ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL - APS

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Curso de psicologia - Unidade Marquês 
 
 
 
PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA 
 
 
ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO - SP 
2018 
 
 
 
 
 
 
Aline Cristina Pires da Silva - R.A: T6076G7 
Amanda Eliete Bonfim - R.A: N193EB8 
Ana Paula Ramos Pires - R.A: D079CF6 
Eduardo de Souza da Silva - R.A: N171BH1 
Emerson Ramos dos Santos - R.A: D482BC3 
Isac Cesar Fernandes Batista - R.A: N1184J8 
Micael Cruz dos Santos - R.A: N183DB5 
 
 
 
 
ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DO GRAFISMO INFANTIL 
 
 
 
 
 
Trabalho, elaborado como pré-requisito para obtenção 
de nota na disciplina de Psicologia Construtivista. 
Orientado por: Reginaandrea 
 
 
 
 
 SÃO PAULO - SP 
2018 
 
 
 
 
 
Sumário 
I. APRESENTAÇÃO .............................................................................................................. 4 
II. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 
III. Estágios: ........................................................................................................................... 6 
IV. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................... 7 
V. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 12 
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................... 13 
VI. ANEXOS ........................................................................................................................ 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I. APRESENTAÇÃO 
Nome do projeto: O estudo do desenvolvimento do grafismo infantil. 
Objetivo geral: O objetivo geral do nosso projeto é coletar os desenhos de crianças com faixa 
etária diferente uma da outra, para tentar fazer uma análise a partir do que compreendemos 
sobre o grafismo infantil, e do que a criança consegue nos representar em seu desenho. 
Procedimentos: O grupo se separou para recolher os desenhos de diversas faixas etárias, de 
acordo com os estágios de desenvolvimento. Coletamos os desenhos de crianças com 2-3 
anos, 4-5 anos, 6-8 anos e 9-12 anos. Anotando o diálogo de todo procedimento entre o 
aplicador e a criança, para assim conseguirmos ter uma análise do desenvolvimento do 
desenho de acordo com as teorias ensinadas. 
 
II. INTRODUÇÃO 
Teorias de Luquet e Lowenfeld 
Viktor Lowenfeld começou sua carreira como professor, investigava o trabalho criativo de 
crianças com deficiência visual. Valorizava as experiências pessoais das crianças, passando 
por todo trajeto da criatividade da arte, diz que expressam essas experiências de vida pela arte. 
Lowenfeld abre as portas para um sistema educativo que confirma a independência da arte na 
infância. 
Os desenhos são separados por estágios que são estabelecidos de acordo com a faixa etária e a 
preocupação real do indivíduo. 
 Estágios: 
Garatuja ou pré-esquema ( 4 - 6 anos ) 
Esquema ( 7 - 9 anos ) 
Realismo Nascente ( 9 - 11 anos ) 
Pseudo-Realismo (11 - 13 anos ) 
Luquet se dedicou ao estudo da arte primitiva e pré-histórica mas também estudo do desenho 
infantil. 
Diz que a aprendizagem infantil é comparada a aprendizagem dos povos primitivos. Utiliza o 
método microscópico que sobrevive através da observação. Dá valor ao diálogo, antes, no 
momento em que a criança está desenhando e depois. Diz que é importante registrar essas 
informações só assim saberemos a intenção da criança. 
Há um primeiro momento no desenho infantil quando a criança traça linhas, traços no papel 
tentando uma imitação da escrita. O segundo ela determina uma semelhança entre as linhas 
que desenhou e objetos que vê. O terceiro pode se dizer que o ato de desenhar se torna fixo, a 
criança começa a se esforçar para que aquilo que está querendo desenhar se pareça ao máximo 
com o que está em sua mente, está no seu modelo interno, sua representação mental. Luquet 
sempre dizia que a criança desenha o que sabe. 
 
III. Estágios: 
 Primeiro Estágio: Realismo Fortuito (linhas que podem ter ou não uma intenção, mas 
que entendemos visualmente pode variar.) 
 Segundo Estágio: Realismo Falhado ou Incapacidade Sintética (desenha objetos sem 
relação entre eles, entendemos o que vemos mais não é exatamente aquilo.) 
 Terceiro Estágio: Realismo Intelectual (onde a criança tem uma imagem mental ou 
visual e tenta desenhar pelo que o objeto é, se for um copo, desenha também a água 
que está dentro. Representam posições, distâncias, ângulos.) 
 Quarto Estágio: Realismo Visual (desenha exatamente o que vê, como uma 
fotografia.) 
 
IV. DESENVOLVIMENTO 
 
 Criança A.S.M 
Iniciais: A.S.M 
Idade: 2 anos e 11 meses 
Data de Aplicação do desenho: 27/03/2018 
Aplicador: Eduardo de Souza da Silva 
Local da Aplicação: Osasco/SP - Residência da criança. 
 
Diálogo com a criança: 
A criança no primeiro momento ficou empolgada com a quantidade de giz de cera e com as 
cores de cada um, ela preferiu experimentar a maioria das cores aleatoriamente ao invés de 
focar em algo concreto para desenhar, enquanto brincava de riscar a folha ela mostrava as 
diferentes cores para sua mãe que estava do seu lado. Quando questionada sobre o que ela 
gostaria de desenhar, a criança disse “balões", mas continuou fazendo rabiscos aleatórios com 
formas quase que imperceptíveis , enquanto isso a criança falava sobre seu aniversário que é 
no próximo mês, e insistia na ideia dos balões, quando questionada novamente sobre o que ela 
gostaria de desenhar, a criança repetiu que iria desenhar balões, nesse momento exclamou 
para sua mãe que iria desenhar um balão. Dessa vez a criança fez alguns desenhos ovulares, 
no final, questionada sobre o que seriam aqueles desenhos ela disse imediatamente que eram 
balões, e continuou fazendo riscos aleatórios com várias cores, quando perguntado sobre o 
que seriam aqueles riscos, a criança simplesmente disse “são cores”. Durante todo o processo 
a criança falou várias vezes sobre a sua festa de aniversário. 
Análise do Desenho segundo Luquet: 
Realismo Fortuito - Notamos que a criança faz linhas e formas arredondadas, ela desenha sem 
intenção mais enquanto faz seus traços reconhece algumas semelhanças com o objeto em que 
está pensando, como ela disse, ia desenhar balões e vemos várias figuras em formas ovais. 
Análise do desenho segundo Lowenfeld: 
Garatuja- Para Lowenfeld essa etapa é de rabiscos, podendo seguir ou não uma ordem de 
pensamento. No caso desse desenho temos limites que não ultrapassam a folha em branco, 
formas circulares mais nítidas, não são totalmente sem sentido, há um controle nos 
movimentos da mão. 
Análise do desenho segundo Piaget: 
Garatuja ordenada - Crianças dessa etapa fazem parte da fase sensório motor (0 a 2anos).Os 
traços já foram figuras geométricas, deste desenho circulares principalmente. 
 
 Criança R.M.F 
Iniciais: R.M.F 
Idade: 5 anos 
Data de Aplicação do desenho: 25/03/2018 
Aplicador: Isac Cesar F. Batista 
Local da Aplicação: São Paulo/ SP Residência da criança. 
Diálogo com a criança: 
Começou falando que iria desenhar o que sempre quis, um carro. 
Falou que iria desenhar pessoas dentro do carro dirigindo. Logo em seguida falou que o carro 
era um táxi levando uma pessoa no banco traseiro. 
Desenhou 3 nuvens e falou que uma nuvem estavatriste porque viu uma pessoa de cara feia 
dentro do taxi. Falou que iria desenhar o carro colorido e falou que o carro tem 3 rodas porque 
uma estava escondida atrás da outra roda. Fez uma pergunta. Por que as nuvens não estão 
falando e ficaram tão quietinhas. Me explicou que não pintaria as nuvens porque já era 
brancas. Concluiu o desenho falando que desenhou uma Kombi de tacos. O carro de taco tem 
catchup, mostarda e salada. Explicou que o taco era de comer salada, purê e tomate. Me disse 
para quando eu for em uma loja eu perguntasse se teria taco. Explicou que a mãe dele levou 
ele em uma kombi de taco para comer sanduíche. Disse que não iria pintar a estrada. 
Análise do desenho segundo Luquet: 
Realismo Intelectual: Essa criança representou um objeto em sua mente, pensamos ser um 
realismo falhado, mas notamos que no desenho há uma transparência, as pessoas foram 
desenhadas dentro do carro, notamos também uma base, na parte inferior do carro. 
Análise do desenho segundo Lowenfeld: 
Fase esquemática- Há uma base no desenho, uma planificação do carro, logo acima as nuvens. 
Vemos também a transparência das pessoas dentro do carro. 
Análise do desenho segundo Piaget: 
Esquematismo- A criança começa a usar uma linha como base, já tem um conceito sobre a 
figura humana, porém com alguns desvios. As nuvens estão em cima e o carro na parte 
inferior (uma linha base representando o chão). 
 
 Criança G.B. 
Iniciais: G.B 
Idade: 9 anos 
Data de Aplicação do desenho: 25/03/2018 
Aplicador: Aline Cristina Pires da Silva. 
Local da Aplicação: São Paulo/ SP - Residência da criança. 
Diálogo com a criança: 
Pedi para a criança desenhar para mim, o que ela quisesse, ele me disse que iria desenhar um 
dinossauro, perguntei o porquê e ele respondeu, que gostava muito de dinossauros por isso ia 
desenhar um. Começou a desenhar o dinossauro e mais coisas além disso, foi me contando o 
que era, sem eu nem perguntar, disse que ia desenhar um heroi com uma espada poderosa e 
um baú misterioso enterrado. Perguntei se tinha visto aquilo em algum desenho, ele me 
respondeu que não tinha desenho de dinossauro, dei conta que ele tinha inventado tudo. 
Análise do desenho segundo Luquet: 
Realismo Intelectual: A criança desenhou um objeto de sua mente, comum a ordem e uma 
base concreta, todos os aspectos do desenho nos mostra seu realismo intelectual, chegamos a 
pensar que poderia ser um realismo visual, mas quando ouvi seu diálogo ficou mais claro que 
eram coisas da sua mente com uma sequência. 
Análise do desenho segundo Lowenfeld: 
Fase esquemática- A criança fez um desenho usando sua mente criativa, bem organizada, além 
de usar uma base, fez também um subsolo, demonstrando a transparência caracterizando um 
baú enterrado. 
Análise segundo Piaget: 
Realista- Fase das operações concretas,usou a dimensão da folha, separando o desenho em 
planos, utilizando diversos ângulos. Percebesse uma maior agilidade e uma maneira mais 
formal ao desenhar. 
 
 
 Criança Z.D. 
Iniciais: Z.D. 
Idade: 12 anos 
Data de Aplicação do desenho: 27/03/2018 
Aplicador: Emerson Ramos dos Santos 
Local da Aplicação: São Paulo/SP - Residência da criança. 
Diálogo com a criança: 
Enquanto desenhava ele cantarolava e colocava a mão na boca enquanto pensava, disse que já 
sabia o que iria desenhar. 
Perguntei porque ele escolheu esse desenho, ele me disse que gosta muito do gato dele, por 
isso escolheu desenhá-lo. 
Notei que ele apagava e refazia os olhos do gato várias vezes, ele me disse que um estava 
maior que o outro e que não queria deixar daquele jeito, queria deixá-los iguais. 
Análise do desenho segundo Luquet: 
Realismo Visual: Percebemos que a criança já tem uma alta noção de desenhar, e a perfeição 
que buscava nos detalhes. 
Análise do desenho segundo Lowenfeld: 
Realismo- Se inicia a fase de racionalização do pensamento. A criança não quer apenas 
desenhar, quer que seu desenho tenha um resultado satisfatório, utilizam detalhes, surgindo 
assim as caricaturas de rostos conhecidos. 
Análise do desenho segundo Piaget: 
Pseudo- Naturalismo: O desenho apresenta mais realidade. Muitas crianças param de desenhar 
nessa etapa, por não aprovarem mais seus desenhos, acham que não são bons o suficientes, 
que não tem o “dom”para isso. Exigem bem mais de si mesmo sem cada detalhe, fazem e 
refazem se preciso. Colocam seus sentimentos e personalidade no papel. 
 
 
 
 
 
 
 
V. CONCLUSÃO 
 
Ao fazermos esse trabalho conseguimos entender quantos detalhes devemos observar para 
fazer uma análise correta, não só observar o desenho que está sendo feito, como ter um 
contato com a criança no momento do grafismo. Deve haver um diálogo para um 
entendimento maior. 
Percebemos também que a faixa etária varia em relação ao tipo de realismo, nem sempre 
crianças menores desenham coisas sem sentido ou sem uma interpretação, como nem sempre 
crianças maiores desenham coisas criativas e com uma boa interpretação feita pelo adulto. 
Dividimos as faixas etárias de acordo com o número de integrantes no grupo, cada um ficou 
com uma faixa etária diferente, juntamos os desenhos para fazer as análises. 
Os 3 pesquisadores que falamos acima tem idéias diferentes, mas com o mesmo intuito, fazer 
uma representação desses desenhos para entender como é o desenvolvimento da criança, 
como elas colocam no papel suas experiências e suas idéias. 
Piaget também pensava como eles, e suas teorias se parecem muito com as de Luquet. 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BATEZAT, Maria Lucia.Disponível em:A concepção de realismo em 
Georges-Henri-Luquet. 2008. 
http://luquet-archives.univ-paris1.fr/fichiers_luquet/collaborateur/psychologie/3/816/816.pdf 
Acesso em: 29/03/2018. 
 
IAVELBERG, 2008. Disponível em: Interações entre a arte das crianças e a produção de 
arte adulta. http://www.anpap.org.br/anais/2008/artigos/129.pdf Acesso em: 29/03/2018. 
 
 
VIROTE, Disponível Silvia em : Revista Helena. Thema 
A Criança e a Expressão do Pensamento através do Grafismo. 
 
 
ALEXANDRO, Marlene Coelho. Disponível em: Os caminhos paralelos do 
desenvolvimento do desenho da Acesso escrita. 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext. Acesso em: 03/05/2018 
 
 
TEIXEIRA, Heloísa Helena. Disponível em :O GRAFISMO NA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA INFANTIL. 
http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/graduacao/P00435.pdf Acesso em : 
03/05/2018. 
VI. ANEXOS