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TEORIA GERAL DOS RECURSOS - UNICAP - PROCESSO CIVIL III

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Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
Para Cintra, Ada Pellegrini Grinover e Dinamarco, 
O princípio do duplo grau de jurisdição indica a possibilidade de revisão, por 
via de recursos, das causas já julgadas pelo juiz de primeiro grau. Garante, 
assim, um novo julgamento, por parte dos órgãos da “jurisdição superior”. 
as nomenclaturas quanto “primeiro/segundo grau”, “jurisdição 
inferior/superior” diz respeito apenas à competência da instância revisora 
poder julgar novamente as causas já decididas. O juiz, qualquer que seja o 
grau de jurisdição exercido, tem independência jurídica, julgando em 
obediência ao direito e à sua consciência jurídica. Isso quer dizer que a 
existência de órgãos superiores e da garantia do duplo grau de jurisdição não 
interfere nem reduz as garantias de independência dos juízes. 
Esse princípio funda-se na possibilidade de a decisão de primeiro grau ser 
injusta ou errada, decorrendo a necessidade de permitir a sua reforma em 
grau de recurso. 
Há uma corrente reduzidíssima que se manifesta contrariamente ao princípio, 
invocando os seguintes argumentos: a. não só os juízes de primeiro grau, mas 
também os de segundo grau poderiam cometer erros e injustiças b. a decisão 
em grau de recurso é inútil quando confirma a sentença de primeiro grau, 
infringindo o principio da economia processual c. a decisão que reforma a 
sentença de primeiro grau é sempre nociva, pois aponta uma divergência de 
interpretação, que da margem a duvidas quanto a correta aplicação do direito, 
produzindo incertezas nas relações jurídicas e o desprestigio do Poder 
Judiciário. 
Ao contrário desse entendimento, tem-se por certo que é mais conveniente 
ao ordenamento e à sociedade dar ao vencido uma oportunidade para o 
reexame da sentença com a qual não se conformou. Os tribunais de segundo 
grau, formados, em geral, por juízes mais experientes e constituindo-se em 
órgãos colegiados, oferecem maior segurança; além do mais, está 
psicologicamente comprovado que o juiz de primeiro grau se cerca de maiores 
cuidados no julgamento quando sabe que sua decisão poderá ser revista pelos 
tribunais de jurisdição superior. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Mas, o principal fundamento para a manutenção do principio é de natureza 
política: nenhum ato estatal pode ficar imune aos necessários controles. O 
poder judiciário, principalmente onde seus membros não são sufragrados pelo 
povo é, dentre todos, o de menor representatividade. Não o legitimam nas 
urnas, sendo o controle popular sobre o exercício da função jurisdicional ainda 
incipiente em muitos ordenamentos, como o nosso. É preciso, portanto, que 
se exerça ao menos o controle interno sobre a legalidade e justiça das 
decisões judiciarias. 
Esse princípio não é garantido constitucionalmente de modo expresso, entre 
nós, desde a república; mas a própria constituição incumbe-se de atribuir a 
competência recursal a vários órgãos da jurisdição (art. 102, II, art. 105, II e 
art. 108, II), prevendo expressamente, sob a denominação de tribunais, 
órgãos judiciários de segundo grau. Ademais, o CPP, CPC, CLT, leis 
extravagantes e leis de organização judiciaria preveem e disciplinam o duplo 
grau de jurisdição. 
Há casos, porem em que inexiste o duplo grau de jurisdição, como nas 
hipóteses de competência originaria do STF, art. 102, I da CF, mas trata-se 
de exceções constitucionais ao princípio. A lei maior pode excepcionar as suas 
próprias regras. 
 
Assim, o que seria um recurso? 
→ É um meio voluntário capaz de ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, 
invalidação, integração ou esclarecimento da decisão impugnada. 
Há quem, em nome da celeridade, defenda que todas as decisões se tornem 
inimpugnaveis. Porém, se isso ocorresse, seria em absoluto detrimento da segurança 
jurídica. 
Porém, multiplicar ad infinitum os meios de impugnação judicial produziriam efeitos 
igualmente danosos, porque sempre haveria um recurso e nunca se chegaria a uma 
solução. As legislações buscam, então, uma posição intermediaria. 
Antes de entrar no assunto, é importante ter em mente os PRONUCIAMENTOS 
JUDICIAIS, para saber quais os recursos podemos interpor, pois deve-se procurar 
um meio de impugnação adequado para cada caso concreto. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
DOS PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS 
 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento 
por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento 
comum, bem como extingue a execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre 
no § 1o. 
§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a 
requerimento da parte. 
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, 
devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. 
Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. 
 
Portanto: 
 
1. SENTENÇA: pronunciamento por meio do qual o juiz, com base nos arts. 485 e 487 
(SRM e CRM) extingue a fase de conhecimento do procedimento comum, bem como 
extingue a execução. Pouco importa se incursionou ou não sobre o mérito. 
 
Crítica ao termo “extingue a fase de conhecimento do procedimento comum”, pois 
há possibilidade da SENTEÇA ILÍQUIDA. Quando isso ocorre, vai ter que ir para a 
fase de liquidação, que ainda é fase de conhecimento. Portanto seria uma sentença 
que nem extingue a fase de conhecimento, nem extingue a execução. 
 
2. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA: todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não é sentença, ou seja, que não põe fim ao processo. Pode ser 
decisão interlocutória de mérito ou não. 
 
OBS: Nem toda decisão interlocutória caberá agravo de instrumento. Sempre que 
quiser saber se contra uma DI cabe agravo de instrumento a resposta será DEPENDE! 
Tem que ir no rol exaustivo do art. 1.015 e procurar as hipóteses de cabimento. 
 
3. DESPACHO: ato não-decisório por meio do qual o juiz impulsiona o processo. 
Segundo o art. 1.001, “Dos despachos não cabe recurso”, pois não causam gravame 
para nenhuma das partes. 
 
4. ATOS PROFERIDOS PELOS TRIBUNAIS: são os acórdãos (julgamentos 
colegiados) e as decisões monocráticas unipessoais do relator. 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
<<OBS>> O que importa para um ato não é a sua denominação “sentença, decisão 
interlocutória, despacho...” mas sim o seu CONTEÚDO. Se o conteúdo é constritivo 
de um direito, é uma decisão, mesmo que seja nomeado de despacho de forma 
inapropriada. 
→ Qual é a diferença entre RECURSO e AÇÕES AUTONOMAS DE IMPUGNAÇÃO? 
Os recursos ensejam, dentro de um mesmo processo, a reforma da decisão (se 
houve erro de julgamento do juiz), a invalidação (se houve erro de procedimento) 
ou esclarecimento/integração. As ações autônomas impugnam atos judiciais e não 
se confundem com recurso, pois rendem ensejo ao surgimento de um novo 
processo. São eles: MS, ação rescisória, etc. 
→ Quais são os atos passiveis de recurso? R: Sentenças, algumas decisões 
interlocutórias, acórdãos e decisões unipessoais do relator. 
- - - - 
Alguns pontos: 
- Os tribunais não têm competência apenas recursal, mas também competência 
originaria para alguns materiais, como ação rescisória e incidente de arguição deinconstitucionalidade. 
- Humberto Theodoro Junior diz que no primeiro grau de jurisdição vigora o principio 
da dualidade de jurisdição, segundo a qual as decisões são passiveis de reexame por 
um novo órgão colegiado. Esse principio deixa claro a possibilidade de ser 
reexaminado, porém, esse deve ser mediante uma DECISÃO VOLUNTÁRIA da parte. 
Assim, entende-se o por que de o DUPLO GRAU NECESSÁRIO DE JURISDIÇÃO 
ou REEXAME NECESSÁRIO não ser tido como recurso. O reexame necessário diz 
respeito ao juiz, quando condena a fazenda pública, ter que remeter os autos para a 
instancia superior, como condição de eficácia da decisão, independentemente de 
recurso pela parte interessada. 
 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de 
confirmada pelo tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
<<OBS>> 
- Contra decisão interlocutória pode caber tanto agravo de instrumento, quanto 
apelação. 
Exemplo: o autor entra com o processo e pede A e B; o juiz, no curso do processo, 
entende que o pedido A já está maduro para julgamento e prolata uma decisão 
interlocutória de mérito. Contra essa decisão, cabe agravo de instrumento, pois 
segundo o art. 1.015, uma das possibilidades de caber agravo de instrumento é a 
decisões interlocutórias ter versado sobre o mérito do processo. Se, porém, no curso 
do processo o juiz der uma decisão interlocutória que não conste no rol do art. 1.015, 
não caberá agravo de instrumento, mas isso não quer dizer que a decisão é 
irrecorrível pois poderá a parte, em eventual apelação, alegar preliminarmente essa 
matéria. 
Portanto, em uma sentença, se você for o apelante, poderá impugnar, nas 
preliminares, a decisão interlocutória que foi exarada no curso do processo e que era 
insuscetível de agravo de instrumento. Só tem a ver com o fato de estar ou não no 
art. 1.015; se a matéria não estiver lá, poderá sim insurgir, mas não naquele 
momento. Devera aguardar o juiz prolatar aa sentença de apelação, para impugnar 
tão decisão interlocutória. 
Se você for o apelado, você impugnará nas contrarrazões do recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
 
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, 
cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. 
Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser 
descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau. 
 
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, 
observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. 
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator 
para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo 
conexo. 
 
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, 
em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restitui-los-á, com relatório, à 
secretaria. 
 
A primeira providencia que se tem quando o recurso chega no tribunal é o seu 
protocolo. O ato subsequente é o da distribuição. Todos os eventuais recursos 
subsequentes da mesma causa serão distribuídos por prevenção para aquele mesmo 
relator. Antes, os advogados pediam desistência do recurso quando caia nas mãos 
de um relator que eles não queriam. Hoje, feita a distribuição, o juízo colegiado e o 
relator para qual foi distribuído ficarão preventos. 
 
Para ter um parâmetro: 
 
A apelação não é protocolada diretamente no tribunal, mas sim no juízo de primeiro 
grau, para dar a oportunidade do juiz se retratar. Além disso, o primeiro grau abre 
prazo para que o recorrido ofereça contrarrazões. Após isso, o processo será enviado 
para o tribunal, com tudo bonitinho, mas independentemente de juízo de 
admissibilidade. 
 
O processo sobe e vai para a distribuição no tribunal. Essa distribuição deve respeitar 
a observância da publicidade e da alternatividade. Se já tiver ocorrido algum agravo 
no curso do processo em primeira instância, a apelação será distribuída por 
dependência: recurso anterior, aquele tribunal/relator/câmara/turma se torna 
prevento para todos os demais recursos que houver nesse processo. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Enfim, o processo vai cair na mão de um relator. O CPC atribui ao relator a 
possibilidade/tarefa de julgar monocraticamente. Em regra, será colegiadamente, 
mas o CPC dispõe as possibilidades em que poderá fazer sozinho. O relator é aquele 
que toma conhecimento do recurso, que estuda o processo, prepara um relatório de 
tudo que aconteceu e determina o encaminhamento para a pauta de julgamento 
(caso não seja a hipótese de ele julgar monocraticamente). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
Dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, 
bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; 
 
O relator será o dirigente; ira dirigir inclusive a respeito da produção de provas no 
tribunal (pode ocorrer). Ele também será o responsável por homologar acordo entre 
as partes, visto que esse pode ocorrer em qualquer fase do processo. 
 
Quando essa apelação chega no tribunal, é comum que o apelante alegue que houve 
cerceamento de defesa; provas que eu pretendia produzir não foram permitidas 
em primeiro grau e eu preciso fazer agora. 
 
Seria o caso de o relator conhecer do recurso e dar provimento, anulando a sentença 
e restituindo para o juiz de primeiro grau, para que agora as provas sejam 
produzidas? Essa nova sentença, agora com as novas provas produzidas, será 
novamente apelada, para o mesmo tribunal, para o mesmo relator, e, agora, 
admitindo o recurso, devera novamente julgar, agora com aquele vicio sanado. Mas 
isso dura muito tempo. A ideia do CPC foi que o relator, ele mesmo, sane esses 
vícios e produza essas provas. 
 
Apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência 
originária do tribunal; 
 
Muitas vezes, quando se interpõe um recurso, o recorrendo pede ao relator que ele 
conceda uma tutela provisória, seja ela de urgência ou de evidência. O relator, para 
quem foi distribuído o recurso, decidirá sozinho se concede ou não. A urgência 
exige do relator uma atividade unipessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão recorrida; 
→ O JUIZO DE ADMISSIBILIDADE FOI NEGATIVO 
Se o recurso é “inadmissível” (= o relator “não conhece” dele e decide 
monocraticamente). Isso acontece quando o ele não enfrenta o mérito da 
postulação recursal, apenas em juízo de admissibilidade diz que não tem 
como enfrentar o mérito. 
Recebido o recurso, o relator vai observar se ele tem vícios. Se houver, tentará, 
primeiro de tudo, sanear. Não sendo possível o saneamento, ele poderá prolatar 
juízo de admissibilidade, que pode ser negativo (932, III). 
O que é essa tentativade saneamento? Art. 932 parágrafo único. Tenta dar a chance 
ao apelante para corrigir eventuais vícios, em 5 dias (art. 10, proibição da decisão 
surpresa). Se forem corrigidos, admite-se o recurso, juízo de admissibilidade 
positivo. Se inadmitir, está dizendo que houve deserção, intempestividade... 
Tem prevalecido na doutrina o entendimento do STJ de que esse vício diz respeito 
aos VICIOS FORMAIS e não substanciais (materiais). Assim, por exemplo, um vício 
quanto a não-impugnação especificada dos fundamentos da decisão era 
simplesmente inadmitida, pois considera-se um vício substancial. Esse entendimento 
deve ser olhado com ressalvas, visto que o legislador disse SANE O VICIO, não disse 
quais, não se pode interpretar restritivamente. 
Dessa decisão de relator, cabe recurso? Sim! Agravo interno (art. 1021.). 
Monocraticamente, o juiz atua como porta-voz de um órgão colegiado; logo, é 
razoável dar a parte interessada a possibilidade de buscar a colegiação. 
Art. 932. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o 
relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja 
sanado vício ou complementada a documentação exigível. 
 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o 
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras 
do regimento interno do tribunal. 
 
Portanto, contra a decisão que inadmite a apelação, cabe agravo interno. 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Negar provimento a recurso que for contrário a: 
 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
 
→ O JUIZO DE ADMISSIBILIDADE FOI POSITIVO 
→ O JUIZO DE MÉRITO FOI NEGATIVO 
 
Se o relator admite o recurso no juízo de admissibilidade, vai para o juízo de mérito, 
quando vai aplicar o art. 932 IV e V. ou seja vai dar uma decisão monocrática, 
dizendo que “nega seguimento/provimento” (IV) ou que “dá seguimento/provimento” 
(V) ao seu recurso. 
 
Em outras palavras, quando o texto legal fala em NEGAR PROVIMENTO, quer dizer 
que ele CONHECE O RECURSO para enfrentar o mérito e dizer que o recurso NÃO 
TEM PERTINENCIA. Ou seja, já foi superado a fase do artigo anterior: aqui, não há 
vícios formais (e se chegaram a existir, já foram sanados). 
 
Depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso 
se a decisão recorrida for contrária a: 
 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
 
O relator também poderá dar provimento sozinho a um recurso, desde que ouça o 
recorrido pois, caso contrário, estará ferindo o contraditório. 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
 
- - - - 
 
Decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este 
for instaurado originariamente perante o tribunal; 
 
 
Determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; 
 
 
Exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
 
 
- - - - - 
 
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à 
decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não 
examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará 
as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será 
imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem 
especificamente. 
 
§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a 
solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas 
no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para 
prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos 
julgadores. 
 
 
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que 
designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas 
neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial. 
Termo JUIZO DE ADMSSIB. MÉRITO 
NÃO CONHECER 
NEGAR PROVIMENTO 
DAR PROVIMENTO 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento 
decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias (((ÚTEIS))), incluindo-se 
em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo 
julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. 
 
§ 1o Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação 
da pauta de julgamento. 
 
§ 2o Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de 
julgamento. 
 
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a 
remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados 
na seguinte ordem: 
 
I - Aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos 
requerimentos; 
 
II - Os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de 
julgamento; 
 
III - Aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e 
 
IV - Os demais casos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
SUSTENTAÇÃO ORAL 
 
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o 
presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos 
de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 
(quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes 
hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021: 
 
I - no recurso de apelação; 
 
II - no recurso ordinário; 
 
III - no recurso especial; 
 
IV - no recurso extraordinário; 
 
V - nos embargos de divergência; 
 
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação; 
 
VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem 
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência; 
 
IX - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal. 
 
§ 1o A sustentação oral no incidente de resolução de demandas repetitivas observará 
o disposto no art. 984, no que couber. 
 
§ 2o O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá requerer, até 
o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem 
prejuízo das preferências legais. 
 
§ 3o Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá 
sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga. 
 
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em cidade diversa daquela 
onde está sediado o tribunal realizar sustentação oral por meio de videoconferência ou 
outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que 
o requeira até o dia anterior ao da sessão. 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Freddie Didier diz que as atividades e funções de gestão exercitáveispelo relator não 
estão apenas previstas no art. 932, devendo também ser levado em consideração o 
art. 139. 
 
CAPÍTULO I 
 
DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
 
II - velar pela duração razoável do processo; 
 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir 
postulações meramente protelatórias; 
 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias 
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que 
tenham por objeto prestação pecuniária; 
 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de 
conciliadores e mediadores judiciais; 
 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do 
direito; 
 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da 
segurança interna dos fóruns e tribunais; 
 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las 
sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios 
processuais; 
 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério 
Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem 
o art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de 
setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada 
antes de encerrado o prazo regular. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
<<<FINALMENTE: RECURSOS>>> 
 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
PRINCIPIO DA TAXATIVIDADE 
Dentro do CPC, esse rol que elenca os recursos é taxativo; porém, pode haver 
outros recursos em outras leis, ex: na lei de execução fiscal há o embargo 
infringente, e na lei dos JECS há o recurso inominado. Mas não é qualquer lei que 
pode criar recursos, mas sim LEI FEDERAL, pois o art. 22, I, CF, dispõe que apenas 
a União tem atribuição para dispor sobre direito processual. 
→ Ponto: O reexame necessário é recurso? R= Não, pois, além de não estar nesse 
rol, além de não ter o elemento volitivo. 
Para Fredie Didier, são instrumentos de impugnação de decisão judicial: os recursos, 
as ações autônomas de impugnação e os sucedâneos recursais. 
Sucedâneo recursal, por sua vez, é todo meio de impugnação de decisão judicial que 
nem é recurso nem é ação de impugnação. Trata-se de categoria que engloba todas 
as outras formas de impugnação da decisão. São exemplos: pedido de 
reconsideração, pedido de suspensão da segurança, a remessa necessária e a 
correição parcial. 
→ No processo de conhecimento, toda decisão interlocutória é recorrível via agravo 
de instrumento? 
R= No processo de conhecimento, não, pois o rol desse artigo é taxativo. Essas di 
não agraváveis podem ser recorridas, lá na frente, como preliminar de apelação. 
Porém, no cumprimento de sentença, liquidação e execução de titulo extrajudicial, 
essas decisões, sim, são agraváveis de instrumento. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
PRINCIPIO DA SINGULARIDADE, UNIRRECORRIBILIDADE, UNICIDADE 
Para cada ato judicial recorrível, há um único recurso admitido pelo ordenamento 
jurídico. 
<<OBS>> O princípio da singularidade possui uma exceção: acórdão sendo 
recorrido simultaneamente por RE e RESP. 
Há entendimentos de que embargo de declaração + outro recurso também trata-se 
de uma exceção a esse princípio. Outro entendimento, porém, diz que não se trata 
de uma exceção, tendo em vista que o princípio requer simultaneidade. 
 
PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO 
Uma vez interposto o recurso, não pode a parte recorrente variar, mudar, substituir 
o recurso, ou mesmo complementar as suas razoes recursais, ainda que o prazo legal 
para a sua interposição não tenha transcorrido por inteiro. 
Caso: A parte interpôs um recurso e apelação ao invés de agravo de agravo de 
instrumento. Preocupada, ela pensa: vou desistir desse recurso, pois para desistir do 
recurso eu não preciso do consentimento do réu e, além disso, os efeitos dessa 
desistência não dependem de homologação judicial. Além do mais, ainda estou 
dentro do prazo para interpor o agravo de instrumento. Isso não pode, pois para 
cada decisão, só cabe um recurso e, ao recorrer, consuma-se o ato de recorrer. 
Esse princípio, porém, foi mitigado no NCPC, pois esse previu a possibilidade de os 
embargos de declaração interpostos serem substituídos pelo agravo interno, bem 
como na possibilidade de o recurso especial – recurso extraordinário. 
Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 
§ 3o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se 
entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do 
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de 
modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1o. 
 
Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso 
especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias 
para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste 
sobre a questão constitucional. 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE 
Se a parte interpuser o recurso errado, o tribunal aceitará o recurso errado, 
processando-o como se certo fosse. 
No código de 1973, a fungibilidade poderia ser aplicada se houvesse a dúvida 
objetiva, ou seja, uma dúvida doutrinaria e jurisprudencial sobre qual seria o recurso 
cabível para aquela decisão; não era uma dúvida do recorrente em si. 
Se o relator, vendo que o recurso está errado, mas que esse erro é escusável, ele 
poderá, de oficio, processar como se certo fosse. Trata-se do princípio da 
fungibilidade sendo aplicado de oficio. 
No NCPC, esse princípio ganha ainda mais força, com os exemplos citados no princípio 
anterior. 
Art. 1.032. que trata do RESP/RE. Se o STJ entender que se trata de uma questão 
constitucional, dará um prazo de 15 dias para suprimir os requisitos, quando então 
subirá para o STF. O STF poderá devolver ao STJ, se entender que não é competente 
para tal, e o STJ terá que julgar como RESP. Caso que ilustra a regra de tolerância, 
reflexo do princípio da fungibilidade. 
Art. 1.024. Embargos de declaração como se agravo interno fosse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
PRINCIPIO DA PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS 
Princípio que proíbe reformar a situação do único recorrente. 
Porém, deve-se atentar para os casos em que há SUCUMBÊNCIA RECIPROCA, esse 
princípio não incidirá, pois, aqui, tudo por acontecer, tanto o recurso do autor quanto 
o do réu pode ser promovido e, assim sendo, um prejudicará o outro. 
Exemplo: o autor pede R$100 e o juiz concede R$50 e o réuse conforma. O autor 
recorre pedindo os outros R$50. Nesse caso, apenas o autor recorreu. Incidirá o 
princípio, pois o tribunal não poderá reduzir os R$50 para R$20. Porém, pode haver 
o caso de o réu também apelar, dizendo que não quer pagar nem os R$50. Ora, se 
ambos recorrem, é possível que o juiz dê provimento ao pedido do réu para afastar 
os cinquenta e também é possível o contrário. Ambos poderão obter êxito, porque 
ambos recorreram, e o êxito de um implicará prejuízo ao outro. Aqui não incide o 
princípio. 
Quando isso acontece, quando ambas as partes ganham e perdem, utilizando-se 
cada uma de um recurso, chama-se de RECURSO INDEPENDENTE. 
DETALHE IMPORTANTE: 
As matérias de ordem pública podem ser conhecidas de oficio pelo juiz e não 
dependem da provocação da arte, podem ser conhecidas, desde que o magistrado 
respeite a regra fundamental do art. 10 (proibição da decisão não surpresa). 
São elas: 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento 
válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa 
julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e 
IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito 
em julgado. 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Portanto, o juiz pode conhecer qualquer dessas matérias em grau de recurso, 
mesmo que haja um único recorrente. 
Outra questão importante: O tribunal poderá piorar a situação da fazenda 
publica em reexame obrigatório? 
Parte da doutrina diz que não, visto que a fazena publica sempre foi privilegiada no 
processo civil, pois sempre tem prazos dobrados etc. a outra parte da doutrina diz 
que o reexame obrigatório propicia ao tribunal o reexame de toda e qualquer matéria 
versada naquele processo, portanto, sera possível prejudicar. 
Porem, o STJ, diferente desse último entendimento, editou a sumula 45. 
Súmula 45/STJ: No reexame necessário é defeso, ao Tribunal, agravar a 
condenação imposta à Fazenda Pública 
 
- - - - - - 
A sucumbência reciproca abre parêntese para a figura do RECURSO ADESIVO. 
O primeiro requisito para viabilizar o recurso adesivo é a sucumbência reciproca; o 
segundo é que haja interposição do recurso independente pela parte adversa. 
APELAÇÃO ADESIVA. 997. No mesmo prazo que tem pra contrarrazoar, poderá 
oferecer essa apelação adesiva. 
 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com 
observância das exigências legais. 
 
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá 
aderir o outro. 
 
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis 
as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no 
tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: 
 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no 
prazo de que a parte dispõe para responder; 
 
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; 
 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele 
considerado inadmissível. (DESVANTAGEM) 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Não há vantagem em apelar adesivamente; esse recurso fica condicionado à admissão 
do recurso dependente. Os doutrinadores tratam esse como RECURSO SUBORDINADO, 
porque impõe que o recurso adesivo só será conhecido se o independente também for. 
 
Os mesmos requisitos do recurso dependente serão exigidos na apelação adesiva. Se 
oferecida, haverá um DESPACHO de intimação do apelante para agora oferecer 
contrarrazões de apelação adesiva. Colhidas essas contrarrazões, o processo sobe 
independentemente de juízo de admissibilidade. Se a apelação principal for INADMITIDA, 
não se analisará o recurso adesivo. Se não quer correr esse risco, é melhor oferecer 
apelação normal. 
 
Caso: Houve uma audiência de conciliação e mediação. O autor é José e o réu Pedro. José 
está pedindo um carro e não compareceu a essa audiência. Nessa audiência (334), como 
José não compareceu, foi aplicada uma multa de 2% por decisão interlocutória. Essa 
decisão não é agravável de instrumento pois não está no rol. No final da ação, a sentença 
reconheceu procedente o pedido (bom pra José), mas nesse processo ele foi condenado 
àquela multa que não pôde agravar. Ele pode apelar? Se sim, ele estaria apelando da 
sentença? Não! Estaria apelando de uma decisão interlocutória não agravável de 
instrumento. Pode isso?... Se Pedro apelar, José poderá falar da multa nas contrarrazões 
do recurso, encaixa perfeitamente. Mas José poderia apelar apenas contra uma decisão 
interlocutória não agravável, visto que ele não foi o sucumbente na sentença? O melhor 
entendimento é o que SIM, é possível. 
 
O melhor seria, se tivesse certeza que o réu apelou, deixar de apelar por si só e colocar 
a questão em preliminar de contrarrazões, visto que não precisaria pagar as custas. Tem 
tribunal entendendo que essas petições de contrarrazões deverão ter custas. 
 
Perceba: Se João entrar com a ação pedindo A + B, e o juiz na sentença só der A, a 
sentença foi de parcial procedência. José poderia apelar para pedir B, se ele não pedir 
nessa apelação, ele pode pedir numa apelação adesiva. Houve sucumbência reciproca: 
Pedro apela, e João oferece uma apelação adesiva no mesmo prazo das contrarrazões 
(paralelamente), duas peças distintas. 
 
No caso da multa, essa condenação não veio na sentença, mas numa decisão 
interlocutória. Poderia ter atacado isso tanto em uma apelação normal, quando nas 
contrarrazões, pois o código permite isso ao permitir que se ataque as decisões 
interlocutórias não apeláveis na contrarrazão. José não poderia falar de B, pois para falar 
de B precisa apelar. Não teria pra quê falar em apelação adesiva, já que pode falar em 
contrarrazões. 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
PRINCIPIO DA RETRATAÇÃO 
É o princípio que autoriza o órgão judiciário a quo, inferior, a rever a sua própria 
decisão, tem o poder de ele próprio, reexaminar e se retratar aquela decisão. Será 
melhor visto no tópico de EFEITO REGRESSIVO. 
 
PRINCIPIO DA DIALETICIDADE 
Diz respeito à necessidade de o recorrente motivar o recurso no ato de interposição 
do mesmo. Nada mais é do que um ônus daquele que está recorrendo, de expor os 
fatos e os fundamentos jurídicos de impugnar especificamente os fundamentos da 
decisão, explicitar as razoes pelas quais ele pede a reforma da decisão ou invalidação 
daquela decisão. Sem a observância desse princípio, não há como o recorrido 
contrariar, não tem o que dizer nas contrarrazões, pois não haveria a explicitude do 
recorrente na peça recursal. 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: 
II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de 
decretação de nulidade; 
Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida 
ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se 
sujeitam a preparo. 
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na 
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do 
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:I - a exposição do fato e do direito; II - a demonstração do cabimento do recurso 
interposto; III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão 
recorrida. 
 
PRINCIPIO DA COMPLEMENTARIEDADE 
Todo e qualquer recurso tem que ser motivado, sendo vedado a retificação ou 
complementação ulterior das razoes recursais. O NCPC, todavia, admitiu a sanação 
de vícios (art. 932, parágrafo único), bem como a complementação das razoes 
recursais (art. 1.024 § 3 e § 4; art. 1.032, caput). 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
- - - - 
DESISTENCIA DO RECURSO x DESISTENCIA DA AÇÃO 
Há uma regra no NCPC de que o recorrente poderá pedir a desistência do recurso, 
por ato unilateral, não precisando, para isso, da autorização do recorrido, nem de 
homologação judicial, diferentemente da desistência da demanda, em que os dois 
são necessários (nesse caso, a autorização do réu será necessário se ele já tiver 
contestado; se antes, não precisa). 
 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do 
recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. 
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão 
cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de 
julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos. 
 
A desistência, porém, não será um entrave para o julgamento de RESP/RE 
repetitivos, pela razão de que o que importa aqui não é a vontade exclusiva do 
recorrente, e sim das centenas de recursos que envolvem aquela questão. 
Digamos que José interpôs um recurso e esse foi escolhido para ser o recurso 
paradigma, aquele que vai ser julgado para que a tese aplicada nele seja pulverizada 
para todas as demandas idênticas que estão sobrestadas no Brasil. Jose poderá 
desistir, mas, ainda que faça isso, a analise não é impedida. O tribunal estaria 
julgando um recurso FrankStein, segundo Daniel de Assunção. Por isso, o ideal seria 
selecionar mais de um recurso como paradigma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
CLASSIFICAÇÃO 
Quanto a extensão da matéria, os recursos podem ser: 
1. Parciais: quando impugna-se apenas um capitulo ou parcela da decisão. 
2. Total: quando impugna-se a decisão na sua integralidade. 
 
Quanto a fundamentação, os recursos podem ser: 
1. Fundamentação livre: meio pelo qual o recorrente pode atacar o ato judicial 
livremente, sem qualquer limitação, alegando todo o tipo de vicio ou defeito 
que achar necessário. 
2. Fundamentação vinculada: o recorrente poderá apontar apenas 
determinados vícios previstos em lei. Exemplo: embargos de declaração. No 
artigo 1.022, diz-se que só cabe contra vicio de omissão etc. o recurso 
extraordinário também, visto que só pode-se arguir questão constitucional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
JUIZO DE ADMISSIBILIDADE 
São sete pressupostos: 
 Pressupostos intrínsecos: 
 
1. Cabimento. 
2. Legitimidade para recorrer. 
3. Interesse em recorrer. 
4. Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer. 
 
 Pressupostos extrínsecos: 
 
5. Tempestividade. 
6. Preparo. 
7. Regularidade formal. 
 
Os pressupostos intrínsecos levam em consideração a decisão. 
Os pressupostos extrínsecos levam em consideração o recurso. 
 
A depender do autor, a “inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de 
recorrer” pode ser considerado como pressuposto extrínseco. 
O juízo de admissibilidade diz respeito aos verbos CONHECER e ADMITIR. Esses 
pressupostos são cumulativos: se faltar um deles, o recurso será inadmitido. 
Não confundir com os verbos “proceder” e “dar provimento”, pois esses estão 
relacionados ao juízo de mérito recursal. O juízo de mérito recursal não quer dizer, 
necessariamente, o mérito da demanda. Ex: um agravo de instrumento contra 
decisão que nega a perícia. 
Pode-se conhecer um recurso para negar-lhe provimento. “Conhecer” significa 
apenas preencher os pressupostos de admissibilidade. 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
PRESSUPOSTOS INTRINSECOS 
1. CABIMENTO 
 
→ Princípio da taxatividade. 
Para ilustrar: “Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso”. Fala-se em cabimento, 
pressuposto de admissibilidade. 
De uma decisão, PODE caber ou não recurso. 
- As decisões que têm função apenas resolver uma questão incidental ou principal, 
mas SEM extinguir a fase cognitiva do procedimento comum, será uma decisão 
interlocutória. 
- As decisões que extinguem a fase cognitiva do procedimento comum será uma 
sentença. 
 
Seção IV 
Dos Pronunciamentos do Juiz 
 
Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões 
interlocutórias e despachos. 
§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é 
o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe 
fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 
§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória 
que não se enquadre no § 1o. 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Tendo isso em vista: 
 Contra decisão interlocutória CABE 
o Agravo de instrumento 
o Embargos de declaração 
o Apelação*: cabe apelação contra aquelas decisões não agraváveis de 
instrumento, que serão objeto de apelação ou contrarrazões de 
apelação. 
 
 Contra sentença CABE 
o Apelação 
o Embargos de declaração 
o 
 Contra decisão monocrática, unipessoal, de relator, do precidente ou vice-
presidente do tribunal CABE 
o Agravo interno 
o Embargos de declaração 
o Agravo em RESP/RE 
 
 Contra acórdão, decisão colegiada CABE 
o Recurso ordinário 
o Recurso especial 
o Recurso extraordinário 
o Embargos de divergência 
o Embargos de declaração 
- - - - - 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
2. LEGITIMIDADE PARA RECORRER 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro 
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem 
jurídica. 
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão 
sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que 
se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. 
 
Logo, os legitimados são: 
1. Parte vencida. 
2. Terceiro prejudicado. 
3. Ministério público. 
 
O ministério público, ao recorrer, atua como parte e como fiscal da ordem jurídica, 
ainda que inexista recurso das partes. 
 
Súmula 99/STJ - 18/12/2017. Ministério Público. Fiscal da lei. Recurso. 
Legitimidade. CPC, art. 499, § 2º. 
«O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo que oficiou 
como fiscal da lei, ainda que não haja recurso da parte.» 
 
O parágrafo único do artigo traz o nexo causal como sendo necessário para que o 
terceiro possa recorrer. 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
3. INTERESSE EM RECORRER 
O interesse está conjugado pela necessidade + utilidade. 
 Utilidade: quando a decisão do recurso puder me colocar em uma situação 
mais vantajosa. A utilidade, porém, é diferente da sucumbência formal. 
Utilidade não é ter sido condenado, mas é o fato de o julgamento do recurso 
pudercolocar a parte em uma situação de maior vantagem do que agora. 
 
Sucumbência material ≠ Sucumbência formal 
= A sucumbência material pode ocorrer quando a parte não obteve 
tudo o que o processo poderia lhe render. 
Exemplo: José entrou com uma ação contra Pedro e esse processo foi 
extinto SRM. Pedro, embora não tenha perdido (sucumbência formal), 
poderá recorrer, pois, para ele, talvez fosse melhor chegar ao mérito 
para julgar improcedente (CRM) e formar a coisa julgada material. 
 
– Sucumbência Material: é fenômeno processual referente a aspecto 
material do processo, ocorrendo sempre que a parte deixe de obter no 
mundo dos fatos a totalidade do que poderia ter conseguido com o 
processo (Ex: condenação em extensão menor da que for requerida na 
petição inicial). 
 
– Sucumbência Formal: é a situação processual na qual a frustração 
da parte ocorre apenas em termos processuais. A parte deixa de obter 
com o processo tudo aquilo que ela pretendia obter em virtude do 
pedido que formulou na sua pretensão (Ex: parte ré que na 
contestação reconhece um dos pedidos e requer a improcedência dos 
demais. Se for proferida uma sentença de total procedência o réu 
sucumbiu formalmente, visto que a sua posição processual restou 
frustrada – pretendia a procedência parcial). 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
 Necessidade: para alcançar a utilidade, para alcançar aquele resultado, só é 
possível através do recurso. Sem a necessidade, ainda que útil, o recurso será 
inadmitido. 
 
Caso: Petição inicial (João – autor x Pedro – réu) → Audiência de conciliação, 
João não comparece (incide aquela multa de 2%) → Sentença Procedente. 
 
Essa decisão da multa é uma di não recorrível por agravo, pois não consta no 
rol do art. 1.015. O apelante será Pedro, que vai recorrer da sentença. João 
não quer recorrer da sentença, mas sim da multa. Pode a parte vitoriosa 
apelar de uma decisão interlocutória que, na época, não era agravável de 
instrumento? Ou seja, Pedro (parte vencida) apelar da sentença e João apelar 
da decisão interlocutória que estabeleceu a multa? 
 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a 
seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas 
pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
 
O § 1o trata das questões resolvidas na fase de conhecimento que não 
comportarem da interposição de agravo de instrumento, que não possuem 
recorribilidade imediata. Por conta da supressão do recurso de agravo retido, 
previsto no código de 1973, as questões resolvidas na fase cognitiva, que não 
comportem a interposição de agravo de instrumento, não ficam cobertas pela 
preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação ou de 
contrarrazões. 
 
Quando a impugnação das decisões interlocutórias não agraváveis estiver 
sendo realizada pela parte vencida/perdedora, o momento correto é em 
preliminar de apelação, juntamente impugnando a própria sentença. 
 
Já a parte vencedora não tem interesse recursal, mesmo assim, poderá 
impugnar decisão interlocutória não passível de agravo nas contrarrazões. 
Sendo contrarrazões um tipo de resposta a apelação do recorrente e por essa 
possibilidade de impugnar uma decisão interlocutória, adquire características 
de recurso. Por conseguinte, o apelante (a parte vencida) também pode se 
manifestar sobre as contrarrazões, é a chamada contrarrazões das 
contrarrazões. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
A impugnação com as contrarrazões servirá para a manifestação defensiva 
do vencedor sobre o recurso em si, com as devidas argumentações, contra 
à apelação interposta, bem como também sobre a decisão interlocutória 
não agravável. Porém, está condicionada/subordinada pelo 
provimento da apelação do vencido. Ou seja, a análise das contrarrazões 
do vencedor depende de que apelação do adversário seja provida, ocorrendo 
o efeito recursal diferido [1], que é a dependência do julgamento de um 
recurso para o exame de outro.). Para Vinícius Silva Lemos, em seu livro 
“Recursos e Processos nos Tribunais no Novo CPC”, esta subordinação tem 
exceção caso o objeto da decisão interlocutória não influencie na 
sentença (multa por ato atentatório a dignidade da justiça, por ex). 
 
Obs: Efeito diferido é a relação de dependência do recurso para com outro. 
Por exemplo, a própria contrarrazões da apelação que permanece 
condicionada ao conhecimento da apelação do vencido para ser analisada o 
mérito. Outro exemplo é o recurso adesivo que vincula ao principal, 
aguardando este ser conhecido e julgado o mérito. 
 
Princípio da voluntariedade 
A parte, terceiro ou MP recorre SE quiser e DO QUE quiser. 
- Juiz não recorre de ofício. 
- Reexame necessário não é recurso pois o juiz não manda subir porque quer, mas 
por saber que, se não mandar, não produzirá efeitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
4. INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DE 
RECORRER 
Variantes: 
1. Desistência. Art. 998. 
2. Renúncia. Art. 999. 
3. Aquiescência. Art. 1.000. 
Lembrar que a desistência diz respeito não à demanda, mas sim ao recurso. A 
desistência da demanda é aquela do art. 200, que depende da homologação do juiz 
e do consentimento do réu, se esse já tiver contestado. 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido 
ou dos litisconsortes, desistir do recurso. 
Portanto, a desistência pode ser a qualquer tempo e independentemente de 
consentimento e homologação para produzir efeitos. Alguns defendem que 
esse “a qualquer tempo” tem a limitação de ser antes do relator proferir o voto. Ser 
até o início do julgamento (e não da sessão de julgamento) desse recurso seria o 
ideal. 
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra 
parte. 
Quanto a renúncia ao direito de recorrer, independe da aceitação da outra parte. 
Desistência ≠ renúncia, visto que a primeira pressupõe um recurso já interposto, 
enquanto o segundo ainda não teve recurso interposto. 
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá 
recorrer. 
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma 
reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer. 
O artigo acima trata da aquiescência. 
Ocorre uma preclusão lógica. Ex: sentença que manda fazer. Se você não aceitar, 
tem que recorrer, pois, se fizer o que a sentença manda, o ato de apelar será 
incompatível com o ato de fazer/pagar. 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
PRESSUPOSTOS EXTRINSECOS 
1. TEMPESTIVIDADE 
((NCPC)) 
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a 
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são 
intimados da decisão. 
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-
lhes é de 15 (quinze) dias. 
Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em 
lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal 
proferida em tribunal. 
 
 ((Lei 9.099/95)) Recurso inominado. 
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por 
petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. 
- - - - -De acordo com o art. 1.003: 
1. Advogados 
2. Sociedade de advogados 
3. Defensoria pública 
4. Ministério público 
Terão os prazos contados a partir da sua intimação. Considera-se intimado em 
audiência, quando nessa for proferida a decisão. 
§ 2o Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição 
de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação. 
O art. 231 trata da contagem dos prazos, referindo-se ao dia de começo de acordo 
com o modo como a citação foi feita. Dessa forma, identifica-se o dia do começo, 
depois o excluí, para começar a contar a partir do dia útil subsequente. 
§ 3o No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em 
cartório ou conforme as normas de organização judiciária, ressalvado o 
disposto em regra especial. 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
§ 4o Para aferição da tempestividade do recurso remetido pelo correio, será 
considerada como data de interposição a data de postagem. 
A sumula 216 STJ determinava que “A tempestividade de recurso interposto no 
Superior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo da secretaria e não 
pela data da entrega na agência do correio”. 
Em outras palavras, as petições eram aferidas, para termos de tempestividade, não 
pela data da postagem, mas sim da data de chegada da petição no protocolo do 
tribunal. 
Com o NCPC, o art. 1.003, § 4º, mata essa sumula, considerando como data de 
interposição a data de postagem. 
§ 6o O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de 
interposição do recurso. 
- - - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
2. PREPARO 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, 
quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
A expressão destacada significa que o preparo é imediato (recolhimento + 
comprovação). 
→ PREPARO = PREPAGO. 
A sanção pelo não-pagamento é a deserção. 
<<OBS>> Insuficiência de preparo ≠ Inexistência de preparo. 
Na insuficiência, o recorrente recolheu e comprovou, mas recolheu a menos. Na 
insuficiência, só ocorrerá a deserção se a parte não suprir a falta em 05 dias. 
Art. 1.007. § 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa 
e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu 
advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
Na inexistência, o recorrente não comprova (pagou, mas não demonstra). Terá de 
pagar o dobro. 
Art. 1.007. § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do 
recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em 
dobro, sob pena de deserção. 
§ 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma 
do § 4o. 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
<<OBS>> Insuficiência ≠ Inexistência ≠ Isenção 
A isenção pode ser objetiva ou subjetiva. 
• A isenção objetiva leva em consideração o recurso interposto, ou seja, recursos 
que não tem preparo, são eles: 
 - Agravo interno: alguns tribunais preveem a isenção, outros não. 
 - Embargo de declaração. 
 - Agravo em RESP/RE. 
• A isenção subjetiva diz respeito às “pessoas” que gozam de isenção legal do 
pagamento de preparo. 
Art. 1.007. § 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e 
de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo 
Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e 
pelos que gozam de isenção legal. 
- - - - - 
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no 
processo em autos eletrônicos. 
 
§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de 
deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para 
efetuar o preparo. 
 
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a 
aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida 
quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 
5 (cinco) dias. 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
3. REGULARIDADE FORMAL 
Diz respeito aos requisitos de cada recurso. 
Os requisitos de admissibilidade são exigências legais, exigências de que o recurso 
seja apresentado dentro da forma prevista em lei, observando os requisitos 
formais. 
Há as exigências de que recurso seja apresentado em forma de petição, redigido em 
português, tenha fundamentação, dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
EFEITOS RECURSAIS 
1. DEVOLUTIVO 
O efeito devolutivo significa o encaminhamento do recurso para o tribunal 
(“devolução” ao tribunal) para que ocorra a reforma/modificação do julgado. 
Está presente em todos os recursos, embora a doutrina venha a afirmar que não 
cabe nos embargos de declaração. 
Há o efeito devolutivo em extensão (horizontal) e o efeito devolutivo em profundidade 
(vertical). 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria 
impugnada. 
→ Extensão: o tribunal está limitado àquilo que foi devolvido. 
 - Princípio da proibição da reformatio in pejus. 
→ Profundidade: o tribunal não está restrito ao que foi debatido. Pode se 
aprofundar, dentro do ponto que foi devolvido. 
 - Teoria da causa madura. 
 - Entra as questões de ordem pública (efeito translativo). 
Então, se eu pedi A, B e C no primeiro grau, mas só devolvi C ao tribunal, ele não 
pode se manifestar acerta de A e B, mas pode se aprofundar na análise de C, sem 
ficar limitado ao que foi discutido em C no primeiro grau. Ex: no primeiro grau 
analisou C apenas com base no CPC, poderá no segundo grau analisar sob os olhos 
do CDC, CC, etc. 
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões 
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde 
que relativas ao capítulo impugnado. 
 
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas 
um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. 
 
Exemplo: você formula o pedido de despejo, por duplo fundamento falta de 
pagamento soa aluguéis e uso próprio. O juiz de primeiro grau julga apenas com 
base no primeiro argumento; mesmo assim, os demais fundamentos poderão ser 
devolvidos ao tribunal para que ele julgue. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
§ 3o Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve 
decidir desde logo o mérito quando: 
 
I - reformar sentença fundada no art. 485; 
 
Não precisa, como ocorria antes, retornar os autos para o juiz de primeiro grau caso o tribunal 
julgasse pela nulidade de sentença. Agora, na hipótese de sentença terminativa, ao invés de 
retornar, ele mesmo resolve. É preciso, para isso, que o processo esteja maduro para 
julgamento. Não pode haver, portanto, necessidade de produção de provas testemunhais, sem 
haver necessidade de perícia, de depoimento das partes. as provas já devem estar produzidas, 
ou a matéria ser unicamente de direito. 
II - decretar a nulidade da sentençapor não ser ela congruente com os limites do 
pedido ou da causa de pedir; 
 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-
lo; 
 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
 
 
Quando o tribunal observar qualquer das hipóteses, quais sejam: a sentença de 
primeiro grau ser extra-petita/ultra-petita, a sentença se omitir quando ao exame de 
um dos pedidos, a sentença ser nula foi falta de fundamentação, o tribunal não 
mandará retornar: ele mesmo vai consertar e julgar. Principio da celeridade. 
Quanto a hipótese do inciso III, tem-se o exemplo de cumulação eventual de 
pedidos. 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
2. OBSTATIVO 
Toda vez que eu recorro, a decisão não transitará em julgado. Impede a execução 
definitiva, pois essa parte da premissa que houve o trânsito em julgado da sentença 
que pretende-se executar. 
 
3. SUSPENSIVO 
Impede a produção de efeitos daquela decisão. Impede a execução provisória. 
 ______ APELAÇÃO_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Acórdão _ _ _ _ _ _ T/J 
 No efeito devolutivo 
 No efeito suspensivo 
 
Nesse período entre a apelação e o acórdão, não poderá haver a execução definitiva, 
pois essa depende do trânsito em julgado, e está ocorrendo o efeito obstativo, nem 
a execução provisória, pois essa depende da produção de efeitos da decisão. 
Se estivesse apenas no efeito devolutivo, não poderia ocorrer a execução definitiva, 
mas poderia haver a execução provisória, pois não houve o efeito suspensivo. 
O efeito suspensivo pode ser típico ou atípico. 
Será típico quando a interposição do recurso automaticamente produzir o efeito 
suspensivo. Diz-se que a decisão já estava suspensa, e que o recurso irá prolongar 
esse efeito. 
Será atípico quando a interposição não gerar automaticamente esse efeito. Esse 
efeito dependerá, portanto, de requerimento. 
 
EF. SUSPENSIVO TÍPICO = Ope legis; imposto por lei. 
EF SUSPENSIVO ATÍPICO = Ope judicis; depende de requerimento. 
 
 
 
 
Sentença 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
REGRA GERAL DO EFEITO SUSPENSIVO NOS RECURSOS: 
Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição 
legal ou decisão judicial em sentido diverso. 
Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por 
decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de 
dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a 
probabilidade de provimento do recurso. 
 
Ou seja, a REGRA GERAL é a de que o recurso, uma vez interposto, NÃO IMPEDE A 
PRODUÇÃO DE EFEITOS, a regra é que NÃO TENHA EFEITO SUSPENSIVO. 
Poderá haver, porém, disposição legal dizendo o contrário, ou pode ocorrer o caso 
de o relator, a requerimento do recorrente, emprestar efeito suspensivo ao recurso. 
Observa-se que o relator concederá o efeito suspensivo ope judicis se verificar que: 
1. Da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, difícil ou 
impossível reparação. 
 
2. Ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. 
<<<SÃO REQUISITOS CUMULATIVOS>>> 
- - - - - - 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
DEMAIS CASOS: 
 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
 
Na apelação, o efeito suspensivo é ope legis, então, como a sentença, por sua 
natureza, já tem o condão de estar suspensa, a apelação prolonga esse efeito. 
 
Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, 
se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 
(cinco) dias: 
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, 
total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; 
 
No agravo de instrumento interposto contra decisão interlocutória, há efeito ope 
judicis. Então, a pessoa tem que cumprir tal decisão, pois o simples fato de recorrer 
não suspenderá ela. Cabe ao relator resolver se suspende ou não. Assim, esse efeito 
suspensivo não é automático. 
 
Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem 
o prazo para a interposição de recurso. 
§ 1o A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo 
respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso 
ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
 
Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente (IRDR) caberá recurso extraordinário 
ou especial, conforme o caso. 
§ 1o O recurso tem efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão 
constitucional eventualmente discutida. 
 
O efeito suspensivo típico é raro, estando disposto apenas: 
- na apelação; 
- no embargo de declaração que ataca sentença; 
- no RE/RESP que ataca decisão que julga IRDR. 
 - - - - - - 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
EFEITO SUSPENSIVO NA APELAÇÃO 
 
A apelação tem efeito suspensivo ope legis. 
 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
 
I - Homologa divisão ou demarcação de terras; 
 
II - Condena a pagar alimentos; 
 
III - Extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os 
embargos do executado; 
 
IV - Julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
 
V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
 
VI - Decreta a interdição. 
 
Se a sentença fixou alimentos, por exemplo, ou se a tutela provisória é confirmada 
na sentença, ela produzira efeitos imediatamente após publicada. Não é a apelação 
que gera a suspensão, pois não estando nas hipóteses do 1012 § 1, a decisão não 
está produzindo efeitos. 
 
Existem outras hipóteses, para além dessas do § 1, em que a sentença não terá 
efeito suspensivo. A lei de locação (8.245/1998) diz que a sentença que decretar o 
despejo produzirá os seus efeitos imediatamente. Se apelar, apenas terá o efeito 
devolutivo e não o suspensivo; não impedirá o despejo da parte. A sentença em 
Mandado de Segurança, igualmente, não possui efeito suspensivo. 
 
As hipóteses do §1, as sentenças produzirão efeitos; a contrário senso, as que não 
estiverem ali e nem em outra lei, não irão produzir efeitos imediatamente. 
 
Nos casos em que irão produzir efeitos imediatamente (as que não estão no 
§1) já pode pedir a execução? Não. Já apelei? Não. Então não é a apelação 
que gera o efeito suspensivo. Na verdade, a decisão quando publicada já 
estava suspensa, pois não produzia efeitos imediatos. A apelação contra 
essa sentença apenas prolongara de forma automática esse efeito 
suspensivo. 
NÃO POSSUIRÁ 
EFEITO SUSPENSIVO 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Nos casos em que a sentença não tem efeito auto suspensivo, a apelação pedirá: 
preciso do efeito suspensivo. 
 
§ 2o Nos casos do § 1º (casos em que a sentença não tem efeito auto 
suspensivo), o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório 
depois de publicada a sentença. 
 
Publicou a sentença, já produzindo efeitos nesses casos do parágrafo primeiro, o 
APELADO (parte vitoriosa) já poderá requerer de imediato o cumprimento 
provisório da sentença. A apelante (parte que perdeu) está satisfeito com o risco 
de já ser executado? Não. Então ele tem que pedir o efeito suspensivo ope judicis, 
pois nessecaso a apelação não vai ter o efeito suspensivo ope legis. Quem concede 
o efeito suspensivo é o relator. Se pedir esse efeito na apelação, oferece embaixo, o 
apelado vai contrarrazoar, quando chegar na mão do relator ele vai analisar o pedido 
de efeito suspensivo. Mas isso demora muito, o apelante não tem 1 ano para esperar. 
O apelado já pode pedir desde logo. 
 
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá 
ser formulado por requerimento dirigido ao: 
 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua 
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-
la; 
 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
 
Do momento de interposição do recurso até a distribuição no tribunal, 
poderei formular um pedido de efeito suspensivo diretamente no tribunal. 
Se já tiver ocorrido a distribuição no tribunal, pede ao relator. 
 
Não é na apelação que pede, mas sim em uma petição para pedir efeito suspensivo 
ope judicis. Fazendo esse pedido, essa petição, um requerimento, no tribunal, haverá 
uma distribuição e um relator será “escolhido” para decidir isso. 
 
Se ainda não tiver subido, o relator que foi distribuído para analisar essa petição se 
tornará prevento para analisar a futura apelação. 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de 
competência originária do tribunal; 
 
Tutela provisória é um pedido de efeito suspensivo, vai pedir diretamente ao relator. 
Se ocorrer, esse relator se tornara prevento. Quando a apelação subir, irá para 
esse relator. Ele deverá analisar se há a probabilidade de provimento do recurso ou 
se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo 
relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso 
ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de 
difícil reparação. 
 
Na regra geral do art. 995 (não haver efeito suspensivo como sendo regra aos 
recursos) o legislador usa a conjunção “E”, soma, entre os dois requisitos. Aqui, usou 
a conjunção alternativa “OU”. Se você for interpretar literalmente, vai dizer que 
qualquer outro recurso (que não apelação) que não tenha efeito suspensivo, para 
poder requerer, precisará dos dois requisitos cumulativamente; por outro lado, 
se requerer efeito suspensivo na apelação, precisara apenas de um dos requisitos. 
O mais viável é interpretar ao pé da letra mesmo, visto que se restringir o ultimo 
caso, estará dificultando a concessão do efeito suspensivo. É um dos entendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
4. REGRESSIVO 
Trata-se da possibilidade, pelo juízo, de se retratar. 
 
Nas apelações contra sentenças terminativas (SRM), o efeito regressivo é regra. 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: [...] 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos 
deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
 
Contra sentença definitiva (CRM), a regra é não poder se retratar, exceto no caso de 
improcedência liminar do pedido. 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, 
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o 
pedido que contrariar: [...] 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
 
Quando trata-se de agravo de instrumento, há a necessidade de informar a 
interposição ao juízo de primeiro grau, para que ele possa se retratar, caso queira. 
Se assim o fizer, o recurso perderá o seu objeto. 
 
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, 
de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua 
interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. 
§ 1o Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator 
considerará prejudicado o agravo de instrumento. 
 
O recurso de agravo interno também possibilita a retratação pelo relator, não 
precisará nem levar para o colegiado, ele poderá se retratar monocraticamente 
também. 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Há também os casos de RE/RESO. Quando há um recurso envolvendo questões 
repetitivas, o relator afeta aquele recurso e determina a suspensão de todos os outros 
recursos, para que uma vez julgado, possa ser firmada a tese jurídica e que essa 
seja reproduzida para os juízos inferiores. Se, eventualmente, algum tribunal julgar 
de forma diferenciada daquela cuja a tese foi firmada, interposto o reuso especial 
contra aquela decisão, abre a possibilidade do presidente do tribunal ou vice-
presidente retornar o processo ao órgão colegiado de origem, dizendo ue essa 
matéria já foi julgada em IRDR pelo STJ e que deveria ser reexaminada. O órgão 
jurisdicional, então, que fixou a decisão contraria à tese, poderá se retratar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
5. EXPANSIVO 
A regra é que a decisão sobre o mérito do recurso esteja limitada à matéria 
impugnada pelo recorrente e apenas em relação a este. No entanto, podem ocorrer 
exceções a esta regra, havendo decisão que ultrapasse a abrangência do reexame 
da matéria impugnada. Dessa forma o recurso expande seus efeitos iniciais, 
abarcando matéria que não foi objeto de impugnação recursal. 
Nelson Nery Jr dá a este efeito o nome de efeito expansivo, o qual poderá ser objetivo 
ou subjetivo, interno ou externo. 
1. Efeito expansivo objetivo 
Como efeito expansivo objetivo, temos o seguinte exemplo: apelar da sentença, 
reclamando de um vício na citação. Se provido, tal acórdão atingirá não só a 
sentença, mas também as demais decisões interlocutórias eventualmente proferidas 
anteriormente, mesmo que essas não tenham sido especificadas como objeto do 
recurso. 
O efeito expansivo objetivo recebe tal nomenclatura, segundo Cassio Scarpinella 
Bueno, porque “os efeitos acarretados pelo julgamento do recurso – e não pela 
sua interposição – fazem-se sentir no plano processual, interferindo na manutenção 
de determinados atos processuais”. 
a. Efeito expansivo objetivo interno 
Será interno quando o julgamento acarretar modificação da própria decisão 
recorrida, se relacionar ao mesmo ato impugnado. Trata-se de um julgamento 
que irá se referir a capítulos da decisão que não foram impugnados, mas que serão 
atingidos pelo recurso. Ocorre em função da prejudicialidade entre o capítulo 
impugnado e os que serão atingidos, até por questão de lógica interna da decisão. 
Exemplo: o réu é condenado por ato ilícito a pagar indenização por danos morais e 
danos materiais, e recorre apenas em relação aos danos morais, mas o recurso é 
acolhido reconhecendo a inexistência do ato ilícito ou a ilicitude do ato, julgando por 
completa improcedência dos pedidos. Assim, o provimento do recurso para julgar a 
improcedência dos pedidos, além de excluir os danos morais, estende-se 
internamente para afastar também a condenação por danos materiais. 
 
 
 
Aluna: Juliana Aguiar Leal 
Unicap – 2018.I – Processo Civil III 
Outro exemplo: o tribunal, ao apreciar apelação interposta contra sentença de mérito 
que tratava unicamente de indenização por danos morais, dá provimento ao único 
pedido recursal, que buscava o reconhecimento

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