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A ESCOLA E OS TIPOS DE INCLUSÃO
MALIKOSKI, Patrícia. RU 1830508.
POLO DOURADOS-MS
UNINTER
Resumo
O presente artigo tem como objetivo explanar sobre o conceito de exclusão, segregação, integração e inclusão, levando em conta o que as escolas regulares estão fazendo para incluir da melhor forma possível os alunos com necessidades especiais, pois a inclusão é um movimento mundial de luta pelas pessoas com deficiências na busca pelos direitos e um lugar digno na sociedade. Para isso, busquei entender o que a lei dispõe sobre a inclusão social e escolar, levando em conta os conceitos e princípios que vem sendo defendidos em documentos nacionais e internacionais, e também por autores renomados, que defendem a inclusão dos alunos com deficiência. Conclui-se que a inclusão de crianças nas escolas regulares de ensino principalmente públicas é um processo complexo, que deve a garantia o sucesso da aprendizagem do aluno em um ambiente harmônico e respeitador, colaborando para a construção da cidadania, para o aprendizado do aluno, com justiça e dignidade. 
Palavras-chave: Inclusão escolar. Inclusão social. Educação especial.
INTRODUÇÃO
Hoje o caminho visto desde a exclusão até a inclusão das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais é longo, pois passou também pela segregação e pela integração, que está relacionado com as características econômicas, sociais e culturais de cada época, e de cada local, que são determinantes para o modo como se vê a diferença. A exclusão, segregação, integração e, nos dias de hoje, a inclusão, marcam um percurso longo, e no caso da inclusão, chamada de inclusão escolar, a formação, o empenho e a dedicação dos professores é fundamental à sua implementação, na escola regular. 
A Inclusão escolar é uma das maneiras de acolher todos os alunos no sistema de ensino regular, independentemente de cor, classe social e condições físicas e até psicológicas, porque quando se fala de inclusão da pessoa com deficiência, geralmente essa deficiência é associada mais especificamente à deficiência física ou mental, o que é errado e deve ser visto de modo diferente, pois recusar-se a ensinar ou excluir crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) é crime, sendo assim, todas as instituições devem oferecer atendimento especializado, chamado hoje de “Educação Especial”. Lembrando que não deve ser Educação Especial com Escolarização Especial, pois essa atende os portadores de deficiência em uma sala de aula ou escola separada, apenas formada por crianças exclusivamente portadoras de (NEE), lembrando que essa prática é ilegal, pois exclui totalmente o convívio do aluno portador da deficiência daquele que não possui deficiência alguma.
Segundo o artigo 208 da Constituição brasileira, é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino", mostrando que não precisa um espaço, escola ou sala de aula só pra portadores de necessidades especiais, lembrando que no artigo 54 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) refere-se a mesma garantia.
Segundo a legislação as escolas são obrigadas a terem professores de ensino regular preparados para ajudar os alunos com necessidades especiais que ingressarem nas classes de ensino regular, pois ela tem os mesmos direitos de cursar instituições comuns, e é dever da escola e dos professores elaborar e aplicar atividades que levem em conta as necessidades específicas dela.
No caso de ingressar um ou mais alunos cegos, por exemplo, os alunos tem direito a da disposição de materiais adaptados ao letramento especial que ele necessita, como livros didáticos transcritos em Braille para escrever durante as aulas. Segundo o decreto 6.571, de 17 de setembro de 2008, é o Estado que tem a obrigação de oferecer apoio técnico e financeiro para que o atendimento especializado esteja presente em toda a rede pública de ensino, mas para que isso aconteça o gestor da escola e as Secretarias de Educação e administração é quem precisam ter o interesse e a preocupação em requerer os recursos para isso, para poder atender os alunos.
Além disso, os professores e os responsáveis pelo Atendimento educacional especializado (AEE), devem coordenar o trabalho no dia a dia e planejar as atividades juntos, que é comum a todos os alunos, e adaptar da melhor forma possível para que o aluno consiga acompanhar o resto da classe, sem esquecer que a preparação da escola não deve ser apenas dentro da sala de aula, pois os alunos com deficiência física precisam de espaços modificados, e que é dever da escola proporcionar, como rampas, corrimões e principalmente banheiros adaptados, e elevadores caso a escola necessite, e matérias como didáticos com engrossadores de lápis, apoio para braços, tesouras especiais e quadros magnéticos são algumas tecnologias assistivas que ajudam no desempenho das crianças e jovens com dificuldades motoras.
DIFERENÇA ENTRE OS TERMOS EXCLUSÃO, SEGREGAÇÃO, INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO
A luta pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil se dá devido a uma situação que permanece por causa da desunião das pessoas e acaba desacelerando o seu pleno desenvolvimento, até o começo do século XXI, o processo de educação era dividido em dois tipos de escolas: a escola regular e a escola especial, onde o aluno frequentava uma, ou a outra, não podia frequentar as duas. Em virtude disto, o sistema escolar especial foi excluído ficando só o sistema escolar regular, que fica incumbida de acolher todos os alunos, sem qualquer distinção, disponibilizando meios e recursos adequados para acolher os alunos com necessidades especiais de forma igualitária e oferecendo apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
Exclusão
A exclusão ou especificamente a exclusão social está relacionada ao processo de afastamento e principalmente de privação de indivíduos ou de determinados grupos sociais em varia áreas da estrutura da sociedade. Os tipos de exclusão estão divididos em sete tipos: a exclusão cultural e étnica: que estão ligadas as minorias étnicas e culturais, como os negros; a exclusão econômica: está ligada a pessoas de baixa renda, como os pobres; exclusão etária: é quando são exclusos pela idade, como os idosos; a exclusão sexual: está ligada as preferências sexuais, como desrespeito aos transexuais; exclusão de gênero: está ligado ao gênero masculino ou feminino, como a exclusão das mulheres; a exclusão patológica: está relacionado a doenças, como exclusão de portadores de HIV, e por fim a exclusão comportamental, está ligado a comportamentos abusivos, como dos indivíduos toxicodependentes.
Mas nem tudo são fatos ruins, pois há o que comemorar com alguns progressos nessa área, pois temos como exemplo o desenvolvimento de projetos sociais para poder desenvolver a interação social e ainda, a implantação de disciplinas com temas transversais nas escolas, como a pluralidade cultural, orientação sexual e principalmente sobre ética. Tudo isto está relacionado à cidadania e assim visam uma construção social com menos desigualdade e com mais tolerância dentro da sociedade.
Além disso, também as maiorias estão começando a reconhecer as culturas minoritárias e começaram a se aliar em vez de ignorar com o objetivo de criar cidadãos com mais tolerância e também conscientes de suas ações para poder cada vez mais mudar a sociedade para o melhor da humanidade. Vários projetos e programas sociais estão sendo criados com o intuito de oferecer suporte para que se viabilizem os grupos minoritários, temos como exemplo a cotas raciais, que foram criadas pelas universidades para a inclusão de alunos indígenas ou negros. Com a soma de todos por uma sociedade melhor a mais chances de mudar pra melhor todos os tipos de exclusão.
Segregação
Segregação, do latim segregatĭo, é a ação de separar, marginalizar ou afastar algo ou alguém de outras coisas ou pessoas, e a segregação dos seres humanos geralmenteé movida por motivos de cunho social, cultural ou político. Infelizmente a segregação também se exerça contra as classes minoritárias, podendo ser religiosas, sexuais, entre outras, além de estar relacionada com um regime que é imposto muitas vezes por uma minoria dominante sobre uma maioria desfavorecida.
A segregação pode ser vista no acesso das pessoas com algum tipo de deficiência ou por raça e idade quando se precisa de recursos como o emprego, atendimento de qualidade a saúde, acesso a educação e também na habitação, e que ainda vem se intensificando entre os grupos que ainda estão segregados. Um exemplo de onde ocorre a segregação é em bairros ou condomínios privados, que não está relacionada à discriminação ou violência, mas por ser um elemento que separa e afasta diferentes grupos sociais, dentro de um mesmo local, pois as pessoas adquirem um lugar para viver e as pessoas que não compraram no mesmo recinto, são proibidas de entrarem no local.
Integração 
Em meados do século XX, mais precisamente na década de 60, houve uma importante alavancada nos processos dos problemas de exclusão e segregação, marcando a interação da sociedade com a pessoa com necessidades educacionais especiais, surgindo assim a integração. A integração vem do latim integratĭo, que é a ação e o efeito de integrar ou integrar-se, ou seja, de constituir um todo, completar um todo com as partes que faltavam ou fazer com que alguém ou algo passe a pertencer a um todo.
Já a integração social, advém de um processo dinâmico e multifatorial que conjectura que pessoas que estão incluídas nestes grupos discriminados, seja por questões económicas, culturais, religiosas ou nacionais, se reúnam para lutar por um bem comum e igualitário a todos. Como exemplo a integração pode acontecer quando tem um lugar no seio de um determinado país, quando o pais procura ajudar as pessoas que pertencem a estratos sociais mais baixos para que consigam melhorar o seu nível de vida, assim, o Estado ou as instituições civis de determinado lugar promovem políticas e ações para fomentar habilidades de autonomia pessoal e social, como a inserção ocupacional, a educação e a adequada alimentação, para as pessoas amenizando os problemas sociais.
Inclusão
A inclusão social veio como solução para a exclusão, a segregação e a integração, pois ela trata das diversas maneiras que possibilitam incluir os seres humanos que, por algum motivo, estão excluídos da sociedade, a ter uma vida digna, pois ela é de fato um conjunto de ações e medidas que priorizam a igualdade de direitos de todos, buscando oportunidades de acesso para todos com o intuito de acabar com o problema da exclusão social.
Deve-se ter cuidado para que o conceito de inclusão fique bem claro para que não seja confundida com o conceito de integração, pois são sistemas bem distintos.  Segundo a cartilha da Convenção Nacional Sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (CNSDPD) - Comentada, 2012, diz que:
O conceito de “inclusão” refere-se ao processo de construção de uma sociedade para todos e, portanto, os alvos de transformação são os ambientes sociais e não a pessoa. Assim, o termo inclusão não deve ser usado como sinônimo de inserção ou integração. (CNSDPD, 2012)
Visto que, a inclusão social é um conjunto de ações e práticas sociais que devem garantir direitos iguais para todos, seja por da classe social, negros, condição física, entre outros grupos, e, antes que seja de fato elaborado na prática, é importante saber identificar quais são esses grupos que ainda estão sendo excluídos e, o que deve ser melhorado em cada um desses grupos para que possam ser plenamente inseridos na sociedade, pois, por exemplo, os deficientes físicos precisam que as calçadas públicas estejam em boas condições para sua circulação e que tenham rampas para o acesso, facilitando o deslocamento para cruzar ruas. Uma forma de amenizar essa situação é a implantação de projetos e programas de inclusão de diversas instituições pelo mundo, para que possa gradativamente diminuir cada vez mais o problema da exclusão. Rodrigues (2003), afirma que,
“(...) estar incluído é muito mais do que uma presença física: é um sentimento e uma prática mútua de pertença entre a escola e a criança, isto é, o jovem sentir que pertence à escola e a escola sentir que é responsável por ele”. (Rodrigues, 2003, p.95).
Há também a chamada de inclusão escolar, que envolve ações inclusivas tomadas diretamente dentro do ambiente escolar de uma instituição de ensino, que deve ser pensado com um espaço primordial para o desenvolvimento e a plena formação do ser humano como um cidadão, que tem como intuito erradicar o preconceito e a discriminação dos alunos, independente do tipo de descriminação. 
Temos como tipos de ações de incluso social como forma de inclusão social, o Bolsa Família, Fome Zero, Minha Casa Minha Vida, entre outros programas governamentais, que pretendem amenizar ou erradicar a exclusão, segregação e a integração da sociedade, tornando o Brasil um lugar comum ara todos, além de leis que garantem os direitos de grupo excluídos da sociedade como a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT).
O preconceito à inclusão
O preconceito é uma ideia pré formulada que obtivemos a partir de um momento de contato com a situação/pessoa/objeto, ou seja, quando determinamos que uma pessoa que tenha algum tipo de deficiência seja física ou psíquica, pela imagem que ela apresenta a rejeitamos ou desprezamos julgando por não ser apta a fazer alguma coisa o que estamos exercendo achando que a pessoa é incapaz de realizar a atividade sem antes a conhecer. 
Pois, achamos que a julgamos e acreditamos que, o que julgamos além de certo, é simplesmente natural, ou seja, o preconceito é um "juízo" que fazemos das pessoas mesmo antes de a conhecermos, e geralmente é manifestado esse preconceito na forma de uma atitude discriminatória perante certos grupos de pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou até estranhos a nós, e tudo isso somente demostra que não temos conhecimento do assunto, acabando assim pré-julgando as pessoas.
Infelizmente no meio dos processos de inclusão não é diferente, pois enquanto a uma luta enorme pra que possa de fato acontecer a inclusão, há também um preconceito em relação à implantação de politicas públicas e ações que viabilizem o acesso das pessoas com algum tipo de descriminação a uma vida digna e de sua inclusão de forma igualitária na sociedade.
O professor(a) está preparado(a) para a inclusão?
Hoje a educação inclusiva é sem dúvidas é um sistema que veio para substituir a escola tradicional, com o intuito que todos os alunos devem estar adaptados ao método pedagógico vigente que trata cada indivíduo como ser humano capaz, pois antes era separados e mandados para escolas ou classe especial quando não se enquadravam na escola tradicional, e felizmente hoje a deficiência de uma criança é vista como algo não condenatório, mas sim, uma deficiência que pode ser tratada e que a criança tem condição de frequentar uma escola regular de ensino. 
Temos que lembrar que a educação inclusiva vai muito além de uma mera matrícula deste aluno na escola, pois há muito trabalho envolvido junto ao aluno que é a preparação da escola, do professor e também da família do aluno, pois a unidade escolar deve estar efetivamente comprometida em assegurar a igualdade e um ensino de qualidade para este aluno e sendo assim não podemos ignorar que em todo esse processo o ponto focal deste processo é a preparação adequada dos professores. Segundo Alves (2019), de fato,
“(...) o importante não é só capacitar o professor, mas também toda equipe de funcionários desta escola, já que o indivíduo não estará apenas dentro de sala de aula. […] Alguém tem por obrigação treinar estes profissionais. Não adiante cobrar sem dar subsídios suficientes para uma boa adaptação deste indivíduo na escola. Esta preparação, com todos os profissionais serve para promover o progresso no sentido do estabelecimentode escolas inclusivas”. (ALVES, 2009, p.45,46).
Por isso, é tão importante a formação adequada dos docentes que atuam na rede regular de ensino, e merece total atenção quando se trata da inclusão de algum aluno na escola. Um dos problemas ainda vigentes é que muitos profissionais ainda demonstram inseguros diante da possibilidade de ter que trabalhar em uma sala com uma criança com necessidades especiais, para assegurar um bom ensino tanto pra esse aluno quanto para os demais alunos da classe. Outro problema é que os professores culpam, assim, a falta de preparação e a pouca habilidade com o tema, devido ao desinteresse ou a falta de preparação por muitas vezes a unidade de ensino estar despreparada para receber o aluno e para dar suporte para o professor em sala de aula, pois muitas vezes a falta de confiança em si próprio deixa os professores com medo de atuar em sala diante de um desafio.
PROPOSTA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA PARA ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Acolher o aluno com necessidades educacionais especiais na sala de aula não significa que o aluno já está incluso, pois, há a necessidade de conscientizar e se dúvidas preparar o professor, pois quem irá ficar com o aluno em sala é o professor na maioria do tempo na escola, para que ele conheça o tipo de deficiência em que ele irá trabalhar e também a historia de vida desse aluno, como ele é tratado por seus familiares e como ele trata sua família, portanto, saber como trabalhar com outros alunos e com suas famílias é o ponto fundamental para que possamos de fato ter a inclusão. 
É claro que não podemos exigir que os professores estejam na escola já preparados, primeiro, a preparação e conscientização dos gestores da escola, também da iniciativa pública e privada, de políticas públicas que invistam nas escolas, gestores e professores com investimentos na formação de todos os envolvidos, pois esse processo de transformação não se restringe somente aos professores, mas a todos sem qualquer tipo de exclusão.
Outra questão é que os professores devem querer e estar bastante dispostos a desenvolver suas habilidades, na verdade toda gestão deve querer atender as necessidades do aluno portador de necessidades especiais que adentar na escola, e não somente focar só na sua zona de conforto, ou seja, ficar nos conteúdos que já sabe e não quere desenvolver seus conhecimentos e suas habilidades já adquiridas.
O primeiro passo, para que haja inclusão é que docentes estejam preparados para receber o aluno, com amor, para integrá-lo ao cotidiano escolar que ele iniciará, pois a Escola Inclusiva tem como principal objetivo respeitar e valorizar todos os alunos, independente de sua limitação, seja pedagógica ou física, pois a educação igualitária é a base de uma sociedade melhor para todos, acolhendo todos os cidadãos e se transformando.
Para que a inclusão de fato se concretize, é fundamental que sejam elaborados projetos políticos pedagógicos de inclusão, que conte com a participação efetiva dos pais, dos gestores da escola, e de instituições especializadas e principalmente incentivos de órgãos públicos, para que possam realizar um atendimento complementar, ou seja, elaborado por toda comunidade escolar, pois, um sozinho não faz nada, para que com a avaliação das necessidades educacionais específicas dos alunos seja correta para inserir neste projeto as adaptações e complementações curriculares necessárias para a inclusão .
Definição de Necessidades Educacionais Especiais
Para que se entenda um pouco melhor, sobre a colocação “alunos(as) com necessidades educacionais especiais” deve ser considerada de uma forma bem particular. Note-se que, que nessa expressão, o adjetivo “especiais” está se referindo as necessidades educativas e não propriamente aos alunos(as). Não obstante, mais de uma vez a qualidade de especiais se recai sobre as crianças e jovens, ficando equivocado o termo a quem se qualifica de especial, porque em vez de se aplicar sobre as dificuldades particulares para aprender, recai diretamente sobre as crianças ou jovens. Segundo o Dicionário Interativo da Educação Brasileira:
são necessidades relacionadas aos alunos que apresentam elevada capacidade ou dificuldades de aprendizagem. Esses alunos não são, necessariamente, portadores de deficiências, mas são aqueles que passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas.
Os esclarecimentos para que se chegasse ao entendimento do que realmente é necessidades educacionais especiais surgiu a partir das discussões no período do que foi chamado de “movimento pela inclusão” e dos reflexos ocasionados pela Conferência Mundial, que teve como objetivo discutir a Educação Especial, realizada pela primeira vez em Salamanca, na Espanha, no ano de 1994. Nesse momento foi elaborado um documento mundialmente significativo denominado “Declaração de Salamanca”, onde foram questionados aspectos inovadores para que houvesse de forma concreta uma reforma das políticas dos sistemas educacionais vigente até o momento.
A proposta
Assim surgiu a Proposta Curricular Inovadora, para adequar a escola à necessidade dos alunos com necessidades educacionais especiais, tendo como base as adequações curriculares até a diversificação do currículo propriamente dito da escola, essa adequação vem privilegiar o potencial do aluno, ignorando suas dificuldades, tratando o aluno igualitariamente regular dentro do sistema educativo, com os outros alunos. Tem como objetivo adaptar uma proposta curricular, com o intuito não de desprestigiá-la, ou empobrecê-la, nem muito menos torná-la fácil, mas sim propor um claro propósito de articular o currículo ao estudante, e não fazer o aluno se adequar a escola, para facilitar construção do conhecimento do aluno e para uma melhor elaboração das aulas pelo professor.
Diversificando o sistema educativo é caminhar para uma proposta que vai muito além do tradicional do ensino regular estático, e com principal foco em uma escola que está direcionada para a inclusiva igualitária. Essa diversificação curricular vai englobar tanto desde o diferenciado, o comum e o compartilhado que se encontra em todo território didático, sempre valorizando a diversidade que há na educação, pois sempre q diversifica acaba simplificando, sem fugir contexto de da pluralidade.
É um pouco quanto arriscado quantificar adaptações ou mudanças concretas que possam ser elaboradas e serem aplicadas em uma sala de aula regular onde está matriculado um estudante com necessidades educacionais especiais, seja ele com ou sem deficiência física, pois cada deficiência varia segundo os imperativos de cada caso em particular. Ainda assim, apresentarei uma série de lineamentos gerais em que acredito ser possível mudar em um currículo escolar para que de certa forma possa facilitar a inclusão educativa dos alunos.
Algumas das estratégias na verdade são simples, práticas de realizar, economicamente acessíveis e muito engenhosas quando refletimos sobre o que de fato é necessário e que se deseja para todos os alunos no momento da aprendizagem para que ele possa fazer parte d sala de aula e não só mais um aluno “com problemas” no meio escolar.
E se pudéssemos na realidade concretizar o projeto da escola ampla e plural para que se tornasse um sistema diariamente realizável, que é o que se espera de uma escola que almeja a diversidade, essas adequações sempre estariam a serviço dos alunos em todo momento, seja ele com ou sem deficiência associada, pois assim toda vez que entrasse um aluno com deficiência na escola o problema já estaria resolvido e os professoras já capacitados a atender cada um de forma igualitária. As adequações criadas têm como objetivo articular e dialogar com o sistema educativo tradicional já existente, para que a população escolar em geral com as necessidades pontuais.
Pontos para adequação de acesso ao currículo para uma escola inclusiva
• Esquematizar a acessibilidade do espaço físico escolar: amenizar as barreiras urbanísticas e de transporte, para transformara escola em um lugar acessível para pessoas com deficiência motora, para as crianças pequenas, bebês em carrinhos, para as grávidas, as pessoas idosas, para os gestores e também os fornecedores e mantenedores da escola.
Infelizmente sabemos que nem todas as escolas contam com o equipamento necessário para o desafio colocado, ou verbas destinadas para esses tipos de adequações físicas, mas como proposta de amenizar pode-se ir fazendo artesanalmente, ou com mateiros de doações da comunidade, como colocar suportes ou latas simples nas carteiras, para evitar que os alunos derrubem os materiais das carteiras, colocar rampas de madeira para facilitar a entrada nos ambientes da escola, colocar nas carteiras suportes para escrever no lado esquerdo, destinados aos alunos que são canhotos, elevar ou rebaixar mesas e cadeiras para adequar a altura dos alunos, os quadros negros para os professores que por ventura também tenham alguma eficiência, etc.
• Adaptar os materiais escolares: articular e diversificar os instrumentos de escrita, como: lápis, canetas, giz, marcadores, letras móveis, processadores de texto etc. Quando o uso dos lápis ou lapiseira fica comprometido, pode-se embuti-lo em um objeto cilíndrico de madeira para facilitar o seu uso por mais tempo ou recobri-lo com borracha ou toalha para que não escorregue das mãos.
• Diversificar os portadores de texto: o caderno comumente utilizado pode ser transformado e ou utilizar um de tamanho ofício ou ainda trocar por folhas soltas, maiores e mais grossas, para que não rasgue durante o manuseio do aluno, utilizar também quadros negros individuais, cartilhas e monitores, já o material impresso onde o aluno marca ou assinala a resposta, pode ser utilizado com mais frequência e depois colado no seu caderno de atividades, e quando os alunos não podem escrever, deve-se trabalhar em sala de forma oral as atividades de avaliação o serem levados em sala de computação para que realizem as atividade no monitor.
• Oferecer diversas formas de atividades de expressão: quando a utilização de trabalhos escritos se tornarem excessivos ou cansativos para os alunos, pode-se utilizar outro sistema de representação comunicacional, como passar desenhos para pintar, colar, desenhar ou expressar através de um esquema, para que também desenvolva as habilidades motoras.
• Ampliação: pode-se ampliar as fotocópias e todo material impresso, que será utilizado em sala tornando o trabalho mais acessível, e fácil de ser manuseado pelo aluno.
• Modificação da rotina: pode-se modificar os grupos em sala para trabalhar em roda, semicírculo, em pequenos grupos, em locais como, na sala própria sala, mas também levar os alunos para o pátio, na cozinha, na oficina, na praça, na rua etc., para também observaram as dificuldades que á ao redor e não somente dentro da escola.
Pontos de adequações curriculares específicas para uma escola inclusiva eficiente
Estas adequações têm como objetivos específicos de vincular a proposta curricular com o aluno com necessidades educacionais especiais, para isso, serão necessários incluir recursos, métodos, estratégias e intervenções que são normalmente utilizadas para trabalhar o desenvolvimento do aluno como de avaliação, pois esses alunos também têm o direito as notas bimestrais e a média final.
Como já disse anteriormente não é a criança que deve se adaptar ou se submeter ao currículo escolar, mas se trata de trabalhar para criar um planejamento adequado ao aluno que for inserido neste contexto. Tudo isso só é possível se considerarmos a diversidade da população educativa e não menos importante compreender que, caso aconteça de um aluno(a) não aprende o que se ensina em sala, de fato irá conseguir se for modificado a forma de como se ensinar, lembrando que cada um tem suas limitações e diferenças de aprendizado.
• Selecionar conteúdos pontuais que se considerem apropriados para o aluno: trabalhar temas específicos, e, um de cada vez para não sobrecarregar o aluno, favorecendo as vinculações e generalizações que se podem estabelecer a posteriormente, evitando assim de causar um bloquei na aprendizagem do aluno.
• Oferecer ligações escolares convidativo-atrativas: pois, se há dificuldades linguísticas ou dificuldades na aprendizagem com o método tradicional, é preciso que o professore contextualize cada atividade pedagógica, que será passada ao aluno, para que ele consiga estabelecer ligações associativas adequadas e corretas com as atividades.
• Trabalhando a matemática: quando apresentar situações problemáticas, transformá-las em textos simples e adequados, que organizam sequencialmente o desenvolvimento, preferencialmente com uma das operações combinadas. Formular as atividades sequencialmente, com todos os passos lógicos do problema matemático, pois uma representação lógica e simples permite que o aluno lembre aquilo que muitas vezes ele esquece pela fragilidade da sua memória.
• Ajudar na compreensão da leitura e estabelecer enlaces intertextuais: isso pode ser realizado adequando os textos trabalhados em sala com as possibilidades de leitura do estudante, facilitando a utilização do emprego de sinais ou maneiras diferentes para avançar na leitura.
• Proporcionar a leitura antecipada: pode-se entregar ao aluno com necessidades educativas especiais o texto impresso antecipadamente, sobre o qual trabalharão no próximo dia, propondo assim que o aluno possa fazer uma leitura prévia, apoiada com calma e com atenção, isso permite que ele compreenda melhor o texto quando o texto for trabalhado na classe, permitindo ao aluno que ele consiga interagir de forma igualitária com os colegas, sendo opcional ser realizado em todas as matérias curriculares.
• Adequação das avaliações: articular e dividir o tempo das atividades para tomá-las parcial, solicitando conteúdos diferentes e dividi-los em duas ou três vezes sucessivas, sempre e alternando os trabalhos escritos, orais e gráficos, conforme julgue necessário.
 Com essa possível adequação do currículo escolar todas as atividades que decorrem na esfera educativa, se tornam aplicável a todas as matérias, como, música, artes, educação física, entre outras, como português e matemática, história, ou seja, só podemos tornar uma escola inclusiva, que possa trabalhar e desenvolver-se na diversidade dos seus alunos, se olharmos essa diversidade como valor humano comum e educativo a todos e se estivermos preparados para articular e sermos sujeitos de transformação no ambiente escolar. 
CONCLUSÃO
Não tenho dúvidas de que todos os indivíduos têm direito a uma educação de qualidade, seja ele deficiente ou não, pois sabemos que a educação é o pilar para o desenvolvimento de qualquer cidadão, mas infelizmente percebemos que as dificuldades existem, e não são poucas, mas podem ser contornadas quando observarmos de forma mais crítica, pois, só inserir o aluno em sala regular não é inclusão, ele precisa ser atendido d melhor forma possível assim como os colegas. 
A inclusão, não deve ser vista com algo que esta ali presenta na escola e pronto, mas sim vista como um processo a ser desenvolvido dia após dia, que tem suas etapas para serem compreendidas, avaliadas e aplicadas. Diante de todas as análises sobre exclusão, segregação, interação e inclusão, podemos refletir e pontuar algumas certezas da importância da escola inclusiva. 
Não basta a garantia de se ter a lei vigente, que é uma forma de se iniciar, mas a inclusão deve ser vista além da lei e dos espaços físicos existentes que são definidos como regular ou especial nas escolas, visando sim a cada necessidade dos alunos, respeitando seus momentos, suas capacidades e necessidades.
Não devemos ver a escola com olhar de que todos são iguais, pois não existe homogeneidade dentro da escola, assim, devemos aceitar, valorizar, e de adaptar com as diferenças e as diversidades, pois senão o sistema educacional regular nunca ira mudar, e, sempre dará voltas e chegar no mesmo ponto.
Devemos lembrar também que a inclusão de alunos com necessidades educacionaisespeciais na escola inclusiva, exige um investimento financeiro, pois as instituições precisam de uma implantação de serviços e recursos de apoio complementar tanto para preparação dos professores, com o fornecimento de formação continuada, quanto para o atendimento adequado para os alunos. Lembrando que as propostas de uma educação inclusiva devem acontecer em concordância, apoio e união tanto dos pais, professores e de gestores da escola, pois todos os alunos estão na condição de educandos, e são os maiores interessados na aprendizagem de forma igualitária e de qualidade.
Para que isso aconteça é necessário e urgente que pensamos e repensamos sobre qual o real papel da escola, para que aconteça a construção dessa escola inclusiva, pois sabemos que não é necessária a contratação de novos professores especializados, mas sim que haja a preparação e capacitação dos professores já efetivos, para que promova uma abertura para novas mudanças nesse novo contexto de inclusão e que possa se refletir e repensar suas concepções e conceitos antigos, para valorizar os novos conceitos e práticas pedagógicas.
E por fim, não podemos esquecer que há crianças que possuem um grau mais elevado de deficiência que outros, e que assim, evidentemente necessitam de um apoio especializado adequado como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e a Associação Norte Paranaense de Áudio Comunicação Infantil  (ANPACIN), entre outras que não podem ser esquecidas e muito menos ignoradas. 
Sabemos que as dificuldades em modificar ou diversificar um currículo escolar são muitas, e que muitas delas infelizmente não se referem exclusivamente aos alunos com necessidades educacionais especiais, mas que não são problemas existentes ou já decorrentes de muito tempo que devem abalar a estrutura educacional do país, pois devemos lutar enquanto há alguém que precise de ajuda, pra que um dia muito breve podemos ter de fato uma escola inclusiva para todos. 
A inclusão desse aluno em classes comuns nas escolas regulares sempre gerou novas circunstâncias e desafios, e que sempre se aliam com as dificuldades já existentes do sistema atual, dificultando mais ainda a resoluções desses problemas, por isso surgiu a escola inclusiva que vem com profundas mudanças a fim de melhorar a qualidade da educação do ser humano e da sociedade no geral, seja para educandos com ou sem necessidades educacionais especiais, mas isso tudo é apenas o primeiro passo de uma longa caminhada que deve ser percorrida para que sejam obtidos resultados, de um difícil percurso de lutas para que se garantam a todos, as mesmas oportunidades de convivência, estudo, trabalho, lazer, pois se sempre desistirmos diante das dificuldades e problemas nunca iremos de fatos podermos sentir o gosto de uma vitória ou progresso dos nossos alunos.
REFERÊNCIAS
ALVES F. Inclusão: muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio. Rio de Janeiro, WAK EDITORA, 2009.
Convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência – Comentada – Governo eletrônico, 2012. Disponível em: <http:// www.governoeletronico.gov.br/.../a-convencao-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia>. Acesso em 01 de maio de 2018.
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete necessidades educacionais especiais. Dicionário Interativo da Educação Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2002.
RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf>. Acesso em 01 de maio de 2018.
Rodrigues, D. (Org.) (2003). Perspectivas sobre Inclusão. Da Educação à Sociedade. Porto: Porto Editora.

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