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caso concreto 11 de prática II

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 
99ª VARA DO TRABALHO DE SALVADOR/BA 
 
 
 
 
Processo número 123 
 
 
 
 
AERODUTO, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, 
movida pelo reclamante PAULO, vem, tempestivamente, à presença de 
Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve, inconformado com 
a respeitável sentença proferida, interpor o presente RECURSO 
ORDINÁRIO, com fulcro no art. 895, I, da Consolidação das Leis do 
Trabalho – CLT. 
 
 
 
Assim, requer o recebimento das razões recursais anexas e a 
posterior remessa dos autos ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 
_____ Região para a reapreciação da demanda. 
 
Outrossim, requer seja o Reclamante notificado para que, 
querendo, apresente as contrarrazões que julgar necessárias. 
 
Ademais, segue comprovante do recolhimento das custas e 
depósito recursal. 
 
Termos em que, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado OAB n. _____ 
 
 
 
 
 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO 
 
 
Recorrente: Aeroduto 
Recorrido: Paulo 
Origem: 99ª Vara do Trabalho de Salvador/BA 
Processo: 123 
 
 
Egrégio Tribunal, 
Colenda Turma, 
Nobre Julgadores, 
 
 
I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
 
O presente recurso ordinário preenche todos os seus requisitos de 
admissibilidade recursal extrínsecos e intrínsecos. 
 
Dessa forma, espera o recorrente que este recurso seja conhecido 
e tenha o seu mérito apreciado. 
 
II – DO RESUMO DA DEMANDA 
 
 A Recorrente, é tomadora de serviços terceirizados prestados 
pela primeira ré, foi demandada conjuntamente pelo recorrido na ação onde 
o mesmo pleiteia adicional de insalubridade alegando que trabalhava em 
local de barulho, bem como a incidência de correção monetária sobre o valor 
dos salários, afirmando que recebia sempre até o quinto dia útil do mês 
subsequente ao vencido. 
Superada a possibilidade de acordo, o juiz indeferiu os 
requerimentos da segunda ré para a produção de provas testemunhal e 
pericial, consignando em ata os protestos da recorrente, pois visava, com 
isso, comprovar que o EPI eliminava a insalubridade. 
Ademais, o magistrado decretou revelia e confissão da primeira ré 
sob o fundamento de que a mesma não compareceu em juízo devidamente 
representada, julgou procedentes os pedidos de pagamento de adicional de 
insalubridade em grau máximo, bem como de incidência de correção 
monetária sobre o valor do salário mensal pago após a “virada do mês”. 
Outrossim, condenou a recorrente, subsidiariamente, em todos os 
pedidos, fundamentando a procedência na revelia e confissão da 1ª ré. 
 
 
III – DAS RAZÕES DO RECURSO 
 
A) DA NULIDADE PROCESSUAL EM RAZÃO DE CERCEAMENTO DE 
DEFESA 
 
Como relatado, em sede de primeira instância a recorrente 
procurou comprovar que por meio de documentos toda documentação que 
comprova que não houve alteração na saúde do recorrido durante o período 
do vínculo empregatício da primeira ré, bem como apresentou os recibos de 
que entregava com regularidade os EPIs. 
Outrossim requereu a produção de provas testemunhal e pericial, 
privando a recorrente de se utilizar do direito ao contraditório e ampla defesa 
previstos no art. 5º inciso LV da constituição federal, bem como foi o 
entendimento do julgado a seguir: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE 
REVISTA. OITIVA DE TESTEMUNHAS. 
INDEFERIMENTO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE 
DEFESA. VIOLAÇÃO DIRETA E LITERAL DO ART. 
5º, LV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
PROVIMENTO. Demonstrada possível violação literal do 
art. 5, LV, da Constituição Federal, impõe-se o provimento 
do agravo de instrumento para determinar o processamento 
do recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e 
provido. 
 
Dessa forma, diante do acima exposto, deve ser decretada a 
nulidade processual e, por consequência, nulidade da sentença para o fim de, 
reabrindo-se a instrução processual, ser permitida a realização das provas 
pericial e oral requeridas e, posteriormente, ser prolatada nova sentença. 
 
B) DA RESONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA 2ª RÉ 
 
 No que se refere à responsabilização subsidiária da segunda ré, 
houve equívoco do juízo a quo, haja vista que não ocorreu qualquer 
demonstração da falta de fiscalização das obrigações contratuais e legais da 
1ª Reclamada, conforme se demonstra por documentos juntados aos autos. 
Tal condenação afronta os termos da súmula 331, V, do TST. 
Sendo assim, considerando o conflito entre a sentença e o 
entendimento sumulado do TST, entende-se cabível a hipótese da sentença 
de fls.... ser reformada para o fim de se afastar a responsabilidade subsidiária 
da 2ª Reclamada. 
 
 
 C) DA PENA DE REVELIA E CONFISSÃO APLICADA A 1ª RÉ 
 
Analisando o enunciado da Súmula 377 do TST e salientando-se 
que a 1ª reclamada se enquadra como microempresa, conclui-se que o juízo 
a quo, pois a dita reclamada preencheu o requisito do parágrafo 1º do art. 843 
por meio da exceção criada pela referida sumula, que entende pela não 
necessidade de o preposto ser empregado da reclamada e também 
considerando que o contador tem conhecimento suficiente dos fatos de que 
se tratam o caso concreto para representar a 1ª reclamada. 
Diante disso, requer-se que seja afastada a pena de revelia e 
confissão aplicada à primeira reclamada, afastando-se assim, a presunção de 
veracidade dos fatos descritos na exordial. 
 
D) DA CONDENAÇÃO EM ADCIONAL DE INSALUBRIDADE 
 
Segundo o ordenamento jurídico nacional, é imprescindível a 
realização de perícia para verificação da insalubridade. É que, segundo o 
disposto no art. 195, caput, da CLT, a caracterização da insalubridade se faz 
através de perícia, sendo, o laudo técnico, prova específica, imposta por lei 
para tanto, comandando, o § 2º do aludido artigo, a nomeação de perito 
quando alegado labor em condições insalubres. Lembre-se que o juízo a quo 
indeferiu a referida produção de prova, cerceando a defesa da reclamada. 
 
Aliás, em caso de pleito de adicional de insalubridade, sequer 
admite-se confissão, pois incide o comando encartado no inc. I do art. 341 
do CPC. 
 
Ainda, nos termos da OJ-SDI1-278, TST, a perícia em casos de 
pedido de adicional de insalubridade é obrigatória, somente sendo 
dispensável nos casos de fechamento da empresa, quando o julgador poderia 
se utilizar de outros meios de prova, o que não é a hipótese em análise. 
 
OJ-SDI1-278 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. 
PERÍCIA. LOCAL DE TRABALHO DESATIVADO. DJ 
11.08.03 
 
A realização de perícia é obrigatória para a verificação de 
insalubridade. Quando não for possível sua realização, 
como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador 
utilizar-se de outros meios de prova. 
 
Portanto, para a verificação do cabimento de pagamento de 
adicional de insalubridade é obrigatória a realização de perícia técnica. Nesse 
sentido, a jurisprudência a seguir colacionada: 
 
INSALUBRIDADE. PERÍCIA. Realizada a perícia e 
constatado o ambiente insalubre, não há como 
desconsiderá-lo para negar o respectivo adicional. O 
deferimento ou indeferimento de adicional de insalubridade 
somente pode se dar com fundamento em prova técnica e 
não em livre convencimento. (RR 263615/96.1, Ac. 4ª T. 
Cnéa Cimini Moreira de Oliveira - TST). (grifo nosso). 
 
Sendo, tal exigência, matéria de ordem pública, deve ser 
reconhecida de ofício a nulidade da sentença que defere o pagamento de 
adicional de insalubridade sem a realização de perícia. 
 
Trata-se, portanto, de sentença nula. 
 
Deste modo, sendo, a prova pericial, obrigatória para o julgamento 
dacausa, por esta se referir a pedido de adicional de insalubridade, não tendo 
esta sido produzida, declara-se nula a sentença de mérito, determinando-se o 
retorno dos autos à vara de origem para reabertura da instrução processual e 
produção da prova pericial. 
 
Consequentemente, resta prejudicada a análise do mérito dos 
recursos ordinários interpostos pelas partes. 
 
IV – DA CONCLUSÃO 
 
Diante das argumentações e das provas constantes nos autos, 
a Recorrente espera que o presente Recurso Ordinário seja conhecido e 
provido, com a consequente reforma ou a decretação de nulidade da decisão 
de primeira instância, acolhendo-se na integralidade os pleitos acima 
mencionados. 
 
 
Nesses termos, 
pede deferimento. 
 
Local e data. 
 
Advogado OAB n. _____

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