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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/228491929 Alianças mercadológicas: a busca da coordenação na cadeia de gado de corte brasileira Article CITATIONS 6 READS 795 2 authors, including: Gessuir Pigatto São Paulo State University 26 PUBLICATIONS 64 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Gessuir Pigatto on 17 February 2017. The user has requested enhancement of the downloaded file. ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 200 ALIANÇAS MERCADOLÓGICAS : A BUSCA DA COORDENAÇÃO NA CADEIA DE GADO DE CORTE BRASILEIRA Gessuir Pigatto* Andrea Lago da Silva Hildo Meirelles de Souza Filho Abstract: The restructuring of the beef chain in Brazil has been taken under several public and private institutional actions, not rarely a joint action. However, there is a large number of agents in each chain-link of the beef chain in Brazil, resulting in conflicts of objectives, lack of hegemonic organisations and difficulties to meet common solutions for the chain problems. It is in this context of lack of more efficient co-ordination that experiences of marketing alliances emerges, where farmers, slaughterhouses and retailers operate co-operatively, trying to attract consumers. Palavras chave: pecuária de corte, alianças mercadológicas, coordenação. 1. Introdução A reestruturação da cadeia de carne bovina no Brasil tem sido levada a cabo através de inúmeras ações de instituições públicas e privadas, não raro atuando conjuntamente. Dentre os programas existentes, destacam-se aqueles voltados para a erradicação da febre aftosa, os programas estaduais de incentivo à produção de novilho precoce e as alianças mercadológicas. Existe porém um grande número de agentes envolvidos em cada elo da cadeia produtiva. Não se pode falar em grupos de produtores, frigoríficos ou distribuidores que efetivamente exerçam um papel de liderança nacional. O número de associações e entidades de classe (de produtores, de indústrias e de varejistas), estaduais e nacionais, supera o necessário e conduz à superposição de funções. Em grande medida, isso se deve aos conflitos de interesses entre os agentes. A cadeia como um todo, ou mesmo qualquer um de seus elos, carece de uma organização hegemônica que lhe represente e exerça funções de coordenação. Esta ausência é uma das principais responsáveis pela perda de competitividade da cadeia. Existem ações a nível nacional e estadual no sentido de buscar uma coordenação mais efetiva das ações destes agentes. A nível nacional, a Confederação Nacional da Agricultura e o Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte têm conseguido aproximar diversas entidades a fi m de buscar soluções comuns para os problemas da cadeia. Através destas entidades foi possível estabelecer um canal de comunicação entre o setor privado e o governo, no qual algumas parcerias têm sido concretizadas. Por exemplo, não raro estas instituições são consultadas e/ou chamadas a participar na formulação/alteração da Legislação Sanitária. O PNFC (Projeto Novas Fronteiras de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável), do Ministério da Agricultura e Abastecimento, tem procurado difundir a produção de Novilho Precoce a partir das experiências dos diversos programas estaduais voltados para esta finalidade. Considerando que o processo de comercialização é um importante obstáculo para o sucesso dos empreendimentos, o órgão tem também procurado difundir e apoiar a formação de alianças mercadológicas e, neste sentido, busca exercer um papel coordenador na transformação da cadeia. * Os autores são, respectivamente: Mestrando Engenharia de Produção da UFSCar/DEP/GEPAI (ppigatto@iris.ufscar.br), Professora Assistente do Depto. de Engenharia de Produção da UFSCar/DEP/GEPAI (deialago@power.ufscar.br) e Professor Adjunto do Depto. de Engenharia de Produção da UFSCar/DEP/GEPAI (hildo@power.ufscar.br). ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 201 Entretanto, a dificuldade de se obter uma coordenação efetiva tem, entre outras conseqüências, atrasado o desenvolvendo um programa nacional de certificação de qualidade. Esta situação acaba por permitir que se abra espaço para a proliferação de selos e marcas de qualidade, o que poderá trazer prejuízo para o marketing da carne. Além disso, a dificuldade de se obter a coordenaç ão da cadeia também provoca uma certa inércia no progresso tecnológico, dificultando a difusão de processos e trazendo prejuízos para todos os agentes da cadeia, mesmo que em graus diferentes. É neste contexto, da falta de uma coordenação mais eficiente entre os elos da cadeia, que surgem as experiências de alianças mercadológicas que serão discutidas neste artigo. 2. Referencial Teórico As alianças mercadológicas, segundo Perosa (1998), podem ser definidas como um compromisso estabelecido entre os segmentos de produção, abate/processamento e distribuição de carne bovina, que tem como objetivo ofertar um produto com atributos de qualidade que a diferencie da carne-commoditie disponível no varejo. Assim, trata-se de uma relação (na maioria das vezes conflituosa) entre diferentes agentes da cadeia, que pode ser claramente identificada como um exemplo de uma aliança estratégica. A aliança pode ser definida como um empreendimento de risco numa escala que vai da simples relação de mercado, numa extremidade, à integração vertical na outra, passando por empreendimentos formais e informais. O interesse na formação de alianças estratégicas fundamenta -se na premissa de que podem ser estabelecidos comportamentos estratégicos ao longo da cadeia que resultam em acordos cooperativos do tipo ganha-ganha em detrimento daqueles ganha-perde. Porém, o sucesso da formação de uma aliança estratégica seria definido ainda no seu início através do processo clássico de planejamento estratégico, onde buscar-se-ia responder a algumas questões relativas ao poder de barganha dos participantes, aos benefícios, aos investimentos envolvidos e aos objetivos de cada participante da cadeia (Batalha e Lago da Silva, 1999; Lorange e Roos, 1995). Segundo Perosa (1998), nas iniciativas relacionadas às alianças mercadológicas está presente um conceito amplo de qualidade, que envolve outros aspectos além de simplesmente atender exigências do consumidor final a partir de uma análise de tendências de mercado e nichos de consumo. Estes outros aspectos estão relacionados ao ambiente que cerca a cadeia produtiva: aspectos tecnológicos, demográficos, econômicos e culturais. Além disso, ao se falar de alianças estratégicas e comerciais ao longo de toda a cadeia produtiva, está se falando de uma postura de coordenação, buscando adquirir-se competitividade para a cadeia a longo prazo, na medida em que maior número de agentes participem do processo. Essa iniciativa é o que Morgan e Hunt (1994) conceituaram como o fator comprometimento. Segundo esses autores, confiança existe quando uma das partes acredita na lealdade e integridade do seu parceiro comercial. Comprometimento existe quando os parceiros acreditam no prosseguimento do relacionamento, com o esforço mútuo de ambos para contribuir positivamente com a continuação infinita do mesmo. Estes fatores são considerados por estes autores como fatores -chave, pois encorajam as empresas a: · trabalhar em prol da preservação dos investimentos conjuntos através da cooperação com os parceiros comerciais; · resistir a alternativas atrativas no curto-prazo em favor de benefícios de longo prazo que virão do relacionamentocom os atuais parceiros; · visualizar ações de alto risco com prudência, acreditando que seus parceiros não irão agir oportunisticamente. A falta de um planejamento estratégico prévio é um dos principais fatores responsáveis pelo fracasso da maioria das iniciativas de alianças mercadológicas iniciadas no país. Este foi o caso do Mato Grosso do Sul, onde a intenção de atingir objetivos diferentes por parte dos agentes (pecuaristas, frigoríficos e supermercados) acabou por inviabilizar o projeto. Assim, o planejamento estratégico permite identificar antecipadamente os conflitos de interesses e apontar soluções comuns que atendam a todos os participantes. ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 202 Segundo Perosa (1998), para que se estabeleça esse tipo de coordenação, três questões devem ser definidas a priori: · o que e para quem se quer produzir; · as regras básicas para participar de um processo integrado de produção; · quais os benefícios a curto, médio e longo prazo advindos da iniciativa, para a cadeia como um todo e para cada segmento. Ao longo dos últimos anos tem se tornado claro junto a acadêmicos e executivos que a competitividade do agronegócio brasileiro somente poderá ser construída, em bases sustentáveis, a partir da adoção de práticas que estimulem comportamentos menos adversariais entre os agentes econômicos de uma cadeia e, complementarmente, entre estes e os poderes governamentais. Além disso, a consolidação de novas tendências na economia, como a maior abertura dos mercados, e a integração entre países através de blocos econômicos, somam-se às alterações no perfil de demanda do consumidor levando a uma maior necessidade de eficiência logística e de vantagem competitiva não só das empresas mas de toda a cadeia. Para operacionalizar ações que resultem numa maior capacidade sistêmica de reagir as mudanças cada vez mais rápidas do cenário competitivo, é necessário que se concretize uma melhor coordenação da cadeia produtiva. A coordenação pode ser entendida como a habilidade de transmitir informação, estímulos e controles ao longo das etapas seqüenciais que integram o conjunto de atividades necessárias para atender o mercado (Farina e Zylbersztajn, 1994). A gestão desse conjunto de etapas é o que alguns pioneiramente chamaram de Supply Chain ou Cadeia de Suprimentos (Oliver e Webber, 1982). Supply Chain Management ou Gestão da Cadeia de Suprimentos compreende todas as atividades ligadas ao fluxo e à transformação pela qual passam os produtos, desde a matéria- prima até o consumidor final, assim como o fluxo de informação a ela associado (Handfield & Nichols, 1999:3). A noção básica de Supply Chain Management (Gestão da Cadeia de Suprimentos), segundo Bowersox e Closs (1996), é baseada na crença de que a eficiência ao longo do canal de distribuição pode ser melhorada através do compartilhamento de informação e do planejamento conjunto entre seus diversos agentes. Esse compartilhamento de informações levaria os agentes a entenderem mais claramente os processos dos seus clientes e fornecedores e com isso obterem maior sintonia através de ações conjuntas. Considerando-se a cadeia de gado de corte, observa -se que mesmo um frigorífico mais moderno não consegue alterar as características intrínsecas e extrínsecas das carnes obtidas a partir do abate de uma boiada genérica, assim como de nada adianta um criador esmerar-se na produção de uma boiada de qualidade se esse esforço sequer é reconhecido, muito menos recompensado monetariamente pelo consumidor final. A produção de carne de qualidade exige dessa maneira, uma integração mais profunda entre frigorífico e criadores (Gonçalves 1998) O conceito de gestão da cadeia de suprimentos ainda é pouco difundido nas empresas brasileiras. Porém, na medida em que se fala em alianças mercadológicas entre os atores da cadeia de gado de corte, de certa forma já está se dando um passo em direção a implantação da gestão da cadeia de suprimentos. Busca-se construir sintonia entre as ações de cada elo da cadeia. A grande questão com que se defrontam atualmente os varejos, indústrias e prestadores de serviços é como construir essa sintonia, aumentando a competitividade da cadeia como um todo. Essa sintonia, deve ficar claro, não envolve apenas as atividades de logística - entendidas como todas as atividades destinadas a colocar produtos disponíveis, onde e quando são desejados por seus consumidores (Bowersox e Closs, 1996). Ou seja, esse processo deve contemplar também acordos comerciais, por exemplo. Apesar de muitos agentes da cadeia de gado de corte estarem discutindo e tentando buscar elementos de coordenação, ainda é cedo para se dizer que os agentes tem essa visão clara e consolidada. Algumas grandes redes de super/hipermercados (de capital nacional e internacional), por exemplo, já conhecem o conceito de supply chain management, mas nenhuma delas ainda está efetivamente praticando, com exceção das empresas envolvidas em ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 203 iniciativas, como a do FUNDEPEC (Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo) em São Paulo. Apesar de ainda restrito a poucos agentes, parece claro que as alianças devem ser utilizadas como ferramentas de coordenação, principalmente por que conseguem promover acordos cooperativos que resultam na obtenção de vantagens competitivas para todos os agentes, e para a própria cadeia frente a outras. Com a utilização das alianças como uma ferramenta de coordenação, obtém -se a possibilidade de fazer com que os agentes da cadeia trabalhem e planejem de forma conjunta, tornando-se uma forma de operacionalização do supply chain management. Outras ferramentas, como o ECR (Efficient Consumer Response) também trazem consideráveis ganhos para uma eficiente coordenação da cadeia. Ao examinar a cadeia de suprimentos de alimentos, analisa-se a cadeia de valor ao nível dos fornecedores -distribuidores e consumidores, determinando as melhorias em custos e serviços que poderiam ser obtidos a partir de mudanças em tecnologias e práticas de gestão. Diversas grandes redes de super/hipermercados, têm buscado adotar as ferramentas do ECR, mas não existem iniciativas com os fornecedores da indústria processadora de carne bovina, pois quando se trabalha com a cadeia do frio, muitas complexidades são adicionadas ao sistema e as empresas teriam dificuldade de lidar com as mesmas. O ECR pressupõe que haja comprometimento entre os líderes de negócio na busca do lucro através da substituição dos velhos paradigmas comerciais ganha/perde pelas alianças tipo ganha/ganha. De acordo com Phumpiu e King (1996) o ECR, no longo prazo, vai ter efeitos significativos na cadeia de suprimentos de alimentos, aumentando a cooperação e coordenação entre empresas independentes ou através da coordenação vertical. Essas mudanças, vão exigir, segundo estudos da Kurt Salmon (1993), muito mais do que mudanças apenas em tecnologia, mas também mudanças em termos de cultura empresarial, tradições e práticas de negócios. Na cadeia de gado de corte, percebe-se claramente uma desconfiança e um comportamento adversarial entre a maior parte dos agentes, fator esse que dificulta sobremaneira a busca de coordenação através de ECR, por exemplo. Assim, antes que se inicie a sua implantação, é necessário que os diferentes agentes, a começar pelos próprios varejistas, tomem consciência das vantagens da realização de iniciativas conjuntas, para depois perceberem as vantagens do ECR. Se na cadeia produtiva da pecuária de corte brasileira, iniciativas que levam a mudanças no comportamento dos agentes econômicos ainda são raras e de difícil manutenção,o mesmo não tem se verificado na Europa, principalmente Reino Unido e França. De acordo com Fearne (1998), após a crise da “vaca louca”, governos, associações de classe, grandes varejistas, frigoríficos e produtores rurais passaram a fomentar e desenvolver alianças tri-partite (varejo- frigoríficos-produtores) para melhorar a imagem e competitividade do produto carne bovina. Um dos grandes obstáculos levantados pelo autor, após pesquisa empírica, é o fato dos diferentes agentes da cadeia terem uma cultura de comportamento adversarial e não cooperativo, como convém à busca de coordenação. Neste caso, a coordenação eficiente da cadeia, que poderia ser vista como uma forma de gerenciamento agroindustrial em um nível sistêmico que transcende as fronteiras da firma, é ponto fundamental para o sucesso das estratégias adotadas. (Batalha & Lago da Silva, 1999) 3. Experiências no Brasil Nas últimas décadas tem-se observado no Brasil o processo de concentração nos canais de distribuição, gerando implicações para os produtos agroindustriais, incluindo a cadeia de carne bovina. A participação dos supermercados é crescente, estabelecendo-se situações de oligopsônio, gerando mais um foco de conflito nos esforços no sentido de uma coordenação mais efetiva. Contrariamente, na Europa, onde o varejo é controlado por grandes redes de supermercados, é justamente esta concentração que tem contribuído para restabelecer a confiança do consumidor em relação a carne bovina após a crise da vaca louca, pois são estas grandes redes que têm assumido funções de coordenação na cadeia. ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 204 No Brasil, um esforço maior de coordenação tem sido realizado através a formação de alianças mercadológicas. Existem experiências dispersas no território nacional a quais envolvem ainda poucos agentes e apresentam diversas barreiras a serem vencidas. As questões relativas à cultura empresarial de gestão do negócio e os conflitos de interesse são as principais. As iniciativas estão, em geral, relacionadas aos programas de novilho precoce. A Associação Brasileira de Novilho Precoce procurou, por muitos anos, sensibilizar criadores, autoridades governamentais e os segmentos industrial e comercial a promoverem ações visando a melhoria da produção e produtividade do rebanho bovino, bem como a oferta aos consumidores de uma carne de melhor qualidade. O primeiro resultado de maior impacto desta ação ocorreu em 1992, quando foi lançado pelo governo do Mato Grosso do Sul o primeiro Programa Estadual de Estímulo à Criação do Novilho Precoce, iniciativa seguida pelo Estado do Mato Grosso, em 1993, pelos Estados de Minas Gerais e Goiás, em 1994, e São Paulo, em 1995. Os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Bahia também contam hoje com programas desta natureza. Através da redução do ICMS e/ou estabelecimento de linhas especiais de financiamento, como na Bahia, procura-se incentivar o abate de bovinos jovens. Em alguns Estados a redução do ICMS chega até 50% da taxa normal por ocasião do abate. Entretanto, este estímulo tem sido comprometido pela sonegação fiscal e, em alguns Estados, onde o ICMS já se encontra reduzido para a atividade, o ganho não represente um incentivo efetivo. Na verdade, o verdadeiro estímulo para o pecuarista tende a ser o fato de que ele pode ganhar simplesmente por estar vendendo um animal muito mais jovem e de melhor qualidade. O sistema de produção de novilho precoce apresenta maior produção por área, com melhor rentabilidade e maior lucro84. Para os frigoríficos, a vantagem encontra-se na possibilidade de se obter um animal com maior rendimento de carcaça e de melhor qualidade. É comum os pecuaristas receberem um prêmio, que pode chegar a 2% sobre a cotação da arroba. As novilhas, geralmente desvalorizadas no sistema tradicional, são cotadas ao mesmo preço do novilho neste novo sistema. As primeiras alianças mercadológicas foram formadas a partir de iniciativas de instituições de caráter estatal ou para-estatal; como os Programas Carne de Qualidade do Governo do Rio Grande do Sul e do FUNDEPEC-SP. Recentemente, o próprio setor privado (associações de produtores, alguma rede de supermercados ou associação de açougues) tem assumido a liderança na formação de novas alianças. A nível nacional, o Programa Nacional de Carne Bovina de Qualidade, coordenado pelo PNFC (Projeto Novas Fronteiras de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável) tem como um de seus objetivos estabelecer, pelo menos, uma aliança mercadológica em cada um dos principais Estados produtores de carne bovina no País. Em alguns estados brasileiros, as Secretarias de Agricultura, juntamente com Fundos criados nos moldes do FUNDEPEC/SP, têm buscado aproximar os diferentes agentes da cadeia e motivá-los a constituir alianças. O processo tem sido lento, devido a existência de muita desconfiança entre os agentes. O varejo, do seu lado, reclama da falta de regularidade de oferta de produtos diferenciados, como o novilho precoce, por exemplo. A indústria, na interface com o varejo reclama das margens apertadas que este lhe impõe e da inadimplência que muitas vezes ocorre. Em algumas regiões do país, a preferência do grande varejo é comprar carne de regiões distantes, pelo fato de as mesmas oferecerem preços mais competitivos (mesmo sabendo que existe maquiagem de produtos e sonegação), a depender de fontes regionais de menor escala. No início de 1999 já haviam várias alianças constituídas em vários estados brasileiros, como Santa Catarina, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande 84 Estudo realizado pela FNP Consultoria & Comércio comparou três sistemas de produção: Sistema 1, produção de bovinos para abate com 32-36 meses; Sistema 2, produção de bovinos precoces para abate com 22-24 meses; e Sistema 3, produção de bovinos superprecoces para abate com 13-14 meses. O Sistema 2, produção do novilho precoce foi o que exibiu melhor rentabilidade, porque tira proveito do baixo custo e do elevado rendimento da recria a pasto e o confinamento, na fase de terminação, permite eliminar uma geração de bovinos do pasto, abrindo espaço para o aumento do rebanho de cria (Anualpec 98). ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 205 do Sul e São Paulo. Porém algumas delas não conseguiram obter o resultado esperado e hoje encontram-se estagnadas ou mesmo desativadas. O FUNDEPEC-SP, iniciou suas atividades devido à preocupação com questões sanitárias da pecuária de corte, especialmente o combate a febre aftosa. Entretanto, a partir do lançamento nacional do Programa de Novilho Precoce em 1995, passou a coordenar a formação de uma aliança mercadológica no Estado de São Paulo visando a produção e comercialização de carne de novilho precoce. Inicialmente foram definidas regras básicas para que os agentes fossem habilitados a participar da alianças. Abaixo, estão identificados, segundo Perosa 1999, alguns dos principais agentes da cadeia, assim como suas atribuições: · Pecuarista – é exigido do pecuarista que deseja participar do programa que entregue animais dentro dos seguintes atributos: animais com idade entre 13 e 36 meses e peso mínimo de 225 Kg (14@) para machos e 180 Kg (12@) para fêmeas, cobertura de gordura (acabamento) com no mínimo de 3 mm e no máximo 8 mm, medido entre a 12ª e 13ª costela, além dos animais estarem dentro dos padrões sanitários exigidos pela legislação. · Frigoríficos - foram habilitados frigoríficos aprovados para exportar para a União Européia e Estados Unidos da América (equipamentos mecanizados para abate, abate humanitário, sistemade frios, desossa climatizada, tratamento de afluentes). O abate e desossa deve ser feito separadamente de outras carnes destinadas à comercialização tradicional. · FUNDEPEC – fundação sem fim lucrativo, responsável pelo perfeito funcionamento entre todos os agentes, e responsável pelo cumprimento das normas instituídas no programa. · Distribuição - o programa só trabalhará com carnes desossadas e embaladas ou com cortes individuais padronizados (carne com osso, só com autorização especial da Aliança). A carne deve ser refrigerada de acordo com normas estabelecidas e deve se dar destaque ao produto. Todos os centros de distribuição, entrepostos ou supermercados devem ter um programa de rastreabilidade que possibilite identificar inclusive o fornecedor de origem da matéria-prima (pecuarista). A aliança mercadológica coordenada pelo FUNDEPEC-SP iniciou-se com a participação dos Frigoríficos Gejota e Bertin e com as redes de super/hipermercados Cândia (hoje parte do Sonae), Sé e Pão de Açúcar (uma das bandeiras do grupo conhecido por Companhia Brasileira de Distribuição). A primeira rede a dispor de produtos da aliança foi o Cândia (carne proveniente do frigorífico Gejota) em fevereiro de 1997. Neste período, o produto ainda não vinha com selo do FUNDEPEC-SP, o que passou a acontecer apenas em setembro de 1998. Atualmente, continuam participando da aliança apenas o Pão de Açúcar, o frigorífico Bertin e cerca de 200 pecuaristas cadastrados (destes apenas 95 estão abatendo e 15 respeitam a freqüência de abate estabelecida pelo FUNDEPEC-SP). Em junho de 1999, 20 lojas do Pão de Açúcar receberam carne de novilho precoce. Além do selo, que acompanha todas as bandejas, estão disponíveis nestes pontos de venda, folders que informam ao consumidor o que é o FUNDEPEC-SP e contém explicações sobre as características nutricionais do produto. O selo, atualmente, é apenas uma identificação da carne de novilho precoce. O FUNDEPEC-SP acompanha a produção pecuária, controlando características como origem, sexo, raça, forma de manejo e alimentação dos animais, vacinas, se o animal nasceu e foi criado na mesma propriedade. No abate são coletadas informações sobre quais os problemas na tipificação (se as carcaças estão de acordo com as especificações e quais as ocorrências de doenças). Na distribuição, acompanha-se a temperatura nos caminhões, nas câmaras e nas gôndolas. A interação dos funcionários do FUNDEPEC-SP (que realizam esses controles) com os funcionários dos supermercados acaba servindo como um canal de comunicação para o conhecimento das necessidades e respostas dos consumidores finais dos produtos. Uma característica da aliança mercadológica, é o fato de constituir uma forma organizacional que estabelece aos integrantes regras de contrato mais complexas do que aquelas existentes em uma relação via mercado, em que os produtos são vendidos por um preço uniforme (Perosa, 1999). Esta característica coloca a Aliança Mercadológica formada pelo FUNDEPEC- SP como um empreendimento cooperativo formal segundo a escala apresentada por Lor ange e Roos (1995) como opções de alianças estratégicas. ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 206 Outra iniciativa importante, desta vez não envolvendo grandes redes de varejo, é o caso da Rede AçouCia. Esta aliança foi criada em 1997por iniciativa do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas do Estado de São Paulo. Esta rede, constituída por cerca de 100 açougues, pretende aumentar o poder de barganha para seus associados através da constituição de uma central de compras de carne. Objetiva -se também modernizar o sistema operacional dos açougues (Cardoso, 1999). Recentemente foi estabelecida aliança entre a rede de açougues e um frigorífico (Minerva de Barretos-SP). Além de abastecer estes açougues com carne de qualidade, a idéia da rede é dar suporte para que os açougues adotem um layout padronizado não só em termos de fachada, mas também na área interna. Isso envolve colocar paredes de vidro entre o local de manuseio da carne e o balcão de atendimento, para que o cliente confira as condições de higiene do estabelecimento. Além disso, pretende-se oferecer treinamento ao açougueiro para que ele diferencie seu atendimento ao cliente, uma vez que seria nesse ponto, no contato face a face, que ele poderia ter uma vantagem em relação às grandes redes de varejo. Em qualquer um dos exemplos colocados acima, os benefícios podem (e devem) ser considerados elo a elo na cadeia, podendo ser alterados dependendo do porte das empresas envolvidas e das regras estabelecidas. A tabela abaixo é uma tentativa de organizar estes benefícios. Como pode-se observar, no curto prazo não espera-se obter ganhos financeiros em função de preços maiores seja da carne no supermercado seja da arroba do boi no pasto. A idéia é promover ganhos para todos os elos da cadeia em função de uma melhor formação da cadeia, sendo que cada elo deveria obter ganhos em função da melhora no relacionamento com seus parceiros. Benefícios Potenciais de Alianças Mercadológicas no âmbito dos Programas de Novilho Precoce. Benefícios Pecuarista · Aumento da rentabilidade, com abate precoce; · Absorção e utilização de técnicas de manejo mais modernas, que podem propiciar ganhos de produtividade no médio e no longo prazo; · Garantia de venda do boi, para frigoríficos que valorizem o produto dentro de certas especificações; · A longo prazo, ganhos em termos de diferenciação do produto commodity e dos produtores que podem abrir novos mercados (via agregação de valor) interna e externamente ao Brasil; Frigoríficos · Garantia de regularidade de abastecimento, com produtos dentro de uma especificação superior de qualidade; · Garantia de venda do produto à distribuição; · Diferenciação do frigorífico, que pode, no médio prazo tornar-se um exportador, dentro das normas internacionais; Distribuição · Garantia de regularidade de abastecimento, com produtos dentro de uma especificação superior de qualidade; · Disponibilização ao consumidor final de um produto com garantia de origem e qualidade, demostrados através de um selo ou uma marca que o torna diferenciado; Consumidor · Recebe informações sobre os produtos (sua origem, características organolépticas e formas de cozimento mais adequadas), incluindo possibilidade de rastreabilidade; · Dispõe de carne de qualidade superior; · Obtém garantias em termos de saúde do produto adquirido; Um exemplo disso, fica por conta dos ganhos do pecuarista. O maior ganho dele não é o pagamento de um acréscimo no preço do Novilho Precoce sobre o preço do mercado, mas sim ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 207 um ganho determinado pelo maior giro de animais e pela maior confiança na relação entre pecuarista e frigorífico, relacionamento que é considerado como um dos principais entraves para o desenvolvimento da cadeia. Para os distribuidores (super/hipermercados e/ou açougues), os maiores ganhos a curto prazo são no sentido de agregar valor por trabalhar com um produto diferenciado, considerado tecnicamente superior e de poder garantir ao consumidor a procedência e a segurança, em termos de higiene, da carne. As iniciativas descritas acima, são sem sombra de dúvida, um caminho para se melhorar a gestão da cadeia de suprimentos de carne bovina. 4. Barreiras e Desafios ao Desenvolvimento das Alianças no Brasil Verifica-se que a gestão da cadeia de suprimentos de carne bovina está distante ainda de utilizar técnicas modernas como ECR e de observar a manutenção da cooperação entre os parceiros.Além disso, há de se resolver os entraves associados à cadeia do frio. A cadeia do frio relaciona-se com a qualidade do produto sob dois diferentes aspectos, porém complementares. O primeiro deles, é a contaminação microbiológica dos alimentos e o risco associado a saúde humana. O segundo com as características organolépticas e sensoriais do produto final. De acordo com declarações de um especialista do Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da UNICAMP, a indústria e o setor de distribuição nacional são ineficientes na operação com cadeias de frio, tornando-se na maioria dos casos o fator responsável pela baixa qualidade do produto final.85 Nota-se no Brasil, que além dos problemas relacionados ao pouco conhecimento sobre as temperaturas ideais de resfriamento e congelamento, existe uma deficiência técnica dos equipamentos utilizados. Em geral as câmaras frigoríficas, os caminhões transportadores, os balcões frigoríficos de supermercados e açougues não mantém a temperatura prevista pelos técnicos responsáveis. Segundo o engenheiro de uma empresa multinacional produtora de balcões refrigerados para supermercados, em 60% dos casos a temperatura assinalada no visor do termostato do equipamento, não condiz com a temperatura real no seu interior. Normalmente os termostatos são instalados próximos às saídas do ar frio, que registra uma baixa temperatura, porém não condizente com a realidade no interior do equipamento. Esta variação de temperatura prejudica as qualidades objetivas e subjetivas do produto, podendo até vir a causar problemas de intoxicações por ingestão de alimentos alterados microbiologicamente. Com relação ao comportamento adversarial entre os diversos elos da cadeia, é de conhecimento geral que a relação principalmente entre pecuarista e frigorífico é de elevada desconfiança. Por exemplo, quando a venda de gado é efetivada tendo como forma de pagamento o rendimento de carcaça, muitos pecuaristas acompanham o abate para verificar se o frigorifico não esta sendo desleal. Situação inversa é também verificada: muitos frigoríficos tem dificuldade em negociar com pecuaristas em função destes nem sempre entregarem animais que atendam minimamente a qualidade exigida para abate. Mesmo a relação entre frigoríficos e os supermercados é muitas vezes problemática, principalmente em função de se estar trabalhando com um produto perecível. Isso pode fazer com que muitos supermercados se utilizem desta situação para negociarem condições que lhes sejam mais favoráveis. Outros problemas enfrentados na tentativa de se melhorar a qualidade da carne e na formação de alianças mercadológicas podem ser identificados. Primeiro, os incentivos tributários não têm se constituído em instrumento capaz de incentivar o investimento em qualidade, seja por parte do produtor seja por parte dos demais elos da cadeia. Segundo, não existe, por parte dos elos finais da cadeia (leia-se varejo e consumidor final), a percepção do valor da carne de qualidade. Em terceiro lugar, preço e serviços associados (credibilidade dos pontos de venda que não participam de alianças) ainda são fatores preponderantes na mente de varejistas e 85 Os principais fatores que influenciam o crescimento dos microorganismos responsáveis pela alteração da qualidade da carne são: pressão osmótica, pH, potencial de oxiredução e atmosfera (Lawrie, 1979) ______ II Workshop Brasileiro de Gestão de Sistemas Agroalimentares – PENSA/FEA/USP Ribeirão Preto 1999 208 consumidores finais. Outro fator, que é considerado por muitos entusiastas uma barreira ao sucesso e difusão das iniciativas, é a falta de conscientização por parte dos pecuaristas do benefícios de abater precocemente e adotar técnicas de manejo mais modernas. Também podem ser relacionados entre os problemas na formação das alianças mercadológicas a possibilidade de proliferação de certificações. Este fato foi observado na França, onde o elevado número de certificados acabou por desorientar ainda mais o consumidor sobre a real validade da mesma como uma segurança da qualidade da carne. O mesmo não se verificou na Inglaterra, onde a iniciativa na formação de alianças partiu das grandes redes de supermercados. Por serem poucas e terem vasto domínio sobre o comércio varejistas, estas Companhias lideram o processo de coordenação estabelecendo suas próprias marcas para a carne bovina. Através delas, foram oferecidas aos consumidores garantias de procedência e de qualidade. No Brasil, existe ainda falta de interesse de muitas das grandes cadeias de super/hipermercados em participar das alianças. Na pecuária e na indústria frigorífica, a ausência de líderes fortes também colabora para dificultar a implantação de um número reduzido de certificações de alta credibilidade 5. Conclusão Como foi visto no desenvolvimento deste trabalho, a cadeia de gado de corte brasileira, assim como outras cadeias agrícolas, apresenta uma coordenação ineficiente entre seus agentes levando à perda de competitividade frente a outras cadeia, especialmente a carne de frango. Na intenção de promover uma coordenação mais eficiente entre estes agentes surgiram no país, incentivados por organizações estatais e para-estatais, as alianças mercadológicas, buscando justamente um comportamento mais cooperativo. Entre estes movimentos, alianças como as desenvolvidas em São Paulo pelo FUNDEPEC-SP e pelo Sindicato do Comércio Varejista de Carne do Estado parecem caminhar no sentido de funcionarem como ferramentas de coordenação da cadeia, apresentando avanços significativos a nível de ganhos. As alianças formadas apresentam, entretanto, um caráter extremamente localizado e representam ainda um fatia bastante reduzida do mercado. Tratam- se de iniciativas que apresentam várias deficiências e ainda não foram capazes de lançar mão de ferramentas de gestão, tais como ECR, que são cruciais para o sucesso de empreendimentos desta natureza. A ausência de planejamento estratégico para uma atuação conjunta dos agentes é também apontada como uma das principais causas para o fracasso na consolidação de alianças. Contudo, o comportamento ainda extremamente adversarial entre os agentes é sem dúvida o principal obstáculo. 6 .Bibliografia Anualpec 98 Anuário da Pecuária Brasileira. FNP Consultoria & Comércio, São Paulo 1998. BATALHA, M. O. & SILVA, C. A. B. da. (coords) Estudo sobre a Eficiência Econômica e Competitividade da Cadeia Agroindustrial da Pecuária de Corte no Brasil. Relatório Final. Brasília, julho de 1999. BATALHA, M. O. & LAGO DA SILVA, A. Gestão de Cadeias Produtivas: novos aportes teóricos e empíricos. In: XI Seminário Internacional Departamento de Economia Rural. (Des) Equilíbrio Econômico & Agronegócio. 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