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O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

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O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
Generalidades
É imensa a parte das normas internacionais contemporâneas que dizem respeito à proteção e promoção dos direitos da pessoa humana, sendo inúmeros os tratados de proteção dos direitos humanos conhecidos atualmente. Todos eles têm uma característica fundamental: a proteção dos direitos da pessoa humana independente de qualquer condição. Em outros termos, basta a condição de ser pessoa humana para que todos possam reivindicar seus direitos violados tanto no plano interno como no contexto internacional.
A primeira premissa da qual se tem que partir ao estudar os direitos das pessoas é a de que tais direitos têm dupla proteção atualmente: uma proteção interna (afeta ao Direito Constitucional) e uma proteção internacional (objeto de estudo do Direito Internacional Público). A base normativa que disciplina e rege tal proteção internacional de direitos dá-se o nome de direito internacional dos direitos humanos.
Distinção entre Direitos do homem, direitos fundamentais e direitos humanos
Direitos do homem - é expressão de cunho mais naturalista do que jurídico-positivo. Conota a série de direitos naturais (ou, ainda não positivados) aptos à proteção global do homem e válidos em todos os tempos. São direitos que, em tese, ainda não se encontram nos textos constitucionais ou nos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos. De qualquer forma, a expressão direitos do homem é ainda reservada àqueles direitos que se sabe ter, mas não por que se tem, cuja existência se justifica apenas no plano jusnaturalista.
Direitos fundamentais - é expressão mais afeta à proteção constitucional dos direitos dos cidadãos. Liga-se, assim, aos aspectos ou matizes constitucionais (internos) de proteção, no sentido de já se encontrarem positivados nas Constituições contemporâneas. São direitos garantidos e limitados no tempo e no espaço, objetivamente vi entes numa ordem jurídica concreta. Tais direitos devem constar em todos os textos constitucionais, sob pena de o instrumento chama de Constituição perder totalmente o sentido de sua existência.
Direitos humanos - são, por sua vez, direitos inscritos (positivados) em tratados ou em costumes internacionais. Ou seja, são aqueles direitos que já ascenderam ao patamar do Direito Internacional Público.
Características dos direitos humanos
Historicidade - os direitos humanos são históricos, isto é, são direitos que se vão construindo com o decorrer do tempo. Foi tão somente a partir de 1945 (com o fim da Segunda Guerra e com o nascimento da Organização das Nações Unidas) que os direitos humanos começaram a, efetivamente, desenvolver-se no plano internacional, não obstante a Organização Internacional do Trabalho já existir desde 1919.
Universalidade - são titulares dos direitos humanos todas as pessoas, o que significa que basta ter a condição de "ser humano" para se poder invocar a proteção desses mesmos direitos, tanto no plano interno como no plano internacional, independentemente de circunstâncias de sexo, raça, credo religioso, afinidade política, status social econômico, cultural etc.
Essencialidade - os direitos humanos são essenciais por natureza, tendo por conteúdo os valores supremos do ser humano e a prevalência da dignidade humana (conteúdo material), revelando-se essencial também pela sua especial posição normativa (conteúdo formal).
Irrenunciabilidade - traduz na ideia de que a autorização de seu titular não justifica ou convalida qualquer violação do seu conteúdo.
Inalienabilidade os direitos humanos são inalienáveis na medida em que não permitem sua desinvestidura por parte de seu titular, não podendo ser transferidos ou cedidos (onerosa ou gratuitamente) a outrem, ainda que com o consentimento do agente sendo indisponíveis e inegociáveis.
Inexauribilidade são os direitos humanos inexauriveis, no sentido de que têm a possibilidade de expansão, a eles podendo ser sempre acrescidos novos direitos, a qualquer tempo.
Imprescritibilidade - são os direitos humanos imprescritíveis, não se esgotando com o passar do tempo e podendo ser a qualquer tempo reivindicados, não se justificando a perda do seu exercício pelo advento da prescrição.
Vedação do retrocesso - por fim, os direitos humanos devem sempre (e cada vez mais) agregar algo de novo e melhor ao ser humano, não podendo o Estado proteger menos do que já protegia anteriormente. Ou seja, os Estados estão proibidos de retroceder em matéria de proteção dos direitos humanos. Assim, se uma lei posterior revoga ou nulifica uma lei anterior mais benéfica, essa lei posterior é inválida por violar o princípio internacional da vedação do retrocesso.
OBS.: Características contemporâneas dos direitos humanos, que podem ser apresentadas como sendo a universalidade, indivisibilidade, interdependência e a inter-relacionariedade.
A questão das "gerações" (on dimensões) de direitos
O Direito Internacional dos Direitos Humanos
O Direito Internacional dos direitos Humanos é aquele que visa proteger todos os indivíduos, qualquer que seja sua nacionalidade e -independentemente do lugar onde se encontre. Segundo José Antonio Rivera Santivañez a expressão conota "a disciplina encarregada de estudar o conjunto de normas internacionais convencionais ou consuetudinárias onde são estipulados o comportamento e os benefícios que as pessoas ou grupos de pessoas podem esperar ou exigir dos governos", tendo por objeto de estudo "o conjunto de normas previstas pelas declarações, tratados ou convenções sobre direitos humanos adotados pela Comunidade Internacional em nível universal ou regional, aquelas normas internacionais que consagram os direitos humanos que criam e regulam os sistemas supranacionais de promoção e proteção dos direitos humanos. assim como as que regulam os procedimentos possíveis de serem levados ante ditos organismos para o conhecimento e consideração das petições, denuncias e queixas pela violação dos direitos humanos.
Trata-se, portanto, do direito do pós-guerra, nascido em decorrência dos horrores cometidos pelos nazistas durante este período (1939-1945). O genocídio cometido contra milhares de pessoas no Holocausto nazista foi o grande rato gerador do moderno sistema internacional de proteção dos direitos humanos. Por genocídio entende-se a destruição, no todo ou em parte, de qualquer grupo de pessoas, em razão de sua raça, etnia, credo religioso ou outras condições ou características suas, tal como assassinato de membros do grupo, dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo, submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasione a destruição física total ou parcial, medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo e transferência forcada de membros do grupo para outro grupo.
O "direito a ter direitos", sendo a terminologia de Hannah Arendt, passou a ser então o referencial primeiro de todo esse processo internacionalizante.
A doutrina da soberania estatal absoluta assim com o fim da Segunda Guerra, passa a sofrer um abalo dramático com a crescente preocupação em se efetivar os direitos humanos no pano Internacional, passando a sujeitar-se às limitações decorrentes da proteção desses mesmos direitos.
Assim, a partir do surgimento da Organização das Nações Unidas, em 1945, e da consequente aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, o direito interacional dos direitos humanos começa a dar ensejo à produção de inúmeros tratados internacionais destinados a proteger os direitos básicos dos indivíduos.
Surge, então, no âmbito da Organização das Nações Unidas, um sistema global de proteção dos direitos humanos (a exemplo do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos), tanto de caráter geral como de caráter específico (por ex.: as convenções internacionais de combate à tortura, à discriminação racial, à discriminação contra as mulheres, à violação dos direitos das crianças etc.). Revolucionou-se, a partir desse momento o tratamento da questão relativa ao tema dosdireitos humanos. Colocou-se o ser humano, de maneira inédita, num dos pilares até então reservados aos Estados, alçando-o à categoria de sujeito de direito internacional. Paradoxalmente, o Direito Internacional feito pelos Estados e para os Estados começou a tratar da proteção internacional dos direitos humanos contra o próprio Estado, único responsável reconhecido juridicamente querendo significar esse novo elemento uma mudança qualitativa para a sociedade internacional, uma vez que o direito das gentes não mais se cingiria aos interesses nacionais particulares.
Mas essa estrutura normativa de proteção internacional dos direitos humanos, além dos instrumentos de proteção global de que são exemplos, dentre outros, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, e cujo código básico é a chamada International Bill ofHuman Rights, abrange também os instrumentos de proteção regional, aqueles pertencentes aos sistemas europeu, americano e africano. Da mesma forma que ocorre com o sistema de proteção global, aqui também se encontram instrumentos de alcance geral e instrumentos de alcance especial. Gerais são aqueles que alcançam todas as pessoas, a exemplo os tratados acima citados; especiais, ao contrário, são os que visam apenas determinados sujeitos de direito ou determinada categoria de pessoas, a exemplo das convenções de proteção às crianças, aos idosos, aos grupos étnicos minoritários, às mulheres, aos refugiados, aos portadores de deficiência etc.
Tais sistemas não podem ser compreendidos de forma estanque ou compartimentalizado, mas sim coordenadamente. Isso significa que a falta de solução para um caso concreto no sistema interamericano (ou no sistema europeu, ou africano) de direitos humanos, não impede a vítima de se dirigir às Nações Unidas para reivindicar o mesmo direito, previsto em tratado pertencente ao sistema global. A recíproca também é verdadeira. Não encontrada a solução no sistema global, a vítima em causa pode buscar a solução no sistema regional em que a violação de direitos humanos ocorreu, peticionando à Corte lnteramericana de Direitos Humanos (caso a violação tenha ocorrido baixo a jurisdição de algum Estado do Continente Americano, que tenha ratificado a Convenção Americana e aceito a jurisdição contenciosa da Corte Interamericana) ou à Corte Europeia de Direitos Humanos (se a violação tiver ocorrido em país europeu que é parte na Convenção Europeia de Direitos Humanos),ou, ainda, à Corte Africana de Direitos Humanos e dos Povos (quando a violação tiver ocorrido em Estado africano parte no Protocolo à Carta Africana), para que o tribunal condene o Estado faltoso e a indenize, se for o caso.
Sistemas de proteção de direitos humanos
Existem dois sistemas de proteção dos direitos humanos, a saber: Sistema lobal, representado pela ONU e pelo Tribunal Penal Internacional, e o sistema regional, representado pela Convenção Europeia de Direitos Humanos, Convenção Americana Direitos Humanos e pela Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos. 
O Sistema Interamericano De Direitos Humanos (SIDH)
O Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH) foi criado no âmbito da Organização dos Estados Americanos (OEA), através Convenção Americana de Direitos Humanos – Pacto São José da Costa Rica, e se divide em dois órgãos: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CORTEIDH). A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é órgão de natureza consultiva, pertencente a OEA a Convenção Americana de Direitos Humanos. Já a Corte Interamericana de Direitos Humanos é órgão de natureza consultiva e jurisdicional pertencente apenas a Convenção Americana de Direitos humanos. 
Sendo assim, no Sistema Interamericano de Direitos Humanos, os Estados partes ou somente se obrigaram a cumprir as disposições constantes na Carta da OEA e na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, estando sujeitos a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ou também se obrigaram as disposições da Convenção Americana de Direitos Humanos e, neste caso, se reconheceram a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, além de sujeitos a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, também estão sujeitos a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
A COMISSAO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Competências - Alcança os Estados-partes da Convenção Americana de DH, nos direitos nele consagrados.
Membros - 7 membros eleitos por período de 4 anos (cabe 1 reeleição).
Função - Promover a observância e a proteção dos DH na América. Cabe fazer recomendações aos governos, preparar estudos e relatórios, submeter relatórios anuais à Assembleia da OEA.
Legitimados - Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização, pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado-parte. 
Ratificação - Todo Estado-parte pode, no momento do depósito do seu instrumento de ratificação desta Convenção, ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece a competência da Comissão para receber e examinar as comunicações em que um Estado-parte alegue haver outro Estado-parte incorrido em violações dos direitos humanos estabelecidos na Convenção. A Comissão não admite nenhuma comunicação contra um Estado-parte que não haja feito tal declaração (artigo 45). 
Processo - Após instruído o processo conforme os trâmites estabelecidos pela Convenção, a Comissão irá produzir um relatório sobre o caso. Este relatório da Comissão é encaminhado ao Estado-parte, que tem o prazo de 3 meses para conferir cumprimento às recomendações feitas. Durante este período de 3 meses, o caso pode ser solucionado pelas partes ou encaminhado à Corte Interamericana de DH. Passado esse prazo sem ter acontecido nenhuma das duas medidas, a Comissão irá dar prazo para cumprimento de suas recomendações e posteriormente poderá publicar informe no relatório anual de suas atividades sobre o cumprimento ou não das recomendações pelo Estado-Parte.
Para que uma petição ou comunicação apresentada seja admitida pela Comissão, será necessário: 
Que hajam sido interpostos e esgotados os recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito Internacional geralmente reconhecidos. 
Que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão definitiva; 
Que a matéria da petição ou comunicação não esteja pendente de outro processo de solução internacional; e 
Que a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a petição.
OBS.: As disposições das alíneas "a" e "b" não se aplicarão quando - Se não existir na legislação interna do Estado, dispositivo de proteção para o caso; não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los; ou se houver demora injustificada na decisão interna).
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Competências - Para julgamentos de casos limitados aos Estados-partes da Convenção que reconheçam tal jurisdição expressamente. Tem jurisdição para examinar casos que envolvam a denúncia de que um Estado-parte violou direito protegido pela Convenção Americana.
Membros - 7 juízes nacionais de Estados-Membros eleitos por período de 6 anos (cabe 1 reeleição).
Função - De natureza consultiva: relativa à interpretação das disposições de tratados de DH. De natureza jurisdicional: referente à solução de controvérsias que se apresentem acerca da interpretação ou aplicação da Convenção Americana.
Legitimados - Apenas a Comissão Interamericana de DH e os Estados-partes podem submeter um caso àCorte, não estando prevista a legitimação do indivíduo.
A decisão da Corte tem força jurídica vinculante e obrigatória, cabendo ao Estado seu imediato cumprimento. Se a Corte fixar uma compensação à vítima, a decisão valerá como título executivo, em conformidade com os procedimentos internos relativos à execução de sentença desfavorável ao Estado. (Art. 68: “A parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá ser executada no país respectivo pelo processo interno vigente para a execução de sentenças contra o Estado.”). Entretanto, é importante ressaltar que é necessário que o Estado reconheça a jurisdição da Corte, já que tal jurisdição é apresentada sob a forma de cláusula facultativa.
A Corte possui função jurisdicional e consultiva. No que se refere à função jurisdicional, somente a Comissão e os Estados Partes que houverem declarado reconhecer a competência da Corte estão autorizados a submeter à sua decisão um caso relativo à interpretação ou aplicação da Convenção, desde que tenham sido esgotados os procedimentos previstos nos seus artigos 48 a 50, isto é, tudo o que diz respeito à tramitação perante a Comissão.  Para que possa ser submetido à Corte um caso contra um Estado Parte, este deve reconhecer a competência da Corte. A declaração de reconhecimento de competência da Corte pode ser incondicionalmente aplicável a todos os casos ou, então, em condições de reciprocidade, por determinado tempo ou para um caso específico.
No tocante à função consultiva da Corte, a Convenção prevê no artigo 64 que qualquer Estado membro da Organização poderá consultar a Corte sobre a interpretação da Convenção ou de outros tratados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos. Esse direito de consulta estende-se, no que compete a cada um, aos órgãos enumerados no Capítulo X da Carta da OEA. A Corte também poderá, por solicitação de qualquer Estado membro da Organização, emitir opinião sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis internas com os instrumentos Internacionais acima mencionados.
O Tribunal Penal Internacional
Podemos dizer que esta Convenção foi o primeiro tratado internacional de proteção dos direitos humanos aprovado no âmbito da ONU, sua adoção ocorreu em 09/12/1948 (Brasil ratificou em 1952), motivada pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial.
 	Esta Convenção estabelecia a criação de uma Corte Penal Internacional, entretanto, apenas em 17/06/1998, na Conferência de Roma é que foi aprovado o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, (ratificado pelo Brasil em 2002) a ser instalado em Haia, na Holanda.
Característica do TPI
Tribunal de caráter permanente, independente e vinculado ao sistema das Nações Unidas.
Objetivo - Assegurar o fim da impunidade para os crimes internacionais 
Jurisdição - Adicional e complementar à competência dos Estados, ficando condicionada à incapacidade ou omissão do sistema judicial interno.
Estrutura – é formado por 18 juízes, com mandato de 9 anos.
Competência – tem competência para jugar crime de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra, crimes de agressão. 
Exerce sua jurisdição sobre pessoas. O exercício de sua jurisdição pode ser acionada mediante denúncia de um Estado-parte ou do Conselho de Segurança à Promotoria.
Sua jurisdição está condicionada à adesão do Estado ao tratado, ou seja, é necessário que o Estado reconheça expressamente a jurisdição internacional. 
Estatuto estabelece a pena máxima de 30 anos e admite excepcionalmente a prisão perpétua, quando justificada. 
O Tribunal também pode impor sanções de natureza civil, determinando a reparação às vítimas e aos seus familiares.
O Estatuto aplica-se igualmente a todas as pessoas, sem distinção baseada em cargo oficial. 
Aos acusados são asseguradas as garantias de um tratamento justo em todas as fases do processo.
O Tribunal exerce sua competência em relação a crimes cometidos após a entrada em vigor do Estatuto, o que se deu no início de julho de 2002. Para os Estados que aderiram posteriormente, a competência só poderá ser exercida sobre os fatos cometidos após a entrada em vigor para esse Estado (Artigo 11), a não ser que esse Estado aceite a competência retroativa à entrada em vigor do Estatuto.
Os Estados, ao ratificarem o Estatuto, aceitam sua competência, e somente sobre estes o Tribunal poderá exercer sua jurisdição. Em outras palavras, a Corte só tem jurisdição sobre os crimes cometidos no território desses Estados, ou por um seu nacionais ou em Estado não membro se este aceitar a competência do Tribunal em relação a determinado crime (Artigo12).
Serve para punir indivíduos e não Estados ou Organizações Internacionais! 
Estatuto de Roma não admite apresentação de reservas. Mas Estado-parte pode afastar a competência do TPI sobre crimes de guerra por 7 anos após a entrada em vigor do estatuto, se formulou pedido no momento da ratificação.
Crimes punidos pelo TPI
Crime de genocídio: É o crime praticado com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, enquanto tal.
Crime contra a humanidade: É o ataque generalizado ou sistemático, contra qualquer população civil. Ex: homicídio, escravidão, tortura, agressão sexual, crime de apartheid. Gravidez forçada com o fim de alterar a composição étnica de uma população ou de cometer outras violações graves de DI.
Crimes de guerra: Atos contrários às leis e costumes de guerra, em particular quando cometidos como parte integrante de um plano ou de uma política ou como parte de uma prática em larga escala desse tipo de crime. (Violações graves às Convenções de Genebra de 1949).
Crimes de agressão: foi tipificado apenas em 2010. Comete-se crime de agressão quando, estando-se em condições de controlar ou dirigir efetivamente a ação política ou militar de um estado, planejam prepara, inicia ou realiza um ato de agressão que por suas características, gravidade e escala constitua uma violação manifesta da Carta da ONU. Abrange também bloqueio de portos ou da costa marítima de um estado por forças armadas estrangeiras. TPI vai exercer jurisdição sobre este crime quando pelo menos 30 países tiverem ratificado esta alteração.
Entrega de pessoas ao TPI
O TPI poderá dirigir um pedido de detenção e entrega de uma pessoa, instruído com os documentos pertinentes a qualquer Estado em cujo território essa pessoa se possa encontrar, e solicitar a cooperação desse Estado na detenção e entrega da pessoa em causa.
Segundo o Estatuto de Roma, esta entrega não configura como extradição!
Pena de prisão perpétua 
O STF vem deferindo pedidos de extradição para países que admitem a prisão perpétua, sem exigir que a pena seja comutada em privativa de liberdade de, no máximo, 30 anos. Assim, se a proibição não existe em relação a Estados soberanos, também não seria suscitada em relação ao TPI.
ONU
Conceito: organização internacional de caráter permanente e intergovernamental com personalidade jurídica própria de cunho universal. 
Finalidade: preservar a paz entre as nações, estimular solução pacífica de conflitos e proporcionar meios eficazes de segurança coletiva.
Brasil é membro originário da ONU.
Princípios da ONU:
1) igualdade dos Estados-membros
2) boa fé nas obrigações assumidas
3) solução pacífica de controvérsias 
4) proibição da ameaça ou uso da força
5) assistência a ONU em qualquer ação levada a cabo de acordo com a carta.
6) observância dos preceitos da carta pelos não membros
7) não intervenção da ONU em assuntos da jurisdição interna de qualquer Estado.
Admissão de novos membros: decisão da Assembleia geral mediante recomendação do Conselho de segurança. É cabível suspensão do exercício de Estado, assim como expulsão se violar os princípios da carta, será feito pela assembleia geral mediante recomendação do conselho de segurança.
Condições para ingresso na ONU: 
1) ser amante da paz
2) aceitar as obrigações contidas na Carta
3) estar disposto a cumprir tais obrigações
Órgãos da ONU - AssembleiaGeral; Conselho de Segurança; Conselho Econômico e Social; Conselho de Tutela; Corte Internacional de Justiça; Secretariado.
CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA:
Composição: 15 juízes eleitos pela AG entre pessoas indicadas pelos grupos nacionais da Corte Permanente de Arbitragem. Não pode haver 2 juízes da mesma nacionalidade.
Tomada de decisões: maioria dos juízes presentes, havendo empate, o Presidente decidirá.
Admite juízes ADHOC: para assegurar a igualdade das partes no processo (paridade de armas: se juiz de nacionalidade X julga a ação, o Estado que seja a outra parte no processo pode nomear juiz ADHOC de sua nacionalidade não pertencente ao CIJ).
Competência consultiva da CIJ: deve ser solicitada pela AG ou CS. Se outro ator internacional quiser a consulta deverá ter autorização da AG para isto.
Decisões: obrigatória em relação às partes. Parte prejudicada pelo incumprimento pode recorrer ao CS para tomar medidas para cumprimento da sentença. Decisão é definitiva e inapelável. Reforma apenas em 2 possibilidades: 1) interpretação da sentença pelos julgadores; 2) pedido de revisão baseado em fato novo, antes desconhecido, prazo máximo de 6 meses a partir do descobrimento deste fato e antes de 10 anos da sentença.
Clausula facultativa de jurisdição obrigatória: declara previamente que reconhece como obrigatória a jurisdição da Corte.

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