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SENSOPERCEPÇÃO Reúne o conjunto de atributos psíquicos que permite ao indivíduo RECEBER, ASSIMILAR, INTEGRAR e PROCESSAR informações da realidade objetiva e subjetiva através de IMAGENS MENTAIS que as representam ou refletem. SENSAÇÃO PERCEPÇÃO REPRESENTAÇÃO A EFICÁCIA FUNCIONAL dos processos da sensopercepção fundamenta-se na INTEGRIDADE DAS SENSAÇÕES e na capacidade do organismo de elaborar a síntese perceptiva que possibilita iniciar os processos psíquicos denominados como impressivo-gnósticos. Sempre que houver LESÃO ou DISFUNÇÃO das estruturas anatômicas ou funcionais responsáveis pelas sensações, em qualquer nível de sua estrutura, resultará em: ABOLIÇÃO DIMINUIÇÃO AMPLIAÇÃO DEFORMAÇÃO OU DISTORÇÃO das sensações SURGIMENTO DE SENSAÇÕES FALSAS Tipos de Receptores Receptores exteroceptores Receptores interoceptores Receptores proprioceptores Determinam as sensações exteroceptivas (estão essencialmente voltados para os estímulos do exterior) e produzem as seguintes qualidades sensoriais: visuais, auditivas, gustativas, térmicas e dolorosas. Ocasionam as sensações interoceptivas (voltadas principalmente para os estímulos do interior do corpo) e produzem as sensações cenestésicas (viscerais) Determinam as sensações proprioceptivas (estão situados nos tendões, nos tecidos articulares e na estrutura muscular e informam principalmente sobre a posição relativa de cada segmento e da totalidade do corpo) e produzem sensações estáticas, cinestésicas e batiestésicas. SENSAÇÕES CENESTÉSICAS Também chamada de orgânica ou visceral, informa sobre certas sensações internas do corpo e algumas condições específicas do funcionamento dos órgão internos, como bem-estar, mal-estar, fome, sede, cólicas e outras sensações oriundas do sistema nervoso autônomo (inclusive muitas sensações eróticas ou sensuais, como as sensações genitais, das zonas corporais erógenas e as orgásticas SENSAÇÕES ESTÁTICAS São aquelas que informam sobre a posição relativa de cada segmento corporal SENSAÇÕES CINESTÉSICAS SENSAÇÕES BATIESTÉSICAS Fornecem informações acerca da movimentação corporal Está relacionada à sensibilidade profunda, que são as sensações barestésicas (sensibilidade à pressão), palestésica (sensibilidade à vibração) e estereognósicas (sensibilidade palpatória) NOTA: SINESTESIA É A RELAÇÃO DE PLANOS SENSORIAIS DIFERENTES. Ex: Gosto com o cheiro; Visão com o tato Tal como a metáfora ou a comparação por similaridade, são relacionadas entidades de universos distintos. “Gosto de barata” “Há uma sonoridade aveludada como a superfície de uma flor” Sensação Percepção Fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores estimulando-os. Tomada de consciência pelo indivíduo, do estímulo sensorial (objeto do meio exterior considerado como real,. Isto é, como existente fora da própria atividade perceptiva) A INTEGRIDADE PERCEPTIVA depende pois da INTEGRIDADE DOS ANALISADORES sensoriais, das CONDIÇÕES do funcionamento do organismo, das CIRCUNSTÂNCIAS e do ESTADO do psiquismo. NITIDEZ (dotada de clareza) CORPOREIDADE (ou corporalidade; que é percebido como algo corpóreo) ESTABILIDADE (conserva suas características ao longo do tempo) PROJEÇÃO PARA O EXTERIOR (é percebida no espaço externo da consciência). AUTOMATISMO (que se desenvolve por si mesmo, independente do observador) PARTICIPAÇÃO DO EU CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM PERCEPTIVA CARACTERÍSTICAS DA IMAGEM REPRESENTATIVA NITIDEZ NÃO HÁ NITIDEZ CORPOREIDADE INCORPÓREA ESTABILIDADE INSTABILIDADE PROJEÇÃO PARA O EXTERIOR PROJEÇÃO PARA O INTERIOR AUTOMATISMO DEPENDÊNCIA PARTICIPAÇÃO DO EU PARTICIPAÇÃO DO EU As impressões sensoriais deixam a marca de sua ação, o EFEITO MNÊMICO, que pode ser revivido sob a forma de REPRESENTAÇÃO. Re-apresentação = reprodução da imagem de Chama-se portanto REPRESENTAÇÃO o “ato do conhecimento”, que consiste na reativação de uma lembrança ou imagem mnêmica, sem a presença real do objeto correspondente. As REPRESENTAÇÕES são constituídas pelas imagens dos objetos e fenômenos percebidos nas experiências anteriores e evocadas de modo voluntário ou involuntário. A representação é a reprodução na consciência de percepções passadas. ATO PERCEPTIVO REPRESENTAÇÃO O objeto se impõe pela sua presença, por seu caráter de objetividade. O objeto não se acha presente, a imagem é projetada no espaço interno, subjetivo. “A observação geral que podemos fazer acerca dessas representações sensíveis, é que elas não constituem reproduções rigorosas; e são mesmo, em regra, bastante afastadas do modelo sensível que as produziu. A representação mental resulta das sensações elementares, isto é certo; mas, em seguida, passa a ter uma existência de certo modo independente desses elementos. O que se grava na memória por efeito da percepção, a impressão que ela deixa e que constitui a imagem ou representação mental do objeto percebido, é um processo, um movimento do pensamento, e não uma situação estática”. (Caio Prado Júnior, apud Nobre de Melo)00 REPRESENTAÇÃO IMAGE M Diz-se, comumente, que temos uma representação, quando a imagem de um objeto anteriormente percebido retorna à consciência. A imagem, neste caso, conserva alguns elementos sensíveis do objeto que lhe deu origem, porém os caracteres de sensorialidade da representação não são idênticos aos da percepção originária. Tipos de Imagem: 1.Imagem Perceptiva 2.Imagem representativa 3.Imagem Fantástica 4.Imagem Onírica 5.Imaginação Alterações na quantidade da sensopercepção Alterações na qualidade da sensopercepção Alterações no conteúdo das percepções São perturbações relacionadas à intensidade das sensações; manifestam MAIOR ou MENOR grau de clareza e nitidez da imagem perceptiva ou outros prejuízos parciais. Correspondem às seguintes alterações: DIMINUIÇÃO patológica da intensidade das sensações. Quase sempre a hipoestesia decorre de alteração orgânica ou funcional dos receptores sensoriais, da via nervosa de condução ou do centro decodificador das sensações; Como MANIFESTAÇÃO de comprometimentos psíquicos pode ocorrer na EPILEPSIA e outras patologias orgânicas, É característica da CONVERSÃO HISTRIÔNICA; Não é raro que se manifeste como sintoma de quadros ANSIOSOS ou DEPRESSIVOS, quando aparece como diminuição da acuidade da sensibilidade visual, tátil ou qualquer outra; É preciso diferenciar de uma alteração sensorial de origem neurológica. AUMENTO da intensidade dos estímulos procedentes dos diversos campos da sensibilidade O conceito de hiperestesia refere-se à exagerada sensibilidade de um número limitado (e quase sempre singular) de tipos de sensações causadas por LESÕES ou DISFUNÇÕES dos receptores, das vias nervosas ou dos centros cerebrais; Este termo pode ser empregado também, em sentido maisrestrito, para significar EXTREMO AGUÇAMENTO da sensibilidade tátil (ou OXIESTESIA) Outras formas de exagerada sensibilidade são: OXIPSIA, extrema sensibilidade visual; ASFALGESIA, sensações dolorosas causadas por estímulos táteis pouco intensos; CAUMESTESIA, exagero da sensibilidade cutânea para estímulos térmicos (objetos discretamente aquecidos provocam sensações de queimadura); GLOSSOCINESIA, o paciente percebe os movimentos da língua, ao falar. Nas manifestações de DEPRESSÃO sempre está presente alguma hipersensibilidade dolorosa, apesar do quadro geral de hipopercepção apresentado pelos pacientes deprimidos Neles é muito comum o achado de repercussão exagerada de estímulos desagradáveis ou dolorosos, tanto interoceptivos quanto exteroceptivos. A hiperestesia, no sentido estrito de hipersensibilidade, também é comum em ENXAQUECA, EPILEPSIA, INTOXICAÇÕES agudas por anfetaminas, cocaína e em manifestações HISTRIÔNICAS ABOLIÇÃO da sensibilidade. A palavra anestesia deve ser usada para designar alguma qualidade sensorial especificada, acrescentando-se a qualidade sensorial afetada. É importante estabelecer diferenças entre o uso do termo ANESTESIA e ANALGESIA, este último está relacionado especificamente à abolição da sensação dolorosa. Como MANIFESTAÇÃO de comprometimentos psíquicos são frequentes nos quadros histriônicos. A anestesia histérica pode atingir mais de uma qualidade sensorial, mas isto não é comum. A abolição da percepção ocorre também nos quadros que se manifestam por estupor, como MELANCOLIA, CATATONIA, e reações psicógenas primitivas (HIPOBÚLICAS ou HIPNÓICAS) e caracteriza os estados psicopatológicos sintomáticos mais avançados, como o COMA, além do estágio final dos processos DEMENCIAIS, quando o paciente está reduzido à vida vegetativa. ABOLIÇÃO da sensibilidade à DOR. Perda ou ausência de sensibilidade à dor, que pode ser induzida por substâncias químicas, devida a lesões neurológicas, vasculares ou, ainda, a problemas psicológicos. Perda total do olfato, ocorrida por lesão no nervo olfativo, obstrução das fossas nasais ou outras doenças. Hiposmia é a diminuição do olfato • Perda completa da capacidade de sentir gostos (Falta do paladar independente da causa). • O paladar é intimamente relacionado com o olfato. Alguns sabores mais complexos (como o de framboesa, por exemplo) exigem tanto o paladar quanto o olfato para serem identificados. Se por algum motivo uma pessoa perde um pouco ou todo o olfato, ela, também, terá uma perda no paladar. Hipogeusia é a diminuição do paladar. São condições patológicas que evidenciam alterações da qualidade sensorial, percepções falsas, equívocos da síntese perceptiva ou alterações da codificação ou da decodificação da mensagem sensorial. Podem ser citadas algumas condições clínicas genericamente chamadas de DISCROMATISMO, como o DALTONISMO (cegueira para o verde e o vermelho), CEGUEIRA PARA CORES (quando o indivíduo vê tudo em tons cinzentos, variando do branco ao preto), HIPERSENSIBILIDADE PARA O AMARELO, HIPERSENSIBILIDADE PARA O AZUL ou HIPERSENSIBILIDADE PARA O VERMELHO. ALTERAÇÕES DA SÍNTESE PERCEPTIVA. Os elementos sensoriais normais são estruturados e interpretados inadequadamente Reúne as perversões da sensibilidade denominadas de: CACOSMIA (perceber como agradável odores repugnantes e fétidos ou como desagradáveis os odores comuns); PARAGEUSIA (o mesmo para o paladar); ACANTESIA (sensação cutânea dolorosa ou desagradável a estímulos usuais e de pequena intensidade). IMAGEM PERCEPTIVA DEFORMADA DE UM OBJETO REAL E PRESENTE NO CAMPO SENSOPERCEPTIVO. Nas ILUSÕES presume-se que haja sempre INTEGRIDADE DOS ÓRGÃOS SENSORIAIS e NORMALIDADE da capacidade de experimentar sensações da pessoa que as experimenta. A IMAGEM ILUSÓRIA É UMA DEFORMAÇÃO DA IMAGEM PERCEPTIVA. 1. Peculiaridades do sistema de refração 2. Limitações naturais dos órgãos dos sentidos 3. Simultaneidade de sensações 4. Alterações da consciência 5. Atenção insuficiente 6. Catatimias 7. Erros de julgamentos 8. Reconhecimentos deficientes Em quase todas, nada se sabe sobre suas respectivas causas, nem se conhece as condições de que correspondência depende. Observam-se FALSAS PERCEPÇÕES em consequência de LESÕES DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS, em conseqüência de lesões localizadas no córtex sensorial correspondente (especialmente, fenômenos luminosos e sonoros elementares), além de estados vertiginosos que acompanham lesões vestibulares. Observam-se, sobretudo, alucinações hemianópsicas quando há focos do lobo occipital. Alterações de tamanho, forma e distância. Micropsia •Observação de objetos em tamanho reduzido do modelo original Macropsia •Observação de objetos em tamanho aumentado do modelo original Dismegalopsia •Distorções da forma dos objetos apresentando estes partes aumentadas e outras diminuídas Porropsia •Quando os objetos parecem estar muito próximos da distância original. Teleopsia •Quando os objetos parecem estar muito distantes da distância original Relacionam-se aos quadro de AGNOSIAS Chamam-se AGNOSIAS os distúrbios do conhecimento e do reconhecimento, embora se observe a percepção sensorial Esse grupo de DISTÚRBIOS DA PERCEPÇÃO refere-se à perda da capacidade de reconhecimento de estímulos nas modalidades sensoriais visual, auditiva e na somestésica (capacidade de receber informações das diferentes partes do corpo) na ausência de comprometimento do nível de consciência e da sensibilidade. As AGNOSIAS não impedem que haja percepção, com objetificação das sensações no ato intensional; o que acontece é que o percepto não é conhecido como objeto determinado, nem reconhecido. Falha a reprodução, isto é, a associação às experiências adquiridas, associação que possibilita, em todas as percepções, o conhecimento São descritos vários tipos de agnosias que envolvem as vias sensoriais visual, auditiva e tátil, cujas características são muito diversificadas conforme as várias áreas cerebrais envolvidas. Há algumas possibilidades de agrupamentos dos tipos de AGNOSIAS, tendo em vista a melhor compreensão deste processo. O primeiro deles reporta-se à Lissauer, discípulo de Wernicke. De acordo com a literatura especializada, Lissauer foi, inclusive, o primeiro a utilizar o termo AGNOSIA, em 1890. Lissauer (1890), subdividiu as AGNOSIAS em agnosia aperceptiva e associativa, classificação que facilita a compreensão de muitos sintomas, embora tal dicotomia não expresse sempre as múltiplas manifestações clínicas (podem ser mistas ou classificadas de outra forma, conforme a manifestação mais chamativa ou específica). • Quando o acometimento no SNC pode interferir mais imediatamente na via sensorial e em seus estímulos, dificultando a percepção da forma do objeto ou de suas propriedades elementares Agnosia aperceptiva • Quando o acometimento é mais central, dificultando ou impossibilitando mais especificamente as associações. Agnosia associativa Agnosia em que há incapacidade de reconhecer forma e propriedades elementares do objeto. Comprometimento noqual o paciente não consegue sintetizar/integrar a percepção de um determinado objeto a partir de suas partes. O paciente não consegue realizar tarefas de classificação e também não conseguem desenhar um objeto de forma integrada ou seja o desenho fica fragmentado e quando solicitado a desenhar sobre um modelo, perpassam várias vezes o lápis sobre a mesma parte. Em alguns casos as agnosias aperceptivas são causadas por atrofia cortical bilateral e o paciente pode apresentar Síndrome de Balint ou agnosia simultânea que inclui agnosia visual com outra dificuldade visuo-espacial como misreaching e negligência do lado-direito. Esta agnosia é a inabilidade de perceber mais do que um objeto ou ponto no espaço ao mesmo tempo (Strauss et al., 2006; Zillmer & Spiers, 2001). Dentre as agnosias aperceptivas, encontra-se a PROSOPAGNOSIA que é um distúrbio da percepção de faces. Esse se refere à inabilidade de reconhecer pessoas pelas suas faces, mas podendo reconhecê- las através de outros sentidos como, a audição - tom de voz - e/ou olfato - cheiro. Essa desordem é mais comum em homens do que mulheres. Agnosia em que chegam a ser percebidos classes de objetos, cenas visuais ou sons bem discriminados, mas não identificados. Os pacientes conseguem copiar uma imagem, sem reconhecê-la. Outra forma de organizar o conhecimento referente às AGNOSIAS, relaciona-se à nomeação do CAMPO SENSORIAL acometido. Neste circuito, encontramos os seguintes tipos de agrupamento/denominações: Agnosias Visuais Agnosias Auditivas Agnosias Táteis Compreende uma série de tipos de agnosias relacionadas à via sensorial visual. Agnosia s Visuais Neste tipo de comprometimento, encontram-se normais a acuidade e o campo visuais. É encontrada em pacientes com lesões do lobo occipital, e também em casos em que as vias ópticas ou suas projeções tenham sido atingidas. As AGNOSIAS ÓTICAS (cegueira psíquica) aparecem quando há destruição dos dois lobos occipitais Compreende a incapacidade de reconhecimento visual de objetos na ausência de disfunções ópticas. Os métodos de neuroimagem permitem a identificação de lesões têmporo-occipitais bilaterais, geralmente de origem isquêmica, determinantes dessa condição. São afetadas propriedades elementares, como cor e movimento, por exemplo, ou o comprometimento concentra-se em torno da integração de conteúdos para o reconhecimento de categorias específicas de imagens. AGNOSIA DE IMAGENS: Agnosia visual em que há incapacidade de denominar imagens, de descrevê-las e de emparelhar imagens idênticas. AGNOSIA SIMULTÂNEA: Agnosia visual em que as partes da imagem são identificadas corretamente, mas sem ligação umas com as outras. Há incapacidade de reconhecer um objeto ou imagem como um todo, embora todas suas partes possam ser reconhecidas isoladamente. Há incapacidade de ver mais de um aspecto de uma imagem por vez e não se consegue ligar um aspecto ao outro. AGNOSIA DE OBJETOS: Agnosia visual em que há incapacidade de descrever um objeto, de indicar sua utilização e de emparelhar objetos idênticos. Somente com a palpação o objeto é reconhecido. AGNOSIA ESPACIAL: Agnosia visual em que há incapacidade de se orientar no espaço, de avaliar corretamente a localização de objetos e a distância deles e entre eles, e de seus relevos. O paciente pode se chocar com obstáculos que ele situa mal ou segurar em falso. Essas dificuldades de avaliar a profundidade e relevos (estereopsia) se associam frequentemente a uma dificuldade de percepção da forma dos objetos. O paciente tem dificuldade de seguir um itinerário ou de descrevê-lo. A agnosia visuo- espacial pode ocorrer também ao desenhar. PROSOPAGNOSIA (ou agnosia de face): Agnosia visual em que há incapacidade de reconhecer faces conhecidas. Casos em que o reconhecimento de aspectos da expressão facial, como de alegria e tristeza, está alterado, são por vezes considerados prosopagnosia na literatura (neste caso, inserem-se também no conceito de agnosia social-emocional). Em descrições tradicionais a prosopagnosia se caracteriza pela capacidade do paciente reconhecer detalhes e inclusive expressões faciais (se homem ou mulher, se amigável ou hostil, etc.), mas não sabe identificar quem é. Há gradações desde o não reconhecimento apenas de faces menos conhecidas em fotos, por exemplo, até o não reconhecimento de si próprio no espelho. A evocação de faces familiares pode estar prejudicada ou ser impossível. Caracteristicamente esses pacientes têm dificuldade de acompanhar programas de TV e filmes. Agnosias Auditivas Incapacidade de reconhecimento e distinção de sons na ausência de quaisquer déficits auditivos. O paciente ouve sons e ruídos, mas não os pode identificar; não os compreende. Isso não é um defeito de audição, mas uma incapacidade do cérebro para processar os significados de sons. Pessoas com agnosia auditiva são fisicamente capazes de ouvir sons e descrevê-los usando termos não relacionados a eles, mas não são capazes de reconhecê-los. Eles podem descrever as características dos sons em seu ambiente, mas não corrigir a identificação. Por exemplo, eles podem descrever o som de um motor que começa como algo que se parece com o rugido de um leão, mas não ser capaz de associar o som com "carro" ou "motor" A neuroimagem revela lesões na região temporal (córtex auditivo secundário. área 22 e parte da área 21 de Brodmann) no hemisfério cerebral direito. Agnosias Táteis Pacientes não conseguem identificar objetos colocados em suas mãos. Refere-se a incapacidade para reconhecer objetos mediante o sentido do tato, apesar da sensibilidade se encontrar conservada no fundamental. Quando o déficit existe nas duas mãos o paciente não consegue demonstrar o uso do objeto através dos gestos. Quando o déficit existe em uma das mãos o paciente consegue demonstrar o uso do objeto através dos gestos com a outra mão e também identificá-lo a partir do toque desta mão. Também denominadas ASTEREOGNOSIAS, caracterizam-se pelo não reconhecimento de objetos de uso corrente quando postos em contato com a mão do examinando, cujos olhos devem se manter fechados. Astereognosia refere-se especificamente àqueles que carecem de reconhecimento tátil em ambas as mãos Esses sintomas sugerem que uma parte muito específica do cérebro é responsável por fazer as conexões entre estímulos táteis e funções. A lesão responsável pela astereognosia ou agnosia tátil se localiza no córtex parietal contralateral. Geralmente determinada por lesões envolvendo o giro pós-central contralateral. Isaías Paim distingue 2 tipos de AGNOSIA TÁTIL: 1.Agnosia Primária ou Perceptiva: O transtorno incide sobre a qualidade de percepção dos objetos. O enfermo perde a capacidade de distinguir as diferenças de intensidade e extensão das sensações táteis. 2. Agnosia Semântica: O doente não pode identificar o objeto quanto ao seu valor e utilização, só o conseguindo através de deduções e suposições. As causas mais comuns de AGNOSIAS são LESÕES SÚBITAS AO CÉREBRO, tais como, envenenamento por monóxido de carbono, intoxicação de mercúrio, parada cardíaca, ou enfarte cerebral. Nesses casos, a agnosia aperceptiva não ocorre isoladamente,ou seja, sem outro déficit vísuo-espacial, porque essas lesões cerebrais geralmente afetam grandes áreas do córtex. (Zillmer & Spiers, 2001, Principles of Neuropsychology. United States: Wadsworth.). Alucinação Alucinose Alucinose pedencular Pseudo-alucinação Define-se alucinação como a vivência de uma percepção de um objeto, sem que este objeto esteja presente, sem o estímulo sensorial respectivo. Há aqui uma certa dificuldade conceitual Entretanto a clínica registra indivíduos que percebem perfeitamente uma voz ou uma imagem, com todas as características de uma percepção normal, corriqueira, sem a presença real do objeto. Alucinação é a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real. Alucinação é a percepção sem objeto, ou seja, é uma percepção (com todas as características de uma imagem perceptiva), porém não há nenhum objeto no mundo externo a ser percebido. Tomemos como exemplo uma percepção visual Quando percebemos visualmente uma paisagem, ela nos chega nítida, com contornos bem definidos. Temos também a certeza que aquela paisagem está no mundo exterior e não dentro de nós, que é algo que é estável, não vai se modificar conforme a minha vontade e é algo concreto, palpável. Estas são características da IMAGEM PERCEPTIVA Outros tipos de imagens são as IMAGENS REPRESENTADAS ou MNÊMICAS. Se eu pedisse para que vocês pensassem em um cachorro... Cada um iria imaginar um cachorro diferente. Além do mais: # saberíamos que a imagem estaria na nossa cabeça (espaço interno) e não no mundo exterior # que a imagem dependeria da nossa vontade para existir # que não teria estabilidade, ou seja, na nossa imaginação nosso cachorro muda de raça, de posição, de tamanho # que não era algo concreto e palpável Essas são características opostas a das imagens perceptivas Para que um objeto seja considerado como fruto de uma alucinação, DEVE ter as características de uma percepção normal, com a diferença que aquele objeto NÃO existe no mundo externo. Só é possível diagnosticar alucinação se o paciente referir, com convicção, perceber um objeto inexistente (para nós): # com nitidez; # com contornos bem definidos; # com a certeza de que está no mundo externo; # que é algo concreto, palpável. Uma imagem como a do lado NÃO pode ser considerada alucinação. Faltam-lhe as características de uma imagem perceptiva. O mais comum em um fenômeno assim é que a pessoa refira não ter certeza do que está percebendo, “ter a impressão que...”, achar que “é coisa de minha cabeça...” ou “é como se fosse...”. Isto não é alucinação!! Trata-se de uma ALUCINOSE, onde a imagem tem características das imagens representadas. Logo, nem sempre que o paciente refere “ver coisas” esta tendo uma alucinação ELEMENTARES (SIMPLES) Compõe-se de sensações bem delimitadas e dizem respeito a uma única qualidade sensorial, como o ruído de uma campainha, um sino, um zumbido, uma desestesia localizada e fugaz, um clarão, um ponto luminoso COMPLEXAS (ELABORADAS) São percepções mais elaboradas e incluem, muitas vezes, variadas qualidades sensoriais. Uma sistematização clínica que utilize como referência à qualidade sensorial, por causa de seu valor semiológico, permite classificar as alucinações nos seguintes tipos: • Visuais • Autoscópica • Auditivas • Gustativas e Olfativas • Táteis • Extracampinas • Cenestésicas • Cinestésicas • Térmicas • Alucinações do sentido do equilíbrio • Psíquicas São visões nítidas que o paciente experimenta, sem a presença de estímulos visuais. Apresentam-se preferencialmente nos estados de perturbação da consciência. São caracteristicamente de origem orgânica, embora possam ocorrer em qualquer psicose. Alucinações, microscopias e as imagens instáveis, móveis, policrômicas, são até certo ponto características de algumas intoxicações (cocaína, as primeiras; ópio e álcool, as segundas). SIMPLES Denominadas fotopsias, nas quais o indivíduo vê cores, bolas, pontos brilhantes, escotomas cintilantes, etc. Podem ocorrer na epilepsia e outras patologias encefálicas, nas crises enxaquecóides, nos quadros de esgotamento e na síndrome hiperestésico-emocional. (sugestivas de alterações especificamente sensoriais). COMPLEXA Também chamadas alucinações cênicas. Indicam alteração da síntese da imagem, o que parece evidenciar afecção mais elaborada de estruturas mais superiores. Incluem figuras, imagens de pessoas (vivas ou mortas), de partes do corpo (órgãos genitais, olhos assustadores, cabeças disformes, etc.), de entidades (o demônio, uma santa, um fantasma), de objetos, etc. Podem ser visões de cenas complexas (um paciente via o seu quarto pegando fogo), sendo então denominadas alucinações cenográficas. Um tipo curioso de alucinação visual é a chamada alucinação liliputiana, na qual o indivíduo vê inúmeros personagens diminutos, minúsculos, entre os objetos e pessoas reais da casa, isoladas ou acompanhadas de pequenos animais em movimento. • Ao contrário da maioria dos fenômenos alucinatórios, as alucinações liliputianas acompanham-se de um estado afetivo agradável, contemplando o paciente com satisfação o espetáculo que presencia. • Este tipo de alucinação é observada nas psicoses desencadeadas por drogas (psicoses tóxicas), especialmente no curso das alterações psíquicas provocadas pelas drogas psicodislépticas (LSD, mescalina, harmina e harmalina). Cipó-mariri Harmala Cactos peiote Alucinações Liliputianas Micropsias Micrópsia é uma condição que afeta a percepção visual. Neste tipo de comprometimento, os objetos são percebidos menores do que realmente são. É uma variedade de alucinação visual, em que o enfermo percebe o seu próprio corpo. Sollier Descreveu o fenômeno, e distinguiu duas formas de alucinações autoscópias. Autoscopia Interna O enfermo relata ver um ou vários órgãos ou uma região corporal isolada. Autoscopia Externa O indivíduo relata ver a imagem do seu próprio corpo, o que se acompanha de sentimento angustioso de desdobramento da personalidade. (alucinação autoscópia ou especular): As alucinações autoscópicas são observadas no curso dos estados de obnulação de origem infecciosa ou nas intoxicações experimentais pelas substâncias alucinógenas. Tipo particular de alucinação visual em que o paciente mostra uma crença inabalável na existência em seu corpo de deformações inexistentes nele (relaciona-se, em geral, com uma timopatia). No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz “eu”, fica uma pequena glândula chamada timo.Seu nome em grego, thýmos, significa energia vital. O Timo continua sendo um ilustre desconhecido. Ele cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando estressamos e mais ainda quando adoecemos.Essa característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só o conhecia através de autópsias e sempre o encontrava encolhido.Supunha-se que atrofiava e parava de trabalhar na adolescência, tanto que durante décadas os médicos americanos bombardeavam Timos adultos perfeitamente saudáveis com megadoses de raios X achando queseu “tamanho anormal” poderiam causar problemas.Mais tarde a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância, continua totalmente ativo; é um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está diretamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefônica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro.Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de defesa na mesma hora.O detalhe curioso é que o Timo fica encostado no coração, que acaba ganhando todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito. (FONTE: https://portal2013br.wordpress.com/2015/04/26/glandula-timo-a-chave-da-imunidade-e-da- energia-vital/ Nota: Este fenômeno é o núcleo psicopatológico da anorexia e da bulimia. Não é bem uma alucinação, mas uma interpretação deformada da sua realidade corporal, que não se estende aos demais, mesmo aos que não têm a mesma silhueta. São alucinações experimentadas fora do campo sensoperceptivo usual, como quando o indivíduo vê uma imagem “nas suas costas” ou “atrás de uma parede”. É um fenômeno raro, associado usualmente às psicoses. Tipo especial de alucinações visuais que ocorrem ao adormecer. Nem sempre têm significado patológico, podendo, contudo, acontecer na narcolepsia. Tipo especial de alucinações visuais que ocorrem ao acordar. Geralmente não têm significado patológico. É o tipo de alucinação mais freqüente e mais importante. Apresentam-se sob a FORMA ELEMENTAR (OU SIMPLES): ruídos, zumbidos, murmúrios, estalidos; e sob a FORMA COMPLEXA (ALUCINAÇÃO AUDIOVERBAL): Na qual o paciente escuta vozes sem qualquer estímulo real; São “vozes” que, geralmente, censuram, insultam e ameaçam. Quase sempre a alucinação audioverbal é de conteúdo depreciativo e/ou de perseguição. Em alguns casos, as vozes ordenam que o paciente faça isto ou aquilo (são as chamada “vozes de comando”), podendo inclusive ordenar-lhe que se mate. Outras vezes, as vozes comentam as atividades corriqueiras do paciente: “Olha, agora o João está indo beber água, agora ele vai lavar as mãos...”(são as chamadas “vozes que comentam a ação”). Em alguns casos, observa-se o curioso fenômeno denominado de SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO, o qual consiste no paciente ouvir em voz alta o próprio pensamento. Estes fenômenos são característicos da esquizofrenia. Apresenta-se com mais freqüência no momento de ler ou de escrever e é resultado de uma combinação de alucinações acústicas com alucinações motoras verbais. EXISTEM 2 TIPOS BÁSICOS DE SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO SONORIZAÇÃO DO PRÓPRIO PENSAMENTO SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO COMO VIVÊNCIA ALUCINATÓRIA- DELIRANTE SONORIZAÇÃO DO PRÓPRIO PENSAMENTO Fenômeno do tipo alucinatório no qual a vivência é semelhante a uma alucinação auditiva audioverbal, em que o paciente reconhece claramente que está ouvindo os próprios pensamentos, ouve-os no mesmo momento em que pensa. SONORIZAÇÃO DO PENSAMENTO COMO VIVÊNCIA ALUCINATÓRIA- DELIRANTE É a experiência na qual o indivíduo ouve pensamentos que foram “introduzidos em sua cabeça por alguém estranho” e que são agora ouvidos por ele. Às vezes, as “vozes”, não se limitam a mostrar ao doente as suas supostas faltas referem-se também aos castigos que ele merece. Essas alucinações são muito incômodas para quem as padece, porque “as vozes” estão a par do pensamento atual. Os pacientes que se queixam desse “roubo de pensamento” encontram explicações para tal nas influência telepática, ou em aparelhos de rádio, através dos quais os inimigos captam suas idéias e as reproduzem continuamente. • O CONTEÚDO das alucinações auditivas expressa, em geral, as inquietações e os temores do doente. • Embora não sejam exclusivas da esquizofrenia, as alucinações audioverbais são muito típicas e freqüentes nas PSICOSES ESQUIZOFRÊNICAS. • Ocorrem alucinações audioverbais em pacientes com DEPRESSÕES muito graves, sendo geralmente vozes com conteúdo negativo, de ruína, de culpa, de doença, etc. • Nos quadros MANÍACOS, ocasionalmente, há alucinações auditivas de conteúdo de grandeza, de poder, místico, etc. Fenômeno curioso e intrigante. É descrita como a audição de tons musicais e melodias sem o correspondente estímulo auditivo externo. Esse tipo de alucinação é relativamente raro, sendo menos observado que outros tipos de alucinação. Tais alucinações podem ser contínuas ou intermitentes e, em geral, são acompanhadas de consciência clara e de crítica por parte do paciente. Elas estão comumente associadas a déficits auditivos, doenças neurológicas e transtornos psiquiátricos, principalmente depressivos, ocorrendo com maior freqüência em idosos. São relativamente raras. Apresentam-se quase sempre associadas OLFATIVA GUSTATIVA Manifestam-se em geral como o “sentir” o cheiro de coisas podres, de cadáver, de fezes, de pano queimado, etc. Lembranças ou sensações olfativas via de regra vêm acompanhadas de forte impacto emocional. Em geral têm um impacto pessoas especial, podendo estar relacionada à interpretações delirantes (sinto o cheiro de veneno de rato na comida, pois estão tentando me envenenar). Ocorrem na esquizofrenia e em crises epilépticas, geralmente parciais- complexas. Os pacientes sentem na boca o sabor de ácido, de sangue, de urina, etc., sem qualquer estímulo gustativo presente. Ocorrem muitas vezes em conjugação com as alucinações olfativas. SITIOFOBIA (recusa completa de alimento) pode resultar de alucinações gustativas, quando o enfermo “percebe” gosto de veneno na comida. Podem se apresentar sob a forma de sensações de queimadura, sensação de contato, especialmente nas zonas erógenas (sobretudo em pacientes esquizofrênicos, que sentem de forma passiva que forças estranhas tocam, cutucam ou penetram em seus genitais), formigamento, cócegas, comichão, de vento gelado e de água correndo pelo corpo. O doente sente correr-lhe pelo corpo pequenos animais, percevejos, piolhos, pulgas, etc. Tal tipo de alucinação tátil é freqüente no delirium tremens e psicoses tóxicas, principalmente naquelas induzidas por cocaína. As alucinações táteis com pequenos animais ou insetos via de regra ocorrem associadas ao delírio de infestação (Síndrome de Ekbom). No curso da esquizofrenia, essas alucinações podem desempenhar importante papel na produção do chamado “delírio de perseguição física”. Uma percepção anormal de calor e frio. Ex.:“Meus pés estão pegando fogo”. Distúrbios da sensibilidade interna. Referem-se os enfermos a dores gerais ou parciais, a sensação de movimento interno do ventre onde acreditam ter um animal alojado (uma víbora dentro do abdome), ou percebem a sensação de choques elétricos, de espírito introduzido no corpo. Alguns pacientes apresentam sensações incomuns e claramente anormais em diferentes partes do corpo como sentir o cérebro encolhendo, ou fígado se despedaçando. Tais sensações são denominadas alucinações cenestésicas e ao fenômeno geral de experimentar sensações alteradas de víceras e no corpo de modo geral, denomina-se CENESTOPATIA. Manifestam-se muito comumente em pacientes deprimidos e ansiosos. São aquelas de sensação nos músculos ou articulações. O paciente sente que seus membros estão sendo dobrados ou torcidos, ou seus músculos estão sendo apertados.Pseudopercepção de movimento ou de imobilidade que podem ser ativas ou passivas. São vivenciadas pelo paciente como sensações alteradas do movimento do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas encolhendo ou um braço se elevando. Podem aparecer na esquizofrenia, nas psicoses tóxicas e no estado de embriaguez por psicodislépticos Se relacionam com o equilíbrio e, de modo geral, com os movimentos. Esquizofrênicos percebem, às vezes, sensações de movimentos anormais, como suspensão no ar, sentem-se voando, como se o chão afundasse ou se elevasse, experimentam movimentos de rotação em diferentes sentidos, etc. Os enfermos fazem referência a “palavras sem som”, dizem, por exemplo, que falam com indivíduos por “direta comunicação do pensamento”, por uma espécie de “linguagem dos espíritos”, feita de “vozes sem ruídos”, de “palavras secretas e interiores que não soam”. ALUCINOSE Imagem patológica que possui todas as características da imagem alucinatória, menos a convicção de realidade ou participação do eu; isto é, o paciente reconhece que a experiência perceptiva é algo estranho a si mesmo, como um acontecimento patológico, por exemplo. Na alucinose, embora o doente veja a imagem ou ouça a voz ou o ruído, falta à crença de que comumente o alucinado tem em sua alucinação. Diz-se que a lucinose é um fenômeno “periférico do eu”, enquanto a alucinação e um fenômeno “central do eu”. A alucinose é um fenômeno que ocorre com maior freqüência em quadros psicorgânicos. Uma forma comum de alucinose auditiva é denominada ALUCINOSE ALCOÓLICA. Ela ocorre geralmente em alcoolistas crônicos e consiste em vozes que falam ao paciente na terceira pessoa (“O Pedro é mesmo um covarde”). Ocorre com nível de consciência preservada e, no mais das vezes, o paciente tem uma boa crítica em relação a vivência alucinatória, reconhecendo seu aspecto patológico. Em pacientes com tumores do pedúnculo cerebral (alucinose peduncular de Lhermite) ou do tronco cerebral e em intoxicações por substâncias alucinógenas do tipo LSD, psilocibina, mescalina, anticolinérgico, ayuasca, etc. Ocorre com maior frequência em pacientes com déficits visuais graves Síndrome de Charles Bonnet. PSEUDO- ALUCINAÇÃO Definição: São imagens dotadas de certa vivacidade, projetadas para o espaço interno (sem projeção para o exterior) e que se assemelham às imagens perceptivas no enfermo. É um fenômeno que, embora se pareça com a alucinação, dela se afasta por não apresentar os aspectos vivos e corpóreos de uma imagem perceptiva real. Na maioria das vezes, o paciente tem noção de sua inadequação e falta de correspondência com a realidade. Falta-lhes a convicção de que marca as alucinações. A projeção para o espaço interno (percebidas dentro da cabeça) é sua característica essencial. “São vozes que vêm de dentro da cabeça, no interior do corpo”. Pseudo-alucinação Fenômeno Hipnagógico CHENIAUX, E. Manual de Psicopatologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. CORREIA, D. T. Manual de Psicopatologia. Lisboa: Lidel, 2013 DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. KAPLAN, H.; SADOCK, B. J. & GREBB, J. A. Compêndio de Psiquiatria. Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. MIRANDA SÁ JR., L. S. Compêndio de Psicopatologia & Semiologia Paiquiátrica. 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