Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Caroline Zanella ATM 2022/a 1 CAPÍTULO 20 - O RIM Principais patologias Anomalias Renais Congênitas; Doenças Renais Císticas; Nefrolitíase; Neoplasias Renais; Doenças Glomerulares; Doenças Tubulointersticiais; Doenças vasculares. Histologia Renal → o néfron é a unidade funcional dos rins. Cada rim possui aproximadamente 1 milhão de néfrons, que em associação formam o rim; Contagem de número de glomérulos → celularidade dos glomérulos. Número de vasos arteriais → presença de anormalidades, como aterosclerose. Túbulos → tentar classificar em contorcido proximal, dstal, túbulo coletor..... A classificação e o diagnóstico se baseia nesses três componentes histológicos básicos. Macroscopicamente, o rim é dividido em duas partes. Parte periférica → córtex → glomérulos estão presente somente no córtex. Parte central → formato piramidal → medula Néfron→ é constituído por um corpúsculo renal, e pelos túbulos contorcidos; Corpúsculo Renal → é composto pelo glomérulo (um tufo de capilares), pela cápsula de Bowman (formada por um epitélio pavimentoso), e pelo espaço entre os dois, o espaço de Bowman. Local onde o filtrado passa do sistema vascular para o sistema tubular; O glomérulo não pode ser considerado a estrutura mais importante do rim→ todas as estruturas são igualmente importantes e interdependentes para o bom funcionamento renal. Túbulo Contorcido Proximal → tem sua parede composta por um epitélio cúbico simples, com células apresentando uma grande quantidade de microvilosidades (“Borda em escova”). Realiza reabsorção de NaCl e água (65%), cálcio (reabsorção passiva), bicarbonato (90%), glicose e aminoácidos (100%), ureia, ácido úrico, potássio e magnésio. Secreta uratos e creatinina, e excreta drogas ligadas a proteínas tóxicas. Alça de Henle→ única parte do néfron encontrada na zona medular. Possui as partes descendente, ascendente delgada e ascendente espessa. Desempenha um importante papel gerando um meio hiperosmótico no interstício renal. É responsável pela reabsorção de 25-35% do NaCl, e é onde o magnésio entra em contratransporte com o potássio. O ramo espesso ascendente é impermeável à água; Neoplasias renais → tumor de wilms→ deve-se retirar logo, ao invés de biopsiar → porque também há probabilidade de, no momento de retirar a agulha de dentro do abdomen, haver uma disseminação de células neoplásicas . Neoplasias renais, quando são descobertas, normalmente já possuem mais de 5 cm e não há como fazer nefrectomia parcial. → retirada do rim Se pct possui rim único, talvez valha a pena arriscar realizar a biópsia renal. Caroline Zanella ATM 2022/a 2 Túbulo contorcido distal → inicia na mácula densa e termina na transição com o túbulo conector. Possui grande heterogeneidade de células, e é permeável à água na presença de ADH. Regula de forma ativa a excreção de cálcio. Células Mesangiais→ secretam MEC e dão suporte físico aos capilares; Mácula Densa → região de células epiteliais especializadas da porção final da alça de Henle que se conecta ao glomérulo. É bastante sensível às alterações de osmolaridade, principalmente à concentração de NaCl, sendo que, quando detecta baixa no volume corporal de água, produz sinais moleculares que, por sua vez, promovem a secreção de renina por outras regiões do aparelho justaglomerular; Células Justaglomerulares→ presentes na parede da arteríola aferente e produzem, estocam e liberam renina. Doenças Glomerulares Glomérulos→ rede de capilares que se anastomosam e são revestidos por duas camadas de epitélio, visceral e parietal. Parede capilar é unidade de filtração e consiste em células endoteliais fenestradas, membrana basal glomerular, podócitos e células mesangiais; A coloração escurecida ao redor dos túbulos e do glomérulo possui afinidade com tecido conjuntivo, portando, a membrana basal fica destacada. A cápsula de Bowman é composta por uma estrutura conjuntiva celular, formada por células de revestimento. Sua parte interna é composta por uma estrutura epitelizada. Não há conexão direta histológica entre os vasos sanguíneos glomerulares e a cápsula de Bowman . É possível identificar hemácias dentro da luz dos capilares do glomérulo. → os capilares não surgiram dentro da cápsula, mas sim foram empurrados para dentro dela. Existem células de sustentação que recobrem os capilares. → células de coloração alaranjada → PODÓCITOS→ essa células acabam se ramificando com aspecto amebóide, ou seja, eças lançam projeções citoplasmáticas que recobrem as estruturas capilares e auxiliam no processo de filtração. Cápsula de Bowman parietal → células achatadas → externa. Esta estrutura impede que tudo que é filtrado se extravase para o interstício. Cápsula de Bowman visceral→ podócitos. Células mesangiais → se localizam entre os capilares dentro do glomérulo e dão suporte mecânico à essa estrutura. Funcionamento→ normalmente o sistema de filtração é permeável à água e pequenos solutos e quase impermeável para moléculas maiores (permeabilidade seletiva), uma barreira glomerular de filtração. Se o capilar fosse retirado de dentro da Cápsula de Bowman, ele seria um capilar como outro qualquer. Caroline Zanella ATM 2022/a 3 Em amarelo → parte parietal da Cápsula de Bowman. Em alaranjado → células endoteliais do capilar. → capilares fenestrados. Em azul → podócitos ou células da Cápsula de Bowman visceral. → envolvem toda a superfície externa dos capilares. Em verde → células mesangiais → mantendo toda a sustentação interna dos podócitos. O único filtro verdadeiro é a membrana basal, que possui carga e acaba repelindo as proteínas grandes e negativas, impedindo que elas atravessem a membrana. → observar prolongamentos de podócitos que envolvem os capilares e deixam poucos locais livres para passagem de moléculas. → cerca de 20L de urina são produzidos todos os dias, contudo, muito desse líquido é reabsorvido. → as flechas na imagem ao lado indicam os locais onde não exitem podócitos e as moléculas são capazes de entrar em contato com a membrana basal para realizar sua passagem. Membrana basal → evita a passagem de moléculas grandes e negativas. Em doenças reumatológicas, ocorre a deposição de imunocomplexos, causando o bloqueio das frestas que existem entre os podócitos. → ocorrem danos à barreira glomerular, ocasionando a perda de sua função. Diminui capacidade de função renal. No EQU é possível evidenciar a presença de hemácias na urinas. Presença de hemácias dismórficas → indicam presença de glomerulonefrite. → essas hemácias tiveram sua morfologia alterada ao passarem pela barreira. Caroline Zanella ATM 2022/a 4 Alterações Histológicas→ as glomerulonefrites são caracterizadas por uma ou várias reações teciduais. Hipercelularidade→ aumento do número de células dos tufos glomerulares, proliferação de células mesangiais, proliferação de células endoteliais, infiltração leucocitária e formação de crescentes; É importante definir qual é o tipo celular que está em número aumentado. Na foto ao lado, ocorrência de uma proliferação mesangial, que impossibilita a identificação de hemácias e alças glomerulares. A cápsula é uma estrutura pouco flexível, então quanto maior for o número de células em seu interior, maior se torna a pressão dentro da cápsula. Espessamento da Membrana Basal → vistas mais facilmente na microscopia eletrônica, na óptica usa-se coloração de PAS. Caracterizada pela deposição de imunocomplexos. Uso da imunofluorescência. Presença de espessamento da membrana basal própria; Na foto ao lado→ glomérulo com hipercelularidade e oresença de alguns neutrófilos (células com núcleo segmentado). Espessamento de PAS→ área mais avermelhada da cápsula parietal. Essa alteraçãohistológica é difícil de ser identificada e reconhecia. Hialinização e Esclerose→ depósito de substância amorfa intraglomerular. Proteínas plasmáticas exsudadas, obliteração da luz dos capilares. Geralmente é consequência de lesão endotelial. Também poder vista trombose intraglomerular. Dentro do glomérulo e dentro da Cápsula de Bowman ocorre a deposição de alguma substância amorfa. Na foto ao lado, presença de excesso de colágeno dentro do glomérulo e algumas células inflamatórias. → o depósito de colágeno foi tão absurdo que destruiu todas as células glomerulares → normalmente encontrados em pacientes que já estão em diálise com doença renal crônica → não há preservação de nenhum ducto → presença de área hemorrágica. Diálise → faz apenas parcialmente a função do rim→ além da diálise o paciente precisa fazer, periodicamente, injeção de eritropoetina para mantem a produção de hemácias. → nesses pcts ainda pode haver a presença de acúmulo de substâncias e íons. Caroline Zanella ATM 2022/a 5 → o material é congelado e é utilizado uma substância fluorescente que brilha sobre um determinado comprimento de onda de luz, por isso o fundo é pouco brilhante. → 100% da membrana basal → brilha pois há deposição de imunocomplexo Classificação por achados histológicos → não cobra em prova. Difusa → envolve todos os glomérulos; Focal→ envolve apenas uma proporção dos glomérulos; Global → envolve todo glomérulo; Segmentar→ envolve uma parte de cada glomérulo; Mesangial → envolve principalmente as células mesangiais. Patogenia→ pouco se sabe sobre os agentes etiológicos e eventos desencadeadores, mas está claro que mecanismos imunológicos estão envolvidos na maioria das glomerulonefrites; Duas formas principais de lesão → deposição de imunocomplexos “in situ” (ex.→ nefrite induzida por anticorpos anti-MBG) e deposição de complexos antígeno-anticorpo circulante (ex.→ glomerulonefrite associada ao LES); In Situ → a deposição de anticorpos no glomérulo é a principal via de lesão glomerular. Reagem diretamente com antígenos fixados/implantados no glomérulo. Circulante→ glomérulo é “espectador inocente”, pois não incita reação. Antígenos que desencadeiam a formação dos complexos imunes não são de origem glomerular, podendo ser endógenos (LES) ou exógenos (infecções virais, bacterianas, parasitárias). Muitas vezes o antígeno é desconhecido. A lesão se deve à ativação do complemento e recrutamento linfocitário. Síndrome Nefrítica Definição → complexo clinico, de início usualmente agudo Alterações inflamatórias nos glomérulos. Hematúria com glóbulos vermelhos dismórficos. CIlindros hemáticos lançados na urina → quando a hemácia sai do capilar, ela pode se empilhar nos túbulos e se misturar com proteínas tubulares, que funcionam como uma espécie de cola e atuam na formação dos cilindros → esses cilindros são identificados na centrifugação da urina. Oligúria→ queda na quantidade de urina que é excretada durante o dia Azotemia→ excesso de compostos nitrogenados no sangue. Hipertensão. Proteinúria e edema podem estar presentes, mas não são severos como na Síndrome Nefrótica. Patogenia→ as lesões que causam síndrome nefrítica têm em comum a proliferação celular dentro do glomérulo, frequentemente acompanhada por inflamação. Essa reação inflamatória lesa as paredes capilares, permitindo passagem do sangue para a urina e levando a oligúria, retenção de fluidos e azotemia. Hipertensão resulta da retenção de fluidos e aumento na liberação de renina. Caroline Zanella ATM 2022/a 6 Pct com diabetes descompensada apresenta alteração em fundo de olho, amputações em regiões periféricas e problemas renais. Etiologias→ pode ser produzida por doenças sistêmicas, como LES, ou ser secundária a doença glomerular primária, como na GN pós-infecciosa aguda. Síndrome Nefrítica aguda→ resultado de deposição glomerular de imunocomplexos, resultando em danos às células glomerulares e infiltração leucocitária (principalmente de neutrófilos). Etiologia→ glomerulonefrite pós-estreptocócica; Clínica→ hematúria macroscópica, cilindros hemáticos, azotemia, oligúria, hipertensão. Febre leve, náuseas e mal-estar; Desenvolvimento→ caso clássico é desenvolver-se em crianças, 1-4 semanas após recuperação de infecção estreptocócica; Ocorre aumento da creatinina → casos que quase indicam diálise. → maioria vai a biópsia. Patogenia→ GN pós-estreptocócica é uma doença imunomediada, causada pela ativação do complemento pela via clássica. Glomerulonefrite pós streptocócica→ quadro clínico clássico de criança que teve quadro bastante grave de amigdalite ou tonsilite, com formação de placas, há cerca de 15 dias, e começou a apresentar hematúria e oligúria → streptococcus beta hemolítico. Glomerulonefrite Rapidamente Progressiva Definição → perda rápida e progressiva da função renal, oligúria severa, formação de crescentes na maioria dos glomérulos e ruptura da membrana basal glomerular; Histologia→ presença de crescentes, lesões assim chamadas devido ao seu formato à medida que preenchem o espaço de Bowman; Tipo I→ mediada por anticorpos anti-MBG. Síndrome de Goodpasture. Responde bem a plasmaférese (remoção dos anticorpos patogênicos da circulação); Tipo II→ mediada por imunocomplexos. Relacionada ao LES. Não responde à plasmaférese; Tipo III→ apresenta crescentes do tipo pauci-imune. Relacionada à Granulomatose de Wegener. Clínica→ início da GNRP é similar ao da síndrome nefrítica, exceto pela oligúria e azotemia mais acentuadas. Proteinúria pode ocorre. Algumas pessoas vão necessitar de transplante ou diálise; Prognóstico→ relacionado com a fração de glomérulos envolvida. Síndrome Nefrótica Refere-se a um complexo quadro clínico: Proteinúria maciça → perda diária de 3,5 g ou mais na urina; → geralmente, a proteína eliminada é a albumina, e isso ocorre devido a danos na membrana basal. Hipoalbuminemia→ níveis plasmáticos de albumina menores que 3,0 g/Dl; Edema Generalizado→ a manifestação clínica mais aparente; Hiperlipidemia e Lipidúria. → perda de líquido intravascular devido a alta dosagem de colesterol por ml ou perda de lipídeos na urina. Caroline Zanella ATM 2022/a 7 Patogenia→ diversas causas que compartilham uma fisiopatologia comum. Em todas há um desarranjo nas paredes dos capilares do glomérulo, que resulta em aumento da permeabilidade a proteínas plasmáticas. Esse aumento da permeabilidade permite que proteínas escapem do plasma para o filtrado glomerular. Proteinúria de longa duração leva a uma diminuição da albumina sérica (hipoalbuminemia), que leva a queda da pressão coloidosmótica e, consequentemente, edema, que depois evolui para anasarca; Hiperlipidemia→ a hipoalbuminemia desencadeia um aumento na síntese de lipoproteínas no fígado. Etiologias→ são diversas, diferem em prevalência entre crianças e adultos. Primárias → Glomerulopatia Membranosa (mais em adultos) e Doença da Lesão mínima (principal etiologia em crianças; Secundárias → diabetes mellitus, amiloidose, lúpus. Desenvolvimento→ se manifesta insidiosamente em criança saudável. Mais de 90% das crianças respondem à corticoterapia. Adultos também respondem bem ao tratamento, mas mais lentamente e com recaídas comuns. Outras Síndromes Glomerulares Insuficiência Renal Crônica→ resultado de progressivas fibrosas geradas por lesão renal. Clínica→ azotemia, uremia que progride durante anos, proteinúria; Morfologia→ rins simetricamente contraídos, superfície vermelho-parda. Padrão difusamente granular. Presença de fibrose intersticial; Tratamento→ diálise ou transplante. Hematúria ou proteinúria assintomática→ hematúria glomerular e proteinúria subnefrótica (completar). Manifestação de anormalidades glomerulares sutis. Não menosprezar pct pediátrico com hematúria → encaminharpara nefro se em atenção básica. Doenças Tubulointersticiais Histologia tubular → gastamos ATP para reabsorver materiais. Túbulo proximal → epitélio cúbico simples, com células apresentando uma grande quantidade de microvilosidades (“Borda em escova”) → presença de microvilosidades para aumentar a superfície de contato com a urina recém formada → possui uma maior quantidade de mitocôndria pois reabsorve muito e realiza transporte conta o gradiente de concentração. Alça de Henle é a única parte do néfron encontrada na zona medular Túbulo distal →revestido por epitélio cúbico simples. Não possui bordas em escova→ ausência de microvilosidades. O glomérulo está presente apenas no córtex renal. Ductos coletores→ não fazem parte da estrutura do néfron. Importância clínica→ maior parte das formas de lesão tubular também envolve o interstício; Caroline Zanella ATM 2022/a 8 Ocorre morte das células tubulares, que acabam descamando e obstruindo o túbulo Dois grupos de processos Necrose tubular aguda→ lesão tubular tóxica ou isquêmica, IRA (principal causa), alguns medicamentos podem causar a doença; Nefrite tubulointersticial → reações inflamatórias. Necrose tubular aguda→ comprometimento grave da função epitelial tubular, porém potencialmente reversível. Provocado por isquemia ou lesão tóxica, é a principal causa de Insuficiência Renal Aguda. → causa destruição das células epiteliais tubulares. Etiologias→ isquemia (fluxo interrompido ou diminuído), lesão tóxica direta aos túbulos, nefrite tubulointersticial aguda, coagulação intravascular disseminada e obstrução urinária; Patogenia→ NTA isquêmica é consequência de perfusão renal diminuída (hipotensão). Células epiteliais tubulares são muito sensíveis à hipóxia e anoxia. A NTA nefrotóxica é provocada por lesão induzida quimicamente às células, as células epiteliais tubulares são alvos de algumas toxinas. Morfologicamente→ destruição das células epiteliais tubulares; Patologia→ rins intumescidos, com córtex pálido e medula congesta. Glomérulos e vasos sanguíneos não se encontram afetados. Necrose sutil. NTA tóxica tem necrose mais extensa que a isquêmica. Clinicamente→ diminuição aguda ou perda da função renal. Exames laboratoriais alterados; Tratamento→ necessário realizar diálise, grande parte dos pacientes tem um paciente de insuficiência renal apenas transitória. Nefrite Tubulointersticial→ etiologias diversas; Infecciosas→ pielonefrites, ou sepse; Tóxicas→ drogas, medicamentos e intoxicação por metais pesados; Doenças metabólicas→ nefrocalcinose → depósito de cálcio em pct com hipercalcemia → o cálcio para dos vasos para o parênquima, mas não há a formação de cálculos. (nefrolitíase). Fatores Físicos→ radiação, obstrução; Neoplasias→ mieloma múltiplo; Reações imunológicas→ rejeição ao transplante; Doenças vasculares. Caroline Zanella ATM 2022/a 9 Pielonefrite bacteriana aguda→ é uma infecção bacteriana do rim. 85% dos casos são bacilos gram-negativos, como E. Coli, Proteus, Enterobacter. Infecção → vias de infecção hematogênica e ascendente, que depende da infecção bacteriana da urina, refluxo urinário e entrada de bactérias no parênquima renal. A infecção da bexiga precede a pielonefrite e é mais comum em mulheres; A via ascendente é mais frequente. A via descendente é afetada por disseminação hematogênica, onde a infecção, implantada em alguma outra parte do corpo, é carregada pelo sangue e se implanta no parênquima renal. Refluxo vesicoureteral; → o ureter não se implanta corretamente na musculatura vesical, não há uma oclusão do ureter, portanto, com o enchimento da bexiga, a urina reflui para a pelve, podendo alcançar até mesmo as papilas renais. Patologia→ frequentemente é uma doença focal e boa parte do rim parece normal. Há infiltrados inflamatórios com neutrófilos. Destruição completa, necrose, túbulos infiltrados por células inflamatórias, desorganização histológica; Macroscopia→ rins apresentam pequenos abcessos brancos; Clínica→ febre, calafrios, suores, mal-estar, dor no flanco. Cilindros leucocitários na urina apoiam diagnóstico de pielonefrite. Na foto ao lado → sugestividade de disseminação por via hematogênica devido a grande quantidade de “pontilhados” brancos. Pielonefrite crônica→ é provocada por infecção bacteriana recorrente e persistente, secundária a obstrução do trato urinário e refluxo urinário. A inflamação tubulointersticial e cicatrização renal estão associados ao envolvimento patológico dos cálices e pelve renal. Ocorre tireoidização renal → dilatação dos túbulos; Ocorrem tentativas de reparo do parênquima com a deposição de colágeno. Clínica→ febre recorrente e dor no flanco. Leucocitúria; Proteína de Tamm-Horsfall. No EQU, cilindros hemáticos e hemácias dismórfica aparecem (glomerulonefrite). Caroline Zanella ATM 2022/a 10 Doenças Vasculares Importância Clínica→ quase todas as doenças renais envolvem os vasos sanguíneos, ainda que secundariamente. Doenças vasculares sistêmicas (vasculites) também acometem vasos renais. O rim está intimamente envolvido na patogenia da hipertensão primária e secundária. Se houver problemas na nutrição sanguínea, os túbulos entram em necrose. Problemas na artéria renal → acomete um rim como um todo. Muitos pacientes acabam sendo diagnosticados com hipertensão primária sem melhora após início de tratamento→ é importante investigar função renal, o rim como um todo, hipófise e tireóide. Nefroesclerose Benigna→ termo usado para o espessamento e esclerose das paredes das artérias e para alterações renais associadas com hipertensão benigna. Envolvimento de vasos arteriais intrarenais Morfologia→ isquemia focal do parênquima, rins simetricamente atrofiados. Superfície renal aparentando granularidade. Paredes espessadas, lúmens estreitos e arterioloesclerose hialina é a alteração microscópica comum. Etiologia→ diabetes mellitus e hipertensão; → pode tb ter como etiologia a doença policística renal recessiva. Curso Clínico→ causa danos severos aos rins, podendo levar a uremia e morte. Comprometimento funcional do rim. Para causar a nefroesclerose, é preciso que haja um dano crônico ao rim→ ele acaba por perder sua coloração e sua característica uniforme. Na foto ao lado, podemos ver o espessamento da região subendotelia após lesão endotelial → ocorre o aumento da espessura, da resistência vascular periférica e aumento da pressão arterial, piorando a hipertensão Necessidade de avaliação de função renal → creatinina e urei → potássio. Avaliar EQU simples → hemácias dismórficas, bacteriúria significativa.... Nefroesclerose Acelerada→ forma associada à fase maligna da hipertensão arterial sistêmica (HAS). Hipertensão maligna→ maior que 200/150 mmHg, bem menos comum que a hipertensão benigna, ocorrendo em 5% dos pacientes hipertensos; Morfologia→ pequenas petéquias hemorrágicas (consequente à ruptura arteriolar). Necrose FIbrinoide das arteríolas. Arterioloresclerose Hiperplásica→ causa estreitamento de arteríolas e até oclusão; Clínica→ edema papilar, encefalopatia, anormalidades cardiovasculares e falência renal. Dor de cabeça, náuseas, vômitos, proteinúria. É uma emergência médica, requer rápida terapia com anti-hipertensivos para evitar lesões renais irreversíveis; Prognóstico→ 50% dos pacientes sobrevivem no mínimo 5 anos. 90% das mortes são causadas pela uremia e 10% por hemorragia cerebral e falência cardíaca. Caroline Zanella ATM 2022/a 11 Estenose da Artéria Renal→ é o estreitamento do lúmen da artéria renal, na maioria das vezes consequência de aterosclerose, também pode ocorrer por displasia fibromuscular. Prevalência→ ocorre em 2-5% dos casos de HAS; Morfologia→ A média apresenta espessamento fibrosoacentuado, e o lúmen é estenosado; Tratamento→ cirúrgico é efetivo em 70-80% das vezes. Cada vez que se oferece menos sangue ao rim, ele entende que o corpo está em hipovolemia e libera fatores para aumentar a pressão arterial. Anomalias Congênitas Considerações Gerais→ cerca de 10% das pessoas nascem com malformações potencialmente significativas do sistema urinário. 20% das insuficiências renais crônicas na infância→ hipoplasias renais e displasias renais Causas → distúrbios no desenvolvimento e anomalias genéticas. Coração e rim são os órgãos mais acometidos Na hipoplasia, não há diferenciação completa das células renais, ou há pouca difereciação e falta de crescimento. Na displasia, não há desenvolvimento embriológico renal → têm-se um órgão semelhante ao rim, mas as estruturas histológicas não se desenvolveram ou não são funcionais. Agenesia Renal→ quando bilateral é incompatível com a vida. Unilateral→ incomum, compatível com a vida. Há uma hipertrofia compensatória no rim remanescente, que desenvolve esclerose glomerular progressiva. A falta de funcionamento adequado do rim, no período embrionário, acarreta uma deficiência da produção de líquido amniótico. Hipoplasia Renal→ geralmente é unilateral. É a falência de um rim que não atingiu o tamanho normal. Diferente da atrofia por não ter cicatriz. Etiologia→ defeito vascular durante o desenvolvimento; Morfologia→ arquitetura renal modificada, reduzido número de lobos renais; Rim pequeno, número de néfrons reduzido e néfrons hipertrofiados. São compostos por 6 ou menos lobos renais. Caroline Zanella ATM 2022/a 12 Ectopia Renal→ rim pélvico é o mais frequente, devido ao desenvolvimento embrionário dos metanéfrons; Decorre da falha de migração do rim→ deveria migrar da pelve renal para os flancos. Apresenta predisposição para infecções urinárias, já que os mecanismos urinários podem estar alterados. Na ectopia simples, os ureteres drenam para o lado apropriado da bexiga. Na ectopia cruzada, os ureteres cruzam a linha mediana e drenam para o lado contra-lateral da bexiga Rim em Ferradura→ é a fusão dos polos superiores ou inferiores (mais frequentes). Ocorre em 0,2% da população. Riscos→ tornam os rins suscetíveis ao trauma e são fator de risco para o desenvolvimento de cálculos renais e carcinoma; Etiologias→ síndromes de Down, Turner, Edward, Patau. Displasia Renal Multicística→ displasia é um desenvolvimento anormal dos tecidos. A displasia é uma doença esporádica que pode ser uni ou bilateral. Macroscopia→ Rim aumentado, irregular e multicístico. Os cistos variam de tamanho; Microscopia→ Delimitação por epitélio aplanado. Há presença de ilhas de mesênquima indiferenciado; Fatores→ obstrução ureteropélvica, agenesia ou atresia ureteral; Pode resultar em insuficiência renal. Mutio associado com neoplasias renais da infância, que não tumores de Wilms. Doenças Renais Císticas Doença Policística Renal Autossômica Dominante É a doença Policística Renal do Adulto; Características → múltiplos cistos afetando ambos rins. → destroem parênquima renal → Cistos envolvem algumas porções do rim, deixando alguns néfrons inalterados. Não é necessário realizar corte no rim, os cistos são vistos através da cápsula. Caroline Zanella ATM 2022/a 13 Essa forma de apresentação pode estar associada a presença de cistos hepáticos únicos ou múltiplos. A função renal geralmente é mantida até a 4a ou 5a década de vida; → após isso, paciente entra em insuficiência renal e necessita de diálise. Nomalmente, quando chega a esse ponto, o paciente apresenta sintomas hipertensivos refratários ao medicamento, ou seja, a hipertensão se torna de difícil controle. É preciso pensar que paciente já nasceu com alguns cistos e, ao longo da vida, todo o parênquima renal é substituído por cistos. Epidemiologia→ ocorrem em um de 500-1000 pacientes e corresponde a 10% dos casos de doença crônica renal, são frequentes; Forma mais frequente de cisto renal simples → geralmente não se transforma em neoplasias. O cisto simples é formado por uma parede única e homogênea, preenchido por líquido. Os cistos mais escuros são cistos hemorrágicos e estão preenchidos por sangue. Fazer pesquisa ecográfica em familiares próximos com o objetico de identificar a doença em fase inicial. Patogenia→ a doença genética onde o gene PKD1, responsável pela produção da policistina 1 é defeituoso, alterando os fluxos de cálcio; Morfologia→ rins palpáveis e muito grandes. Cistos preenchidos por fluido claro, turvo ou hemorrágico. Cistos aparecem no fígado também Clínica→ sintomas aparecem após 40 anos de idade. → Dor em flanco direito, hematúria microscópica intermitente. Hipertensão e infecção urinária são facilitadas; Prognóstico→ a doença é fatal, porém estável e lentamente progressiva, morte resulta de uremia ou complicações da hipertensão. Doença Policística Renal Autossômica Recessiva É a doença Policística Renal da Infância; Características → apresentação bilateral → cistos mais internos (não conseguem ser visualizados através da capa v observar que a capa é lisa) A progressão da doença possui evolução mais rápida do que a doença dominante. Pcts entram em diálise em idade pediátrica. Necessidade de transplante de rim. Epidemiologia→ é rara, ocorre em um a cada 20 mil nascimentos. Dividida em perinatal, neonatal, infantil e juvenil. Neonatais e perinatais as mais comuns; Patogenia→ é uma desordem genética onde o gene PKHD1, responsável pela produção de policistina, é afetado. Geneticamente distinta da adulta; Caroline Zanella ATM 2022/a 14 → observar que o cálculo formado não está no parênquima renal, mas sim na pelve. → este cálculo é relativamente grande. → nesta ocasião,é necessária a abertura das vias renais superiores para a visualização dos cálculos. → litotripsiaextracorpórea → utilização de uma frequência de onda para fazer com que o cálculo se quebre e torne-se mais fácil de ser expelido. → em situações de dano, pode haver o contato da urina com a papila renal. → o exame mais adequado para confirmar o diagnóstico é a tomografia (mais caro) → cálculos também podem ser identificados pela ultrassonografia. → pode haver suspeita de cálculo no EQU → presença de cristais de oxalato ou outros componentes → mesmo se não há sintomatologia. Morfologia→ são numerosos pequenos cistos (formados por células cuboides), que dão ao rim aspecto esponjoso. Os achados incluem cistos hepáticos e proliferação de ductos biliares. Clínica→ associada a cirrose hepática (genética associada), que está presente nos que sobrevivem à infância. Podem morrer rapidamente após o nascimento por insuficiência renal ou hepática. Nefrolitíase → os cálculos podem se originar em qualquer nível do trato urinário; Epidemiologia→ a condição é extremamente comum, acomete mais homens, pico de incidência entre os 20 e 30 anos, predisposição familiar e hereditária, coexistência de doenças metabólicas; Clínica Cálculos grandes → obstrução urinária (ulceração e sangramento) → formação de cálculo coraliforma = assume o formato da pelve renal. Cálculos pequenos → passagem pelo ureter (cólica). → dor com irradiação para região inguinal, seguindo para testículos em homens e grandes lábios em mulheres. → Cálculos na pelve renal podem permanecer assintomáticos; Morfologia→ cálculos são geralmente pequenos. O acréscimo de sais ao cálculo pode levar a cálculos coraliformes (chifre de veado); Patogênese→ cálculos de cálcio (70%), cálculos de estruvita (15%), cálculos de ácido úrico (10%), cálculos de cistina (5%). Fator predisponente→ apesar de existirem muitas causas para a iniciação e propagação dos cálculos, o fator determinante mais importante é o aumento da concentração urinariados constituintes do cálculo (supersaturação). Paratormônio alterado→ cálculo de cálcio; Presença de cristais fora do parênquima renal! No sistema coletor; Pode levar até a uma pielonefrite crônica em cálculos grandes na pelve renal, além de causar cistos renais. Diagnóstico→ por raio-X; Caroline Zanella ATM 2022/a 15 Homem tem menos infecções urinárias que mulheres, apenas na infância homens tem mais infecções. Além disso, homem com muitas cistites, e de idade mais avançada, pode estar com hiperplasia prostática. Quando esses cálculos saem da pelve renal e passam pelo ureter, causam muita dor, pois o ureter é uma estrutura extremamente invervada e possui três pontos anatômicos de estreitamento→ a dor da passagem do cálculo pelo ureter é considerada maior do que a dor do próprio parto. Na imagem ao lado, é necessária uma grande cronicidade da lesão para desenvolver um cálculo tão grande. → do ponto de vista funcional, esse rim é nulo. Ocorre uma tireoidização renal. A função renal avaliada em rins afetados unilateralmente é diferente, pois pode haver função compensatória. Creatinina → não pode ser utilizada como medida absoluta de função renal, pois o rim funcionante pode desenvolver função compensatória. Quando utilizado o ultrassom, é avaliado apenas a estrutura renal, mas não a quantificação da sua função. Cintilografia → nos informa qual % da função renal corresponde a cada rim→ exame muito pedido em pcts com neoplasias, visando a identificação de metástases ósseas. Neoplasias Renais Características gerais→ lesões renais não são identificadas precocemente, tem relação com paciente tabagista. O fato de as neoplasias renais não serem identificadas precocemente se relaciona muito com a impossibilidade de realizar uma nefrectomia parcial, pois os tumores geralmente abrangem uma grande área do rim e já o tornam não funcional, necessitando, então, da excisão completa. Tríade→ abaulamento, hematúria, dor em flancos; Carcinoma de Células Claras→ carcinoma renal mais comum e origina-se das células epiteliais tubulares. Pode crescer em direção ao peritônio. É um tipo de adenocarcinoma, pode metastizar para as glândulas adrenais. Não tem mortalidade alta. Acomete mais pacientes do sexo masculino e tabagistas pesados. Suas células acumulammuito glicogênio, por isso tem essa coloração; Macroscopia→ tumores sólidos ou císticos. Cor amarelo-laranja; Neoplasia renal mais prevalente nos adultos; Tríade→ massa abdominal palpável, hematúria, dor em flanco Não se costuma realizar biópsia renal em neoplasias, realiza-se uma nefrectomia parcial ou total; O de células claras tem o pior prognóstico entre os carcinomas renais; Em crianças, é o Nefroblastoma ou Tumor de Willms. → é o tumor renal Caroline Zanella ATM 2022/a 16 mais comum no grupo pediátrico → neoplasia maligna de células primitivas de origem renal. O rim inicia seu desenvolvimento, mas não o completa → a célula embrionária que começou sua proliferação sofre mutação. É classificado como um tumor sólido→ tudo que não for leucemia. A criança possui uma grande distensão abdominal e seu rim é palpável. Carcinoma Papilar → segundo tipo histológico mais frequente de neoplasia renal → neoplasia epitelial, com projeções de tecido conjuntivo vascularizado e revestido por epitélio. É o segundo tipo mais comum em adultos. Tem prognóstico melhor A grande saculação é um cisto renal grande, sem presença de massas sólidas. Observar no rim pequeno → formação de projeções = papilas. Geralmente aparecem em idade mais avançada. Neoplasias de polo superior do rim→ podem invadir tecido adiposo e destruir adrenal ou emitir metástases.
Compartilhar