agiostensina. Além da hipertensão arterial e hiperinsulinemia dos indivíduos obesos, outro problema comum são as alterações no perfil lipídico. A principal dislipidemia associada a obesidade e sobrepeso é caracterizada por elevações leves e moderadas dos triglicérides e diminuição do HDL, sendo conhecida como síndrome plurimetabólica. A gordura localizada na região abdominal é metabolicamente ativa; com a ação das catecolaminas ocorre liberação excessiva de ácidos graxos livres e triglicérides. Esses triglicérides são transportados por lipoproteínas de baixa densidade a VLDL. Por sua vez, essas lipoproteínas possuem maior “afinidade” com as paredes arteriais, indicando um risco aumentado de eventos cardiovasculares (formação de placas de ateroma). O evento cardíaco mais comum em pacientes com obesidade é a insuficiência cardíaca congestiva. O sobrepeso e a obesidade afetam diretamente a função cardíaca uma vez que para cada 100 g de tecido adiposo, estima-se ser necessário 2 a 3 ml de sangue dessa forma, o excesso de gordura ocasiona aumento do débito cardíaco. Esse aumento ocorre à custa do aumento do volume sistólico, ocorrendo aumento da pré-carga (volume), desenvolvendo, conseqüentemente, uma hipertrofia excêntrica. Além de todos esses problemas anteriormente relacionados, ainda existem os de ordem psicológica, que somente nos últimos anos passou a serem reconhecidos pela comunidade médica. Os principais problemas psicológicos resultantes da obesidade são: anorexia, bulimia, transtorno do comer compulsivo, depressão, ansiedade, baixa- estima, dentre outros (NUNES, 1998). Podemos perceber que a obesidade e o sobrepeso são causadores de diversos problemas, os quais se correlacionam, agravando ainda mais a qualidade de vida das pessoas. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200442 O exercício e a obesidade Em que o exercício contribui para a prevenção e o tratamento da obesidade? O papel que a atividade física tem na prevenção e no tratamento da obesidade ainda não está totalmente esclarecido. Já é um consenso na literatura que indivíduos ativos reduzem significativamente o risco de morte prematura em relação a indivíduos obesos, e os indivíduos obesos ativos têm melhor expectativa de vida do que seus congêneres inativos. Estudos experimentais mostram que a atividade física regular melhora a composição corporal (BOUCHARD et al., 1993). Três são os caminhos através dos quais a atividade física pode influenciar a gordura corporal: aumento do gasto total de energia, equilíbrio no balanço dos macronutrientes (em particular das gorduras) e ajuste entre a energia ingerida e a gasta. Talvez o beneficio mais importante da atividade física seja aumentar o dispêndio de energia, proporcionando uma redução da gordura corporal ou manutenção do peso corporal. Em relação a isso, parece que a redução da gordura corporal ocorre de uma maneira geral (MCARDLLE et al., 1998); outros autores (SUE et al., 1995) evidenciam a perda de gordura localizada para homens e mulheres em locais específicos. Independentementedo local da redução da gordura, a redução do peso e da gordura corporal abdominal ocasionará menor sobrecarga cardiovascular (reduzindo possíveis alterações da estrutura do miocárdio, problemas de hipertensão), menor ativação do tecido adiposo central (gordura central), evitando ou reduzindo os processos metabólicos de hiperinsulinemia, diminuindo a pressão tecidual renal com a compressão da vasa reta e alça de Henle e diminuindo a absorção de sódio e ativação do sistema renina-agiostensina. As concentrações de leptina são elevadas na obesidade. A idade, o sexo, a ingesta calórica e o IMC são fatores que influenciam de maneira fisiológica as concentrações de leptina (SILVA, 2002). Ocorre uma diminuição de leptina em resposta a baixos níveis de insulina (FRACETO et al., 2004). ISHII et al. (2001) afirmaram que um treinamento aeróbio de seis semanas com 50 diabéticos do tipo 2 reduziu os níveis séricos de leptina. Sabe-se hoje que a redução do peso corporal associado ao exercício aeróbio aumenta a síntese de lipoproteínas HDL (NIEMAN, 1999) e promove aumento sustentado da sensibilidade à insulina, o R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 43 que leva a um efeito hipotensor após o exercício. Esse efeito hipotensor (que parece ser explicado por um mecanismo compensatório, em que no exercício de força a pressão se eleva muito e, como resposta compensatória, ocorre diminuição da pressão arterial – simpático e parassimpático) é mais verificado no treinamento de força do que em exercícios aeróbios. Os exercícios de força proporcionam uma maior autonomia e diminuiem as perdas severas de massa magra ocorridas no exercício associado à dieta (WILMORE e COSTILL, 2001). Em relação aos problemas psicológicos, ocorre melhora da função cognitiva (melhor perfusão de sangue cerebral), aumento da auto-estima e diminuição da ansiedade e da depressão em casos menos graves (NUNES, 2000). Efeitos da atividade física no tratamento da obesidade Segundo o Consenso Latino-Americano de Obesidade, existem várias evidências científicas apontando que o controle da ingestão alimentar juntamente com a atividade física regular é mais efetivo no controle do peso corporal do que apenas a dieta. Segundo Nicklas et al. (1997), o exercício aeróbio combinado à dieta previne o declínio na resposta lipolítica e na oxidação de gorduras que ocorrem em obesos submetidos apenas à dieta. A atividade física é uma forma de tratamento de obesidade que eleva o gasto energético e minimiza os efeitos negativos da restrição energética, pois é capaz de reverter a queda na TMB (MOLÉ et al., 1989). Para Grundy (1998), um aspecto importante na perda do peso corporal é a elevação da TMB através do exercício físico, porém isso só ocorrerá se houver aumento da massa magra. Nesse caso, os exercícios resistidos são os mais recomendados. Há evidências de que um programa de treinamento de força aumenta a massa magra e diminui a massa gorda dos praticantes (WILMORE e COSTIL, 2001). As alterações de composição corporal induzidas pelo treinamento físico também dependem do tipo, da intensidade e da duração, sendo os efeitos de manutenção de massa magra freqüentemente vistos quando se aplica treinamento de força (BALLOR et al., 1988; ROSS et al., 1995; GELIEBTER et al., 1997; GRUNDY, 1998). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200444 O aumento da prática de atividade física significa uma perturbação no equilíbrio do balanço energético e de macronutrientes. (FRANCISCHI et al., 2000). O treinamento induz a mudanças adaptativa: como o aumento na capacidade de se exercitar em altas intensidades por períodos maiores e o aumento da oxidação de gorduras, que promove sua perda gradual e mantém o peso perdido alcançado inicialmente com a dieta hipocalórica (MELBY et al., 1998). A atividade física combinada ao controle alimentar promove redução no peso corporal, maximizando a perda de gordura e minimizando a perda de massa magra (KEMPEN et al., 1995; RACETTE et al., 1995b; COWBURN et al., 1997). Estudos de Miller et al. (1997) concluíram que, após um ano do final do tratamento, a manutenção do peso perdido em dois grupos de obesos submetidos à dieta isolada ou combinada com exercícios por 15 semanas é maior no grupo exercitado, mostrando a eficiência da atividade física regular na manutenção do peso alcançado. Segundo Forbes (1992), o exercício aeróbio preserva a massa magra e ajuda a manter a TMB durante um programa de redução de peso, desde que não haja um déficit energético muito grande – esses valores não foram definidos. Racette et al. (1995a) observaram que o exercício aeróbio promoveu perda de massa gorda e manteve o gasto energético total diário e concluíram que esse tipo de exercício em associação ao controle nutricional é um componente importante no tratamento da obesidade. A sensação de fome, embora de pouca duração, foi suprimida significativamente logo após os exercícios intensos (KING et al., 1994). Nos exercícios de baixa intensidade, porém de longa duração (60 minutos), é apontado também um efeito anoréxico por um período ainda maior (REGER et al., 1984). Racette et al. (1995b) verificaram que os indivíduos que praticam exercício físico aderem a uma dieta com maior efetividade dos que os que não praticam. A inclusão de exercícios físicos em um programa de emagrecimento, além de promover maior dispêndio energético, evita perda de massa magra, que ocorre quando a redução do peso vem somente através de dieta (DIETZ e BELLIZZI, 1999). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 45 Prescrição das atividades físicas Segundo Nahas (1999), para ser efetivo num programa de controle de peso o exercício precisa ser adaptado às condições individuais (sexo, idade, nível e aptidão física e condições de saúde). Deve ocorrer uma progressão gradual do gasto energético de 150-200 kcal/dia, para iniciantes, a 300-500 kcal/dia, nos níveis mais altos. O ACSM (2000) propõe que o gasto calórico com atividade física deverá ficar em torno de 300 kcal/dia ou 1.000 a 2.000 kcal/semana. Vários estudos mostram que o ideal é realizar de cinco a seis sessões de treino por semana, a fim de proporcionar melhora no condicionamento físico e garantir um gasto calórico satisfatório por semana. Segundo o ACSM (2000), a intensidade na prescrição do Treinamento Aeróbio, deverá ficar entre 50 e 70% do VO2 pico, o que representa aproximadamente 65-80% da Fcmáx, ou utilizando a Escala de Borg (RPE – 9 a 12), sendo a carga ajustada de maneira progressiva. A duração será de 40-60 minutos, realizada em uma única sessão ou em duas sessões diárias de 20-30 minutos. Os exercícios deverão ser escolhidos preferencialmente entre aqueles com envolvimento de grande massa muscular. Nos últimos anos, alguns estudos mostram maior mobilização de gordura durante os exercícios de maior intensidade (65-75% do VO2 máx) e, conseqüentemente, melhores resultados na perda de peso (JEUKENDRUP e ACHTEN, 2001; YOSHIOKA et al., 2001; MARRA, 2002). Quanto ao Treinamento de Força, o ACSM (2000) recomenda de 1 a 2 sets de 8-12 repetições, de 2 a 3 vezes por semana, entre 8 e 10 exercícios ou estações. A intensidade deve ficar entre 50 e 60% da 1-RM ou entre 11 e 13 RPE. Os exercícios deverão atuar nos principais grupos musculares. Levando em consideração a necessidade de promover um balanço calórico negativo diário nos indivíduos obesos, parece mais adequado trabalharmos em uma intensidade superior nos exercícios resistidos, algo em torno de 70-75% da 1-RM, além de proporcionarmos um maior aporte calórico durante o exercício, promoção da massa magra e, conseqüentemente, aumento do metabolismo basal. O dispêndio energético no pós-exercício da sessão de treino de força hipertrófica apresenta resultados superiores aos aeróbios e aos exercícios de resistência muscular (BAHR e SEJERSTED, 1991; R. Min.Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200446 BREHM e GUTIN, 1986; GORE e WITHERS, 1990; SEDLOCK, et al., 1989; MELBY et al., 1993). Conclusão A principal causa de doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade é a falta de atividade física. Dentre os fatores de risco existentes, o sedentarismo mostra ser aquele com maior prevalência na população, independentemente do sexo (REGO et al., 1990). Portanto, fica evidente a importância de se adotar um estilo de vida ativa, que, de alguma forma, pode também ajudar a controlar e a diminuir os outros fatores de risco. A OMS estima que a inatividade física leva a mais de 2 milhões de mortes por ano. Provavelmente, uma terça parte dos casos de câncer pode ser prevenida adotando-se uma alimentação saudável, mantendo um peso normal e fazendo atividade física ao longo da vida. Atualmente, o que tem despertado o maior interesse de pesquisadores e profissionais da atividade física é a dificuldade de mudar comportamentos sedentários e, principalmente, manter num programa as pessoas que iniciam exercícios regulares (NAHAS, 1999). A redução de atividade física nos programas de educação física nas escolas, no mundo todo, ocorre ao mesmo tempo em que se observa aumento significativo da freqüência de obesidade entre jovens. É preciso oportunizar a prática regular de atividades físicas, melhorando ou criando ambiente físico (NAHAS, 1999), criar programas de atividade física coletiva através dos órgãos públicos, melhorar a comunicação (informação), orientando para a necessidade da prática regular e do controle alimentar, e divulgar os efeitos benéficos para a saúde da população. Diante desse contexto, e tomando a perspectiva da promoção da saúde como estratégia para estimular a população a adotar estilos de vida saudáveis, cabe ao educador físico elaborar métodos de trabalho que promovam a pratica permanente de atividade física, proporcionando melhora na qualidade de vida da população. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 47 DIABETES MELITO (DM) Introdução Diabetes Melito (DM) é uma desordem metabólica crônico- degenerativa de etiologia múltipla que está associada à falta e/ou à deficiente ação do hormônio insulina produzido pelo pâncreas (DULLIUS e LÓPEZ, 2003). As causas podem ser as mais variadas, como hereditariedade, obesidade, estresse, alimentação, gravidez, inatividade física e idade. Atualmente esta doença não tem cura; contudo, com apropriado seguimento de tratamento e cuidados, pode o diabético viver muito e com qualidade. O objetivo é manter predominantemente os valores glicêmicos em níveis próximos ao normal e, dessa forma, evitar ou postergar o surgimento de complicações em decorrência do mau funcionamento orgânico devido à mantida hiperglicemia e suas conseqüências nefastas (DAVIDSON, 2001). O exercício pode contribuir positivamente para isso; assim, o objetivo desta revisão é destacar os benefícios, bem como os cuidados necessários à prescrição de exercícios para indivíduos portadores de DM. Respostas metabólicas ao exercício agudo Ao contrário da maioria dos hormônios, as concentrações de insulina no sangue diminuem durante o exercício em pessoas sem diabetes, porque uma quantidade menor de insulina é secretada pelo pâncreas (FARRELL, 2003). Como o músculo esquelético é quantitativamente o tecido mais importante no corpo para a absorção de glicose, especialmente durante o exercício, e como a insulina é o principal estímulo para a absorção de glicose nas células em repouso, esse declínio na secreção de insulina durante o exercício parece, à primeira vista, um paradoxo. No entanto, a necessidade de insulina para a absorção da glicose diminui durante o exercício, porque as próprias contrações musculares estimulam a absorção da glicose no músculo, mesmo quando não há insulina (HAYASHI et al., 1997; HOLLOSZY, 2003). A diminuição natural da insulina durante o exercício é necessária para R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200448 evitar a hipoglicemia. Para pessoas com DM tipo 1 que controlam a glicemia adequadamente e ajustam a dose de insulina antes da atividade física, os combustíveis usados durante o exercício não são substancialmente diferentes daqueles usados por não-diabéticos, desde que a intensidade do exercício seja moderada (RAGUSO et al., 1995). A diminuição normal na insulina no sangue durante o exercício em pessoas sem diabetes e naquelas com DM tipo 2 permite que os dois combustíveis mais importantes para o exercício – os carboidratos e as gorduras – sejam mobilizados e usados pelo músculo. Altas concentrações de insulina inibem a capacidade do fígado de liberar glicose. Níveis elevados de insulina também inibem a liberação, no sangue, de ácidos graxos do tecido adiposo e, talvez, de gorduras armazenadas nos músculos. Infelizmente, a redução normal na insulina não ocorre em pessoas com DM tipo 1, pois elas não conseguem produzir e, portanto, não conseguem reduzir a produção de insulina (FARRELL, 2003). Dessa forma, a concentração preponderante de insulina no sangue depende do momento em que foi administrada a última injeção de insulina (ou taxa de infusão, para aqueles que usam uma bomba de insulina). Conseqüentemente, a capacidade de mobilizar combustíveis provenientes de gordura e carboidratos para o exercício pode ficar comprometida em pessoas com diabetes. A insulina no sangue deve ficar em níveis baixos durante o exercício, porém a manutenção de pelo menos alguma insulina circulante é um requisito essencial para outros aspectos do metabolismo do exercício. O exercício físico melhora a captação da glicose pelos tecidos, porque aumenta a permeabilidade da membrana citoplasmática, potencializando a ação da insulina, podendo ser possibilitada, inclusive, uma redução na quantidade de medicação necessária à manutenção dos níveis glicêmicos (BORGHOUTS e KEIZER, 2000; CHIBALIN et al., 2000; FORJAZ et al., 1998; MARTINS, 2000; COLBERG, 2000; MCMURRAY et al., 2000). Esse efeito de tendência redutora da glicemia sangüínea se prolonga por mais ou menos 48 horas, sendo um efeito agudo e não crônico, em decorrência da atividade. Por isso, insiste-se na importância de que atividades físicas sejam feitas de forma regular e constante – pelo menos três vezes na semana (SIGAL et al., 1999; PEIRCE et a.l, 1999; GORDON et al., 2000). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 49 Prescrição de exercícios O primeiro passo para prescrição de exercício é obter do indivíduo um exame que relate a condição dos níveis sangüíneos de glicose. É também necessário realizar uma avaliação antes de iniciar o programa de exercícios. Os diabéticos do tipo I devem se precaver quanto à prática de atividade física logo após a aplicação de insulina. No tipo II, os exercícios ajudarão a perder ou a manter o peso corporal. Desse modo, deve-se tomar cuidado com os exercícios que contribuem para que o sobrepeso do indivíduo comprima os vasos e comprometa a circulação sangüínea. Segundo American Diabetes Association (2000), os diabéticos bem controlados devem tomar cuidado com a probabilidade da ocorrência de uma hipoglicemia, que pode acontecer antes, durante, logo após ou nas 24 horas seguintes ao término da atividade física, pois o nível de glicose continuará a cair. Os cuidados que se deve ter com os pacientes diabéticos se referem ao local de aplicação da insulina, ao tipo de insulina (ação rápida, lenta) e ao horário de aplicação. Não se recomenda a prática de exercício caso o nível de glicose esteja acima de 300 mg/dl; o nível de glicose esteja acima de 240 mg/dl; se houver cetonas na urina; e quando apresentar alguma complicação. Se o indivíduo for realizar exercícios físicos mais rigorosos, a aplicação deve ser feita no abdômen. Alguns pacientes podem ter necessidade de se alimentar antes da atividade física. Esse fato deve fazer parte do planejamentoalimentar, sob orientação do médico ou da nutricionista. Ao realizar um exercício de maior intensidade por período mais prolongado, pode ser difícil para o paciente prevenir a queda de glicose no sangue apenas com a alimentação suplementar. Nesse caso, convém reduzir a dose de insulina que está agindo durante o período de realização dos exercícios. Portanto, as prescrições de exercício baseadas nos valores normais seriam exageradamente aumentadas no paciente diabético (WAXMAN e NESTO, 2002). É importante ser informado sob efeitos provocados pelos medicamentos utilizados pelo indivíduo. Os pacientes que ingerem simultaneamente insulina e agentes betabloqueadores podem mascarar os sintomas de hipoglicemia e de elevação da freqüência cardíaca. Esses medicamentos podem alterar a resposta metabólica ao exercício (GITTOES et al., 1997). R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200450 Recomendações Segundo o American College of Sports Medicine (ACMS, 2000), o indivíduo diabético deve se exercitar de 5 a 7 dias por semana, com duração entre 30 e 40 minutos e intensidade de 60 a 75 da FCmáx ou 50 a 60% do VO2máx. A atividade deve ser de predominância aeróbia. Exercícios de intensidade elevada ou longa duração devem ser evitados (acima de 60 minutos), como também em temperaturas elevadas. Todas as sessões de atividade física devem começar e terminar com um período de 10 minutos de exercícios aeróbicos de baixa intensidade, alongamento e mobilidade articular, reduzindo-se assim os riscos de complicações cardíacas e lesões musculoesqueléticas. As recomendações padronizadas para pacientes diabéticos são as mesmas para os indivíduos não-diabéticos, ou seja, os exercícios devem ser precedidos por um período de aquecimento e devem incluir também um fase de volta à calma. O período de aquecimento consiste de 5-10 minutos de atividades aeróbias (caminhada, ciclismo etc.), tendo como principal característica a baixa intensidade. O objetivo do aquecimento é a preparação da musculatura esquelética e do sistema cardiorrespiratorio para um progressivo aumento na intensidade do exercício. Após um breve aquecimento, os grupamentos musculares devem ser alongados, de forma branda, por mais 5-10 minutos. Primeiramente, deve ser dada atenção especial aos músculos mais solicitados no transcorrer da sessão de treinamento. O aquecimento ativo pode ser feito antes ou depois do alongamento. Após a realização da atividade prescrita, uma fase de volta à calma – estruturada de forma similar à do aquecimento, – deve ser realizada por cerca de 5 - 10 minutos. O objetivo principal desta fase é retornar a freqüência cardíaca a valores próximos aos níveis anteriores ao exercício. O ACMS (2000) estabelece algumas determinações quanto à prática de atividade física, entre elas: antes dos exercícios, devem-se consumir carboidratos, principalmente quando a taxa de glicose no sangue for de < 80 – 100 mg/dl.; e deve-se evitar exercício se a taxa de glicose sangüínea estiver entre 250 e 300 mg/dl e o nível de cetonas presentes no sangue estiver menor que 300 mg/dl. É importante que a melhoria da resistência física do diabético ocorra de forma gradativa. Os exercícios aeróbios são os melhores, R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 2004 51 pois requerem grande quantidade de O2 para a produção de energia e envolvem grandes massas musculares do corpo. Por fim, os diabéticos que pretendem realizar atividade física devem ter seus níveis glicêmicos bem controlados e acompanhamento médico, para se adequarem às menores doses de insulina ou hipoglicemiantes orais. Conclusão Os diabéticos necessitam de alguns cuidados para tornar sua prática de atividade física mais saudável e eficiente. Medidas simples, como adequar os calçados, realizar periodicamente exames de sangue e ter bons hábitos alimentares, podem tornar a prática de atividades físicas muito mais eficiente do que normalmente seria. Os exercícios diários são indicados para pessoas do tipo I, a fim de controlar as taxas de glicose sangüínea. Quanto à duração, o ideal seriam 20 a 60 minutos por sessão. Em se tratando de pessoas do tipo II é aconselhável duas curtas sessões por dia para maximizar o gasto calórico. A intensidade dos exercícios deve variar de acordo com o tipo de diabetes: a do tipo I deve variar entre 40 e 83 % do VO2 ou 55 a 90% da Fcmax; e a do tipo II, entre 40 e 70% do VO2 ou 55 a 80 % da FCmax. (NOVAES e VIANNA, 2003). Pessoas com DM tipo 1 ou tipo 2 podem atingir nível muito alto de desempenho atlético. Quando atingem esse nível, devem aprender como coordenar a administração de insulina e/ou a ingestão de carboidratos, de modo que possam competir sem mudanças graves nas concentrações de glicemia. Para a pessoa que está iniciando ou para quem deseja atividades recreacionais, haverá um período de tentativa e erro, porque a prescrição da quantidade ideal e do horário da insulinização e da suplementação com carboidratos é muito individual. Os benefícios do exercício físico regular em pessoas com diabetes são similares àqueles em pessoas sem a doença – desde que o diabético exerça um bom controle da glicose e não apresente grandes complicações da doença. Esses benefícios superam os problemas potenciais causados pelo estresse metabólico do exercício, se tiver sido feita uma avaliação médica adequada. R. Min. Educ. Fís., Viçosa, v. 12, n. 2, p. 39-58, 200452 Sendo assim, nada melhor do que colocar a atividade física orientada e o profissional que dela se ocupa como tendo um papel central no programa geral de Educação e Tratamento em Diabetes (MATOS e DULLIUS, 2002; DULLIUS, 2003). A escolha do melhor exercício deve se apoiar em “aquele que é prazeroso” (CHASE, 2000). Em relação a isso o Profissional de Educação Física possui especial formação e treinamento, podendo auxiliar na proposta, na seleção adequada e no estímulo à prática de atividades, por meio de uma prescrição atenciosa e personalizada, não obrigando o diabético a restringir-se unicamente à caminhada – tão usualmente indicada e certamente muitas vezes uma boa opção, mas não a única. ABSTRACT In the last years, the scientific publications in the area of the physical exercise in relation to the health grow of spectacular. The guided physical activity is essential part of the treatment of Diabetes Mellitus (DM) and of the obesity and brings innumerable benefits to the practitioners. However, it must be prescribed and be followed by qualified professionals with physiopathology knowledge but, also, and over all, on functional evaluation, physiology of the exercise and practical sports. To guide and to reach the possible decurrently benefits of the physical activity for diabetic obesity and one becomes necessary, ample knowledge on control of the load of trainings, bioenergetics, pondered control and corporal perception, beyond the didactic-pedagogical formation. Thus, the indicated professional to prescribe and to follow physical activities with diabetic obesity and, is the specifically qualified professor of Physical Education to act in partnerships with other professionals of the health areas. Key words: physical exercise, diabetes, obesity REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. 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