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Preparo de injetáveis

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U N I O E S T E
Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Centro de Ciências Médicas e Farmacêuticas
Curso de Farmácia
Disciplina de Procedimentos Farmacêuticos Assistenciais
Profª Patrícia Guerrero
Aula Prática nº 6
ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS
 A aplicação de medicamentos injetáveis em farmácia foi legalmente permitida com a Lei Federal no 5991 de 1973 (1). Posteriormente outras legislações orientaram mais detalhadamente como este serviço deve ser realizado em farmácia (2, 3).
É atribuição do farmacêutico, em farmácia e drogaria, a prestação do serviço de aplicação de injetáveis. Assim, este serviço só pode ser executado pelo farmacêutico ou por profissional habilitado, com autorização expressa do farmacêutico diretor técnico pela farmácia ou drogaria, preenchidas as exigências legais (2).
Na aplicação dos medicamentos injetáveis não poderão existir dúvidas quanto a qualidade do produto a ser administrado e, caso o medicamento apresente características diferenciadas como cor, odor, turvação ou presença de corpo estranho no interior do medicamento, o mesmo não deverá ser administrado, devendo o profissional notificar os serviços de Vigilância Sanitária. Os medicamentos só devem ser administrados mediante prescrição de profissional habilitado (2, 3).
1. SALA DE APLICAÇÃO
Para oferecer este serviço, a farmácia deve possuir um local devidamente aparelhado, em condições técnicas e higiênico-sanitárias nos termos estabelecidos pela Secretaria de Saúde (2). Assim, ela deve apresentar (3):
Local com boa iluminação e ventilação;
Pia ou lavatório com água corrente, dotado de toalhas descartáveis e sabão líquido degermante; cadeira com porta braço, preferencialmente reclinável; lixeira com tampa e pedal, forrado com saco plástico de lixo padrão ABNT e coletor rígido para pérfuro-cortantes;
Uso exclusivo de seringas e agulhas descartáveis;
Medicação de emergência e estojo de primeiros socorros relativo à aplicação de injetáveis;
Deve estar em local de fácil visualização, lista contendo telefones e endereços de serviços de atendimento médico de emergência;
Uso de frascos com algodão seco, e frascos com álcool a 70%, devidamente datados conforme rotina padronizada do estabelecimento;
Mesa e/ou armário de material liso, resistente de fácil limpeza e desinfecção, para o preparo e armazenamento de material;
Livro de registro do receituário e aplicação de injetáveis.
A farmácia deve dispor de uma rotina de limpeza da sala de aplicação de injetáveis (4).
2. COMO TRATAR O PACIENTE (5)
Procure sempre passar confiança ao paciente, mostrando-se calmo e colaborador. Durante o preparo, pode-se tentar minimizar a ansiedade dele, conversando sobre assuntos diversos. Isto além de acalmá-lo, também é uma maneira de distrair sua atenção para que não fique tão tenso durante a aplicação.
Se o paciente estiver mal-humorado, mantenha sempre a calma e não demonstre impaciência. Ponha-se ao seu lado para desarmar resistências usando argumentos ponderados e firmes.
Para aplicação de medicamentos injetáveis em crianças inquietas e resistentes, é fundamental manter a calma e nunca ser ríspido. É importante evitar que ela veja o preparo da injeção e a seringa. Para a aplicação, peça auxílio do acompanhante para segurar a criança e tente fazer o procedimento o mais rápido possível. Recompense-a no final da aplicação com balas ou chocolates, sempre que possível, com autorização dos pais. Elogios à sua “coragem” também são úteis.
3. CONDUTAS DE HIGIENE PESSOAL
	Os profissionais de saúde devem, independente do procedimento a ser realizado, manter condutas de higiene pessoal (6). Os cuidados básicos incluem banho diário, cabelos limpos e penteados, prender os cabelos compridos, unhas limpas e aparadas, barbas aparadas, usar calçados e uniforme limpos e realizar a lavagem das mãos antes a após cada procedimento assistencial ou de limpeza, uso de toaletes e antes das refeições (6). Além disso, deve-se evitar o mau hálito e odor de suor (5).
Para a aplicação de injetáveis, a apresentação pessoal é muito importante. Assim, além dos cuidados acima mencionados, a aparência e modos devem demonstrar maturidade (5).
4. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS INJETÁVEIS
Para a administração de medicamentos injetáveis em farmácia, o farmacêutico deverá primeiramente analisar a prescrição, proceder a entrevista com o paciente, fazer o registro no livro de injetáveis, proceder o preparo do medicamento prescrito e posteriormente, realizar sua aplicação na via indicada pelo prescritor.
4.1 ANÁLISE DA PRESCRIÇÃO
	Na análise da prescrição, o farmacêutico deverá (3):
Certificar-se do nome do paciente;
Conferir nome do medicamento, concentração, dosagem, posologia, via de administração;
Nome do profissional prescritor, assinatura e carimbo legíveis;
Verificar validade da receita: as receitas têm validade de 30 dias, a contar da data de emissão (7).
Os medicamentos só devem ser administrados mediante prescrição de profissional habilitado (médico, odontólogo), não podendo haver dúvidas quanto a mesma (3).
Quando a dosagem ou posologia dos medicamentos prescritos ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidade ou interação potencialmente perigosa com demais medicamentos prescritos ou de uso do paciente, o farmacêutico deverá exigir confirmação expressa ao profissional que prescreveu (3).
Na ausência ou negativa de confirmação, é facultado ao farmacêutico a não aplicação do medicamento prescrito (3). 
4.2 ENTREVISTA COM O PACIENTE
	O farmacêutico deverá realizar a anamnese do paciente, questionando-o sobre:
Manifestação de alguma reação com a administração do medicamento prescrito ou com algum outro, independente da via;
Se o paciente está fazendo uso de alguma medicação que possa interagir com o medicamento prescrito;
Se o paciente tem alguma doença crônica.
Procurar explicar ao paciente o que será feito, procurando tranqüilizá-lo.
4.3 REGISTRO NO LIVRO DO RECEITUÁRIO E APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS
	Para a realização do serviço de aplicação de injetáveis, a farmácia deverá ter um livro de registro do receituário e aplicação de injetáveis, com páginas numeradas e vistadas pelo Serviço Municipal ou Regional de Vigilância Sanitária (3).
O farmacêutico deve anotar neste livro: I - data; II - nome do paciente; III - endereço completo; IV - nome do medicamento administrado, concentração, via de aplicação, lote, data de validade e fabricante; V - nome do médico prescritor e respectivo CRM/CRO; VI - assinatura do técnico responsável pela aplicação (3).
Outros dados como o horário de administração, telefone do paciente ou de uma pessoa próxima à ele para contato podem ser também registrados. Além da via, pode-se anotar também o local e lado (direito ou esquerdo) em que será administrado o medicamento. É interessante anotar a assinatura da pessoa que administrará o medicamento, do farmacêutico quando estiver como supervisor do procedimento e do paciente.
O preenchimento do livro deve ser legível, sem rasuras e de acordo com as aplicações efetuadas (3).
	
4.4 TÉCNICA DE PREPARO DO MEDICAMENTO (5, 8)
Separar os materiais que serão utilizados: receita médica, algodão, álcool 70%, luva de procedimento, medicamento prescrito, seringa, agulha, scalp e garrote (para aplicações endovenosas), coletor para pérfuro-cortante;
Higienizar as mãos, seguida de fricção com álcool 70%;
Calçar as luvas de procedimento;
Fazer a desinfecção da bancada com algodão e álcool 70%;
Abrir a embalagem da seringa com ela “em pé” e usar a porção interna da embalagem transparente para colocar a seringa durante o preparo;
Se a agulha vier desconectada do bico da seringa, proceder a conexão, verificando se ela está bem fixada à seringa; 
Segurar no cilindro da seringa com a mão não-dominante com a agulha posicionada para cima e puxar o êmbolo pela base (não tocar no êmbolo) para baixo com a mão não-dominantee, posteriormente empurrá-lo no sentido do bico da seringa, apoiando os dedos indicador e médio na flange. Este procedimento tem a finalidade de amolecer a borracha da rolha de retenção, de modo a facilitar a aspiração do medicamento;
Retirar o protetor da agulha em um movimento único para cima;
No caso dos medicamentos acondicionados em ampolas, deve-se primeiramente bater levemente com o dedo na parte superior da ampola, até que o líquido se afaste do gargalo. Após a desinfecção do gargalo da ampola com algodão e álcool a 70%, deve-se quebrar o gargalo em um movimento firme e rápido, com auxílio dos dedos polegar e indicador da mão-dominante, tomando o cuidado de envolvê-lo com algodão e de manter a base da ampola firme na mão não-dominante;
No caso de medicamentos acondicionados em frasco-ampola, que necessitam de diluição, deve-se primeiramente retirar o lacre de alumínio e fazer a desinfecção da tampa de borracha com algodão e álcool a 70%. Aspirar o diluente presente na ampola com a seringa, e posteriormente, puncionar a tampa de borracha do frasco-ampola, injetando o diluente dentro deste. Deixar o diluente escorrer pela parede do frasco, lentamente para não formar bolhas. Deve-se misturar bem o medicamento com o diluente, rolando suavemente o frasco entre as mãos. 
Segurar a ampola ou o frasco-ampola utilizando os dedos indicador e médio da mão-não dominante;
Segurar a seringa com os dedos polegar e médio da mão não-dominante, com os dedos polegar, indicador e médio da mão dominante, firmar a base do êmbolo e aspirar o medicamento.
Após a aspiração, colocar o protetor da agulha, retirar o excesso de ar contido na seringa com algumas batidas no cilindro da seringa, e empurrar o êmbolo no sentido do bico, deixando somente líquido na seringa; 
No caso dos medicamentos contidos em frasco-ampola, deve-se fazer a troca da agulha para a punção.
Realizar a aplicação da medicação no paciente.
Observações:
Durante o preparo do medicamento, procurar manter a agulha tampada sempre que possível, evitando conversar, espirrar, tossir quando a mesma estiver destampada;
Pode-se fazer o re-encape da agulha passivamente durante o preparo, ou seja, pegando o protetor da agulha de cima de uma base com a própria agulha da seringa, tomando sempre o cuidado para não tocar a agulha em parte alguma, contaminando-a. Porém, após a punção no paciente, a agulha não pode ser desconectada da seringa, tão pouco re-encapada, seja passivamente ou ainda com a mão;
Durante o preparo, não tocar na parte do êmbolo da seringa;
No caso dos medicamentos acondicionados em frasco-ampola, pode-se gerar uma pressão negativa após a injeção do diluente, o que dificulta a posterior aspiração. Assim, recomenda-se junto com o diluente, injetar um pouco de “ar”, de modo a facilitar a aspiração da medicação;
Entre o primeiro traço da graduação da seringa até a ponta da agulha existe o “espaço morto”, que já é considerado e não altera o volume.
5. ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO
A exposição a material biológico (sangue ou outros líquidos orgânicos potencialmente contaminados) pode resultar em infecção por patógenos como o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e os vírus das hepatites B e C (9).
O risco desses acidentes resultarem em infecção é variável e está associado ao tipo de acidente, ao tamanho da lesão, à presença e ao volume de sangue envolvido no acidente, à quantidade de vírus no sangue do paciente fonte (carga viral) e à utilização de profilaxia específica (para o HIV com medicamentos anti-retrovirais e para a hepatite B com vacinação pré-exposição ou administração de imunoglobulina específica pós-exposição) (9).
O risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,3% após exposição percutânea e de 0,09 % após exposição mucocutânea. Esse risco foi avaliado em situações de exposição a sangue; o risco de infecção associado a outros materiais biológicos é inferior, ainda que não seja definido. O risco de transmissão após exposição da pele íntegra a sangue infectado pelo HIV é estimado como menor do que o risco após exposição mucocutânea. Um estudo caso-controle, com o uso profilático do AZT (zidovudina), demonstrou uma associação entre o uso de quimioprofilaxia e a redução de 81% do risco de soroconversão após exposição ocupacional. Atualmente, o uso combinado de anti-retrovirais é recomendado pela sua possibilidade de maior eficácia na redução do risco de transmissão ocupacional do HIV, embora isto ainda não tenha sido comprovado em estudos clínicos (10).
A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição percutânea é, significativamente, maior do que a probabilidade de infecção pelo HIV, podendo atingir até 40% em exposições onde o paciente-fonte apresente sorologia HBsAg reativa. Para o vírus da hepatite C, o risco médio é de 1,8%; dependendo do teste utilizado para diagnóstico de hepatite C, o risco pode variar de 1 a 10% (10).
No Brasil, a utilização da vacina para hepatite B é recomendada para todos os
profissionais de saúde. Após exposição ocupacional a material biológico, mesmo para profissionais não imunizados, o uso da vacina, associado ou não a gamaglobulina hiperimune para hepatite B, é uma medida que, comprovadamente, reduz o risco de infecção (10).
É importante ressaltar que não existe intervenção específica para prevenir a transmissão do vírus da hepatite C após exposição ocupacional (10).
A maioria dos acidentes está relacionada com venopunção, administração de medicamentos no acesso venoso e re-encape de agulhas após o uso. São, portanto, potencialmente preveníveis (9). 
Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciados logo após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia (10).
É importante ressaltar que as medidas profiláticas pós-exposição não são totalmente eficazes, enfatizando a necessidade de se implementar ações educativas permanentes, que familiarizem os profissionais de saúde com as precauções universais e os conscientizem da necessidade de empregá-las adequadamente, como medida mais eficaz para a redução do risco de infecção pelo HIV ou hepatite em ambiente ocupacional (10).
5.1 Normas de precauções universais para evitar acidentes de trabalho com material biológico
Precauções Universais, atualmente denominadas Precauções Básicas, são medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes na manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não-íntegra. Isso independe do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites B e C) (10).
Essas medidas incluem a vacinação prévia, utilização de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I.), como o uso de luvas para a administração de injetáveis, com a finalidade de reduzir a exposição do profissional a sangue ou fluidos corpóreos, e os cuidados específicos recomendados para manipulação e descarte de materiais pérfuro-cortantes contaminados por material orgânico (10, 11).
	Para a aplicação de injetável, pode ser utilizado luvas de procedimento (9). É sempre bom lembrar que as luvas reduzem o risco de contaminação, mas sem eliminá-lo. Elas devem ser descartadas após cada cuidado prestado, nunca lavadas. Não é recomendado o seu uso prolongado e indiscriminado, pois além de facilitar a transmissão de infecções, pode provocar várias reações adversas e sensibilização cutânea. As luvas, durante seu processo de fabricação, são desidratadas e, durante seu uso, sofrem reidratação, aumentando sua porosidade e, conseqüentemente, a passagem de microrganismos. As mãos podem se contaminar durante a remoção das luvas. O uso na presença de lesões de pele, mucosas e em todas as atividades que apresentem risco de exposição ao sangue, fluidos corpóreos, secreções e excretas e na manipulação de material perfuro-cortante, é indicadopara a proteção do funcionário (11). Devem ser descartáveis, calçadas imediatamente antes do procedimento de risco e removidas tão logo a atividade seja completada. Devem ser trocadas ao atender outro paciente ou realizar outro procedimento no mesmo paciente. 
Algumas recomendações específicas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material pérfuro-cortante (9, 10, 11):
Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;
Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais pérfuro-cortantes;
As agulhas não devem ser re-encapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos;
Não utilizar agulhas para fixar papéis;
Todo material pérfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;
Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento;
Usar sapatos fechados (não de tecido) para proteção dos pés.
A Norma Regulamentadora NR 32 (11), a qual dá orientações sobre segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, passou a exigir o uso pérfuro-cortantes com dispositivos de segurança. Embora tal exigência ainda não tenha multa definida, nem prazo para implantação, deve ser vista como uma medida a mais de segurança no trabalho, com vistas a diminuir os acidentes com material biológico. Tal norma também deixa clara a obrigação do empregador quanto capacitação de seus profissionais. Segundo esta norma, a capacitação deve ser contínua. 
5.2 Procedimentos Recomendados Pós-exposição a Material Biológico nas Instituições de Saúde em Geral (9)
Após exposição em pele íntegra, lavar o local com água e sabão ou solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com pele íntegra não constitui situação de risco.
Após exposição em mucosa lavar com soro fisiológico 0,9% ou água corrente em abundância, repetindo a operação por várias vezes.
Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina).
Não fazer espremedura do local ferido, pois há um aumento da área lesada e, conseqüentemente, aumento da exposição ao material infectante.
Não usar soluções irritantes como éter, hipoclorito de sódio ou glutaraldeído. 
Se o paciente fonte for conhecido com situação sorológica desconhecida, colher, após aconselhamento e consentimento, sorologias para HIV, VHB e VHC (dois tubos secos). Sempre que possível realizar teste rápido para HIV no paciente fonte. (Teste rápido: teste de triagem que produz resultado em minutos, indicado para situações de emergência, devendo ser obrigatoriamente confirmado através de testes confirmatórios).
Notificar à chefia imediata. Notificar ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) ou médico do trabalho para avaliação do acidente e encaminhamento aos serviços de referência para atendimento através de “Ficha de Notificação de Acidentes Biológicos”. 
Notificar o setor de Pessoal, que deverá preencher a comunicação de Acidente de Trabalho (CAT ou similar). É impossível afirmar que o profissional se infectou em serviço se o acidente ocupacional não for devidamente notificado, portanto, medidas que viabilizem esse procedimento devem ser implementadas em todos os serviços de saúde.
Colher, após aconselhamento e consentimento do acidentado, sorologias para HIV, AgHBs, anti HBs e anti HCV. Esse procedimento é utilizado para exclusão de infecção prévia. Não é indicado o teste rápido para HIV. Avaliar imunização para Hepatite B. Avaliar situação sorológica do paciente fonte. Avaliar indicação de profilaxia para HIV e Hepatite B. Não existe quimioprofilaxia para Hepatite C. Investigar outras situações de risco para aquisição de infecção pelo HIV, VHB e VHC do profissional acidentado. Acompanhamento sorológico do funcionário acidentado por 6 meses (data zero = data do acidente, 6 semanas, 3 meses e 6 meses). A recusa do profissional acidentado em realizar as sorologias ou profilaxias específicas quando indicadas ou o acompanhamento sorológico, deve ser registrada em prontuário funcional.
6. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM FARMÁCIA
	O gerenciamento dos resíduos em serviços de saúde constitui-se em um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente (12).
Todo estabelecimento de saúde deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos (12), baseado nas características dos resíduos gerados. Os resíduos de serviços de saúde estão classificados por grupos. Desta forma, temos quatro grupos distintos de resíduos, a seguir:
GRUPO A
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção.
A1
- Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. 
- Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido.
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta.
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
A2
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica.
A3
- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares.
A4
- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. 
- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.
- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.
- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo.
- Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
-Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica.
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações.
- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.
A5
- Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.
GRUPO B
Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
São alguns exemplos: Produtos hormonais e produtos antimicrobianos, citostáticos, antineoplásicos, imunossupressores, digitálicos, imunomoduladores, anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos sujeitos a controle especial; Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; Demais produtos considerados perigosos.
Os resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos que, em função de seu princípio ativo e forma farmacêutica, não oferecem risco à saúde e ao meio ambiente, quando descartados por serviços assistenciais de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos, não necessitam tratamento, podendo ser encaminhados para sistemas de disposição final licenciados (aterros) ou quando líquidos podem ser lançados na rede coletora de esgoto, desde que atendam respectivamente as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes (12).
GRUPO C
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
GRUPO D
Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
São alguns exemplos: papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro, sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resto alimentar de refeitório, resíduos provenientes das áreas administrativas, resíduos de varrição, flores, podas e jardins, resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.
GRUPO E
Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, scalps, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório.
Assim, na sala de aplicação de injetáveis, são produzidos resíduos do Grupo A5 (seringas e agulha contaminadas com sangue), Grupo D (papel toalha, algodão com álcool usado para fazer desinfecção da bancada e ampola e frasco-ampola, embalagens de medicamentos, de seringa e de agulha, algodão usado para fazer a anti-sepsia e hemostasia de venóclise) e Grupo E (ampolas quebradas).
	Estes resíduos devem ser acondicionados em coletores distintos. Os resíduos do Grupo D devem ser acondicionados em saco plástico de qualquer cor, exceto na cor branca. Os resíduos do Grupo E e os pérfuro-cortantes do Grupo A devem ser acondicionados em recipiente rígido, identificado com a inscrição “PERFURANTE E CORTANTE”, associado à inscrição do tipo de contaminação (13, 14, 15, 16). No acondicionamento dos resíduos, todos os recipientes têm de ser fechados ao atingir 2/3 de capacidade, de forma a não permitir vazamentos.
 Grupo A Grupo E
 
Sobre os recipientes para o descarte dos materiais pérfuro-cortantes, é importante enfatizar que os mesmos (9):
• Deve conter paredes rígidas e impermeáveis e tampa;
• Não deve ser preenchido acima do limite de 2/3 de sua capacidade total;
• Não deve ser deixado no chão, devendo estar sempre em local seguro;
• Deve ser colocado em ponto estratégico;
• Deve-se vedá-lo com fita adesiva e colocá-lo em saco branco leitoso, dar um nó e encaminhá-lo para o destino final.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 5991 de 17 de dezembro de 1073. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, e dá outras providências. Brasília, 1997.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Resolução nº 357, a qual aprova o regulamento técnico de boas práticas em farmácia. Brasília, 2001.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ. Resolução nº 54, de 03 de junho de 1996. Dispõe sobre abertura, funcionamento, condições físicas, técnicas e sanitárias, dispensação de medicamentos em farmácias e drogarias. Curitiba, 1996.
PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO. SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO. Limpeza e desinfecção de superfícies em serviços de saúde. 2006. 
BECTON & DICKINSON. Manual de técnicas de aplicação.
ASSAD, C.; COSTA, G.; BAHIA, S. R. Manual higienização de estabelecimentos de saúde e gestão de seus resíduos. Rio de Janeiro: IBAM/COMLURB, 2001.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução Normativa nº 10, de 6 de dezembro de 1978. Estabelece as normas técnicas básicas relacionadas com a prescrição, produção e emprego dos medicamentos, bem como anexadas as relações correspondentes, que têm o caráter dinâmico, sujeitas à atualização periódica. Brasília, 1978.
POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Grande tratado de enfermagem prática: clínica e prática hospitalar. 3ª Ed. São Paulo: Santos, 1998.
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Risco biológico: Biossegurança na saúde, 2007. Disponível em: http://www.riscobiologico.org/resources/6285.pdf Acessado em 25 de abril de 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE; SECRETARIA DE POLÍTICAS DE SAÚDE; COORDENAÇÃO NACIONAL DE DST E AIDS. Manual de condutas em exposição ocupacional a material biológico. Disponível em: http://www.opas.org.br/gentequefazsaude/bvsde/bvsamat/condutas.pdf Acessado em 25 de abril de 2008.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Portaria MTE nº 485, de 11 de Novembro de 2005. NR 32 - Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde. Estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Brasília, 2005.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9191: sacos plásticos para acondicionamento de lixo - especificações. Rio de Janeiro, 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12807: resíduos de serviços de saúde – terminologia. Rio de Janeiro, 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12808: resíduos de serviços de saúde – classificação. Rio de Janeiro, 1993.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12809: manuseio de resíduos de serviços de saúde – procedimento. Rio de Janeiro, 1993.