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TRABALHO DE TEP

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Introdução:
1.1 O presente relatório tem o objetivo de pesquisar sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo ou TOC, um transtorno comum, crônico e duradouro. É caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões.
O TOC é considerado uma doença mental grave. Ela está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Estima-se que cerca de 4 milhões de brasileiros sofram com a doença. 
Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados como intrusivos e indesejados. Compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais em que um indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente.
Os sintomas do TOC envolvem alterações do comportamento (rituais ou compulsões, repetições, evitações), dos pensamentos (preocupações excessivas, dúvidas, pensamentos de conteúdo impróprio ou “ruim”, obsessões) e das emoções (medo, desconforto, aflição, culpa, depressão).  Portadores da doença sofrem de muitos medos, como por exemplo o  de contrair doenças ou cometer alguma falha. Em virtude desses medos, evitam as situações que possam provocá-los – comportamento chamado de evitação. As evitações, embora não específicas do TOC, são, em grande parte, as responsáveis pelas limitações que o transtorno acarreta.
1.2 Objetivos, problema e Hipótese. 
A nossa pesquisa teve o intuito de avaliar a relação interpessoal de uma pessoa portadora do transtorno com o seu meio pessoal e social. Buscando verificar se os sinais e sintomas de seu transtorno afeta em sua vida pessoal. 
1.3 Instrumentos
Esta entrevista possui um caráter de entrevista fechada ou estruturada, este modelo de entrevista possuiu uma série de perguntas previamente elaboradas e é semelhante a um questionário oral.
Perfil do Entrevistado:
Nome: Ligia Maldonado
Sexo: Feminino
Idade: 40 anos
Profissão: Assistente Social
Estado Civil: Casada
Entrevista:
Você já deixou de sair por conta do TOC?
R: Várias vezes. É muito complicado e diferente mesmo. Parece inacreditável, mas é real. Já deixei de sair para não bagunçar meu closet, achando que ao mexer no closet, irei acabar bagunçado o que estava arrumado, por perder a hora ao ficar ajeitando o que já estava arrumado e organizado, entre outras coisas a mais.
Como você lida com esse problema?
R: É muito difícil e complicado para eu aceitar e entender e principalmente para as pessoas que eu convivo. Eu tenho TOC desde muito nova, 12 anos mais ou menos. Eu não sabia o que era o Transtorno Obsessivo Compulsivo. Quando comecei a ler e assistir reportagens, foi quando me dei conta do que eu tenho e procurei ajuda profissional e iniciei a terapia.
O transtorno já te fez passar por alguma situação de constrangimento?
R: Várias vezes. Principalmente quando tenho visitas e quando visito a casa de familiares e amigos, em restaurantes não consigo ficar parada, o tempo todo organizando e limpando as coisas. As pessoas ficam o tempo todo fazendo comentários de diversas maneiras. Acabo me sentindo constrangida nos locais.
Qual é o seu tipo de TOC?
R: Limpeza e organização. Um nível avançado.
Você acha que as pessoas entendem o que você sente?
R: Não, de jeito nenhum. Até os meus pais, meus irmãos e marido que já sabem da situação ficam o tempo todo só reclamando, cobrando, fazendo grosserias e até me deixam constrangida na frente dos outros. Acho que quando a gente entende que seu amigo, seja o que for , tem um problema desses, a primeira coisa a fazer é conversar e oferecer ajuda e não cobrar, brigar. As pessoas não enxergam o TOC como uma doença, infelizmente.
Como você lida com esse transtorno no seu relacionamento pessoal?
R: No inicio foi muito difícil para o meu marido entender, brigávamos muito. Mas agora ele conseguiu conviver com essa situação ou ele se acostumou. Mas eu imagino que seja muito difícil pra ele, por eu deixar de fazer muitas coisas por causa do TOC.
Como o TOC interfere no seu relaciomento social?
R: Também é muito difícil. Algumas pessoas comentam e até ficam rindo da situação, outras pessoas incomodam, reclamam e outras pessoas fingem que não estão vendo, eu até me sinto constrangida.
Você faz acompanhamento profissional como citou na pergunta anterior. Já notou alguma evolução?
R: Sim, com certeza. Recebi vários elogios, tanto do meu marido, quanto da minha família e amigos.
Você toma algum medicamento?
R: Sim. Minha psicóloga me encaminhou para uma psiquiatra, que me receitou o Cloridrato de Sertralina e Sulpan.
Conclusão:
Concluímos que a voluntária mesmo sofrendo do transtorno, consegue levar uma vida normal dentro das suas limitações. E que por mais que ela tome mediação frequente e faça terapia existem sim limitações em seus relacionamentos, tal como constrangimento. Durante a entrevista a voluntária se mostrou a vontade e segura ao falar do seu problema.

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