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André Junior de Oliveira Auditoria Sumário 03 CAPÍTULO 3 – Quais os Testes e Procedimentos de Auditoria Existentes? ..............................05 Introdução ....................................................................................................................05 3.1 Evidenciação e Amostragem ......................................................................................05 3.1.1 Testes de auditoria ...........................................................................................06 3.1.2 Evidenciação ..................................................................................................07 3.1.3 Fontes de evidenciação ....................................................................................08 3.1.4 Amostragem ...................................................................................................09 3.1.5 Risco de Amostragem .......................................................................................10 3.1.6 Plano de Amostragem ......................................................................................11 3.2 Utilização de trabalhos da auditoria interna ................................................................12 3.2.1 Utilização dos trabalhos da auditoria interna pela auditoria externa ......................12 3.3 Eventos subsequentes e estimativas contábeis ..............................................................15 3.3.1 Eventos subsequentes .......................................................................................15 3.4 Supervisão e controle da qualidade ............................................................................17 3.4.1 Controle e Qualidade ......................................................................................17 Síntese ..........................................................................................................................19 Referências Bibliográficas ................................................................................................20 Capítulo 3 05 Introdução Qual o objetivo do auditor independente? Seria a emissão de relatório expressando opinião a respeito das demonstrações contábeis examinadas? Quais seriam estas demonstrações? Saiba, desde já, que as demonstrações contábeis analisadas são as seguintes: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados ou demonstrações das mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração do Fluxo de Caixa, Demons- tração do Valor Adicionado e as Notas explicativas. Toda essa analise e verificação tem qual finalidade? Entendemos que a auditoria das demonstra- ções contábeis tem por finalidade obter segurança razoável de que as demonstrações analisadas estão livres de distorções relevantes. Contudo, para que o auditor tenha esta certeza é preciso estar fundamentado em evidências, apropriadas e suficientes, relacionadas aos riscos avaliados, e isso se dá diante da materialidade e execução dos planejamentos elaborados como resposta aos riscos detectados. Diante dos riscos apontados, é necessário que auditoria tenha um ceticismo profissional, o que vem a justificar a contratação de pessoas mais experientes, com habilidades especiais, ou espe- cialistas das áreas auditadas. No decorrer do trabalho é preciso que sejam incluídos elementos adicionais de imprevisibilidade na seleção dos procedimentos adicionais de auditoria a serem executados e efetuar alterações gerais nos procedimentos de auditoria. Então, podemos dizer que o planejamento deve ser feito de forma que não venha a comprometer a sua execução, permitindo ainda que o auditor avalie o sistema de controle interno relacionado com a parte da contabilidade, tais como processo, revisão analítica das contas a fim de restabe- lecer a natureza, das datas as extensões dos procedimentos de auditoria e, ao fim de todo este processo, colher as evidências comprobatórias das informações das demonstrações analisadas e avaliar estas evidências por meio de testes de auditoria. Neste sentido, os testes são o processo pelo qual o auditor reúne elementos comprobatórios e que podem ser aplicados a todas transa- ções ou a uma amostra selecionada que venha a representar o todo. Como a maior parte das análises atuais consistem de amostragens, o auditor se vê diante de um dilema, que é a maneira de determinar a natureza e a extensão da verificação necessária. 3.1 Evidenciação e Amostragem Entenda que os mesmos procedimentos que utilizamos em uma auditoria interna podem ser empre- gados em uma auditoria externa. E, não importando a metodologia adotada, para que ao final das análises possamos obter evidenciações necessárias para a emissão do parecer e todos os relatórios necessários, devemos sempre registrar as informações coletadas no decorrer dessas análises. O auditor deve ficar atento aos erros que podem ser cometidos, individualmente ou conjunta- mente (em vários setores da empresa), que possam levar a uma interpretação errônea de deter- minado fato verificado por parte dos analistas. Neste tópico, investigaremos as amostragens e evidenciações sobre as quais o relatório da análise será construído. Acompanhe! Quais os Testes e Procedimentos de Auditoria Existentes? 06 Laureate- International Universities Auditoria 3.1.1 Testes de auditoria Durante uma auditoria, não podemos deixar de dar a máxima importância à prática do controle interno, pois ela é o filtro que garante mais facilidade e agilidade na análise dos procedimentos (principalmente nas auditorias externas). O risco de erros nas empresas que possuem um bom controle interno é bem menor do que nas empresas que apresentam ineficiência nessa área. O auditor utiliza o controle interno como uma ferramenta para determinar a amplitude dos testes que irá realizar. Segundo Crepaldi (2010), os testes de auditoria podem ser classificados em dois tipos: Os testes de observância e os testes substantivos. Abordaremos esses testes ao longo deste capitulo para demonstrar a caracterização de cada teste, assim como a demonstração das formas de aplicação nas atividades de auditoria. Os testes de observância são aqueles relacionados à observação dos fatos de forma geral, ou seja, são os testes de procedimentos aplicados pelo auditor com a finalidade de determinar se os procedimentos internos das organizações estão sendo cumpridos pelos colaboradores. É importante destacar que no primeiro momento é somente para verificar o cumprimento ou não dos procedimentos, e é por meio dos testes de observâncias que o auditor verifica o grau de confiabilidade dos controles internos, o que vem a exigir muito cuidado por parte do auditor, uma vez que os colaboradores não podem perceber a aplicação dos testes, pois, uma vez notado, a verificação do cumprimento dos objetivos está comprometida. Os testes substantivos são os comprobatórios de detalhes, ou seja, são testes imprescindíveis aplicados pelo auditor quando deseja obter provas convincentes acerca das transações que se- rão os responsáveis pela geração das evidências, proporcionando, assim, fundamentação para a emissão da sua opinião. A importância dos testes substantivos se dá no fato de se dar condições de constatar a fidedignidade das transações e registros contábeis, sendo, por essa razão, uma etapa mais do que necessária à complementação dos testes de observância. Figura 1 – Testes e procedimentos de auditoria. Fonte: Shuttersotck, 2015. 07 O artigo científico “Procedimentos de auditoria aplicados pelas empresas de auditoria independente de Santa Catarina em entidades do Terceiro Setor” de autoria dos pro- fessores Paulo Roberto da Cunha, Silene Rangel e Roberto Carlos Klann e Jorge Edu- ardo Scarpim, que apresenta os procedimentos utilizados nas entidades pesquisadas (CUNHA,RENGEL, KLANN, SCARPIN, 2010). O artigo está disponível em: <http:// www.redalyc.org/articulo.oa?id=235217196005>. VOCÊ QUER LER? Procedimentos de auditoria é o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter as evidências necessárias, suficientes e adequadas a fim de que, com a utilização de procedimentos como os tes- tes, fundamentem seu ponto de vista por meio de fatos, informações e evidências comprobatórias. Os procedimentos de auditoria são os caminhos que levam à consecução do objetivo, visto que sua aplicação precisa estar atrelada aos objetivos que se pretendemos atingir. O desempenho do trabalho requer a utilização de ferramentas de trabalho de forma a possibilitar a sua conclusão. O artigo “Procedimentos de auditoria utilizados pelas empresas de auditoria inde- pendente estabelecidas em Santa Catarina de auditoria”, de Cunha, Beuren e Hein (2006), que identifica os procedimentos de auditoria utilizados nos testes de observân- cia nos testes substantivos pelas empresas de auditoria independentes estabelecidas em Santa Catarina. O artigo está disponível em: <http://webcache.googleusercon- tent.com/search?q=cache:zJsSMgwp140J:revistas.unisinos.br/index.php/base/article/ view/5956/3132+&cd=8&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br>. VOCÊ QUER LER? O termo evidenciação, na visão dos profissionais de contabilidade, é sinônimo de Notas Expli- cativas, que devem aparecer ao final das Demonstrações Financeiras apenas para cumprir uma exigência legal. Evidenciar significa tornar evidente, provar ou demonstrar, o que vem à tona, o conceito, o fato de distinguir, salientar, colocar em evidência. A evidenciação existe para satis- fazer os usuários, mas os relatórios puros e secos não atendem ao anseio dos funcionários, por exemplo, devendo ter uma interpretação ou relatório gerencial para tal finalidade. Em estatística, amostragem é o processo no qual se obtém as amostras, sendo estas uma pe- quena parte do todo, a qual chamaremos de população. Como exemplo, podemos imaginar o conjunto de demonstrativos a serem analisados (este conjunto é o nosso todo, nossa população), e a parte dos registros contidos nos demonstrativos podemos considerar como nossa amostra, ou seja, a parte do todo que será analisado. A ligação existente entre a amostragem e a evidencia- ção se dará no momento em que a amostra escolhida for analisada e produzir evidências acerca dos demonstrativos analisados. 3.1.2 Evidenciação Em auditoria, evidenciação compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam sua opinião, informações estas que constam em notas fis- cais, manuais de operação, memórias de cálculos que foram desenvolvidos pelo auditor, laudos elaborados por diversos tipos de especialistas, mapas de conciliações bancárias e contábeis, entrevistas com colaboradores da empresa, confirmações feitas com clientes e pareceres de 08 Laureate- International Universities Auditoria advogados. Diante do exposto, podemos afirmar que evidências são provas materiais que com- provam a afirmação realizada. Cabe ao auditor identificar e atestar a validade de suas afirmações por meio dos procedimentos efetuados, adequados de acordo com cada situação, de modo a obter provas materiais que comprovem cada informação analisada. Dessa forma, as provas materiais são evidências que deverão ser apropriadas e suficientes a fim de reduzir o risco de auditoria, que nada mais é do que o risco do profissional emitir uma opinião não apropriada dos demonstrativos analisados acerca de distorções relevantes não detectadas. De acordo com Barreto e Graeff (2014), para que o auditor se sinta seguro ao emitir uma opi- nião, é preciso que tenha dados e informações em quantidade suficiente a fim de obter a quali- dade satisfatória. As evidências de auditoria devem ser suficientes, pertinentes e competentes, de modo que as pro- vas sejam adequadas ao trabalho realizado, relacionadas com o objetivo da auditoria e confiá- veis de forma a servirem como ferramentas no processo de elaboração do parecer de auditoria. 3.1.3 Fontes de evidenciação A princípio, as fontes de evidenciação podem ser obtidas por meio de testes e procedimentos realizados no decorrer do trabalho, contudo, a evidência de auditoria pode ser obtida por outras fontes, tais como as auditorias realizadas em etapa anterior por auditores independentes, ou até mesmo uma negativa por parte da administração em fornecer uma documentação, o que se constitui como uma evidência no momento de elaboração do parecer de auditoria. As evidências podem ser classificadas em sete tipos: • evidência física; • evidência documental; • evidência analítica; • evidência matemática; • evidência testemunhal ou verbal; • evidência por confirmação; • evidência por representações. As evidências são constatadas por meio de procedimentos, que são: a inspeção, a observação, a indagação, a reexecução, o recálculo, as confirmações, os procedimentos analíticos, as entre- vistas, as conciliações, a análise das contas contábeis, a contagem, o rastreamento entre outros. CASO De acordo com os representantes das empresas de auditoria, “o profissional de auditoria traba- lha por amostragem, conferindo se os números e os procedimentos são coe-rentes, não cabendo a estes fazer o trabalho da polícia”. No entanto, essa versão está longe de ser consensual, pois, de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, “é papel da auditoria encontrar o erro”. Em 2005, a KPMG pagou 22,5 milhões de dólares de multa por não ter identificado fraudes na empresa Xerox. Em 2013, a Price foi condenada pela Justiça de São Paulo a pagar 25 milhões de reais aos ex-controladores do Banco Noroes¬te, também por não ter identificado fraudes (a Price está recorrendo). Em janeiro de 2015, a KPMG teve as contas bloquea¬das pela Justiça no processo que investiga se a auditoria foi displicente na checagem de contas do banco BVA, que quebrou em 2014, também por fraude. O escritório de advocacia Wolf Pop¬per, que coordena 09 as ações coletivas de investidores nos Estados Unidos, estuda incluir a Price como ré no processo contra a Petrobras, gerando assim um desgaste da imagem da empresa. Caso semelhante acon- teceu com a empresa Arthur Andersen em 2001, no episódio da Enron. Quando finalmente ela foi inocentada, em 2005, já estava quebrada (Fonte: Filgueiras, 2015). Evidência, em auditoria, é um fato objetivo, ou seja, são registros, depoimentos, documentos ou qualquer outro tipo de informação que podem estar ou não ligada a uma atividade. Evidência tem a premissa de permitir a verificação, devendo ser pertinente aos critérios de auditoria. Ela compreende as informações utilizadas pelo auditor para que ele tenha um embasamento para chegar às conclusões constantes no seu relatório. Figura 2 – Evidências de auditoria. Fonte: Shuttersotck, 2015 3.1.4 Amostragem A auditoria é um processo que se confirma por meio de amostragem, que é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens constantes em uma população. Vimos aqui neste capítulo que população é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre a qual o auditor deseja concluir o seu trabalho, lembra? A amostra é composta de dados relevantes para fins de auditoria, de forma que todos tenham a mesma chance de serem selecionados para proporcionar uma base razoável de modo a possibi- litar ao auditor generalizar com base na amostra selecionada (NBC TA 530). Em estatística, as amostras podem ser probabilísticas e não probabilísticas. Amostras probabi- lísticas são aquelas que são consideradas como objetivas, ou seja, a amostra probabilística não é influenciada pelo pesquisador e os elementos são selecionados aleatoriamente, de forma que todos possuem a mesma probabilidade de serem selecionados. As amostras não probabilísticassão as subjetivas, sujeitas ou baseadas em decisões pessoais do pesquisador. As amostras probabilísticas podem ser classificadas em casual simples, sistemática, estratificada e por conglomerado (amostra por grupos). A classificação das amostras não proba- bilísticas é por cotas, intencionais ou por julgamento e por conveniência. 10 Laureate- International Universities Auditoria A m o st ra s p ro b a b il ís ti ca s Amostra casual simples Método mais comum, onde todos os elementos têm condi- ções de serem selecionados, podendo existir repetição dos dados, já que o elemento que já foi sorteado pode ser esco- lhido novamente. Amostra sistemática Consiste em selecionar unidades elementares da população em intervalos pré-fixados. Importante ter uma listagem pré- via dos componentes da população. Amostra estratifi- cada Consiste em separar a população em grupos com caracte- rísticas semelhantes, e a partir daí é escolhido um estrato do grupo selecionado. Amostra por con- glomerado ou amostra por grupos Neste método, a população é dividida em grupos, e depois são selecionados, de forma aleatória, os grupos que servi- rão de amostra. A m o st ra s n ã o p ro - b a b il ís ti ca s Amostra por cotas O pesquisador entrevista um numero pré-definido de pesso- as de várias categorias para sua pesquisa. Amostra intencional ou por julgamento Por meio de julgamento, o pesquisador seleciona os mem- bros de uma população que são boas fontes de informação precisa. Amostra por conve- niência O pesquisador seleciona membros da população que são mais acessíveis. Quadro 1 – Tipos de amostragens. Fonte: Adaptado de Mattar, 2013. VOCÊ QUER VER? Por falar em amostragem, quem nunca teve curiosidade em saber como são feitas as pesquisas eleitorais, ou talvez tenha se perguntado: “diante de tantas pesquisas, por que eu, ou alguém que eu conheço, nunca fomos entrevistados?” Na auditoria, a amostra- gem é feita dessa forma, a escolha dos elementos é feita por meio da observação de cri- térios estabelecidos pela NBC TA 530. Neste vídeo, o professor Adauto de Aquino Silva Filho explana estes critérios de modo que o tema amostragem em auditoria é sanado. Veja o vídeo, disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=YJt0bp5eWyY>. Para definir uma amostra, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoria e as características do procedimento da população em que se pretende retirar a amostra. Por meio da amostra, o auditor tem condições de obter e avaliar a evidência de auditoria em relação a algumas características dos itens selecionados de modo a concluir ou auxiliar na conclusão sobre a população da qual a amostra foi selecionada. 3.1.5 Risco de Amostragem Conforme abordamos anteriormente, a amostragem implica na não realização dos testes de audito- ria na totalidade dos itens. Por não haver procedimentos em 100% dos dados da população, o pro- cesso gera, sim, uma certa incerteza, mas analisar 100% dos dados é algo inviável. A essa incerteza damos o nome de risco de amostragem, ou seja, o risco de que a conclusão do auditor seja errada diante da não análise do total dos itens em questão. Dessa forma, para que este risco seja de certa forma controlado, existem dois tipos de testes: o teste de controle e o teste de detalhes. 11 O teste de controle abrange o risco de subavaliação da confiabilidade e o risco de superava- liação de confiabilidade. O primeiro está relacionado ao fato de os controles serem menos efi- cazes do que realmente são. Nesse caso, a amostragem faz com que o auditor conclua que os controles não são adequados, quando na realidade eles o são. O segundo está relacionado ao fato de os controles não serem considerados mais eficazes do que realmente são. Nesse caso, a amostragem faz com que o auditor conclua que os controles são adequados, quando na reali- dade eles não o são. Os testes de detalhes abrangem o risco de rejeição incorreta e o risco de aceitação incorreta. O risco de rejeição incorreta acontece quando é identificada uma distorção relevante, quando na verdade ela não existe. Nessa situação, a amostragem faz com que o auditor conclua que as afirmações acerca da contabilidade contenham distorções relevantes, quando na verdade elas não as contêm. Já o risco de aceitação incorreta ocorre quando não é identificada a distorção relevante quando na verdade ela existe. Nessa situação, a amostragem faz com que o auditor conclua que as afirmações contábeis não contenham distorções relevantes, enquanto que na verdade elas contêm as ditas distorções. O risco de amostragem e o risco não resultante de amostragem são diferentes. O risco não resul- tante de amostragem é aquele em que o auditor chegará a uma conclusão errônea por qualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem, tais como o uso de auditoria não apropriada ou interpretação errônea da evidência de auditoria e o não reconhecimento de uma distorção ou de um desvio. 3.1.6 Plano de Amostragem O plano de amostragem consiste na metodologia adotada para a obtenção da amostra da po- pulação a ser pesquisada. Ele deve seguir as seguintes fases: DETERMINAR A FINALIDADE DO PROCEDIMENTO DE AUDITORIA DEFINIR A POPULAÇÃO E UNIDADE DE AMOSTRAGEM DETERMINAR O TAMANHO DA AMOSTRA DETERMINAR O MÉTODO DE SELEÇÃO DA AMOSTRA EXECUTAR O PLANO DE AMOSTRAGEM (PROCEDIMENTO DE AUDITORIA) AVALIAR OS RESULTADOS DA AMOSTRA FASE 1 FASE 2 FASE 3 FASE 4 FASE 5 FASE 6 Figura 3 – Plano de amostragem. Fonte: Adaptada de Barreto e Graeff, 2014. 12 Laureate- International Universities Auditoria Caso o auditor tenha constatado que a amostragem não forneceu uma base razoável para as conclusões sobre a população que foi testada, deverá realizar uma nova amostragem ou solicitar que a administração investigue as distorções identificadas e faça os devidos ajustes, ou ainda ajustar a natureza, época ou extensão dos procedimentos adicionais para melhor alcançar a se- gurança razoável exigida. Podem ser realizadas novas coletas de amostras, aumentar o tamanho da amostra anteriormente definida ou modificar os procedimentos de análise da amostra. Falamos bastante em amostragem, técnica utilizada em estatística, e Ronald Aylmer Fisher é considerado o pai da estatística. Nascido em Londres em 1890, trabalhou na estação experimental de Rothamstead, onde lançou as bases do que hoje conhe- cemos como estatística. Ele melhorou determinadas metodologias e viu a estatística se tornar um importante componente do método científico. Mais informações sobre esta importante personalidade estão disponíveis em: <http://www.galileu.esalq.usp.br/ mostra_topico.php?cod=7>. VOCÊ O CONHECE? 3.2 Utilização de trabalhos da auditoria interna Antes de prosseguirmos com a discussão acerca da utilização dos trabalhos de auditoria, é preciso retomar alguns conceitos básicos da atividade. O auditor pode ser interno ou externo (independente). O auditor interno é aquele profissional pertencente ao quadro de funcionários da empresa, sendo responsável por uma análise minuciosa acerca dos procedimentos e controle interno, de modo que, quando a auditoria independente for acionada as análises já terão pas- sado por uma análise prévia. Neste tópico, veremos como esse controle interno contribui para a emissão da opinião do auditor independente de forma satisfatória, de acordo com as expectativas da empresa. 3.2.1 Utilização dos trabalhos da auditoria interna pela auditoria externa A auditoria interna tem como missão assistir a administração da empresa no cumprimento dos seus objetivos, avaliando a integridade, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, do controle interno e dos sistemas de informações daorganização. A auditoria externa ou indepen- dente pode vir a utilizar os trabalhos do auditor interno ou de outros profissionais que podem fornecer evidências importantes para a emissão da opinião do auditor independente, mas os meios e os procedimentos utilizados pelos dois profissionais são semelhantes, mesmo que seus objetivos sejam diferentes. Entende-se que o auditor tenha uma boa visão geral dos negócios da empresa, porém não pode se esperar que tenha capacidade da totalidade dos assuntos, o que faz com que ele venha a bus- car auxílio/amparo em outras áreas coligadas ou não à contabilidade. No decorrer do trabalho de auditoria, caso o auditor independente tenha a necessidade de obter evidências acerca da avaliação de instrumentos financeiros, de imóveis, instalação do parque fabril, joias, obras de arte, análise de contratos entre outros, irá demandar o suporte de outros profissionais para ter embasamento para emitir suas opiniões. De acordo com a NBC P18, quando o profissional especialista legalmente habilitado, que foi contratado pela empresa auditada sem vínculo empregatício, apenas como prestador de serviço, 13 e na execução do seu trabalho, detectar situações que tenham efeitos relevantes nas demonstra- ções contábeis, deverá emitir uma opinião modificada. Isso deve ser publicado nos demonstrati- vos analisados e o auditor pode fazer referência ao trabalho do especialista. Profissional contratado Opinião não modificada (sem ressalva) Opinião modificada (com ressalva ou adversa) Especialista do auditor ou da administração com vínculo empregatício Não deve fazer referência ao trabalho do especialista. Não deve fazer referência ao trabalho do especialista. Especialista da adminis- tração sem vínculo em- pregatício Não deve fazer referência ao trabalho do especialista. Pode fazer referência ao traba- lho do especialista, se for rele- vante para o entendimento da modificação da sua opinião. Figura 4 – Profissional contratado no processo de auditoria. Fonte: Barreto e Graeff, 2014, p. 96. Conforme abordado no quadro acima, o auditor não deve fazer menção em seu relatório do trabalho do auditor interno, e de acordo dom Almeida (2010), esse fato é muito comum em ca- sos onde as sociedades investidas tenham investimentos avaliados pelo Método de Equivalência Patrimonial, pois são auditadas por outros auditores. Dessa forma, o auditor independente deve, no decorrer dos seus trabalhos, efetuar procedimentos com a finalidade de obter evidência de auditoria suficiente de que o trabalho anteriormente executado está de acordo com as finalidades propostas ao auditor externo. O auditor independente é o único responsável por expressar a opinião de auditoria, ou seja, é o único responsável pela emissão do parecer de auditoria e o fato de este vir a utilizar os trabalhos da auditoria interna não reduz sua responsabilidade, contudo é preciso que esteja atento aos fatores utilizados no trabalho do auditor interno, tais como as competências técnicas e qualifica- ção, habilidades e objetividade abordada nos trabalhos e o zelo dos profissionais. Competência se refere à natureza e ao nível de especialização do profissional, estando direta- mente relacionada à experiência do especialista com auditorias anteriores e suas qualificações, tais como se é membro de órgão regulador, órgão profissional ou de associação ligada à sua área de atuação e ainda se possui publicações na sua área de estudo. Habilidade refere-se ao fato de o profissional exercer sua função nas circunstâncias do trabalho a ser executado, não tendo limitações, tais como geográficas ou de disponibilidade. Objetividade refere-se ao modo de condução dos trabalhos, tendenciosidade, conflito de inte- resses ou à influência de terceiros na realização dos trabalhos do profissional. Zelo profissional refere-se à responsabilidade individual, de modo que o trabalho seja executado com cuidados e habilidades requeridos do profissional, e que este seja prudente e competente. Antes da utilização do trabalho do auditor interno, o auditor externo deverá: • obter concordância formal do representante autorizado da empresa que a auditoria interna está autorizada a trabalhar junto com o auditor independente, bem como assisti-los, e este termo deve ainda conter o termo de concordância da administração da empresa que não irá interferir no trabalho executado pelo auditor interno e que será utilizado pelo auditor externo; 14 Laureate- International Universities Auditoria • obter a concordância por parte dos auditores internos, de que terão sigilo e confiabilidade sobre os assuntos específicos, conforme instrução do auditor independente, e que qualquer fato que venha ameaçar a objetividade dos trabalhos será informado aos auditores independentes. O auditor independente poderá utilizar os trabalhos executados pelo auditor interno, e no de- correr do trabalho quando a auditoria externa for executada, ele deverá supervisionar e revisar o trabalho tendo por base o que já foi executado pelos auditores internos de acordo com critérios estabelecidos pela NBC TA 220, Norma Brasileira de Contabilidade que trata do controle de qualidade em uma auditoria. O auditor independente deve reconhecer que que os auditores internos não são independentes em relação à empresa auditada, e que os procedimentos de revisão devem incluir a verificação das evidências produzidas pela auditoria interna. Figura 5 – Utilização do trabalho da auditoria interna. Fonte: Shuttersotck, 2015. Caso o auditor independente utilizar a auditoria interna com a finalidade de prestar assistência dire- ta no trabalho dele, deve incluir em sua documentação, além do que foi relacionado anteriormente: • a avaliação da existência e importância das ameaças constatadas relacionadas à objetividade dos auditores internos e avaliação do nível de competência dos auditores internos utilizados para prestar assistência direta; • a base utilizada para a decisão sobre a natureza e a extensão do trabalho executado pelos auditores internos; • a declaração comprobatória de quem revisou o trabalho executado, bem como a data e a extensão dessa revisão; • os acordos formais firmados com o representante autorizado da entidade e dos auditores internos; • os papéis de trabalho elaborados pelos auditores internos que prestaram assistência direta sobre o trabalho de auditoria. 15 No momento em que a auditoria independente entende que o trabalho da auditoria interna será útil na execução do trabalho é necessário que ambas discutam meios, maneiras próprias para a utilização deste trabalho, devendo ser pautados: a época de execução do trabalho e das aná- lises, a natureza do trabalho, a extensão da cobertura, a materialidade para as demonstrações contábeis necessárias à execução da auditoria, a documentação do trabalho executado, e os procedimentos utilizados para emissão e revisão do relatório de auditoria. Esse processo é eficaz quando as discussões acontecem em intervalos apropriados durante o período de execução da auditoria, quando há uma boa comunicação entre os auditores internos e externos que permita, por exemplo, que um assunto que afete a função da auditoria interna pela auditoria externa seja informada aos auditores internos. Da mesma forma, os relatórios relevantes da auditoria interna devem ser comunicados ao auditor externo, para que ele possa fazer considerações pertinentes ao seu trabalho. Quando o auditor independente vir a utilizar o trabalho da auditoria interna não significa que o pessoal da auditoria interna vai ajudar na execução da auditoria de procedimentos externos, ou seja, o auditor externo tem acesso aos relatórios elaborados e analisados na auditoria interna. 3.3 Eventos subsequentes e estimativas contábeis A Resolução CFC nº 1225/09 aprovoua NBC TA 560 – que dispõe acerca dos eventos subse- quentes, que tem por finalidade tratar da responsabilidade do auditor independente em relação aos eventos subsequentes nas demonstrações contábeis. De acordo com a referida norma, os demonstrativos contábeis podem ser afetados por certos eventos que ocorrem depois da sua data de fechamento. Descubra a seguir o que são esses eventos subsequentes! 3.3.1 Eventos subsequentes Ao final dos trabalhos executados pelo auditor, tem-se o programa de auditoria para a verifica- ção complementar, que tem por objetivo verificar as contas, tanto patrimoniais como de resul- tados que não tenham sido abrangidas nos exames efetuados por meio de verificação. Assim, o quadro de análise fica completo, alcançando a totalidade das contas registradas na contabili- dade da empresa. Quando o auditor independente estiver realizando uma primeira auditoria em determinada or- ganização e constatar situações que são caracterizadas como eventos subsequentes e que sejam relevantes, deverá imediatamente discutir tais situações com a administração da organização, e caso os demonstrativos financeiros já tiverem sido analisados por outros auditores independen- tes, deverão ser discutidos com estes também, para que estejam cientes dos fatos referentes aos eventos subsequentes. O programa de verificação complementar de auditoria deve incluir não somente as contas que não foram analisadas, mas também aquelas que foram encerradas durante o exercício vigente, antes do seu encerramento. Os procedimentos adotados na verificação são os seguintes: a prin- cípio, é verificado se tais contas possuem certa uniformidade em relação ao exercício anterior, ao fazer a relação dos efeitos da inflação e as flutuações do negócio. O auditor deverá considerar no seu relatório final os efeitos advindos das transações e eventos subsequentes relevantes ao exame dos demonstrativos contábeis, mencionando-os como uma ressalva, ou em um parágrafo com ênfase, quando não foram ajustados adequadamente. 16 Laureate- International Universities Auditoria O objetivo do relatório do auditor independente é mostrar aos usuários as informações contábeis que o auditor considerou, o efeito dos eventos e transações dos quais ele tenha tornado ciente e que ocorreram até aquela data. O objetivo do auditor em relação aos eventos subsequentes são os seguintes: primeiramente ele busca obter evidência acerca dos eventos ocorridos entre a data dos demonstrativos contábeis e a data do seu relatório, que precisam ser ajustados ou divulga- dos nas demonstrações, estando devidamente refletidos estes ajustes; e em segundo lugar para responder adequadamente aos fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de seu relatório. Caso essas informações fossem do seu conhecimento na data do relatório, poderiam ter levado o auditor a fazer as devidas alterações. Porque é tão importante atenção especial do auditor nos eventos subsequentes? Tendo em vista que são eventos favoráveis ou não que ocorrem entre a data do balanço e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração dos demonstrativos contábeis, o auditor deve considerar os efeitos relevantes dessas transações, de modo que emita uma opinião condizente com a realidade vivenciada pela empresa auditada. Mais in- formações podem ser obtidas no livro “Auditoria: Um curso moderno e completo” de Marcelo Cavalcante de Almeida. VOCÊ SABIA? Os eventos subsequentes podem ser classificados em três tipos: os ocorridos entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer, aqueles ocorridos depois do término do trabalho de campo e da emissão do parecer e antes da divulgação dos demonstrativos con- tábeis e os eventos ocorridos somente após a divulgação dos demonstrativos contábeis. Como exemplos de eventos subsequentes temos as perdas registradas na conta “duplicatas a receber”, sendo estas perdas decorrentes da falência dos clientes devedores. Para os eventos ocorridos entre a data dos demonstrativos contábeis e a data do relatório, o au- ditor deve executar procedimentos planejados para obter as evidências de auditoria apropriadas e suficientes que precisem de ajuste ou divulgação que forem identificados. Para os eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data da emissão do seu relatório, mas antes da data de divulgação dos demonstrativos contábeis, o profissional de auditoria não tem obrigação de executar nenhum procedimento em relação aos demonstrativos contábeis após a data do seu relatório. Porém, no caso dele ter tomado conhecimento após a emis- são do seu relatório e antes da divulgação das demonstrações contábeis, é possível influenciar a al- teração do relatório emitido pelo auditor externo. Ele deverá discutir o assunto com a administração e determinar se as demonstrações contábeis necessitam ser alteradas, e caso precisem deve indagar como a administração pretende tratar o assunto dos referidos demonstrativos. Caso a administração aceite alterar os demonstrativos, os procedimentos de auditoria deverão ser aplicados, com a revisão das providências tomadas pela administração, cabendo ao auditor alterar o seu relatório. O novo relatório deve conter um parágrafo de ênfase constando a nota explicativa que esclarece a alteração das demonstrações contábeis emitidas anteriormente, bem como ao relatório de auditoria independente anteriormente fornecido. Caso a administração não tome as providências necessárias, o auditor deverá tomar medidas para tentar evitar o uso do relatório de auditoria por terceiros. Embora o auditor faça diligências de modo constante e eficaz nas investigações, por meio de buscas e exames, vão existir casos que estarão fora do seu alcance. Por meio da NBC TA 540, temos um painel das responsabilidades do auditor independente re- lacionadas às estimativas contábeis. As estimativas contábeis são aproximações de valores mo- 17 netários na ausência de um meio de mensuração preciso, pois alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser mensurados com previsão, podendo apenas ser estimados. A adminis- tração é responsável pelas estimativas contábeis e o auditor na busca de evidências suficientes e apropriadas e deve analisar se estas estimativas são razoáveis. Que as estimativas contábeis se classificam em estimativas de natureza simples e es- timativas de natureza complexa? As estimativas de natureza simples são assim deno- minadas porque possuem menos risco, menor grau de incerteza. Já as estimativas de natureza complexa possuem maior risco e maior grau de incerteza e às vezes pode ser necessária a contratação de especialistas para que os riscos sejam minimizados. VOCÊ SABIA? Por meio de testes de estimativas contábeis o auditor tem condições de avaliar o risco de distor- ção e o grau de incerteza nas estimativas, revisar o processo de estimativa e comparar a estima- tiva elaborada pela administração com uma estimativa independente. 3.4 Supervisão e controle da qualidade Sabemos que o auditor independente deverá dirigir, supervisionar e revisar o trabalho execu- tado pelos auditores internos com critérios estabelecidos pela NBC TA 220, certo? Pois bem, a supervisão e a revisão devem constar no planejamento, pois todas as etapas, desde o próprio planejamento até a revisão dos trabalhos, devem estabelecer uma etapa de revisão dos papéis de trabalho e dos relatórios emitidos pelo auditor e pelo antecessor, com a finalidade de analisar a qualidade dos trabalhos. 3.4.1 Controle e Qualidade A supervisão e o controle da qualidade determinam aos auditores independentes que sejam im- plementadas e mantidas as regras e os procedimentos que garantam a qualidade dos serviços prestados. O controle interno da qualidade é um programa elaborado pelo auditor que tem por missão avaliar periodicamente se os serviçosestão sendo executados de acordo com o estabele- cido nas normas profissionais do auditor independente. Figura 6 – Supervisão e controle da qualidade. Fonte: Shutterstock, 2015. 18 Laureate- International Universities Auditoria O controle interno de qualidade deve ser estabelecido de acordo com a estrutura da equipe técni- ca de auditoria e a complexidade dos serviços que serão realizados. Controle de qualidade pode ser definido como um sistema eficiente que tem por objetivo integrar esforços para o desenvolvi- mento, a manutenção e o aperfeiçoamento da qualidade de vários grupos em uma organização. Os requisitos que são adotados pelo auditor para o controle da qualidade dos seus serviços são: competência, habilidade, independência e conduta profissional inquestionável, por meio de pla- nejamento, supervisão, e revisão do trabalho em todas as suas etapas de modo a garantir que os usuários deste serviço tenham um nível de certeza razoável de que o trabalho foi realizado de acordo com as normas de controle e qualidade requeridas nas especificações de cada trabalho. As regras e procedimentos estão relacionados ao controle de qualidade interno e devem ser formalmente documentados e de conhecimento de todas as pessoas ligadas aos auditores inde- pendentes, assim como devem ser colocadas à disposição do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), para fins de acompanhamento e fiscalização, e dos órgãos reguladores das atividades de mercado, para que os próprios clientes possam fazer vista e acompanhar o processo, garantindo a transparência necessária ao trabalho. Em atenção à qualidade dos serviços prestados, deve ainda ser efetuada, de forma periódica, uma verificação do sistema de qualidade interno da auditoria independente. Para tanto, deve ser executada uma avaliação dos clientes recorrentes e a cada nova contratação, para aprimo- ramento das atividades por meio de programa de verificação periódica, sendo este aplicado a cada quatro anos, e composto pelas seguintes etapas: • seleção de amostra de serviços prestados aos clientes; • aplicação de um programa de verificação do atendimento às normas de auditoria independente, normais profissionais e éticas. 19 Síntese Concluímos este capítulo! Agora, você já sabe os procedimentos e testes utilizados pelo auditor de modo que ele tenha ao seu alcance as evidências necessárias que servirão de base para a emissão de sua opinião no relatório de auditoria. Aqui, você teve a oportunidade de: • compreender que os testes de auditoria consistem no processo pelo qual o auditor reúne elementos comprobatórios. Aprendeu que evidenciar significa tornar evidente, provar ou demonstrar, o que vem à tona, o conceito, o fato, distinguir, salientar e colocar em evidência; • aprendeu também que o termo evidenciação, na visão dos profissionais de contabilidade, é o mesmo que Notas Explicativas, que devem aparecer ao final das Demonstrações Financeiras; • compreendeu que as evidências podem ser classificadas em diversos tipos, tais como: evidência física, evidência documental, evidência analítica, evidência matemática, evidência testemunhal ou verbal, evidência por confirmação e evidência por representações; • entendeu que a auditoria é um processo que se confirma por meio de amostragem, e que a amostragem é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dos itens constantes em uma população; • compreendeu que a auditoria independente pode vir a utilizar os trabalhos do auditor interno ou de outros profissionais que podem fornecer evidências importantes para a emissão da opinião do auditor independente; • compreendeu que a importância dos eventos subsequentes se dá ao fato de serem eventos favoráveis ou não que ocorrem entre a data do balanço e a data na qual é autorizada a conclusão da elaboração dos demonstrativos contábeis. Dessa forma o auditor deve considerar os efeitos relevantes dessas transações de modo que emita uma opinião condizente com a realidade vivenciada pela empresa auditada. Síntese 20 Laureate- International Universities Referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 6. ed. São Paulo: Atlas 2008. Silva Filho, A. A. Auditoria - Amostragem - NBCTA 530. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=YJt0bp5eWyY>. Acesso em 18 de janeiro de 2016. BARRETO, D.; GRAEFF, F. Auditoria. 2. ed. Rio de Janeiro: Método, 2014. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC) – Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica de Auditoria Independente de Informação (P18, 220, 530, 500, 540 e 560). CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. CUNHA, P. R. da; KLANN, R. C.; RENGEL, S.; SCARPIN, J. E. Procedimentos de auditoria apli- cados pelas empresas de auditoria independente de Santa Catarina em entidades do terceiro setor. 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