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Escolas Hermenêuticas 
Disciplina: Teoria Geral da Interpretação Jurídica
Escolas Hermenêuticas
	As escolas hermenêuticas surgem como consequência teórica da disputa entre os diversos métodos ou técnicas de interpretação do Direito. No século XIX, a interpretação passa a ser objeto de reflexão, tendo em vista a constituição de uma teoria. 
São divididas em três grupos: 
 Escolas de estrito legalismo ou dogmatismo
Escolas de reação ao estrito legalismo ou dogmatismo 
Escolas que se abrem a uma interpretação mais livre.
Escolas de estrito legalismo ou dogmático 
	São escolas presas a um estrito legalismo ou dogmatismo a Escola da Exegese, a Escola dos Pandectistas e a Escola Analítica de Jurisprudência. Todas as escolas surgiram no século XIX, na França, Alemanha e Inglaterra, respectivamente.
Escolas da exegese: 
	Era constituído pelos comentadores dos códigos Napoleão, principalmente o código civil de 1804. Fundava-se na concepção da perfeição do sistema normativo, na ideia de que a legislação era completa e de que na generalidade da lei, encontrava-se solução para todas as situações jurídicas. 
	As escolas Exegese viam nas leis escritas a única fonte de Direito, expressão mesmo do direito natural. Adotavam como método de interpretação, o literal, orientada para encontrar na pesquisa do texto a vontade e a intenção do legislador. A função do jurista era extrair plenamente o sentido dos textos legais para apreender os significados deles. Negava o valor aos costumes e repudiava a atividade criativa, mínima que fosse da jurisprudência. 
	Aftalión, Olano e Vilanova destacam, como característica da Escola da Exegese, um positivismo avalorativo, estatal e legalista. Esse positivismo avalorativo identifica todo o Direito com o direito positivo.
	Foram representantes da Escola Exegese, todos com obras publicadas, dentro outros, os franceses Jean Charles Demolombe (1803-1883), Raymond Troplong (1795-1869), Victor Napoleón Marcadé (1810-1854), Charles Antoine Marie Barbe Aubry (1803-1883), Charles Fréderic Rau (1803-1887), Marie Pierre Gabriel Baudry-Lacantinerie (1837-1913) o belga François Laurent (1810-1887) e o alemão Karl Salomone Zachariae (1769-1843).
	A Escola da Exegese perdurou grande parte do século XIX. A influência da Escola da Exegese ainda hoje está presente nos setores reacionários do pensamento jurídico. 
Escola dos Pandectistas
	Foi manifestação do positivismo jurídico do século XIX, como as Escolas da Exegese. Consideravam o Direito como um corpo de normas positivas, e negavam qualquer fundamento absoluto ou abstrato à ideia do Direito. 
	Na Alemanha, na falta de códigos como os de Napoleão, os pandectistas construíram um sistema dogmático de normas, usando como modelo as instituições do Direito Romano. 
	Dedicaram-se ao estudo do Corpus Juris Civilis, de jusnaturalistas dos séculos XVII e XVIII que valorizava os costumes jurídicos formados pela tradição.
	Windscheid foi quem colocou o problema da interpretação em termos de ‘’intenção possível do legislador’’. Se o texto da lei comportasse duas interpretações, seria lícito optar por aquela que realizasse um objetivo diverso do prendido pelo legislador, levando em consideração fatos supervenientes.
	Dentre os principais representantes de Escola dos Pandectistas podem ser citados: Bernhard Widscheid (1871-1892), Christian Friedrich Von Gluck (1755-1831), Aloid Von Brinz (1820-1887), Heinrich Dernburg (1829-1907) e Ernst Immanuel Von Bekker (1827-1916).
 Escola Analítica de Jurisprudência
	A Escola Analítica de Jurisprudência entende que o Direito tinha por objeto apenas as leis positivas e os costumes recepcionados pelos tribunais, não lhe interessando os valores ou conteúdos éticos das normas legais. John Austin, fundador da Escola, afirma: 
‘’A ciência da jurisprudência ocupa-se com leis positivas ou, simplesmente, com leis em sentido estrito, sem considerar a sua bondade ou maldade’’..[2: 			 John Austin, Lectures on Jurisprudence or the Phislosophy of Positive Law, Londes, 1879, Vol. 1, p. 176, apund Paulino Jacques, Curso de Introduçao ao Estudante de Direito, Rio de Jeneiro, Forense, 1978, p.326.]
	Segundo Austin, os problemas relacionados com o Direito positivo estão compreendidos em três campos distintos, a jurisprudência particular, a jurisprudência geral ou filosófica do direito positivo e a ciência da legislação, situada nos somenos da Ética. O Direito está, dessa forma, completamente separado da Ética. O jurista ocupa-se das leis positivas, sejam as leis particulares de um Estado, sejam os princípios gerais comuns aos diversos sistemas jurídicos. Não considera se não justa ou injusta suas prescrições. Ao legislador ou ao filósofo é que interessam os aspectos morais das normas. A única fonte do Direito eram os costumes acolhidos e chancelados pelos tribunais. A escola tentou sistematizar e unificar o direito consuetudinário, com olhos postos na realidade inglesa, onde não se adotou uma constituição rígida e se fundou toda a estrutura jurídica no costume.
Escolas de reação ao estrito legalismo ou dogmatismo
	Podemos considerar como escolas que reagiram ao estrito legalismo ou dogmatismo, abrindo novos horizontes à ciência do Direito, a Escola Histórico-Dogmática, a Escola Histórico-Evolutiva e a Escola teleológica.
Escola Histórica do direito
	Surgiu na Alemanha, em princípios do século XIX. Opôs-se as doutrinas jusnaturalistas dos séculos XVII E XVIII. Negavam a existência de um direito natural com pressupostos racionais e universalmente válidos. A origem e fundamento repousavam na consciência nacional e nos costumes jurídicos oriundos da tradição.
Os postulados básicos da Escola Histórica do Direito podem ser resumidos:
O Direito é um produto histórico, e não resultado das circunstâncias, do acaso, ou da vontade arbitrária dos homens.
O Direito surge da consequência nacional, do espírito do povo, das convicções da comunidade pela tradição.
O Direito forma-se e desenvolve-se espontaneamente. 
O Direito encontra sua expressão inconsciente no costume, que é sua fonte principal.
É o povo que cria o seu Direito. O legislador deve ser o intérprete das regras consuetudinárias, completando-as e garantindo-as através das leis.
	A Escola Histórica surgiu no apogeu do neo-humanismo, quando o Direito era tido como pura criação racional. Pertenceram a escola os alemães Gustav Von Hugo (1764-1861), seu iniciador, Friedrick Karl von Savigny (1779-1861), sua principal figura, Georg Friedrich Puchta (1798-1846), Johann Friedrich Goschen (1778-1837), Karl Friedrich Eichhorn (1787-1854), Joseph Kohler (1849-1919), o inglês Henry James Summer Maine (1822-1888), e o francês Raymond Saleilles (1855-1912).
Escola Histórico-Dogmática
 	Foi o primeiro desdobramento da Escola Histórica do Direito. Teve como principais representantes Savigny, Puchta, Hugo, Goschen, Eichhorn e Henry Maine. Ficou conhecida também como Escola Histórica Alemã. O intérprete não se deveria ater a letra da lei para dela extrair soluções para casos, usando o processo meramente lógico. Afirmando que o povo era o criador do seu Direito, indicava ao intérprete, não obstante, pesquisar a intenção do legislador, representante da consciência coletiva. Quando o pensamento da lei aparecesse em contraste com o que o intérprete considerasse expressão da consciência coletiva do povo, no momento de ser aplicada a lei, deveria optar-se pela revelação direta dessa fonte mais profunda do Direito. A Escola Histórico-Dogmatica entendeu que essa plenitude só poderia ser encontrada no sistema do Direito Positivo.
Escola Histórica - Evolutiva
	Também conhecida como Escola Atualizadora do Direito, teve em Saleilles e Kohler seus vultos principais. Entendia a escola que a lei deveria ser considerada como portadora de vida própria, de maneira que correspondesse não apenas às necessidades supervenientes. Observasse o intérprete não apenas o que o legislador quis, porém também o que quereria se vivesse na época da aplicação da lei; adaptasse a velha leiaos tempos novos, dando vida aos códigos. Saleilles achava que as normas jurídicas estavam sujeitas a lei geral da evolução. Kohler observou que o pensamento da lei é todo e qualquer pensamento que possa estar nas suas palavras sendo possível retirar delas dois ou dez pensamentos.
Escola Teleológica 
	Seu fundador foi o jurisconsulto alemão Rudolph Von Ilhering (1818-1892). Pregou que o Direito, como organismo vivo, é produção da luta, e não de um processo natural. O paralelismo entre o Direito, de um lado, e a língua e a arte, de outro, devia ser recusado. A luta e o fim são elementos decisivos na formação e transformação do Direito. O interesse é o motor do direito. A finalidade do Direito é a proteção de interesses. Sendo opostos os interesses, cabe o Direito conciliá-los, com a predominância dos interesses sociais e altruístas. 
	No campo da hermenêutica, Ihering criticou o método dedutivo-silogístico. Combateu a jurisprudência conceptualista desenvolvida pelos pandectistas, quer??? pelos discípulos da Escola Historica-Dogmatica. Pretendeu sua substituição por mais uma jurisprudência que se guiasse pelos resultados, invocando o caráter finalístico do Direito. Ele também condenou o processo das construções a priori e das deduções geométricas.
O método próprio do Direito é o teleológico, uma vez que a missão do Direito é adaptar os meusos à concepção dos fins, na realização dos interesses sociais. Fora da Alemanha o maior representante da Escola teleológica foi o jurisconsulto belga Van Der Eycken. 
Escolas que se abrem a uma interpretação mais livre
A Escola da livre pesquisa científica
	Derrubou o mito da plenitude lógica da lei e demonstrou a supremacia da livre pesquisa científica do Direito sobre o método, então vigente, de rebuscar na abstração dos conceitos a resposta para o silêncio da lei. 
 Escola do direito livre
	Abalou a certeza em que se imaginava estar alicerçada a ordem jurídica positiva, demonstrou que a aplicação do direito é informada por uma pauta axiológica e realçou o papel criador e inovador da função judicial.
Escola Sociológica Americana
	Demonstrou que o direito é mais produto da evolução dos fatos sociais, na precariedade do humano, do que a materialização de arquétipos eternos, mais experiência que lógica, mais militarismo que racionalismo.
Escola da Jurisprudência de Interesses 
	Sublinhou que a investigação dos interesses em jogo, e não a lógica, é que deve orientar a Hermenêutica.
Escola Realista Americana
	Contribuiu para demonstrar a existência de um abismo entre a concepção teórica de uma justiça impessoal e inflexível e a realidade de uma justiça feita de homens, na qual o juiz, com suas ideias e personalidade, é a figura decisiva.
Escola Egológica
	Após a descoberta da verdadeira essência da decisão judicial, que opera um conhecimento por compreensão, pelo qual o juiz e só litigantes compartem algo em comum e onde está presente a intuição emocional do julgador. Outro sim, desenvolveu o mecanismo dos julgamentos ao perceber que o juiz, ao aplicar a lei, põe o sentido axiológico, iniciado na lei, na conduta que interpreta, ao mesmo tempo em que extrai um sentido da conduta. O objetivo da interpretação não é a norma, porém a conduta humana. 
Escola Vitalista do Direito
	 Ao proclamar que a função jurisdicional escapa a qualquer criação legislativa, não pertence a ela, não pode ser colocada dentro dela. Confere ao juiz grande responsabilidade e inova ao conceituar o método da aplicação do direito, uma vez demonstrando que não se deve guiar pela própria lógica formal uma vez que o trato dos problemas humanos reclama uma lógica própria. 
Bibliografia:
HENKENHOFF, JB. Como aplicar o direito: (á luz de uma perspectiva axiológica, fenomenológica, e sociológico-politico)
Belo Horizonte 2018

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