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DIREITO DO CONSUMIDOR

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DIREITO DO CONSUMIDOR – VANDERLEI SCHNEIDER
1 - Contratos
Conceito: acordo de vontades ou um negócio jurídico. A relação contratual pode se dar entre duas ou mais pessoas (físicas ou jurídicas). A finalidade da relação contratual é adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos de natureza patrimonial.
	Requisitos de validade:
a) agente capaz
b) objeto lícito e possível 
c) forma prescrita em lei
	Classificação dos contratos:
a) unilaterais: nasce obrigações apenas para uma das partes, ou seja, uma única vontade. Ex: doação, testamento.
b) bilaterais: gera obrigações para ambas as partes, ou seja, duas manifestações de vontade. Ex: compra e venda.
c) plurilaterais: várias manifestações de vontades. Ex: contrato de uma sociedade mercantil.
d) oneroso: são aqueles em que uma das partes assume o ônus e a outra as vantagens, ou ambas assumem o ônus e obrigações. Ex: locação, compra e venda.
e) gratuitos: quanto existe somente uma prestação. Ex: comodato, testamento.
2 – Princípios Contratuais
Conceito: são mandados de otimização. São a base do ordenamento jurídico. 
a) Princípio da Autonomia da Vontade: 
	Segundo este princípio a pessoa poderá regular seus direitos, isto é, seus interesses próprios. E através de sua liberdade de contratar que a pessoa realiza suas contratações.
	As pessoas possuem liberdade de contratar, só que a questão contratual fica limitada à função social.
b) Princípio da Obrigatoriedade da Convenção – (“Pacta Sunt Servanda”) 
	Esse princípio decorre da liberdade de contratar, visando fazer com que aquilo que foi contratado se torne lei entre as partes.
c) Princípio da Relatividade dos Efeitos dos Contratos:
	Esse princípio encontra limitações na legislação entre as partes, sendo possível afirmar que terceiros poderão sofrer efeitos. Ex: contrato de segurança. 
d) Princípio da Boa-fé:
	Consiste em um dever de probidade entre as partes, de transferência e lisura. Deve ser observada em todas as fases do contrato, vez que constitui um conjunto de padrões éticos de comportamento, que no mínimo, se espera de todos os integrantes de determinada sociedade.
e) Princípio da Função Social:
	O conteúdo contratual será submetido a um controle de merecimento, averiguando se o mesmo se encontra de acordo com a ordem social.
3 – Formação dos Contratos
1º) Negociações Preliminares:
	Fase de debate. Não existe formalização do contrato. Em regra, esta fase não vincula as partes à realização da contratação.
2º) Fase da Proposta:
	Há uma formalização do contrato, pois gera um efeito chamado de publicidade. Essa fase vincula as partes.
3º) Contrato Preliminar:
	Apesar de não ser de regra obrigatória, tal fase vincula nas partes, pois deve conter todos os elementos do contrato definitivo, exceto quanto à forma.
	Pode ser de duas formas:
	- Compromisso unilateral/contrato de opção: apenas uma das partes assume o compromisso, apesar de ambas assinarem o documento.
	- Compromisso bilateral: ambas assumem o compromisso e ambas assinam.
	O contrato preliminar tem por objeto concretizar um contrato futuro e definitivo, assegurando pelo começo de ajuste a possibilidade de ultimá-lo em tempo oportuno. Assim, os requisitos para sua eficácia são os mesmo exigidos ao contrato definitivo, excetuada a forma.
4 - Relação de Consumo
Conceito:
a) Consumo: é a parte indissociável do cotidiano do ser humano. Até porque, a afirmação de que todos nós somos consumidores, independentemente da classe social e da faixa de renda, vez que todos nós somos consumidores desde o nascimento e em todos os períodos de nossa existência. Por motivos variados, que vão desde a nossa existência (sobrevivência) até o consumo pelo simples desejo, o consumo por consumo. 
	As relações de consumo são bilaterais, pois pressupõem uma relação entre fornecedor (fabricante, produtor, importador, comerciante, prestador de serviço) e consumidor.
	Fornecedor é aquele que se dispõe a fornecer bens e serviços a terceiros. Por outro lado, o consumidor é aquele que é subordinado às condições e interesses impostos pelo titular dos bens ou serviços no atendimento das suas necessidades. 
	Exemplos de relações de consumo: contratos bancários, financiamento, seguro, cartão de crédito, arrendamento mercantil, fornecedor de serviços em geral, seguro saúde, plano de saúde, hospedagem, depósito, estacionamento, turismo, transporte, previdência privada, locações de automóveis. 
5 – Preocupação com a Defesa do Consumidor
Era natural que a evolução das relações de consumo abasse por refletir nas relações sociais, econômicas e jurídicas. Pode-se afirmar que a proteção ao consumidor é uma consequência direta das modificações havidas nos últimos tempos na relação de consumo, pois representa o avanço rápido do fenômeno que deixou o consumidor desprotegido diante das novas situações do desenvolvimento. 
6 – Norma Imperativa de Proteção ao Consumidor
	Em razão dos atritos sociais que o problema pode gerar e ao Estado incumbe a função de proteger o consumidor. Cabe a cada país criar a sua legislação (CDC) para aplica-la conjuntamente com as diretrizes e objetivos que decorrem das resoluções internacionais.
	Ressalta-se que as normas não são imperativas, tendo em vista que cada Estado deve implantá-la quando achar apropriado, de acordo com suas prioridades e necessidades.
7 – Resolução 2.542/69
	A resolução foi um dos primeiros passos para a proteção do consumidor ao ser proclamada a Declaração das Nações Unidas sobre o Progresso e Desenvolvimento Social.
	Em 1973, a comissão de Direitos Humanos da ONU evidenciou outro passo significativo ao reconhecer os direitos do consumidor como direitos fundamentais e universais.
	Em 1985, surgiu a resolução 39/248/85, onde a ONU baixou normas de proteção do consumidor, tornando clara a posição e cuidando de forma detalhada sobre o tema. Ao fazê-lo reconheceu expressamente “que os consumidores se deparam com desequilíbrios em termos econômicos, níveis educacionais e poder aquisitivo”. 
8 – Resolução da ONU e Seus Objetivos
a) Auxiliar países a atingir ou manter uma proteção adequada para sua população consumidora.
b) Oferecer padrões de consumo e distribuição que preencham as necessidades e desejos dos consumidores.
c) Incentivar altos níveis de conduta ética para aqueles envolvidos na produção e distribuição de bens e serviços para os consumidores.
d) Auxiliar países a diminuir as práticas comerciais abusivas, usando de todos os meios, tanto em nível nacional como em nível internacional, que estejam prejudicando os consumidores.
e) Ajudar no desenvolvimento de grupos independentes e consumidores. 
f) Promover a cooperação internacional na área de proteção ao consumidor.
g) Incentivar o desenvolvimento das condições de mercado que ofereçam aos consumidores maior escolha, com preços mais baixos. 
9 – Princípios Gerais/Resolução
a) Proteger os consumidores em relação a sua vulnerabilidade.
b) Fomentar e proteger os interesses econômicos dos consumidores.
c) Fornecer aos consumidores informações adequadas e precisas para capacitá-los a fazer escolhas acertadas de acordo com as necessidades e desejos individuais.
d) Educação para o consumo.
e) Criar possibilidade de real ressarcimento do consumidor.
f) Garantir a liberdade para formar grupos de consumidores e outros grupos ou organizações de relevância e oportunidades para que estas organizações possam apresentar seus enfoques nos processos decisórios.
10 – Relação Jurídica de Consumo
	Quando se forma a relação de consumo? 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. – Conceito de consumidor
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
11 – Fatores (elementos) Constitutivos da Relação de Consumo
a) Elementos Subjetivos: 
- Consumidor – art. 2º, CDC.: Sujeitos que adquirirem um produto ou um serviço, que utilizam o produto ou um serviço. 
- Fornecedor – art. 3º, CDC.: Sujeitos que fornecem um produto ou um serviço. 
 Destinatário final – aquele que põe fim à cadeia de produção. Ex: entes despersonalizados, massa falida. 
b) Elementos Objetivos:
	- Produto: é qualquer coisa passível de aquisição, bem material ou imaterial.
	- Serviço: exemplo: salão de beleza.
 Para ser caracterizada a relação de consumo há necessidade de ser preenchidos todos os elementos constitutivos da relação de consumo, a falta de um deles descaracteriza a relação. 
É possível relação de consumo em duas pessoas físicas? Desde que aquele que adquire o produto ou serviço seja destinatário final e a outra forneça o produto ou serviço com habitualidade e com fim lucrativo. Ex: manicure (habitualidade) na prestação de serviço e a outra adquire o serviço(lucro).
Pessoa jurídica pode ser consumidora desde que seja destinatária final e põe fim na cadeia de produção.
A concessionária que compra peças não é regida pela relação de consumo. Entretanto, o consumidor que adquire a peça para o automóvel é considerado consumidor.
Todo consumidor é vulnerável (frágil – não tem conhecimento técnico) e independe da condição financeira. 
Nem todo consumidor é hipossuficiente (matéria processual).
Súmula 297 STJ – os bancos e as instituições financeiras se submetem ao CDC.
Súmula 381 STJ, não pode reconhecer de ofício
							A critério do juiz.
Art. 51 DCD – deve ser reconhecida de ofício. 
 É de ordem pública; essa posição deveria ser aplicada.
12 - Teorias que Surgem com a finalidade de explicar o Destinatário Final
a) Teoria Maximalista:
	É a teoria mais antiga que explica quem é o destinatário final. Para ela basta a condição econômica de destinatário final para se caracterizar consumidor. 
b) Teoria Finalista:
	O consumidor é o destinatário final não econômico, isto é, não empresarial e não profissional. A posição do STJ (2ª Seção) adota a posição finalista de forma majoritária. Esta interpretação também é acompanhada pelos tribunais estaduais.
c) Teoria do Finalismo Aprofundado/Mista/Hibrida:
	Para ela é considerado consumidor o destinatário final vulnerável, independentemente da finalidade da aquisição ou do uso.
TEORIA ADOTADA PELO CDC É A FINALISTA
12 – Consumidores por Equiparação – Art. 17 a 29 CDC
a) Os consumidores por equiparação não são aqueles propriamente destinatários finais de produtos ou de serviço, no entanto, encontram-se em determinada situação jurídica que permite a aplicação do CDC.
b) o art. 17 preceitua o conceito de consumidor por equiparação ao tratar da vítima do evento. 
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
	Vítima do evento é a pessoa que sofreu um acidente de consumo, mesmo não havendo a relação de forma direta. Basta ocorrer o evento danoso para aplicar o CDC.
						Vantagem: responsabilidade objetiva (regra geral)
Código Civil: responsabilidade subjetiva
 Não precisa comprovar culpa (art. 6º - inversão
do ônus da prova).
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
c) O art. 29 define as pessoas expostas às práticas comerciais. Tais pessoas são determináveis, vez que o art. 29 garante uma proteção coletiva e difusa dos interesses dos consumidores.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
13 – Definição de Produto
	Art. 3º, § 1º, CDC – definição
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
a) Produto é qualquer bem móvel, imóvel, material ou imaterial – definição legal.
b) Posições doutrinárias:
	A forma de aquisição do produto é irrelevante, pela sua caracterização (não importa a forma como foi adquirida). Amostra grátis é considerada relação de consumo (ex: estacionamento gratuito).
	O estado do produto é irrelevante, o produto pode ser novo ou usado, aplica-se o CDC. Ex: revenda de produto usado.
14 – Definição de Serviço
	Art. 3º, § 2º, CDC – definição
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
a) O serviço é uma atividade remunerada inserida no mercado de consumo. 
b) O CDC não disciplina os serviços gratuitos.
c) A remuneração do serviço pode ser de forma direta ou indireta pelo consumidor.
d) A remuneração indireta decorre do fenômeno negocial.
e) O art. 22 trata dos serviços públicos. O Estado somente será enquadrado como fornecedor quando exercer atividade econômica remunerada por tarifa ou preço público. Taxa – CTN.
f) o Art. 22 preceitua que os serviços públicos essenciais devem ser prestados de forma contínua. Ex: água, energia. Entretanto, o STJ firmou entendimento que o inadimplemento do consumidor autoriza a interrupção do serviço.
15 – Política Nacional das Relações de Consumo
a) Objetivos: art. 4º, caput, CDC.
“A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:”
b) Princípios: art. 4º, incisos, CDC.
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (Art. 170 da CF), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalizaçãoe melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
c) Instrumentos (forma de proteção ao consumidor): art. 5º, CDC.
Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
16 - Objetivos do CDC
	Visa a proteção dos interesses dos consumidores de forma a garantir a harmonia e a sustentabilidade do mercado. 
17 - Princípios
a) Vulnerabilidade: art. 4º, I.
	O art. 4º, I reconhece a fragilidade do consumidor no mercado de consumo. Trata-se de uma presunção absoluta, uma vez que todos consumidor é a parte mais frágil da relação de consumo e independe da sua condição financeira.
	A vulnerabilidade é uma presunção e os seus efeitos são de ordem material e processual. Enquanto a hipossuficiência depende de decisão judicial e os seus efeitos são meramente processuais. 
b) Segurança: 
Impede a circulação de produtos ou de serviços que possam ocasionar uma lesão a vida, à saúde ou à integridade física do consumidor. A segurança decorre de um padrão fixado pelo estado. O produto e serviço inseguro são diferentes de produtos e serviços perigosos ou nocivos (art. 8 a 10), esses produtos e serviços são permitidos a sua circulação no mercado, desde que o consumidor seja ostensivamente informado. Ex: cigarro. A responsabilidade do fabricante e consumidor é solidaria. 
c) Informação:
	Deriva da boa-fé objetiva. Possui duas projeções: 
a) acesso a informação e a sua compreensão, devendo ser clara, correta, precisa e ostensiva. (art. 31),
b) a informação deve ser vista como base negocial. Essa base serve para o formato comercial.
18 – Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo
a) Responsabilidade pela fato do produto e do serviço:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
	A responsabilidade pelo fato se vislumbra uma violação do dever de segurança, tanto do produto quanto do serviço, causando ao consumidor um acidente de consumo. Logo, se não há acidente, não se aplica a responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço.
	O dano pode ser material ou moral. Os responsáveis pelo fato do produto encontram-se delineados no art. 12 do CDC e todos respondem solidariamente. Exceção: se não for possível identificar quem é o fabricante ou produtor, o comerciante responde de forma subsidiária (responsabilidade indireta) contra ele, o comerciante se enquadra na hipótese prevista no art. 13 do CDC. 
Os responsáveis pelo fato dos serviços encontram-se no art. 14, do CDC, quem responde são os fornecedores. A regra geral é que a responsabilidade é objetiva. Exceção: art. 14, § 4º do CDC, texto referente ao profissional liberal, vez que responde de forma subjetiva, neste caso a responsabilidade do profissional liberal é apurada mediante a comprovação de culpa. Ex: advogado, dentista, médico.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Origem: violação do dever de segurança. Consequência: caracteriza-se por um acidente de consumo (a aplicação da responsabilidade pelo fato é muito restrita, se não gerou acidente de consumo, não será aplicada a responsabilidade).
ATENÇÃO: o comerciante (art. 13 CDC) tem uma responsabilidade subsidiária (responsabilidade indireta). O comerciante somente será responsabilizado quando aquelas pessoas elencadas no art. 12, CDC, não forem encontradas e a sua identificação for capaz de prejudicar a indenização ao consumidor.
CUIDADO: existe uma situação em que o comerciante não tem responsabilidade subsidiária e sim uma responsabilidade direta. Na hipótese de um acidente de consumo por má conservação de produtos perecíveis.
Há três tipos de fornecedores:
1) Fornecedor real: fabricante, produtor e construtor.
2) Fornecedor presumido: importador.
3) Fornecedor aparente: comerciante. Aquele que coloca o seu nome no produto final. 
b) Responsabilidade pelo vício do produto e do serviço. Art. 18, 19 e 20 CDC.
Defeito: quando causa risco a saúde e a integridade física. Insegurança no produto ou no serviço. Ex: compra um televisor e este explode. 
Vício: causa uma incapacidade de uso ou diminuição do valor; inadequação do produto ou do serviço à que se destinam. Exemplo: compro um televisor e ele não liga.
Não sendo sanado o vício no prazo máximo de 30 dias: o consumidor pode exigir (cabe a ele) alternativamente: 
- A substituição do produto por outro da mesma espécie em perfeitas condições de uso ou
- A restituição do valor pago pelo produto ou pelo serviço sem prejuízo de perdas e danos
- Abatimento proporcional do preço
No prazo de validade se o produto está vencido a responsabilidade é dos dois. Não cabe denunciação a lide e causa dano.
OBS: Prazo de validade vencido > responsabilidade solidária de todos da cadeia: art. 12.
 O prazo de troca dos produtos é um direito garantido a todos os consumidores pelo CDC. Embora algumas lojas não respeitem as normas da legislação consumerista, é importante que o consumidor saiba que os fornecedores e fabricantes têm 30 dias, a partir da reclamação para sanar o vício do produto ou, ainda, exigir um produto similar à restituição imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço. Cabe ressaltar que essas exigências podem ser feitas antes de 30 dias se a substituição das partes do produto puderem comprometer as características do produto, diminuir o valor ou quando tratar de um produto essencial, como, por exemplo, um refrigerador.
Artigos pelo fato do produto
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificaçãoclara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
Artigos pelo vício do produto e do serviço:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade.

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