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EFEITOS DOS CONTRATOS EM RELAÇÃO A TERCEIROS

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DISCIPLINA 
DIREITO CIVIL III 
Professora Fernanda Brasileiro 
EFEITOS DOS CONTRATOS EM 
RELAÇÃO A TERCEIROS
1) Estipulação em favor 
de terceiros
2) Promessa de fato de 
terceiro
3) Contrato com pessoa a 
declarar 
DA ESTIPULAÇÃO 
EM FAVOR DE TERCEIRO
A) CONCEITO
✓Regra: princípio da relatividade dos contratos (artigo 928 CC/1916).
✓Exceção ao princípio da relatividade dos contratos: estipulação em
favor de terceiros (artigos 1098 a 1100 do CC/1916 e artigos 436 a
438 CC/2002).
✓“Uma pessoa convenciona com outra que concederá uma vantagem
ou benefício em favor de terceiro, que não é parte no contrato. A
vantagem resultante do acordo reverterá em benefício de terceira
pessoa, alheia à formação do vínculo contratual.”
✓Partes: estipulante, promitente e o beneficiário.
DA ESTIPULAÇÃO 
EM FAVOR DE TERCEIRO
✓Estipulante e promitente: exigência de capacidade
plena.
Beneficiário: sem tal exigência. Exceção exigindo
condição: artigo 793 CC.
✓Formação do vínculo entre estipulante e promitente:
quando o estipulante manifesta a sua vontade, sem
precisar da concordância do beneficiário.
✓O triangulo só se forma na fase da execução, quando o
beneficiário aceita o benefício. A eficácia do contrato
estipulado entre estipulante e promitente depende da
aceitação do beneficiário.
DA ESTIPULAÇÃO 
EM FAVOR DE TERCEIRO
✓Aplicação:
• contratos de seguros de vida
• assinatura de revista feita pelo pai em favor do filho
• separação judicial consensual (cláusulas em favor dos
filhos)
• convenções coletivas de trabalho (cláusulas em favor
de todos)
• constituição de renda (o promitente recebe do
estipulante um capital e obriga-se a pagar a terceiro
uma renda por tempo certo ou pela vida toda.).
DA ESTIPULAÇÃO 
EM FAVOR DE TERCEIRO
B) NATUREZA JURÍDICA
✓ Contrato sui generis: a prestação não se realizada em favor do próprio
estipulante, como seria natural, mas em benefício de outrem, que não
participa da avença. A sua existência e validade não dependem da vontade
do beneficiário, mas apenas a eficácia que está subordinada à sua
aceitação. A doutrina italiana prefere utilizar a nomenclatura “contrato
em favor de terceiro”.
✓ CC/2002: adota a corrente que entende a estipulação em favor de
terceiros como um contrato. Vide parágrafo único do artigo 436; 437 e
438.
✓ Características: consensual, de forma livre e gratuito em relação ao
terceiro
. Basta o terceiro ser determinável e futuro, como a prole eventual.
DA ESTIPULAÇÃO 
EM FAVOR DE TERCEIRO
C) REGRAS NO CÓDIGO CIVIL DE 2002
✓ Quem pode exigir o cumprimento da obrigação: cumulativamente, o
estipulante e o beneficiário (artigo 436, caput e parágrafo único, CC).
✓ O estipulante pode substituir o beneficiário no contrato,
independente de autorização deste (artigo 438, caput e parágrafo
único, CC).
✓ Se for estipulado que beneficiário irá cobrar o promitente, o
estipulante não poderá exonerar o promitente (artigo 437 CC). Na
ausência desta previsão, o estipulante pode exonerar o promitente ou
substituir-se ao beneficiário.
✓ No silêncio do contrato o estipulante pode substituir o beneficiário,
não se exigindo para tanto nenhuma formalidade a não ser a
comunicação ao promitente.
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C
COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO
OU OBSCURIDADE. NÃO INDICAÇÃO. SÚMULA 284/STF. CONDIÇÕES DA AÇÃO. TEORIA DA
ASSERÇÃO. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. DESTINATÁRIO FINAL DO SERVIÇO.
LEGITIMIDADE ATIVA. RESCISÃO UNILATERAL. INTERESSE JURIDICAMENTE PROTEGIDO. 1.
Ação ajuizada em 06/02/2015. Recurso especial interposto em 06/06/2016 e concluso ao
gabinete em 18/08/2017. Julgamento: CPC/15. 2. O propósito recursal é definir se o
beneficiário de plano de saúde coletivo por adesão possuiria legitimidade ativa para se
insurgir contra rescisão contratual unilateral realizada pela operadora. 3. A ausência de
expressa indicação de obscuridade, omissão ou contradição nas razões recursais enseja o
não conhecimento do recurso especial. 4. As condições da ação são averiguadas de acordo
com a teoria da asserção, razão pela qual, para que se reconheça a legitimidade ativa, os
argumentos aduzidos na inicial devem possibilitar a inferência, em um exame puramente
abstrato, de que o autor pode ser o titular da relação jurídica exposta ao juízo. 5. O
contrato de plano de saúde coletivo estabelece o vínculo jurídico entre uma operadora
de plano de saúde e uma pessoa jurídica, a qual atua em favor de uma classe (coletivo
por adesão) ou em favor de seus respectivos empregados (coletivo empresarial). Esse
contrato caracteriza-se como uma estipulação em favor de terceiro, em que a pessoa
jurídica figura como intermediária da relação estabelecida substancialmente entre o
indivíduo integrante da classe/empresa e a operadora (art. 436, parágrafo único, do
Código Civil). 6. O fato de o contrato ser coletivo não impossibilita que o beneficiário
busque individualmente a tutela jurisdicional que lhe seja favorável, isto é, o
restabelecimento do seu vínculo contratual com a operadora, que, em tese, foi
rompido ilegalmente. 7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.
(REsp 1704610/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
20/02/2018, DJe 23/02/2018)
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. AÇÃO REVISIONAL. VALIDADE
DE CLÁUSULA CONTRATUAL. REAJUSTE DE MENSALIDADES. USUÁRIO. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM.
NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO CONTRATUAL COM A OPERADORA. ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE
TERCEIRO. INTERESSE JURIDICAMENTE PROTEGIDO. DEMONSTRAÇÃO. DESTINATÁRIO FINAL DOS
SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. 1. Discute-se a legitimidade ativa ad causam do usuário de
plano de saúde coletivo para postular contra a operadora a revisão judicial de cláusulas
contratuais. 2. A legitimidade exigida para o exercício do direito de ação depende, em regra, da
relação jurídica de direito material havida entre as partes; em outras palavras, a ação tem como
condição a titularidade de um direito ou interesse juridicamente protegido. 3. O plano de saúde
coletivo é aquele contratado por uma empresa ou por pessoas jurídicas de caráter profissional,
classista ou setorial, como conselhos, sindicatos e associações profissionais, junto à operadora de
planos de saúde para oferecer assistência médica e/ou odontológica às pessoas vinculadas às
mencionadas entidades bem como a seus dependentes. 4. No plano de saúde coletivo, o vínculo
jurídico formado entre a operadora e o grupo de usuários caracteriza-se como uma estipulação
em favor de terceiro. Por seu turno, a relação havida entre a operadora e o estipulante é similar
a um contrato por conta de terceiro. Já para os usuários, o estipulante é apenas um
intermediário, um mandatário, não representando a operadora de plano de saúde. 5. Na
estipulação em favor de terceiro, tanto o estipulante (promissário) quanto o beneficiário podem
exigir do promitente (ou prestador de serviço) o cumprimento da obrigação (art. 436, parágrafo
único, do CC). Assim, na fase de execução contratual, o terceiro (beneficiário) passa a ser também
credor do promitente. 6. Os princípios gerais do contrato amparam tanto o beneficiário quanto o
estipulante, de modo que havendo no contrato cláusula abusiva ou ocorrendo fato que o onere
excessivamente, não é vedado a nenhum dos envolvidos pedir a revisão da avença, mesmo porque
as cláusulas contratuais devem obedecer a lei. 7. O usuário de plano de saúde coletivo tem
legitimidade ativa para ajuizar individualmente ação contra a operadora pretendendo discutir a
validade de cláusulas do contrato, a exemplo do critério de reajuste das mensalidades, não sendo
empecilho o fato de a contratação ter sidointermediada por estipulante. 8. Recurso especial
provido. (REsp 1510697/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
09/06/2015, DJe 15/06/2015)
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO SECURITÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA.
JULGAMENTO EXTRA PETITA. NÃO CONFIGURAÇÃO. SEGURO DE VIDA. INDICAÇÃO DE BENEFICIÁRIO.
OBRIGAÇÃO EM ACORDO DE SEPARAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL. ALTERAÇÃO DA NOMEAÇÃO PELO
SEGURADO. FRAUDE À LEI. PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA. NULIDADE DO ATO. RESTRIÇÃO À LIVRE MODIFICAÇÃO.
EXISTÊNCIA DE ENCARGO. 1. Ação de anulação de nomeação de beneficiário de contrato de seguro de vida
fundada em descumprimento de acordo de separação homologado judicialmente em que o segurado se
obrigou a indicar como beneficiários outras pessoas (filhos do primeiro casamento). 2. Não há falar em
julgamento extra petita quando o órgão julgador não afronta os limites objetivos da pretensão inicial ou
recursal, tampouco concede providência jurisdicional diversa da requerida, em respeito ao princípio da
congruência. Ademais, os pedidos formulados pelas partes devem ser analisados a partir de uma
interpretação lógico-sistemática, não podendo o magistrado se esquivar da análise ampla e detida da relação
jurídica posta em exame, mesmo porque a obrigatória adstrição do julgador ao pedido expressamente
formulado pelo autor pode ser mitigada em observância dos brocardos da mihi factum dabo tibi ius (dá-me
os fatos que te darei o direito) e iura novit curia (o juiz é quem conhece o direito). 3. Sob a égide do Código
Civil de 1916, se a ação visava desconstituir negócio jurídico realizado em fraude à lei, a prescrição era
vintenária (art. 177 do CC/16). Essa hipótese não se confunde com a pretensão que buscava anular o
contrato por vício de consentimento (erro, dolo ou coação), sendo o prazo prescricional, nesse caso,
quadrienal (art. 178, V, § 9º, do CC/16). Precedentes. 4. No contrato de seguro de vida há uma espécie de
estipulação em favor de terceiro, visto que a nomeação do beneficiário é, a princípio, livre, podendo o
segurado promover a substituição a qualquer tempo, mesmo em ato de última vontade, até a ocorrência
do sinistro, a menos que a indicação esteja atrelada à garantia de alguma obrigação (art. 1.473 do
CC/16, correspondente ao art. 791 do CC/2002). 5. Se a indicação do beneficiário não for a título gratuito,
deverá ele permanecer o mesmo durante toda a vigência do contrato de seguro de vida, pois não é detentor
de mera expectativa de direito, mas, sim, possuidor do direito condicional de receber o capital contratado,
que se concretizará sobrevindo a morte do segurado. Todavia, se a obrigação garantida for satisfeita antes
de ocorrido o sinistro, esse direito desaparecerá, tornando insubsistente a indicação. 6. É nula a alteração
de beneficiário em contrato de seguro de vida feita por segurado que se obrigou, em acordo de
separação homologado judicialmente, a indicar a prole do primeiro casamento, não tendo desaparecido
a causa da garantia. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1197476/BA, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/10/2014, DJe 10/10/2014)
PROMESSA DE FATO 
DE TERCEIRO
✓Regulamentação: artigos 439 e 440 CC/2002.
✓Sinônimo: “contrato por outrem”.
✓Origem das obrigações: manifestação de vontade do
devedor ou a lei ou ato ilícito praticado por uma pessoa.
✓A promessa de fato de terceiro: é uma obrigação de
fazer assumida pelo promitente, consistente em obter a
prestação do terceiro que é de interesse do beneficiário
e relevante para a consecução do fim contratual
estabelecido entre promitente e o beneficiário.
PROMESSA DE FATO 
DE TERCEIRO
✓Efeitos: promitente assume a obrigação acaso
o terceiro não venha a realizar a expectativa.
✓Não é mandato, tampouco gestão de terceiros.
✓Exemplos: pacote turístico e cláusula em
contrato de locação estabelecendo
permanência de vigência em caso de alienação
do bem.
DIREITO CIVIL. SHOPPING CENTER. INSTALAÇÃO DE LOJA. PROPAGANDA DO
EMPREENDIMENTO QUE INDICAVA A PRESENÇA DE TRÊS LOJAS-ÂNCORAS.
DESCUMPRIMENTO DESSE COMPROMISSO. PEDIDO DE RESCISÃO DO
CONTRATO. 1. Conquanto a relação entre lojistas e administradores de Shopping
Center não seja regulada pelo CDC, é possível ao Poder Judiciário reconhecer a
abusividade em cláusula inserida no contrato de adesão que regula a locação de
espaço no estabelecimento, especialmente na hipótese de cláusula que isente a
administradora de responsabilidade pela indenização de danos causados ao
lojista. 2. A promessa, feita durante a construção do Shopping Center a potenciais
lojistas, de que algumas lojas-âncoras de grande renome seriam instaladas no
estabelecimento para incrementar a frequência de público, consubstancia
promessa de fato de terceiro cujo inadimplemento pode justificar a rescisão do
contrato de locação, notadamente se tal promessa assumir a condição de causa
determinante do contrato e se não estiver comprovada a plena comunicação aos
lojistas sobre a desistência de referidas lojas, durante a construção do
estabelecimento. 3. Recurso especial conhecido e improvido. (REsp 1259210/RJ,
Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 26/06/2012, DJe 07/08/2012)
CONTRATO COM PESSOA 
A DECLARAR 
A) Regulamentação
✓Novidade no CC/2002.
✓Artigos 467 a 471 CC/2002.
B) Conceito
✓ “Nessa modalidade, um dos contraentes pode reserva-se o direito de
indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e
assumir as obrigações dele decorrentes.”
✓Presença da cláusula pro amico elegendo ou sibi aut amico vel
elegendo.
✓Cabe em qualquer contrato, desde que não seja personalíssimo ou
intuitu personae.
CONTRATO COM PESSOA 
A DECLARAR 
C) Partes
i. Estipulante (contratante originário): quem pactua em
seu favor a cláusula de substituição. É um
intermediário do electus (real contratante) que lhe
substituirá.
ii. Promitente: assume o compromisso de reconhecer o
amicus ou elegendo.
iii. Electus: aquele que aceita a sua indicação. Pode ser
uma pessoa física ou jurídica.
✓ Exigência: todos os três precisam ser plenamente capazes
no momento da estipulação do contrato.
CONTRATO COM PESSOA 
A DECLARAR 
D) Motivações e aplicações práticas
✓Manter incógnita a pessoa para evitar supervalorização
do bem. O estipulante convenciona em seu próprio
nome, mas reservando-se declarar em favor de quem
efetivamente estipulou.
✓Comum nos contratos de compra e venda de imóveis.
✓Evitar despesas com nova alienação nos casos de bens
adquiridos para revenda, mas com a simples
intermediação da figura do estipulante.
CONTRATO COM PESSOA 
A DECLARAR 
E) Prazo 
✓ Finalidade: informar quem efetivamente assumirá a posição contratual.
✓ Não se admite prazo indeterminado. Na omissão da indicação o prazo será de 5 dias.
✓ O prazo curto é para evitar a insegurança jurídica.
✓ Comunica-se a outra parte para o efeito de declarar se aceita a estipulação.
✓ Ultrapassado o prazo: o contrato tornar-se-á eficaz entre os contratantes originários. Na
hipótese não há que se falar em inadimplemento e consequente pedido de resolução do
contrato ou de execução forçada ou de indenização por perdas e danos.
✓ Durante o prazo não há aquisição ou transmissão de direitos.
CONTRATO COM PESSOA 
A DECLARAR 
F) Aceitação
✓Artigo 468, parágrafo único, CC.
✓Características: expressa e adotar a mesma forma do
contrato principal.
CONTRATO COM PESSOA 
A DECLARAR 
G) Efeitos
✓ Artigos 469, 470 e 471 CC.
✓ O estipulante (contratante originário) tem o direito potestativo de fazer a
declaração ou não.
i. Se fizer, o electus assume a condição de contratante originário,
assumindo retroativamente os direitos e obrigações do substituído
desde a celebração docontrato, como se desta tivesse participado.
ii. Se não fizer, o estipulante assume todos os direitos e obrigações que
seriam da pessoa nomeada desde o início do contrato.
✓ Não produzirá efeitos a nomeação se a pessoa nomeada não aceitá-la, não
for civilmente capaz ou for insolvente. Nestes casos o contrato produzirá
efeitos em relação aos contratantes originários.
GARANTIAS LEGAIS 
AOS CONTRATANTES
1) Garantia contra os
vícios redibitórios
2) Garantia contra a
evicção
1) Da exceção de contrato
não cumprido
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
A) CONCEITO
“Vícios redibitórios são defeitos ocultos existentes
na coisa alienada, objeto de contrato comutativo,
não comum às congêneres, que a tornam
imprópria ao uso a que se destina ou lhe
diminuam sensivelmente o valor, de tal modo que
o ato negocial não se realizaria se esses defeitos
fossem conhecidos (...)” Maria Helena Diniz.
Tratado teórico e prático dos contratos, v.1,
p.128.
✓ Artigo 441 CC.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
✓ B) APLICAÇÃO
✓ Aos contratos bilaterais e comutativos, em geral translativos de
propriedade. Ex.: compra e venda, dação em pagamento e
permuta.
✓ Aplicam-se também às empreitadas (artigos 614 e 615 CC).
✓ Cabe reclamar vícios redibitórios de doações remuneratórias e
onerosas até o limite do encargo (artigo 441, parágrafo único,
CC).
✓ Não se aplicam aos gratuitos. Ex.: doações puras.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
C) FUNDAMENTO JURÍDICO
✓Teoria do inadimplemento contratual:
alienante deve assegurar a perfeita utilização
do bem – ele é o garante dos vícios
redibitórios.
✓Princípio da boa-fé.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
D) REQUISITOS CARACTERIZAÇÃO VÍCIOS REDIBITÓRIOS
i. coisa recebida em contrato comutativo, de doação onerosa
ou doação remuneratória;
ii. defeitos sejam ocultos;
iii. defeitos desconhecidos do adquirente (pouco importando se
também desconhecido por parte do alienante);
iv. defeitos existentes no momento da celebração do contrato,
ainda que se só se manifestem depois e que perdurem até o
momento da reclamação;
v. defeitos graves.
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
E) AÇÕES EDILÍCIAS A SEREM AJUIZADAS PELO ADQUIRENTE
1) Ação quanti minoris ou estimatória - não redibir o contrato: ficar com a
coisa mediante abatimento (artigo 442 CC);
2) Ação redibitória - redibir o contrato - se o alienante sabia do vício
redibitório: rejeitar a coisa, rescindir o contrato e pleitear a devolução do
preço + perdas e danos (artigo 443 CC);
3) Ação redibitória - redibir o contrato - se o alienante não sabia do vício
redibitório: rejeitar a coisa, rescindir o contrato e pleitear a devolução do
preço + despesas do contrato (artigo 443 CC);
4) Ação redibitória – redibir o contrato – ainda que o adquirente não possa
restituir a coisa portadora de defeito, por ter ocorrido o seu perecimento:
subsiste a responsabilidade do alienante se o fato ocorrer por vício oculto já
existente ao tempo da tradição - devolução do preço (artigo 444 CC).
DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
F) PRAZO DECADENCIAL
✓ Se bem móvel: 30 dias a contar da tradição (artigo 445
CC).
✓ Se bem imóvel: 1 ano a contar da tradição (artigo 445 CC).
✓ Se o adquirente já estava na posse do bem: artigo 445 CC.
✓ Se houver cláusula de garantia (a garantia complementar à
garantia obrigatória e legal e que não a exclui): artigo 446
CC.
✓ Se o vício só puder ser conhecido mais tarde: artigo 445,
§1º, CC.
DA EVICÇÃO
A) CONCEITO
✓Artigos 447 a 457 CC.
✓ É a perda da coisa por parte do seu adquirente em razão de
sentença judicial que atribui a outrem a propriedade do bem.
✓Vício de direito - compromete a titularidade jurídica sobre a coisa
objeto da alienação.
✓A cláusula de garantia opera de pleno direito - independe,
portanto, de previsão expressa.
DA EVICÇÃO
B) FUNDAMENTO
✓Princípio da garantia: é fundamento tanto da teoria dos
vícios redibitórios, quanto da evicção.
✓ Independe de má-fé ou culpa do alienante.
DA EVICÇÃO
C) PARTES
• Alienante bem
• Adquirente ou credor (evicto)
• Vencedor ação (evictor)
DA EVICÇÃO
D) OBJETO DA EVICÇÃO
✓Bem objeto de transferência de direito real, de posse ou
de uso.
✓Aquisições decorrentes de contratos onerosos, inclusive
em hasta pública (artigo 447 CC). Ex.: contrato de
compra e venda, permuta, transação, partilha de acervo
hereditário bem como na dação em pagamento.
✓ Inexiste nos contratos gratuitos (artigo 552 CC), salvo na
doação com encargo e na doação (parte final do artigo
552 CC).
DA EVICÇÃO
E) REQUISITOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA EVICÇÃO
• Vício no título/defeito no direito transmitido
• Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa
alienada
• Onerosidade da aquisição
• Ignorância pelo adquirente da litigiosidade da coisa
• Anterioridade do direito do evictor
• Decisão judicial reconhecendo o terceiro como vencedor do
interesse sobre a coisa (evictor)
• Independe da má-fé do alienante
• Independe de cláusula expressa no contrato firmado entre
alienante e adquirente (evicto).
DA EVICÇÃO
ATENÇÃO:
A jurisprudência do STJ tem admitido evicção em caso de
perda do bem por decisão administrativa, por exemplo:
i. veículo furtado, irregularmente licenciado, mediante
falsificação de documentos e apreendido pela
autoridade policial;
ii.decreto de desapropriação do bem.
DA EVICÇÃO
F) RESPONSABILIDADE DO ALIENANTE
✓Possibilidade de reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade
pela evicção (artigo 448 CC). Obs.: cláusula de exclusão e
diminuição da garantia em contratos de consumo e de adesão é
considerada abusiva.
✓A previsão contratual da cláusula de dispensa da garantia ou
irresponsabilidade não é absoluta, pois precisa estar associada a
outras condições.
DA EVICÇÃO
F.1) Em regra, no silêncio do contrato, se o adquirente perder a coisa:
o alienante deve ressarcir o valor pago + indenizar pelas perdas e
danos + restituir despesas (artigo 450 CC).
F.2) Se houver cláusula expressa de não garantia/irresponsabilidade
(pactum de non praestanda evictione) + ciência por parte do
adquirente da existência da reivindicatória em andamento + assunção
de riscos por parte do adquirente: não será devido nada ao adquirente,
nem o reembolso do que pagou (artigo 448 c/c 457 CC).
F.3) Se houver cláusula expressa de não garantia/irresponsabilidade
(pactum de non praestanda evictione) + não ciência por parte do
adquirente da existência da reivindicatória em andamento + não
assunção de riscos por parte do adquirente: reembolso apenas do valor
recebido (artigo 449 CC).
DA EVICÇÃO
✓Outras previsões acerca da responsabilidade:
• A deterioração da coisa adquirida não excluiu a responsabilidade do
alienante, salvo dolo do adquirente (artigo 451 CC).
• São devidas, pelo alienante em favor do evicto, as benfeitorias
necessárias e úteis que este fez no bem (artigo 453 CC).
• Se as benfeitorias necessárias e úteis tiverem sido abonadas
(indenizadas) pelo reivindicante em favor do evicto: não cabe ao
alienante pagar por elas ao evicto (artigo 453 a contrario sensu CC).
• Se as benfeitorias necessárias e úteis tiverem sido feitas pelo
alienante: o valor delas será levado em conta na restituição da coisa
(artigo 454 CC).
DA EVICÇÃO
• Evicção parcial, mas considerável: opção entre rescisão do contrato
ou restituição da parte desfalcada (primeira parte do artigo 455 CC).
• Evicção parcial e não considerável: cabe apenas indenização (parte
final do artigo 455 CC).
• O evicto há de ser indenizado com a importância que lhe propicie
adquirir outro bem equivalente, não constituindo reparação completa
a simples devolução do que foi pago, ainda que com correção
monetária. Deve ser, portanto, considerado o valor de mercado da
coisa. REsp 248.423 STJ.
DA EVICÇÃO
• Responsabilidade nocaso de coisa dada em “dação em pagamento: artigo 359
CC.
• Responsabilidade no caso de coisa doada para casamento: parte final do
artigo 552 CC.
• Responsabilidade no caso de coisa dada como transação: não se desfaz o
acordo. Será devida a indenização.
• Evicção no caso de bem deixado em testamento (sucessão testamentária): o
legado caducará (artigo 1.939, III, CC) – não cabe qualquer indenização
contra os herdeiros do falecido testador.
• Evicção no caso de bem relativo a sucessão legítima: o herdeiro que perdeu o
bem tem direito de exigir indenização correspondente dos demais
coerdeiros, no limite do quinhão hereditário (artigos 2024 a 2026 CC).
DA EVICÇÃO
✓Observação: a denunciação à lide do alienante é
obrigatória para o adquirente receber os valores que faz
jus?!
❖ Deixou de ser obrigatória: revogação de artigo no
CC/2002 + previsão no novo CPC + confirmação
jurisprudência STJ.
❖ Atualmente: pode denunciar à lide ou ação de
reparação de danos (artigo 125, §1º, NCPC).
❖ Cuidado com o REsp nº1047109 – caso específico
envolvendo questão intertemporal.
CÓDIGO CIVIL 1916
"Art. 1.107. Nos contratos onerosos,
pelos quais se transfere o domínio,
posse ou uso, será obrigado o
alienante a resguardar o adquirente
dos riscos da evicção , toda vez que
se não tenha excluído
expressamente esta
responsabilidade. Parágrafo único.
As partes pode reforçar ou diminuir
essa garantia."
"Art. 1.116. Para poder exercitar o
direito, que da evicção lhe resulta,
o adquirente notificará do litígio o
alienaste, quando e como lho
determinarem as leis do processo."
CÓDIGO CIVIL 2002
"Art. 447. Nos contratos onerosos, o
alienante responde pela evicção. Subsiste
esta garantia ainda que a aquisição o se
tenha realizado em hasta pública."
"Art. 456. Para poder exercitar o direito
que da evicção lhe resulta, o adquirente
notificará do litígio o alienante imediato,
ou qualquer dos anteriores, quando e
como lhe determinarem as leis do
processo. (REVOGADO PELA LEI Nº
13.105, DE 2015). Parágrafo único. Não
atendendo o alienante à denunciação da
lide, e sendo manifesta a procedência da
evicção, pode o adquirente deixar de
oferecer contestação, ou usar de
recursos.” (REVOGADO PELA LEI N º
13.105, DE 2015).
CPC 1973
"Art. 70. A denunciação da
lide É OBRIGATÓRIA:
I - ao alienante, na ação
em que terceiro reivindica
a coisa, cujo domínio foi
transferido à parte, a fim
de que esta possa exercer o
direito que da evicção lhe
resulta;
(...)”
CPC 2015
“Art. 125. É ADMISSÍVEL a
denunciação da lide,
promovida por qualquer das
partes:
I - ao alienante imediato,
no processo relativo à coisa
cujo domínio foi
transferido ao denunciante,
a fim de que possa exercer
os direitos que da evicção
lhe resultam;
(...)”
DIREITO CIVIL. GARANTIA CONTRA EVICÇÃO. NATUREZA JURÍDICA.
REQUISITOS. I - Evicção é a perda da coisa, determinada em regra por
sentença judicial, que a atribui a outrem, por direito anterior ao
contrato aquisitivo. Gera, contra o alienante, responsabilidade civil
que se funda no mesmo princípio de garantia que o vincula em face
dos vícios redibitórios. III - A responsabilidade pela evicção ocorre
apenas quando a causa da constrição operada sobre a coisa é anterior
à relação jurídica entabulada entre o alienante e o evicto. O que
importa não é o momento da constrição, esta será, necessariamente,
posterior à alienação, o que importa saber é o momento em que
nasceu o direito (de terceiro) que deu origem à constrição. IV -
Recurso Especial improvido. (REsp 873.165/ES, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/05/2010, DJe 07/06/2010)
ACÓRDÃO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL E
PERDAS E DANOS. VEÍCULO VENDIDO E DEFEITOS SURGIRAM LOGO
APÓS. DENUNCIAÇÃO À LIDE DA CONCESSIONÁRIA. SUPOSTA OMISSÃO
DE ADULTERAÇÃO NA QUILOMETRAGEM. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA
DE PERDA DA COISA POR DECISÃO JUDICIAL. INEXISTÊNCIA DE LEI OU
CONTRATO ESTIPULANDO GARANTIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A
denunciação à lide consiste em modalidade forçada de intervenção de terceiros pela
qual o terceiro integra o processo por conta de uma garantia prestada ou um direito
regressivo existente em face dele (art. 125 do CPC/2015) 2. A denunciação à lide
é cabível para exercício dos direitos da evicção, isto é, poderá denunciar à
lide aquele que adquire o domínio ou posse da coisa de maneira onerosa e
vem a perdê-la em ação própria, mediante decisão judicial; ou quando o
terceiro é obrigado, por força da lei ou de contrato, a garantir o prejuízo do vencido
no resultado da demanda originária em ação regressiva. 3. Não cabe a
denunciação à lide quando a denunciante não perdeu o domínio ou posse
da coisa devido a uma decisão judicial ou quando inexiste dispositivo
normativo ou qualquer relação contratual entre a denunciante e a
denunciada revelando que essa deverá garantir o prejuízo daquela. (TJES,
Classe: Agravo de Instrumento, 21179001827, Relator: SAMUEL MEIRA BRASIL
JUNIOR, Órgão julgador: TERCEIRA CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento:
27/02/2018, Data da Publicação no Diário: 09/03/2018)
RECURSO ESPECIAL Nº 259.726 - RJ (2000/0049555-7) RELATOR : MINISTRO JORGE SCARTEZZINI
RECORRENTE : TIANA AUTOMOVEIS LTDA ADVOGADO : FABIANO DE CARVALHO OLIVEIRA E OUTRO
RECORRIDO : ÂNGELA LUZIA BONELLI PINTO ADVOGADO : MÁRIO ANTÔNIO DANTAS DE OLIVEIRA
COUTO E OUTROS EMENTA CIVIL - RECURSO ESPECIAL - EVICÇÃO - APREENSÃO DE VEÍCULO POR
AUTORIDADE ADMINISTRATIVA - DESNECESSIDADE DE PRÉVIA SENTENÇA JUDICIAL -
RESPONSABILIDADE DO VENDEDOR, INDEPENDENTEMENTE DA BOA-FÉ - ART. 1.107, DO CC DE 1916 -
DISSÍDIO PRETORIANO EXISTENTE E COMPROVADO. 1 - Divergência jurisprudencial demonstrada
entre o v. aresto recorrido e os paradigmas trazidos à colação. Matéria devidamente
prequestionada, afastando-se a incidência da Súmula 356/STF. Recurso conhecido por ambas as
alíneas. 2 - A evicção é uma forma de garantia, um elemento natural dos contratos onerosos,
que se apresenta onde haja obrigação de transferir o domínio, posse ou uso de uma
determinada coisa. Como conseqüência, ao alienante cabe resguardar o adquirente dos riscos
por ela produzidos, a não ser que estipulem expressamente em sentido contrário, ou seja,
pela dispensa da garantia. Tal responsabilidade, independe da boa-fé ou não do vendedor,
sendo, no silêncio das partes, subentendida. Inteligência do art. 1.107, do Código Civil de 1916.
2 - Outrossim, na esteira de precedentes desta Corte (cf. RESP nºs 19.391/SP e 129.427/MG)
"para exercício do direito que da evicção resulta ao adquirente, não é exigível prévia
sentença judicial, bastando que fique ele privado do bem por ato de autoridade
administrativa". 3 - Recurso conhecido, por ambas as alíneas, e provido para, reformando in
totum o v. acórdão de origem, julgar procedente o pedido, condenando a recorrida ao pagamento
de CR$ 550.000,00, corrigidos monetariamente, com a devida conversão da moeda, e com juros
de mora a partir da citação. Ficam invertidos os ônus sucumbenciais fixados na r. sentença
monocrática, que deverão incidir sobre o valor da condenação. ACÓRDÃO Vistos, relatados e
discutidos estes autos, acordam os Srs. Ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de
Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, em
conhecer do recurso e lhe dar provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, com quem
votaram os Srs. Ministros BARROS MONTEIRO, CESAR ASFOR ROCHA, FERNANDO GONÇALVES e
ALDIR PASSARINHO JÚNIOR. Brasília, DF, 3 de agosto de 2004 (Data do Julgamento) MINISTRO
JORGE SCARTEZZINI, Relator
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. COMPRA E VENDA DE
VEÍCULO IMPORTADO. FINANCIAMENTO POR INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. APREENSÃODO
VEÍCULO PELA RECEITA FEDERAL. EVICÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA
DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EXCLUSÃO DO PROCESSO. 1. Aquisição
por terceiro de automóvel importado (Porsche Carrera, modelo
911), financiado por instituição financeira mediante contrato de
alienação fiduciária em garantia. 2. Posterior apreensão do veículo
pela Receita Federal por irregularidades no procedimento de
importação. 3. Caracterização da ocorrência de evicção por se
tratar de apreensão operada por autoridade administrativa com
poderes para a prática do ato administrativo. Precedentes do STJ.
4. O dever de garantir os riscos da evicção é restrito ao alienante do
veículo, não se estendendo à instituição financeira que apenas
concedeu o financiamento sem estar vinculada ao importador
(vendedor). 5. Reconhecimento da ilegitimidade passiva da instituição
financeira, com sua exclusão do processo. Precedentes do STJ. 6.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (REsp 1342145/SP, Rel. Ministro PAULO
DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/12/2014,
DJe 17/12/2014)
1. Veda-se a arguição per saltum de matérias sob pretexto de
prequestionamento. O chamado "pós-questionamento" encontra óbice na
jurisprudência desta Corte Superior, conforme entendimento desta Egrégia 4ª
Turma (REsp 404.113/SP, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, julgado em
16/03/2004, DJ 01/07/2004 p. 201). 2. Segundo precedentes da 2ª Turma
deste Egrégio Superior Tribunal de Justiça, sobre o tema aquisição veículos
importados ilegalmente com consequente pena de perdimento pela Receita
Federal, firmou-se o entendimento de que o adquirente, uma vez não se
cercando das cautelas de praxe no momento da compra entre particulares,
assume o risco pela irregular importação e tem, em razão disso, a boa-fé
afastada. (REsp n. 436.342/SC, rel. Ministra Eliana Calmon; REsp n. 587.615-RS,
rel. Min. João Otávio de Noronha). 3. Todavia, se reveste de boa-fé o
adquirente de veículo importado que ignorando a litigiosidade do bem, vez
que os documentos públicos nada registravam, paga preço de mercado ante a
omissão do vendedor no momento do negócio jurídico. 4. O direito de
demandar pela evicção não supõe, necessariamente, a perda da coisa por
sentença judicial. A autoridade administrativa aduaneira, que decretou o
perdimento do bem, em razão da ilegal circulação de veículo importado no
país, equipara-se a autoridade policial para fins do exercício da evicção,
porquanto exerce o mesmo poder de apreensão. 5. Recurso especial
conhecido em parte, e nessa extensão, não provido. (REsp 1047882/RJ, Rel.
Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/AP), QUARTA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 30/11/2009)
Direito Civil e Direito Processual Civil. Promessa de compra e
venda. Ação de adjudicação compulsória. Imóvel tombado.
Inexistência de hipótese a ensejar evicção. I - As restrições
decorrentes do tombamento não ensejam a evicção, já que não
acarretam a perda do domínio, da posse ou do uso da coisa
alienada e não há a atribuição do bem, seja por ato judicial ou
administrativo, a outrem que tenha direito anterior ao contrato
aquisitivo. II ? O reexame das provas que demonstrariam a
ignorância, por parte do adquirente, quanto aos ônus que pesavam
sobre o imóvel alienado não enseja recurso especial. Aplicação da
Súmula n.º 7 desta Corte. III ? Recurso especial não conhecido. (REsp
407.179/PB, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 21/05/2002, DJ 23/09/2002, p. 359)
RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. ALIENANTE.
EVICÇÃO. CABIMENTO, EM TESE. AUSÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE. PRINCÍPIOS DA
ECONOMIA E DA CELERIDADE PROCESSUAIS. OBSERVÂNCIA. PRECEDENTES. 1. Cinge-se a
controvérsia a definir se é admissível e obrigatória a denunciação da lide pelo autor
de embargos de terceiro ao alienante do bem a fim de se resguardar contra os efeitos
da evicção. 2. Os embargos de terceiro, por constituírem ação autônoma que visa
eliminar a eficácia de ato jurídico emanado de outra ação, comportam, em tese,
denunciação da lide para resguardo de possível risco de evicção. 3. A denunciação da lide
só tem cabimento se respeitados os princípios da economia processual e da celeridade. 4.
Há casos em que o estado avançado do processo - após a prolação de sentença de mérito,
por exemplo - não recomenda o deferimento do pedido de denunciação da lide sob pena
de afronta aos mesmos princípios que o instituto busca preservar. 5. Quando já adiantado
o estado do processo, não se justifica, nesta instância especial, ainda que a denunciação
da lide tenha sido porventura mal indeferida pelas instâncias ordinárias, a anulação de
atos processuais com o retrocesso da marcha processual, porque a finalidade do instituto
estaria, nesse caso, sendo contrariada. 6. O direito que o evicto tem de recobrar o
preço que pagou pela coisa evicta independe, para ser exercido, de ter ele
denunciado a lide ao alienante. 7. No caso dos autos, não se justifica o provimento do
especial a fim de acolher o pedido de denunciação da lide porque (i) o estado avançado
do processo que deu origem ao presente recurso especial não recomenda o deferimento
do pedido de denunciação da lide sob pena de afronta aos princípios da economia e da
celeridade processuais e (ii) o indeferimento do pedido de denunciação da lide não
impede a propositura de ação autônoma contra o alienante para reaver o preço pago. 8.
Recurso especial conhecido em parte e, na parte conhecida, não provido. (REsp
1243346/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
01/12/2015, DJe 09/12/2015)
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. AÇÃO POSSESSÓRIA. DENUNCIAÇÃO
DA LIDE, PELO RÉU, AO ALIENANTE (CPC/73, ART. 70, I). EVICÇÃO (CC/1916, ART.
1.107; CC/2002, ART. 447). OBRIGATORIEDADE (CC/1916, ART. 1.116; CC/2002,
ART. 456). RECURSO PROVIDO. 1. Discute-se a denunciação da lide ao alienante
do imóvel, promovida pelo réu adquirente em ação possessória, com fundamento
no art. 70, I, do CPC/1973, a fim de garantir o exercício de direito de evicção
(CC/1916, art. 1.107; CC/2002, art. 447). 2. Alegada pelo réu a aquisição onerosa
de domínio e posse de terreno objeto de ação possessória, a denunciação da lide
ao alienante ERA OBRIGATÓRIA AO TEMPO DO AJUIZAMENTO DA DEMANDA, nos
termos da lei material, para a garantia do direito decorrente da evicção
(CC/1916, arts. 1.107 e 1.116; CC/2002, arts. 447 e 456). 3. Sendo obrigatória
para o adquirente a denunciação da lide no caso, é despicienda a discussão
acerca da natureza jurídica da ação judicial, pois cabível essa modalidade de
intervenção de terceiros em todas as ações do processo de conhecimento, salvo
as exceções legais expressas (CPC/73, art. 28; CDC, art. 88). 4. Recurso especial
provido. (REsp 1047109/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado
em 02/02/2017, DJe 14/02/2017)
DA EXCEÇÃO DE CONTRATO 
NÃO CUMPRIDO
✓Regulamentação: artigo 476 e 477 CC.
✓Prevista apenas nos contratos bilaterais (prestação e
contraprestação) de prestações simultâneas (ex. artigo 491
CC). Não cabe nas prestações sucessivas.
✓Defesas/Exceções cabíveis:
i.Exceptio non adimpleti contractus: ninguém pode exigir o
adimplemento da obrigação do outro se estiver inadimplente
com a sua – artigo 476 CC.
ii.Exceptio non rite adimpleti contractus: quando o
adimplemento foi ruim ou insatisfatório.
DA EXCEÇÃO DE CONTRATO 
NÃO CUMPRIDO
✓ Fundamento: dever de equivalência das obrigações das partes – boa-
fé objetiva.
✓Não se nega o direito da outra parte, não se nega o dever de
satisfação da obrigação correspondente, não se nega a possibilidade
da outra parte exigir a obrigação: é defesa que opõe-se à cobrança
da outra parte em razão do descumprimentodo dever de
equivalência.
✓Oposição via ação de cobrança ou ação de resolução do contrato.
✓Processualmente, é defesa indireta de mérito que gera
improcedência do pedido autoral.
DA EXCEÇÃO DE CONTRATO 
NÃO CUMPRIDO
✓Restrição à exceção de contrato não cumprido:
• cláusula solve et repete ou exceptio solutionis;
• obriga-se o contratante a cumprir a sua obrigação,
mesmo diante do descumprimento da do outro;
• posteriormente, voltar-se contra o contratante
inadimplente para pedir o cumprimento da obrigação
ou as perdas e danos.
DA EXCEÇÃO DE CONTRATO 
NÃO CUMPRIDO
✓Possibilidades do contratante pontual:
A) permanecer inerte e defender-se, caso acionado,
com a exceptio non adimpleti contractus;
B) pleitear a resolução do contrato com perdas e danos,
provando o prejuízo sofrido;
C) exigir o cumprimento contratual, quando possível
execução específica (CPC, arts. 461 e §§, 466-A a 466-
C).
FIM

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