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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .... OSÉAS, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador do RG nº..., inscrito no CPF nº ..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., por seus procuradores regularmente constituídos, procuração anexa, com escritório profissional sito à Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ..., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 539 e seguintes do CPC, propor a presente, AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO Em face de LEONTINO SILVEIRA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG nº, CPF nº , residente e domiciliado na Rua..., nº..., bairro..., Cidade... e CEP:...; e LOCADORA CARRO E AUTOMÓVEIS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº..., estabelecida na Rua..., nº..., bairro..., Cidade... e CEP:..., representada por seu administrador..., nacionalidade..., estado civil..., administrador, portador da cédula de identidade nº..., inscrito no CPF nº..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., bairro..., cidade... e CEP:..., pelas razões de fato e de direito expostas a seguir: I – DOS FATOS O Autor firmou contrato de locação de um automóvel com o 2º Réu, pelo prazo de 1 2 meses. Quando completou o terceiro mês de vigência do contrato, o 1º Réu entrou em contato com o Autor, através de notificação judicial alegando que comprou do 2º Réu o veículo objeto do contrato de locação, e , por consequência, pleiteia o recebimento dos referido s aluguéis mensais. O Autor buscou esclarecimentos com o 2º Réu, aquele com quem efetivamente firmou o contrato e o mesmo informou desconhecer sobre o suposto Contrato de Compra e Venda firmado com o 1º Réu. Desta forma, diante da dúvida do Autor sobre a quem pagar o aluguel que vencerá dentro de quatro dias , como também os futuros até findo o contrato, não restou alternativa que não procurar as medidas judiciais. Saliente-se que é incontestável o fato de que o autor vem cumprindo com a sua parte no contrato desde os primórdios deste. As cláusulas existentes no contrato foram respeitadas pelo autor, que efetuou pontualmente o pagamento das parcelas a que se obrigou. Assim, não conseguindo solucionar o impasse, para não se tornar inadimplente, tendo em vista o vencimento da próxima parcela daqui a 4 dias e os futuros até o fim do contrato, vem o Autor postular prestação jurisdicional para consignar em juízo o valor efetivamente devido. II – DO DIREITO Diante deste impasse o Autor agiu em conformidade com o art. 547 do CPC e art. 335, inciso IV do CC: Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre que m deva legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do crédito para provarem seu direito. Art. 335. A consignação tem lugar: IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva receber o objeto de pagamento; O pleito do autor encontra moradia para o ingresso da presente ação, para tornar consignado o pagamento das parcelas, no artigo 541 do CPC. Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignadas uma delas, pode o devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que o faça em até 5 dias contados da data do respectivo vencimento. Logo, deve a obrigação ser considerada extinta, nos moldes do art.334 do CC, se desincumbindo o Autor de qualquer responsabilização futura. Nesse sentido, necessário se faz mencionar o entendimento do ilustre doutrinador Alexandre Câmara, que preconiza, in verbis: “A ação de consignação em pagamento é um procedimento especial para atender peculiaridades do Direito Material. Assim é chamado pelo CPC, procedimento da consignação em pagamento. Os artigos que regulam essa matéria no CPC são os arts. 334 a 345. A consignação em pagamento é uma das formas de extinção das obrigações. No qual dispõe o art. 334 do Código Civil de 2002 que se considera extinto o pagamento e extingue a obrigação o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e formas legais. Em suma, é o instrumento de realização do direito que tem o devedor de libera-se da obrigação. O Art. 335 do Código Civil de 2002 dispõe a respeito dos casos em que é cabível o pagamento por consignação que são: se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma: se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições devido; se o credor for incerto, ou de acesso perigoso ou difícil; se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento. O pagamento por consignação só terá eficácia liberatória, nos termos que dispõe o art. 336 do Código Civil de 2002. O pagamento assim sendo não pode ser sobre dívida já vencida sem o depósito da multa moratória. Este meio de extinção das obrigações só é adequado para prestações de dar, não se podendo utilizá-lo para pôr fim às obrigações de fazer ou não fazer.” DA JURISPRUDÊNCIA Conforme facilmente se obriga, este é o entendimento proclamado pela jurisprudência, patenteado nos exemplos adiante insculpidos: "SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA RIP:00037170 DECISÃO: 08.02.1996 PROCESSO: RESP NUM:0070887 ANO: 95 UF:GO TURMA:01 RECURSO ESPECIALFONTE: DJ DATA:25.03.1996 PG:08552 EMENTA:CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - PRESTAÇÕES DEVIDAS AO SFH (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL) - PURGAÇÃO DA MORA - TEMPESTIVIDADE - ART. 974, CÓDIGO CIVIL. 1. O DEVEDOR NÃO ESTA OBRIGADO A CONSIGNAR, PODENDO EXERCITAR O DIREITO SOB O TIMBRE DA CONVENIÊNCIA, ENQUANTO O CREDOR NÃO HAJA DILIGENCIADO PARA SE LIVRAR DAS CONSEQÜÊNCIAS DO RETARDAMENTO (" MORA CREDITORIS - MORA ACCIPIENDI ").2. A CONSIGNAÇÃO PODE ABRANGER INCLUSIVE OS CASOS DE" MORA DEBITORIS ", SERVINDO PARA PURGÁ- LA. DIVISADA A MORA DO CREDOR, IRRELEVANTE A QUESTÃO TEMPORAL, PELA PERMANÊNCIA DA RECUSA (RESP 1.426 - MS - REL. MIN. ATHOS CARNEIRO). 3. RECURSO IMPROVIDO. RELATOR: MINISTRO MILTON LUIZ PEREIRA." Diante do exposto, não resta alternativa senão o ingresso da presente ação para tornar consignado o pagamento das parcelas. III - DOS PEDIDOS Ex positis, requer se digne Vossa Excelência: a) Seja julgado procedente a presente ação e o recebimento do depósito da quantia, a ser efetivado no prazo de 5 dias contados do deferimento, art. 542 do CPC. b) A citação dos Réus para que ofereçam resposta, comprovando seu direito ao crédito. c) Seja julgado procedente o pedido para declarar extinta a obrigação; d) Por fim requer a condenação do réu no pagamento das verbas de sucumbência. Requer a produção de todas as provas em direito admitido, especialmente documentar, na amplitude do art. 369 CPC. Dá-se à causa o valor de R$... Nestes termos, Pede deferimento Cidade, data. Advogado OAB nº
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