Buscar

modelo de petição trabalhista plano de aula 3

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE NATAL/RN
SUZANA..., nacionalidade, estado civil, empregada domestica portadora do RG nº..., inscrita sob o numero de CPF nº..., carteira de trabalho nº..., nascido em..., filha de..., residente e domiciliada em Natal/ RN, endereço eletrônico..., vem por seu advogado que esta subscreve, com endereço profissional..., vem à presença de vossa excelência propor com base nos arts. 840,CLT, e 319,CPC propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA SOB O RITO SUMARISSÍMO
Em face da FAMÍLIA MORAES, pessoa física de direito privado, inscrita no CPF nº..., endereço eletrônico..., situada na rua..., Natal, pelos motivos de fato e de direito que passa a dispor:
I - DAS PRELIMINARES
I.I DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (CCP)
O Supremo Tribunal Federal – STF, no julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade 2.139 e 2.160, decidiu que a passagem pela CCP é facultativa. 
Com efeito, o art. 625-D, caput, da CLT, que traz a regra da obrigatoriedade, recebeu interpretação conforme a Constituição Federal, com base no seu art. 5º XXXV, ao prever o princípio da inafastabilidade da jurisdição ou do amplo acesso ao Poder Judiciário. 
I.II DA JUSTIÇA GRATUITA
O Demandante encontra-se desempregado, motivo pelo qual não pode arcar com as custas do processo sem comprometer o seu próprio sustento e o da sua família, motivo requer sejam concedidos os benefícios da gratuidade de justiça, consubstanciados nos arts. 790, §4º da CLT c/c com o art. 98 do CPC.
II – DOS FATOS
No dia 15/06/2015, Suzana foi contratada para trabalhar a titulo de experiência, ou seja, por 45 dias, como empregada domestica na residência da Família Moraes.
Ocorre que após os 45 dias nada foi tratado e Suzana continuo trabalhando normalmente, a mesma prestava todos os tipos de serviços referentes as atividades do lar, trabalhando das 07:00 ás 16:00, com 30 minutos de intervalo, de segunda a sexta feira.
Durante o período que Suzana trabalhou na casa foram descontados 10% do valor do seu salario o que eram referentes ao vale-transporte, além de sua cota-parte do INSS e 25% do valor sobre a alimentação consumida no emprego. Ressalta-se que Suzana viajou com a Família Moraes, por 4 dias uteis e durante esse período prestou serviço de baba das 08:00 ás 17:00, tendo 1hr de intervalo para almoço.
No dia 15/09/2016, Suzana foi dispensada, recebendo como verbas: férias proporcionais de 1/3 e 13º Salario proporcional de 3/12 avos. 
 
III – DOS FUNDAMENTOS
III – I DA NATUREZA INDETERMINADA DO CONTRATO DE TRABALHO
Como relatado à requerida foi contratada a titulo de experiência, ou seja, um contrato determinado ao qual tinha prazo de 45 dias, e após esse período nada foi tratado a requerida continuo trabalhando normalmente.
Sabe-se que o art. 5º da LC 150/2015 determina que embora o contrato de experiência possa ser estabelecido no período de 90 dias, caso seja estabelecido em período inferior, é preciso que as partes façam tratativas sobre a sua prorrogação, sem as quais passa o contrato a vigora como contrato por tempo indeterminado, o que dispõe o §2º, do mesmo dispositivo legal.
Diante disto, a requerida requer que seu contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, como um contrato por prazo indeterminado, e que sua dispensa considerada como uma dispensa sem justa causa.
III - II DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO 
A empregada foi dispensada em 15/09/2015 sem o aviso prévio, tampouco recebeu a indenização devida correspondente, entre as verbas rescisórias.
Em razão de ser o contrato de trabalho considerado por prazo indeterminado, e de a empregada ter sido dispensada sem justo motivo com menos de 01 (um) ano de serviço, a empregada faz jus ao aviso prévio de 30 (trinta) dias, como dispõe o art. 23, §3º, do mesmo diploma legal.
Portanto, a reclamante requer o recebimento do aviso prévio de 30 (trinta) dias e os reflexos nas férias e terço constitucional, assim como decimo-terceiro salario.
III – III FGTS
Como visto acima, não foi acordado entre as partes a progressão do contrato, sendo assim, também não foi realizado o recolhimento devido do FGTS, segundo os arts. 34º e 22º caput e §2 da LC 150/2015, a não realização deste recolhimento incorre na obrigação de ser corrigido monetariamente, acrescido de 0,5% de juros de mora, mais a realização de deposito de 3,2% sobre o valor da remuneração.
Diante disto requer a reclamante à realização do recolhimento do FGTS, corrigido monetariamente, acrescido de 0,5% de juros de mora, mais a realização de deposito de 3,2% sobre o valor da remuneração.
Ressalta-se ainda que seja feita a denunciação do requerido ao Ministério do Trabalho e a Caixa econômica, para que as medidas cabíveis pela infração sejam impostas.
III – IV DA JORNADA DE TRABALHO
A reclamante trabalhava das 07h00min as 16h00min, com intervalo de 30 minutos, de segunda a sexta – feira de trabalho intrajornada, totalizando uma jornada diária de 8 horas e 30 minutos.
De acordo com o art. 2º, §4, da lei complementar 150/2015, a duração normal do trabalho domestico não excedera as 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Salvo se instituído regime de compensação de horas, mediante acordo escrito entre o empregador e o empregado, sendo que o excesso de horas de um dia devera ser compensado em outro.
Como foi visto, não ouve qualquer acordo entre as partes e em desacordo com o prescrito no caput deste artigo, a não observância do mesmo implica no direito de a empregada receber 30 (trinta) minutos diários a titulo de hora extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) superior ao valor normal, em conformidade com o art. 2º, §1º, do referido diploma legal.
Diante disto, a reclamante requer o pagamento de 30 (trinta) minutos diários de hora extra e os reflexos sobre as férias e decimo-terceiro.
III – V DO INTERVALO INTRAJORNADA
A requerente trabalhava de segunda a sexta – feira, das 07h00min as 16h00min, com 30 (trinta) minutos para descanso ou alimentação.
Como não foi feito nenhum tipo de acordo entre as partes, é obrigatória a concessão de, no mínimo, 1 (uma) hora, de intervalo, como dispõe o art. 71, §4º, CLT e o art. 13 da LC 150/2015. A não concessão do mesmo, ou sua concessão parcial implica no pagamento total do período que foi suprimido correspondente em forma de hora extra, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da hora normal, segundo o que dispõe a Sumula 437,I, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Dessa forma, a empregada faz jus ao pagamento de 1 (uma) hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os reflexos sobre as férias e decimo-terceiro salario.
III – VI DO VALOR EXTRAORDINARIO DA HORA EXTRA TRABALHADA EM VIAGEM
A reclamante viajou com a família Moraes por 4 (quatro) dias, prestando serviços como babá das 08:00 as 17:00, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada.
Segundo o art. 11, §2º, da LC 150 de 2015, Suzana por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, tem direito ao recebimento de remuneração-hora de 25% (vinte e cinco por cento), no mínimo, superior ao valor do salario-hora normal, percentual este que deve prevalecer sobre as horas trabalhadas no período de viagem a serviço.
A reclamante requer o pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as 32 (trinta e duas) horas trabalhadas no período da viagem.
III – VII DOS DESCONTOS INDEVIDOS
O empregador descontava 25% (vinte e cinco por cento) do valor da alimentação consumida pela empregada, e mais 10% (dez por cento) do salario a titulo de vale transporte.
Diante do exposto e analisando os descontos feitos indevidamente, de acordo com o art.18º, caput, da LC 150/2015 é vedado o desconto seja de qualquer valor como titulo de alimentação. Além disso, o desconto de 10% (dez por cento) do salario a titulo de vale-transporte é completamente excessivo, pois o art. 4º, §Único, da Lei 7.418/85 atribui a este desconto o valor de 6% (seis por cento) do salario base do empregado.Sendo assim, a reclamante requer a devolução do desconto de 25% (vinte e cinco por cento) referentes ao valor da alimentação e 4% (quatro por cento), do valor descontado a mais do vale-transporte, durante todo o período trabalhado.
IV – DOS PEDIDOS
Diante o exposto, requer a reclamante a procedência total dos pedidos veiculados na presente reclamação trabalhista, em especial:
Reconhecimento da natureza indeterminada do contrato;
Aviso prévio de 30 dias, no valor de... R$;
Férias proporcionais (¹/12), acrescidas do terço constitucional no valor de... R$;
13º proporcional (¹/12), no valor de... R$;
Realização do recolhimento do FGTS, no valor de... R$, corrigido monetariamente, acrescido de 0,5% de juros de mora;
Realização de deposito de 3,2% sobre o valor da remuneração, no valor de... R$;
Multa de 10% em razão do não recolhimento do FGTS, no valor de... R$;
30 minutos de hora extra diária, acrescidos de 50%, no valor de... R$;
30 minutos extra diários, referentes ao intervalo suprimido, acrescido de 50%, no valor... R$;
25% do valor/hora, incidentes sob as 32h efetivamente trabalhadas em viagem;
Devolução do desconto de 4% do salario, efetuado em razão do vale-transporte no valor de... R$;
Devolução do valor referente a 25% da remuneração relativo ao desconto sob a alimentação, no valor de... R$;
Pagamento da indenização referente à multa do art. 477, §8, CLT;
Requer, também, a notificação da Reclamada para que, querendo, compareça em audiência e apresente sua defesa, cujo não comparecimento importará na revelia e confissão quanto à matéria de fato, bem como efetue o pagamento das verbas incontroversas, sob pena do pagamento acrescido de 50%, conforme pugna o art. 467 da CLT.
Requer seja deferido o pedido do benefício da Justiça Gratuita, nos termos do art. 790, §4º da CLT, c/c com o art. 99 do CPC, conforme fundamento supra. 
Por fim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência, a serem fixados com base nas peculiaridades do caso em comento e nos critérios da razoabilidade e proporcionalidade, com fulcro no art. 791-A da CLT. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial prova documental, testemunhal e outras mais que se fizerem necessárias e que desde já ficam requeridas.
Dá-se à causa o valor de R$.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB nº...

Continue navegando