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GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
SIMONE RIBEIRO SCHATKOSKI
NEUROANATOMOFISIOLOGIA
Estudo Dirigido Preparatório
Prof. Cristiano Pereira de Oliveira
Porto Alegre
Junho 2018
RESPONDA AS SEGUINTES QUESTÕES:
O que são e o que diferencia emoções de sentimentos.
Emoção é um conjunto de respostas fisiológicas que ocorre mais ou menos inconscientemente quando o encéfalo detecta certas situações desafiadoras. Essas respostas fisiológicas acontecem tanto no encéfalo quanto no resto do corpo. No encéfalo, envolvem mudanças nos níveis de alerta e nas funções cognitivas, como atenção, processamento da memória e estratégias de decisão. No resto do corpo, envolvem respostas endócrinas, autônomas e musculoesqueléticas. 
Pode-se dizer que os sentimentos são significados que o encéfalo cria para representar fenômenos fisiológicos gerados pelo estado emocional. A qualidade e a intensidade sentidas e experimentadas geram consciência de si e do evento (consciência fenomenológica). Na cognição os sentimentos possuem raízes em processos cognitivos ou mentais. Utiliza-se o termo sentimento para referir à experiência consciente dessas alterações somáticas e cognitivas.
Quais são as estruturas reguladoras das emoções?
Mecanismos reguladores são mediados principalmente por estruturas subcorticais - amígdala, estriado, hipotálamo, e tronco encefálico.
Defina as seguintes teorias: James- Lange, Cannon-Bard e Mclean.
De acordo com a teoria de James-Lange, o homem percebe o animal ameaçador e reage com manifestações físicas (neurovegetativas). Como consequência de tal reação física desprazerosa, ele desenvolve medo. Esta teoria sugere que quando você vê um estímulo externo ele leva a uma reação fisiológica. Sua reação emocional depende de como você interpreta essas reações físicas.
Na teoria Cannon-Bard, o estímulo ameaçador conduz primeiro, ao sentimento de medo, o qual, então, causa a reação física. Quando o indivíduo se encontra diante de um acontecimento que, de alguma forma, o afeta, o impulso nervoso atinge inicialmente o tálamo e aí, a mensagem se divide. Uma parte vai para o córtex cerebral, onde originam experiências subjetivas de medo, raiva, tristeza, alegria, etc. A outra se dirige para o hipotálamo, o qual determina as alterações neurovegetativas periféricas (sintomas). Ou seja, por esta teoria, as reações fisiológicas e a experiência emocional são simultâneas. O erro essencial da teoria Cannon-Bard foi considerar a existência de um "centro" inicial sendo, o tálamo, para a emoção.
A teoria de MacLean parte do pressuposto que o cérebro humano resulta da existência de três cérebros em um: o complexo réptil, o sistema límbico e o neocortex. Discute o fato de que nós, humanos, temos o cérebro dividido em três unidades funcionais diferentes. Cada uma dessas unidades representa um extrato evolutivo do sistema nervoso dos vertebrados. Em 1950 ele incluía as várias áreas corticais que há muito vinham sendo chamadas de lobo límbico, por formarem uma borda na parte medial dos hemisférios. 
Defina a importância da amígdala no contexto das emoções.
	
As amigdalas estão localizadas no hipocampo e podem ser reconhecidas tanto como áreas envolvidas com os comportamentos motivacionais, como áreas responsáveis por sentimentos como ira e ciúme. Essa região está associada pricipalmente com o reconhecimento de situações e objetos potencialmente ameaçadores, gerando o inicio dos estados de alerta a partir da percepção externa e desenvolvimentos da sensação de medo. 
Funções associadas:
Processamento do medo, processamento de emoções, Aprendizagem, Resposta à “luta” ou a situações de perigo, Processo de recompensa.
Alterações cognitivas associadas:
Alguns estudos relacionam o autismo com disfunções na amígdala, ou seja, a “falta” de empatia típica do autismo está associada à amígdala. A atividade neurológica da amígdala está também fortemente associada à depressão e à perturbação bipolar.
Lesões nesta região pode causar:
Agressão, Irritabilidade, Perda do controlo emocional, Alterações nas memórias de curto prazo, Défices no reconhecimento de emoções, principalmente o medo.
Defina a importância do Hipocampo no contexto das emoções.
O papel do hipocampo na regulação do comportamento emocional foi inicialmente apontando por Papez, que chamou a atenção para o aumento da realidade emocional causada por lesões do hipocampo pelo vírus da raiva. Lesões bilaterais do hipocampo em macacos resultam em um aumento da agressividade destes animais. Apesar de existirem dados experimentais que conflitam com este, a participação do hipocampo na regulação do comportamento emocional é hoje geralmente admitida. Outra função importante do hipocampo é a sua participação no fenômeno da memória. 
Em situações de perigo, o hipocampo e outros componentes do sistema do lobo temporal medial envolvidos no aprendizado e na memória explícitos (a evocação consciente de pessoas, lugares e coisas) codificarão aprendizado de modo que indicadores de perigo aprendido podem ser evocados conscientemente.
Onde ocorre o processamento emocional no SNC?
O processamento emocional ocorre no sistema límbico. Essa região se relaciona diretamente com as emoções é composta pelo giro congulado, hipocampo, corpo mamilar, amigdala, hipotálamo e bulbo olfatório. 
Que contribuições podem ter a neuroimagem no entendimento dos sentimentos.
Estudos de neuroimagem podem mostrar reações menores ou de maior atividade cerebral, quando os indivíduos são estimulados positivos ou negativamente. Através de alguns exames podem ser vistas áreas em que há atividade ou não no cérebro. Bem como, se estimulados, quais áreas serão ativadas, de acordo com o estímulo recebido. 
Defina a importância do córtex pré-frontal ventromedial para as emoções.
O córtex pré-frontal é considerado como a base de processos cognitivos complexos, como o raciocínio, a planificação ou a flexibilidade mental, assim como também desempenha um papel importante no controlo emocional e na personalidade. Trata-se da área cerebral situada na parte mais anterior dos lobos frontais. Em termos cognitivos, esta área cerebral é o suporte das Funções Executivas, um conjunto de capacidades que participam na adaptação ativa de um organismo ao ambiente, organizam temporalmente o comportamento, a linguagem e raciocínio, formulam planos de ação novos e coordenam sequências de respostas envolvendo funções cognitivas como a conceitualização ou a flexibilidade mental. 
Esses circuitos corticais são especialmente importantes em estados emocionais complexos.
Como e de que maneira os correlatos neurais dos sentimentos estão sendo estabelecidos.
Os correlatos neurais estão começando a ser compreendidos através de estudos de imageamento funcional em humanos e de testes neuropsicológicos de pacientes com lesões encefálicas específicas. As bases neurais para o comportamento hedônico ou aspecto prazeroso dos estados de sentimentos, estão sendo elucidados em estudos com animais por Kent Berridge e seus colaboradores. 
Defina nociceptores.
Nociceptores são terminações nervosas livres de neurônios sensoriais primários, que captam os estímulos prejudiciais e enviam mensagem para dizer ao cérebro a dor (sistema aferente e eferente). Os nociceptores são neurônios sensoriais que são encontrados em qualquer área do corpo humano que podem sentir dor tanto externamente quanto internamente.
A nocicepção se refere aos sinais que chegam ao sistema nervoso central resultante da ativação dos receptores sensoriais especializados, denominados nociceptores, que fornecem informações sobre a lesão tecidual ocasionada por estímulos nocivos. Consequentemente, a dor é uma experiência emocional desagradável, que geralmente acompanha a nocicepção. Classificam-se em térmicos, mecânicos, polimodais e silentes:
Os nociceptores mecânicos respondem a pressão intensa enquanto os nociceptores térmicos respondem às temperaturas extremas, quentes (> 45 °C) ou frias (< 5 °C) epossuem fibras. As mielinizadas, que conduzem impulsos na velocidade de 3 m/s a 40 m/s. 
Os nociceptores polimodais respondem aos estímulos nocivos mecânicos, térmicos ou químicos; possuem pequenas fibras C amielinizadas que conduzem impulsos em velocidade menor que 3 m/s. Vale ainda lembrar que as pequenas fibras A- mielinizadas carregam informação de nocicepção responsável pela sensação de dor acentuada em picada e as pequenas fibras C amielinizadas carregam informação responsável pela sensação fraca em queimação.
Os nociceptores silenciosos são ativados por estímulos químicos, mediadores inflamatórios, respondem a estímulos mecânicos e térmicos somente depois de serem ativados. Estes nociceptores também possuem pequenas fibras C amielinizadas que conduzem impulsos em velocidade menor que 3 m/s. Os nociceptores, que respondem às temperaturas nocivas, podem ser divididos em: unimodais, que são ativados por um estímulo térmico exclusivo; e os polimodais, que detectam estímulos nocivos químicos, mecânicos e térmicos.
Defina dor
A dor descreve uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial. Consequentemente, a dor é uma experiência emocional desagradável, que geralmente acompanha a nocicepção.
A dor possui uma função protetora importante, alertando sobre lesões que requerem fuga ou tratamento.
Tem uma característica urgente e primitiva, possuindo componentes efetivos e emocionais.
A percepção da dor é subjetiva e é influenciada por muitos fatores. O mesmo estímulo pode induzir respostas distintas no mesmo indivíduo sob codições diferentes.
A dor pode ser aguda (cirscunstancial), persistente (sempre recorrente) ou crônica nos casos extremos (acontece sempre).
Tipo de neurotransmissor liberado: Glutamato e Neuropeptídeos: Substância P.
Defina estresse, suas fases e quais hormônios estão envolvidos.
O stress é uma adaptação ou ajustamento. Ele é uma reação. Surge por situações ambientais: emoção, medos, traumas. É uma condição fisiológica em condição normal, e se torna patológica quando ele é constante, gerando problemas cardiovasculares, diabetes, etc. Quando nosso cérebro, independente de nossa vontade, interpreta alguma situação como ameaçadoras (estressantes), todo nosso organismo passa a desenvolver uma série de alterações. 
O Hipotálamo ativa todo o Sistema Nervoso Autônomo, em sua porção Simpática, assim ativando as respostas físicas, mentais e psicológicas ao estresse.
Temos o modelo trifásico do stress que é: 
1) Alerta: o organismo se prepara para a reação de luta ou fuga, que é essencial para a preservação da vida. Os sintomas presentes nesta fase se referem ao preparo do corpo e da mente para a preservação da própria vida.
2) Resistência: Se o stress continua presente por tempo indeterminado, a “fase de resistência” se inicia quando o organismo tenta uma adaptação devido à sua tendência a procurar a homeostase interna. Nesta fase, as reações são opostas àquelas que surgem na primeira fase e muitos dos sintomas iniciais desaparecem, dando lugar a uma sensação de desgaste e cansaço.
3) Exaustão. Se o estressor é contínuo e a pessoa não possui estratégias para lidar com o stress, o organismo exaure sua reserva de energia adaptativa e a “fase de exaustão” se manifesta, quando doenças sérias podem aparecem.
O cortisol é um hormônio que age como neurotransmissor em nosso cérebro. Nosso corpo o produz diante de situações de tensão para nos ajudar a enfrentá-las. A liberação deste hormônio é controlada pelo hipotálamo, em resposta a situações estressantes e a um nível baixo de glicocorticoides no sangue. 
O eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, regula a secreção do cortisol pela glândula adrenal em resposta ao stresse. O CRH é o mensageiro químico entre o núcleo paraventricular do hipotálamo ea hipósife anterior. O ACTH liberado pela hipófise viaja pela circulação sanguinea ate a glândula adrenal, localizada acima do rim, estimulando a liberação do cortisol. O cortisol contribui para a resposta fisiológica do corpo ao estresse. 
O que é o eixo HHT, cite sua função e suas possíveis disfunções.
Eixo Hipotálamo-Hipófise-Tireóideo é o processo de regulação da síntese da glândula tireóide. O TRH (tireotropina) é secretado pelo hipotálamo e através do sistema porta hipofisario chega a adeno hipófise. Se ligará a um receptor de membrana, que estimulará a secreção do TSH (hormônio tireoestimulante), e que através da corrente sanguínea chegará a glândula tireóide. Se ligará a receptores de membrana que estimulam a secreção do T3 e T4 e estes por sua vez irão até as células alvo, e se ligarão a receptores no núcleo celular, que estimulará o metabolismo celular.
A perda do padrão noturno de TSH é o indicador mais sensível de alterações na depressão. O sistema nervoso central tem papel fundamental na regulação do sistema endócrino. Nosso cérebro é algo de diversos hormônios que podem alterar o humor e o comportamento. 
Defina os seguintes hormônios: GH, FSH, LH, Prolactina, Ocitocina, Vasopressina.
- GH: O hormônio do crescimento, abreviadamente GH, também é uma proteína e um hormônio peptídeo sintetizado e secretado pela glândula hipófise anterior (adenoipófise). Este hormônio estimula o crescimento e a reprodução celular em humanos e outros animais vertebrados.
- FSH (hormônio folículo-estimulante): hormônio que atua na produção dos folículos, nos ovários; e dos espermatozoides, nos testículos.
Prolactina: esse hormônio atua promovendo a produção de progesterona nos ovários femininos e também na produção de leite nas glândulas mamárias, durante a gravidez e a amamentação.
- Ocitocina: hormônio que atua nas contrações do útero durante o parto, estimulando a expulsão do bebê. Em alguns casos, os médicos aplicam esse soro contendo ocitocina na mãe para estimular o parto. Esse hormônio também promove a liberação de leite durante a amamentação.
- Vasopressina: é um hormônio humano secretado em casos de desidratação e queda da pressão arterial; fazendo com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o volume da urina. Este hormônio é chamado de vasopressina, pois aumenta a pressão sanguínea ao induzir uma vasoconstrição moderada sobre as arteríolas do corpo.
O que e para que serve testosterona e estrogênios (no homem e na mulher).
São dois dos principais hormônios masculinos e femininos, respectivamente. Eles atuam sobre a reprodução humana e são conhecidos como hormônios sexuais.
A Testosterona é responsável pelos traços masculinos, entre eles os pêlos corporais e a maior incidência de massa muscular. No embrião, a presença do hormônio masculino determina a formação dos órgãos sexuais correspondentes.
O Estrogênio é responsável por dar as características sexuais femininas secundárias durante a puberdade, como crescimento dos seios, alargamento do quadril, entre outras. No ciclo menstrual, o estrógeno tem a função de estimular o crescimento da parede do útero (endométrio), ou seja, é o hormônio que prepara o corpo da mulher para a gestação.
Quais hormônios são produzidos pelos ovários e testículos e qual a utilidade deles.
São produzidos os hormônios sexuais que são:
 Ovários:
Progesterona: hormônio feminino produzido pelo corpo lúteo. Responsável pela manutenção das células de revestimento do útero e também pela produção de leite.
Estrógeno: Dá as características femininas à mulher, como desenvolvimento de mamas, a distribuição de gordura dando formas arredondadas ao corpo, a textura da pele feminina.
 Testículos: testosterona, que dá as características masculinas ao homem como pêlos no corpo e face, voz grossa, musculatura mais desenvolvida. Também tem a ação de desenvolver as características sexuais nos homens (maturação de órgãos sexuais e formação da bolsa escrotal).
Qual impacto do cortisol na imundade?
O Cortisol está diretamente envolvido na resposta ao estresse. Considerado o hormônio do stress, ativa as respostas do corpo perante situações de emergência para ajudar a respostafísica aos problemas, aumentando a pressão arterial e o açúcar no sangue, propiciando energia muscular.
O que são e onde são armazenadas as memórias de trabalho.
Há um tipo de memória que é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da evocação de toda e qualquer outra memória, declarativa ou não: a memória de trabalho. Operacionalmente, representa aquilo que a memória RAM representa nos computadores: mantém a informação “viva” durante segundos ou poucos minutos, enquanto ela está sendo percebida ou processada. Essa forma de memória é sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal, em rede via córtex entorrinal com o hipocampo e a amígdala, durante a percepção, a aquisição ou a evocação. A memória de trabalho dura segundos, e não deixa traços, ela depende exclusivamente da atividade neuronal on line.
Na esquizofrenia há falhas graves da memória de trabalho, que causam uma percepção distorcida ou alucinatória da realidade.
O que é e para que serve LTP e LTD
Um potencializa e outro reduz as sinapses
LTP- Pontencial de longa duração: A potenciação de longa duração (LTP) é o aumento de respostas pós-sinápticas durante horas, dias ou semanas após a breve estimulação repetitiva de aferentes pré-sinápticos. É um dos vários fenômenos que contribuem para a plasticidade sináptica e a capacidade das sinapses químicas de mudar sua potência. Acredita-se que a memória é codificada por modificação da força sináptica, por isso a LTP é amplamente considerada como um dos principais mecanismos celulares que está na base da aprendizagem e memória. 
LTD- Depressão de longa duração: É uma redução dependente de atividade das sinapses neuronais que dura por horas, ou até mais, seguindo um estímulo longo padronizado. A LTD ocorre em várias áreas do SNC com mecanismos variados dependendo da região do encéfalo e no progresso do desenvolvimento.
O que são e onde são armazenadas as memórias declarativas.
São aquelas que os humanos podem declarar que existem: eventos, fatos, conhecimentos ou episódeos. formadas na região CA1 do hipocampo e suas conexões principais são: região CA3 do hipocampo, giro denteado, córtex entorrinal, núcleos da amígdala e algumas regiões do córtex pré-frontal e parietal. O hipocampo especializa-se nos aspectos espaciais e contextuais. O núcleo basal e lateral da amígdala, naquela natureza aversiva, alertante ou emocional. A memória de procedimentos sensoriais e/ou motores são chamados de hábitos. Algumas se formam no hipocampo e no córtex vizinho e, depois, passam para o controle do cerebelo; A maioria é formada e armazenada nos núcleos da base (caudato e putame) e no cerebelo.
O que são ritmos circadianos
Também conhecido como ciclo circadiano, o ritmo circadiano representa o período de um dia (24 horas) no qual se completam as atividades do ciclo biológico dos seres vivos.  Uma das funções deste sistema é o ajuste do relógio biológico, controlando o sono e o apetite. Através de um marca-passo interno que se encontra no cérebro, o ritmo circadiano regula tanto os ritmos materiais quanto os psicológicos, o que pode influenciar em atividade como: digestão em vigília, renovação de células e controle de temperatura corporal. A área do cérebro onde este relógio que monitora o ciclo de atividades do corpo humano fica é o núcleo supraquiasmático, que fica pouco acima das glândulas pituitárias, no hipotálamo, região cerebral que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino.
Como podem ser entendidos os sonhos a luz das neurociências.
Os sonhos são pensamentos que ocorrem durante o sono. O conteúdo de nossos pensamentos, seja durante a vida, seja durante o sono, é campo de estudo da psicologia, e os mecanismos envolvidos na sua produção são objetos da neurobiologia, porém ainda o mais surpreendente seja que ainda não se saiba uma razão de ser para o sonho. Existem debates há muito tempo, mas as funções exatas ainda não foram descobertas. Embora se tenha um limitado entendimento sobre as funções do sonho, o conhecimento sobre seus mecanismos evoluiu muito nos últimos 50 anos. Distanciou-se do apelo intuitivo e da noção incorreta de que o sono seria um período de relativa inatividade e repouso, para a visão atual que o sono é um estado altamente organizado, gerando ação cooperativa de muitos componentes comportamentais e neurais. Embora muitos aspectos da função bilógica do sono permaneçam sendo um mistério começa-se a entender os processos celulares e moleculares envolvidos no sono. 
 Como se dá a consolidação das memórias.
O mecanismo utilizado para o armazenamento de memórias em seres vivos ainda não é conhecido. Estudos indicam a LTP-potencial de longa duração como a principal candidata para tal mecanismo. A potenciação de longa duração é o aumento de tamanho da resposta de um grupo de neurônios desencadeada pela sua estimulação repetitiva durante alguns segundos, e ocorre no hipocampo. A sequência de processos subjacentes formação da memória no hipocampo, envolve a ativação de numerosas enzimas que regulam a atividade de proteínas preexistentes, e a produção por elas de ativação gênica e sintese protéica. 
O processo de reforço faz com que as memórias se consolidem através do aprendizado.
O BNDF Atua tanto durante a formação de memórias, como também várias horas mais tarde, quando, liberado no hipocampo por estímulos dopaminérgicos, determina se as memórias que foram consolidadas antes persistirão durante poucos dias ou durante semanas.
 Como se dá a extinção das memórias.
A repetição de uma memória sem o “reforço” leva a sua extinção. Esta constitui um novo processo de aprendizagem, em que uma nova memória substitui gradativamente a original. Essa nova memória requer também expressão gênica e síntese proteica no hipocampo e amigdala. Na extinção, o que se extingue, não é a memória em sim, senão a probabilidade de sua evocação. 
 O que é neurodesenvolvimento e quais suas implicações para os transtornos mentais. 
São perturbações neurobiológicas que afetam a função cerebral e o desenvolvimento da criança. São doenças caracterizadas por um atraso ou desvio no desenvolvimento do cérebro que influenciam características fenotípicas, por exemplo, TDAH, transtornos de aprendizagem, retardo mental e transtornos do espectro autista. 
Cada vez mais se sugere que os transtornos psiquiátricos evoluem a partir de um neurodesenvolvimento atípico. 	É fundamental entender a trajetória típica do neurodesenvolvimento para estudar as possíveis implicações de seus desvios na fisiopatologia dos transtornos mentais. Estudos recentes tem demonstrado um envolvimento importante do córtex pré-frontal no processo de aparecimento dos sintomas comportamentais presentes na grande maioria dos transtornos mentais.
 
Neurobiologia dos transtornos do espectro da ansiedade.
Os transtornos de ansiedade impõem prejuízos individuais e sociais e tendem a ser crônicos e incapacitantes.
Acredita-se que transtornos de ansiedade apresentam uma variedade de alterações em neurotransmissores, neuroendócrinas e neuroanatômicas.
Neurobiologia dos transtornos do humor.
Em geral os transtornos do humor são caracterizados por um curso episódico, apesar de muitos casos tornarem-se crônicos. Por causa de seus fenótipos contínuos de apresentação, os transtornos do humor possuem um padrão de transmissão não medeliana e, em geral, ocorrem em famílias com um de herança complexo. Não existem mutações em genes únicos que levem a esses transtornos, mas há fatores genéticos que aumentam o risco de seu desenvolvimento. Redes complexas de sinalização estão envolvidas na regulação de diversas funções como o humor, o apetite e o estado de alerta, e além disso, diferentes vias são alvo dos mais eficazes tratamentos farmacológicos nos transtornos do humor. Tanto antidepressivos quanto estabilizadores do humor estão envolvidos no aumento dos níveis de BDNF.
Neurobiologia da esquizofrenia.
Outra possibilidade é que diferentes combinaçõesde genes e fatores ambientais levem a um quadro comum de esquizofrenia. O polimorfismo da COMT (Catecol-O-Metiltransferase) enzima pós sináptica que	metaboliza a dopamina liberada na fenda sináptica, com o alelo valina (maior atividade enzimática) interfere em funções cognitivas no córtex pré-frontal e está associado a maior risco de esquizofrenia.
Uma variedade de infecções maternas durante a gestação está associada a maior risco de desenvolvimento de esquizofrenia. O uso precoce e pesado de cannabis aumenta de forma significativa o riso de desenvolvimento posterior de esquizofrenia. Um polimorfismo do gene COMT moderou a influência do uso da cannabis no desenvolvimento posterior de psicose.
Neurobiologia das demências e epilepsia.
Os quadros demenciais são caracterizados pelo comprometimento progressivos da função cognitiva, sobretudo do comportamento menêmico, e por pelo menos uma das seguintes alterações cognitivas: afasia, agnosia, ou alteração do funcionamento executivo.
Os atuais critérios de classificação não contemplam os indivíduos clinicamente assintomáticos, ou com sintomatologia inicial, mas que possuem marcadores biológicos positivos para a doença.
Mesmo com tratamento adequado em torno de 20% são refratários ao tratamento. A frequência aproximada é de 1% da população de países desenvolvidos. Estão relacionadas a predisposição genéticas (idiopática), lesões cerebrais (sintomáticas), ou a ambas. As crises epilépticas são decorrentes de uma excitabilidade hipersincrônica de populações neuronais corticais e subcorticais.
A excitabilidade é a propriedade pela qual as populações neuronais despolarizam-se quando estimuladas de modo adequado

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