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DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Trabalho Optativo Docente: Prof. Dr. Marco Aurélio Gomes Barboza Discente: Fabrício Cacheta Neto [B31AHJ-9] DR5/6 DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Ao longo deste trabalho iremos nos aprofundar sobre as características primárias e secundárias dos respectivos dispositivos legais, Arts. 130, 131, 134, 135, 136 e 137 do Código Penal, devidamente regulamentado e instituído na República Federativa do Brasil sob o Decreto nº 2.848/40. O respectivo estudo abrange ainda as normativas vigentes, tais quais as Leis 9777/98; 10.741/03 e; 8.069/90 das quais, respectivamente, criaram e regularam o § único do Art 132; o Inc III do § 3º do Art 133 e; o § 3º do Art 136. A importância da realização deste trabalho é a de aprofundar o conhecimento, aprimorar a pesquisa e consequentemente, entender a aplicabilidade para com a matéria em questão, a qual, é vivenciada cotidianamente no âmbito jurídico penal. Perfazendo-se de suma importância a assimilação plena durante a vida acadêmica para que, "a posteriori", possa então o operador de direito ser capaz de discernir as referidas características. Os dispositivos que estudaremos durante esta pesquisa, versará sobre O Perigo de Contágio Venéreo; Perigo de Contágio de Moléstia Grave; Exposição ou Abandono de Recém Nascido; Omissão de Socorro; Maus Tratos e; Rixa. DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Utilizar os Art. 130, do CP, e responder: (semelhantemente à forma que é lecionado em sala de aula) Perigo de contágio venéreo Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Somente se procede mediante representação. 1. Introdução a) O que é: É a exposição da vida de outrem em perigo eminente de vida ou à saúde, em vista à possível contaminação mediante a prática de qualquer ato que contenha a conotação sexual e/ou satisfazer o libido. 2. Objeto Jurídico: A Saúde e a Vida de terceiro. 3. Objeto Material: A Saúde e a Vida de alguém. 4. Núcleo do Tipo: EXPOR Alguém ao risco de contágio. 5. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa contaminada Sujeito Passivo: Qualquer pessoa não contaminada 6. Elemento Subjetivo: Sabe ou deveria saber estar contaminado. 7. Consumação: Expor ou deixar à perigo por meio de qualquer tipo de relação com conotação sexual. 8. Tentativa: É Admitida. 9. Ação penal - APP Condicionada à Representação 10. Considerações -> causas de aumento: Intenção do Agente -> diminuição pena: Não há -> qualificadoras: Se a intenção era de matar, lesionar ou apenas contaminar. DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Utilizar os Art. 131 do CP, e responder: (semelhantemente à forma que é lecionado em sala de aula) Perigo de contágio de moléstia grave Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 1. Introdução a) O que é: É a simples prática de transmissão de moléstia grave à outrem. 2. Objeto Jurídico: A Vida e a saúde de alguém 3. Objeto Material: É a pessoa que é contagiada ou exposta ao contágio 4. Núcleo do Tipo: Expor a saúde e a vida de outrem em risco. 5. Sujeito Ativo: pessoa contaminada com moléstia grave Sujeito Passivo: qualquer pessoa exposta ao risco de contágio 6. Elemento Subjetivo: Dolo, pois possui a intenção em contagiar alguém 7. Consumação: Ocorre com a pratica do ato transmissível, independentemente do resultado. Ex. Compartilhamento de seringas, agulhas, barbeador ou qualquer outro utensílio e/ou forma de contágio 8. Tentativa: É admitido 9. Ação penal Pública Incondicionada 10. Considerações -> causas de aumento: animus necandi - se houver a intenção de matar -> diminuição pena: caso a efetiva contaminação se dê por imperícia, negligência ou imprudência, considerar-se-á a culpa do agente. DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Utilizar os Art. 134 do CP, e responder: (semelhantemente à forma que é lecionado em sala de aula) Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. 1. Introdução a) O que é: é a exposição ou abandono de recém nascido pelo pai/mãe, visando este a proteger sua honra pessoal. 2. Objeto Jurídico: A segurança da integridade física e da própria vida do recém-nascido. 3. Objeto Material: A exposição do recém-nascido seja motivada para ocultar desonra própria do agente 4. Núcleo do Tipo: Expor ou Abandonar o recém nascido, visando proteger a honra própria do agente 5. Sujeito Ativo: Pai ou Mãe que procura preservar a honra Sujeito Passivo: Recém-Nascido ou Nascente 6. Elemento Subjetivo: O dolo está no ato livre e consciente da exposição do recém- nascido a situação de abandono e risco, cumulada com a crença do agente de que tal conduta salvará sua própria honra. Não há modalidade culposa para o crime. 7. Consumação: Basta a exposição do recém-nascido a algum perigo, sem a necessidade de que a lesão decorrente do risco efetivamente ocorra. 8. Tentativa: Não é admitida 9. Ação penal Pública Incondicionada 10. Considerações -> qualificadoras: As formas qualificadas do abandono de recém-nascido ficam caracterizadas nas ocasiões em que o resultado da conduta ultrapassa o limite da simples exposição ao risco, advindo então um dano concreto à vítima, que resulte na lesão corporal ou na morte dela. DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Utilizar os Art. 135 do CP, e responder: (semelhantemente à forma que é lecionado em sala de aula) Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 1. Introdução a) O que é: É o ato de deixar de prestar ou pedir socorro ao desvalecido. 2. Objeto Jurídico: Defesa da vida e da saúde da pessoa 3. Objeto Material: Punir a omissão daqueleque encontrou alguém em risco e não providenciou qualquer socorro. 4. Núcleo do Tipo: Omitir-se de prestar ou pedir socorro 5. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa que encontre alguém nas condições de vulnerabilidade Sujeito Passivo: A gravidade da situação e a eminência do perigo em que se encontra a pessoa, que também encampam elementares do tipo, devem ser avaliadas no caso concreto, porquanto qualquer pessoa submetida a tais condições também é considerada sujeito passivo do crime. 6. Elemento Subjetivo: A norma exige a consciência do autor no sentido de que sua conduta (de não prestar assistência ou não pedir ajuda) deixará o ofendido desamparado, exposto a risco 7. Consumação: O crime se consuma diante da omissão do autor à falta de socorro à vítima. 8. Tentativa: Não é admitida 9. Ação penal Pública Incondicionada 10. Considerações -> causas de aumento: aumentando-se a pena de metade na ofensa à integridade física da vítima, bem como a triplicando, na hipótese de morte -> qualificadoras: Sobrevindo a lesão corporal de natureza grave ou a morte da vítima, em sendo previsível o resultado pelo agente, mas não pretendido, por se tratar de crime preterdoloso, DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Utilizar os Art. 136 do CP, e responder: (semelhantemente à forma que é lecionado em sala de aula) Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando- a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) 1. Introdução a) O que é: O que se extrai do dispositivo é que o exercício da educação, da correção e da disciplina deve ser moderado, não se tolerando que resulte na exposição da vítima a perigo de saúde ou de vida. Para que o delito se configure a exposição a perigo deve decorrer da privação da alimentação ou dos cuidados indispensáveis, da submissão a trabalho excessivo ou inadequado ou, ainda, mediante abuso correcional ou disciplinar. 2. Objeto Jurídico: segurança à incolumidade física e à vida da pessoa 3. Objeto Material: Integridade Física e a Vida 4. Núcleo do Tipo: Ato disciplinar incompatível ou desproporcional 5. Sujeito Ativo: apenas aquele que tem o sujeito passivo sob sua autoridade, guarda ou vigilância para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia. Trata-se, pois, de crime próprio. Sujeito Passivo: é a pessoa submetida à autoridade, guarda ou vigilância de outrem para fins de educação, ensino, tratamento ou custódia. 6. Elemento Subjetivo: É a vontade de expor a perigo, o dolo de perigo, acrescido do intuito específico da correção, o animus corrigendi ou animus disciplinandi, sob pena de caracterizar a prática de outro crime, tal como o do artigo 132 do Código Penal. DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 7. Consumação: quando exposta a vítima a risco de vida ou de saúde, sem a necessidade que este ocorra. 8. Tentativa: É possível 9. Ação penal Pública Incondicionada 10. Considerações -> causas de aumento: Praticado o crime contra a vítima menor de 14 anos, impõe-se o aumento da pena em 1/3. Quando a exposição a perigo resultar em lesão corporal de natureza grave a pena será de reclusão, de um a quatro ano. Se a exposição a perigo resultar em morte a sanção será de quatro a doze anos, também de reclusão. -> qualificadoras: quando previsível um resultado mais grave que acaba se realizando (crime preterdoloso), a norma estabelece sanções mais severas do que aquelas previstas para o crime praticado sob a modalidade simples. DIREITO PENAL PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO UNIP - Universidade Paulista Campus de Araraquara, SP 2º Semestre / 2014 Utilizar os Art. 137 do CP, e responder: (semelhantemente à forma que é lecionado em sala de aula) Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica- se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. 1. Introdução a) O que é: se caracteriza quando há uma briga, um entrevero desordenado envolvendo três pessoas ou mais, em que não é possível distinguir as condutas dos participantes. 2. Objeto Jurídico: Tutelar ordem pública e coibir sua perturbação, assim como preservar a incolumidade da pessoa 3. Objeto Material: cogita-se possível o concurso material entre o crime de rixa e o de lesões corporais graves ou o de homicídio quando identificado o autor destas condutas e o respectivo dolo. 4. Núcleo do Tipo: Participar de Rixa 5. Sujeito Ativo e Sujeito Passivo: Se confundem Por pressupor uma agressão mútua, recíproca e indefinida entre os participantes, eles todos são simultaneamente sujeitos ativos e passivos do crime. 6. Elemento Subjetivo: Exige-se o animus rixandi. A voluntária participação na contenda caracteriza o dolo do sujeito na prática do crime, não havendo sanção àquela praticada culposamente. 7. Consumação: A conduta e o evento exaurem-se simultaneamente 8. Tentativa: Não é admitida 9. Ação penal Subsidiária da Pública 10. Considerações -> qualificadoras: Apesar de a norma dispensar, na definição do crime, a individualização das condutas dos contendores, trata de dar pena mais severa para hipóteses extremas nas quais a violência resulta em lesão corporal grave ou morte de qualquer dos envolvidos (crime preterdoloso). Na hipótese de lesão corporal grave, também responderá pela forma qualificada o próprio lesionado.
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