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AV1 DIREITO PENAL - CRIMES CONTRA A PESSOA

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Prévia do material em texto

Bruna Rodrigues França 
Professor: Cláudia Becker 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
DIREITO PENAL – CRIMES CONTRA A PESSOA 
DIREITO – DIR0353 
 
TRABALHO 1 – TRABALHO ESCRITO 
 
Perigo de contágio venéreo 
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato 
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está 
contaminado: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
§ 2º - Somente se procede mediante representação. 
 
OBJETO JURÍDICO: Incolumidade física da pessoa em sentindo amplo, 
compreendendo sua vida e sua saúde. 
SUJEITO ATIVO: Se trata de um crime próprio ou especial só pode ser 
praticado por pessoa que já esteja infectado pela moléstia venérea. 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa, é possível a prática no âmbito do 
matrimônio, abrindo espaço a dissolução da sociedade conjugal. 
ELEMENTO OBJETIVO: Caracteriza pela exposição, através de relação 
sexual, ou qualquer ato libidinoso, que haja indispensável contato corporal entre o agente 
e a vítima, a contágio de moléstia venérea. 
ELEMENTO SUBJETIVO: Na modalidade simples (caput) é o dolo de perigo, 
a vontade de praticar a relação sexual ou qualquer ato afim de transmitir a doença. Dolo 
pode ser direito quando o agente sabe que está contaminado. Eventual, quando deve saber 
que possui a doença. 
CONSUMAÇÃO: Na previsão do caput se consuma com a prática da relação 
sexual. 
TENTATIVA: É cabível a tentativa, expor a vítima a uma situação de perigo, 
mas não obtém êxito em sua empreitada. 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: Não há. 
 
 
 
Perigo de contágio de moléstia grave 
Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que 
está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
OBJETO JURÍDICO: Tutelam-se a vida e a saúde do ser humano 
SUJEITO ATIVO: Crime próprio, pois reclama uma situação fática diferenciada 
por parte do sujeito ativo. Deve ser pessoa contaminada pela moléstia grave. 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa inclusive a portadora de moléstia grave. 
Pois a eventual transmissão de outra enfermidade tem o condão de debilitar ainda mais 
sua saúde e expor a perigo novamente sua vida. 
ELEMENTO OBJETIVO: Transmissão de moléstia grave, por ato que gere o 
contágio. 
ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo direto expor a vítima ao perigo de contágio 
grave. Reclama-se também um fim especial de agir pelo sujeito. Exclui-se, portanto o 
dolo eventual pois é necessário que o faça com o propósito de transmitir a moléstia grave. 
CONSUMAÇÃO: Crime formal. Consuma-se no momento da prática do ato 
capaz de produzir o contágio, independentemente da efetiva transmissão. Crime de 
perigo, formal e com dolo de dano, sujeito quer produzir lesões corporais na vítima, o 
delito é de perigo porque para sua consumação basta a exposição da saúde da vítima à 
probabilidade de dano. 
TENTATIVA: É possível, quando plurissubsistente, somente nessa situação é 
possível a divisão do iter criminis. Destarte, incabível o conatus quando a conduta for 
praticada por um único ato (crime unissubsistente) 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: Não há causa de aumento 
de pena. 
 
Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição 
da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para 
a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em 
desacordo com as normas legais. 
 
OBJETO JURÍDICO: Protege a vida e a saúde da pessoa humana 
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa 
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa, desde que certa e determinada, 
independentemente de qualquer ligação com o autor. 
ELEMENTO OBJETIVO: Expor a vida ou a saúde de outrem perigo direto – 
dirigido a pessoas determinadas – e iminente – preste a acontecer. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo de perigo, direto ou eventual. O sujeito 
quer ou assume o risco de expor a vida ou a saúde de outrem a uma situação de perigo 
concreto. O consentimento do ofendido é irrelevante, em face da indisponibilidade do 
bem jurídico penalmente tutelado. 
CONSUMAÇÃO: Dá-se no instante em que ocorre a produção do perigo 
concreto para a vítima. 
TENTATIVA: É possível, somente na modalidade comissiva. 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: Causa de aumento de 
pena, de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se a exposição da vida ou da saúde de outrem a 
perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos 
de qualquer natureza, em desacordo com a normas legais. É inerente à segurança viária, 
ou seja, um crime de trânsito localizado no Código Penal. Sua principal finalidade é punir 
mais severamente o transporte de “boias-frias” sem as cautelas necessárias. O transporte 
indevido de um único trabalhador autoriza a aplicação da causa de aumento de pena. 
 
Abandono de incapaz 
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
Aumento de pena 
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador 
da vítima. 
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos 
 
OBJETO JURÍDICO: Tutelam-se a vida, a saúde e a segurança da pessoa 
humana. O bem jurídico, em qualquer caso, é indisponível, até mesmo porque eventual 
consentimento prestado pelo incapaz não tem validade. 
SUJEITO ATIVO: Praticado somente a pessoa que tem o dever de zelar pela 
vida, pela saúde ou pela segurança da vítima. Tratasse de um crime próprio, pois apenas 
pode ser praticado por aquele que tem o incapaz sob seu cuidado, guarda, vigilância ou 
autoridade. 
SUJEITO PASSIVO: É o incapaz de defender-se dos riscos resultantes do 
abandono e que estava sob a guarda, cuidado vigilância ou autoridade do sujeito ativo. 
Essa incapacidade não se confunde com a incapacidade civil. Pois esta é uma 
incapacidade real e não jurídica. 
ELEMENTO OBJETIVO: A conduta é abandonar, que significa deixar ao 
desamparo, sem condições de defender-se. É preciso deixar a pessoa em situação que, 
especificamente, não pode defender-se. Tratando-se de crime de perigo concreto, é 
necessário que o abandono gere uma situação de perigo real. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo de perigo, direto ou eventual. Não se exige 
nenhuma finalidade específica. Basta praticar a conduta capaz de colocar o incapaz em 
situação de perigo. 
CONSUMAÇÃO: No momento do abandono, desde que resulte perigo concreto. 
O Crime é instantâneo de efeitos permanentes, pois se consuma em um momento 
determinado, mas seus efeitos se arrastam no tempo, persistindo enquanto o incapaz não 
for devidamente assistido. 
TENTATIVA: É possível na modalidade comissiva, exclusivamente. Não é 
compatível com a forma omissiva. 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: O parágrafo terceiro deste 
artigo prevê três causas que aumentam a pena em 1/3 (um terço): se o abandono ocorre 
em lugar ermo: inciso I; se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor 
ou curador da vítima: inciso II; se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos: inciso III. 
 
Exposição ou abandono de recém-nascido 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: 
Pena - detenção, de seis mesesa dois anos. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
OBJETO JURÍDICO: Tutelam-se a vida e a saúde da pessoa humana. 
SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime próprio ou especial, somente pode ser 
cometido pela mãe que concebeu o filho de forma irregular (exemplo: fora do 
matrimônio, quando casada), e ainda, pelo pai adulterino. Este crime não é exclusivo da 
mãe, podendo ser praticado também pelo pai. 
SUJEITO PASSIVO: É o recém-nascido, que para a medicina é definido como 
a pessoa que nasceu com vida, até a queda do cordão umbilical. É prudente, sob pena de 
tornar inócuo o tipo penal, deixar a conceituação de recém-nascido para o caso concreto, 
visando alcançar as crianças com poucos dias de vida que são comumente abandonadas 
por seus pais. 
ELEMENTO OBJETIVO: Esse tipo contém duas condutas, expor e abandonar. 
Há quem sustente que os verbos têm significados idênticos. Para Bitencourt, porém, há 
diferença. Expor significa “exercer uma atividade sobre a vítima, transportando-a, no 
espaço, da situação de segurança em que se encontrava para lugar onde ficará sujeita a 
risco contra a sua incolumidade pessoal.” Por sua vez o abandono é “um não-fazer”, em 
que o agente se afasta da vítima, “deixando-a ao desamparo”. De qualquer modo, quem 
expõe, levando a vítima para um outro lugar, na sequência, abandona, deixando o recém-
nascido desprotegido. Tanto isso é verdade, que o crime de abandono de incapaz não 
contém o verbo expor e, nem por isso, deixa de haver crime, caso a vítima seja levada a 
outro lugar. 
O crime em questão é de perigo concreto, o que significa dizer que não existe o 
delito se não houver a real situação de perigo. Do ponto de vista processual, será 
imprescindível que se demonstre o efetivo perigo. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo direto. Além disso, exige-se ainda um 
especial fim de agir: “para ocultar desonra própria”. Esse elemento subjetivo do tipo é 
compatível unicamente com o dolo direto, excluindo o dolo eventual. Não se pune a 
modalidade culposa. 
CONSUMAÇÃO: Dá-se no momento em que a vítima é submetida ao perigo 
concreto. O Crime é instantâneo de efeitos permanentes, pois, depois de abandonado, o 
recém-nascido continua correndo perigo, situação que somente cessa quando socorrido 
por alguém. 
TENTATIVA: É possível, somente quando praticado por ação, isto é, quando se 
tratar de crime comissivo. 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: Não há. 
 
 Omissão de socorro 
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco 
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, 
ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. 
 
OBJETO JURÍDICO: A lei penal protege imediatamente a vida e a saúde da 
pessoa humana, pois o crime de omissão de socorro foi inserido no título dos crimes 
contra a pessoa, no capítulo atinente à periclitação da vida e da saúde. Além disso, tutela 
mediatamente a solidariedade humana, pois todos os indivíduos devem auxiliar-se para a 
regular convivência em sociedade. 
SUJEITO ATIVO: O crime é comum, pode ser cometido por qualquer pessoa, 
mesmo que não tenha o dever de prestar assistência. Mas, se houver vinculação jurídica 
entre os sujeitos do delito, o crime será de abandono de incapaz ou de abandono material, 
conforme o caso. 
SUJEITO PASSIVO: Somente as pessoas taxativamente indicadas pelo art. 135 
do Código Penal podem ser vítimas do crime de omissão de socorro. São elas: crianças 
abandonada, criança extraviada, pessoa inválida e ao desamparo, pessoa ferida e ao 
desamparo, e pessoa em grave e iminente perigo. 
ELEMENTO OBJETIVO: Comtempla um elemento normativo, representado 
pela expressão “quando possível fazê-lo”. Não poderia a lei impor a alguém a prestação 
de socorro mediante a criação de risco fundado para sua integridade corporal. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo de perigo, direto ou eventual. O tipo penal 
não contém nenhum elemento subjetivo específico, e não admite a modalidade culposa. 
CONSUMAÇÃO: Consuma-se o crime no momento da omissão, daí advindo o 
perigo presumido ou concreto, conforme o caso 
TENTATIVA: Tratando-se de crime omissivo próprio ou puro, não é cabível o 
conatus. Ou o sujeito presta a assistência determinada pela lei, e não há crime, ou deixa 
de fazê-lo, e o delito está consumado (crime unissubsistente) 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: A pena prevista no caput 
é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e 
triplicada, se resulta a morte. Na expressão “lesão corporal de natureza grave” também 
ingressam as lesões corporais gravíssimas, descritas pelo art. 129, paragrafo segundo, do 
Código Penal. 
 
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial. 
 Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, 
bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como 
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de 
atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta 
a morte. 
 
OBJETO JURÍDICO: O condicionamento de atendimento médico-hospitalar de 
urgência está alocado Capítulo III do Título I da Parte Especial do Código Penal. Desta 
forma, os bens jurídicos penalmente tutelados são a vida e a saúde da pessoa humana. 
SUJEITO ATIVO: Pode ser qualquer funcionário ou administrador do 
estabelecimento de saúde que realize atendimento médico-hospitalar emergencial, e 
também o médico que se recusa a atender um paciente sem o fornecimento de garantia ou 
o preenchimento prévio de formulário administrativo. 
SUJEITO PASSIVO: É a pessoa acometida de problema em sua saúde, e por 
esta razão necessitada de atendimento médico-hospitalar emergencial. 
ELEMENTO OBJETIVO: A conduta é deixar de prestar assistência, que 
significa não socorrer, omitir socorro, abster-se de socorrer. Não importa que 
comportamento teve o agente, se ficou presente, se saiu etc.; basta que não tenha feito o 
que a lei determina, ou seja, prestar assistência. Essencial à configuração da conduta 
típica, que a omissão se dê em face de pessoa que se encontre em uma das situações 
anteriormente descritas. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo, direto ou eventual, acrescido de um 
especial fim de agir (elemento subjetivo específico), representado pela expressão “como 
condição para o atendimento médico hospitalar emergencial”. Em outras palavras, não 
basta exigir a garantia ou o preenchimento de formulário administrativo. É preciso fazê-
lo como medida necessária ao atendimento de emergência. Não se admite a modalidade 
culposa. 
CONSUMAÇÃO: O condicionamento de atendimento médico-hospitalar 
emergencial é crime formal, de consumação antecipada ou de resultado cortado: 
consuma-se com a exigência do cheque-caução, nota promissória ou qualquer outra 
garantia, bem como com o preenchimento prévio de formulários administrativos, 
independente da superveniência do resultado naturalístico. É também crime de perigo 
concreto, pois reclama a comprovação do risco ao bem jurídico penalmente protegido, 
representado pela necessidade de atendimento de natureza emergencial. 
TENTATIVA: É possível, em face do caráter plurissubsistente do delito, 
permitindo o fracionamento do iter criminis. 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: Como estatui o parágrafo 
único do art. 135 – A do CP: “A pena é aumentada até o dobro se da negativa de 
atendimento resulta lesão corporal denatureza grave, e até o triplo se resulta a morte”. 
Como a lei não indicou o percentual mínimo, conclui-se que nos dois casos a exasperação 
será de 1/6 (um sexto) até o dobro ou até o triplo, pois tal montante é o menor admitido 
pelo Código Penal no tocante às causas de aumento da pena. As figuras agravadas são 
necessariamente preterdolosas, conclusão facilmente extraída das penas cominadas pelo 
legislador 
 
Maus-tratos 
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, 
guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, 
quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-
a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção 
ou disciplina: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa 
menor de 14 (catorze) anos. 
 
OBJETO JURÍDICO: A vida e a saúde da pessoa humana. 
SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime próprio, pois o tipo penal reclama uma 
vinculação especial entre o autor e a vítima dos maus-tratos. É necessário esteja o 
ofendido sob a autoridade, guarda ou vigilância do agente, para fim de educação, ensino, 
tratamento ou custódia, mas pouco importa o grau de instrução ou a classe social do 
responsável pela conduta criminosa. 
SUJEITO PASSIVO: Não pode ser qualquer pessoa, mas somente aquela que se 
encontra sob autoridade, guarda ou vigilância do agente, para fim de educação, ensino, 
tratamento ou custódia. Em síntese, a vítima deve ser pessoa subordinada ao responsável 
pela conduta criminosa. 
ELEMENTO OBJETIVO: A conduta é expor a perigo, mediante uma das 
formas descritas. Crime de ação vinculada, a conduta só será típica se a exposição a perigo 
se der mediante uma das formas de execução: a) privação de alimentos, b) privação de 
cuidados indispensáveis, c) sujeição a trabalhos excessivos ou inadequados ou d) abuso 
dos meios de disciplina e correção. Maus-tratos é um crime de perigo concreto, de modo 
que é imprescindível que se demonstre a ocorrência de uma concreta exposição a perigo. 
Não é suficiente conjecturar que a conduta poderia acarretar uma situação de dano, é 
necessário que, concretamente, se constate que a pessoa ficou exposta a perigo. 
ELEMENTO SUBJETIVO: É o dolo, direto ou eventual. E, implicitamente, o 
tipo penal reclama também uma finalidade específica, qual seja “a vontade consciente de 
maltratar o sujeito passivo de modo a expor-lhe a perigo a vida ou a saúde”. Não se admite 
a modalidade culposa. 
CONSUMAÇÃO: Consuma-se o delito com a exposição da vítima ao perigo. 
Não se reclama o dano efetivo. 
TENTATIVA: É possível somente nas modalidades comissivas, uma vez que 
crimes omissivos próprio ou puros não admitem o conatus. 
EVENTUAIS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: Aumenta-se a pena de 
1/3 (um terço), se o crime é praticado contra pessoa menos de 14 (quatorze) anos. Essa 
causa de aumento de pena, justificada pela maior reprovabilidade da conduta criminosa, 
foi acrescentada no Código Penal pela Lei 8.069/1990 – Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
 
Referencias: 
MASSON, Cleber. Direito Penal: Parte Especial (Arts. 121 a 212) – v 2. 13. ed. Rio de 
Janeiro: Forense, 2020 
 
Nabuco, J. F. Disponível em: http://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-
especial/maus-tratos-art-136-cp/. Acessado em: 08.04.2021. 
 
Nabuco, J. F. Disponível em: http://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-
especial/exposicao-ou-abandono-de-recem-nascido-art-134-cp/. Acessado em: 
08.04.2021. 
 
Nabuco, J. F. Disponível em: http://josenabucofilho.com.br/home/direito-penal/parte-
especial/omissao-de-socorro-art-135-
cp/#:~:text=Tipo%20objetivo,%2C%20ou%20seja%2C%20prestar%20assist%C3%AA
ncia. Acessado em: 08.04.2021.

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