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DOAÇÃO DE SANGUE

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Curso: Técnico em Enfermagem Turma: N47
Profº: Vanessa Matéria: Saúde Coletiva
Nome: Wende Sousa da Silva
Doação
De
Sangue
Àguas Lindas de Goiás, 18 de Junho de 2018
Doação de Sangue
Doação de sangue é o processo pelo qual um doador voluntário tem seu sangue coletado para armazenamento em um banco de sangue ou hemocentro para um uso subsequente em uma transfusão de sangue. Trata-se de um processo de fundamental importância para o funcionamento de um hospital ou centro de saúde.
A Organização Mundial de Saúde comemora, desde 2005, o dia 14 de junhocomo o Dia Mundial do Doador de Sangue[1], para homenagear os voluntários que doam sangue, além de conscientizar sobre o ato. A data foi escolhida por conta do nascimento do médico austríaco Karl Landsteiner, ganhador do Premio Nobel e Fisiologia ou Medicina em 1930 pelo descobrimento do sistema AOB de tipagem sanguínea[1].
Desde 2015 o movimento Eu Dou Sangue pelo Brasil realiza a campanha Junho Vermelho, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue[2]. Alguns prédios ou monumentos públicos utilizam uma iluminação vermelha para chamar a atenção para doações.
Contexto geral
Todos os procedimentos médicos que demandam transfusão de sangue precisam dispor de um fornecimento regular e seguro deste elemento. Daí a importância de se manter sempre abastecidos os bancos de sangue por meio das doações, que não engrossam nem afinam o sangue do doador. É fácil e seguro, e não se pode mentir nem omitir informações, pois quem recebe o sangue pode ser contaminado.
Doar sangue é um procedimento simples, rápido, sigiloso e seguro. Para o doador em geral não há riscos; algumas complicações leves, como queda de pressão e tontura, muitas vezes estão ligadas à ansiedade [3]. Após a doação, pequenos hematomas e dores no local da picada também são raros. Os componentes do sangue doado são rapidamente repostos pelo organismo, e o normal é não haver qualquer consequência da doação.[4]
Requisitos para a doação
Qualquer pessoa poderá doar sangue, desde que sejam observadas algumas condições, a fim de garantir a segurança e a qualidade do procedimento:[5][6]
Requisitos básicos
Estar em boas condições de saúde.
Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos.
Pesar no mínimo 50kg.
Estar descansado (ter dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas).
Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação).
Apresentar documento original com foto recente, que permita a identificação do candidato, emitido por órgão oficial (Carteira de Identidade, Cartão de Identidade de Profissional Liberal, Carteira de Trabalho e Previdência Social).
Impedimentos temporários
Resfriado: aguardar 7 dias após desaparecimento dos sintomas.
Gravidez
90 dias após parto normal ou abortamento e 180 dias após cesariana.
Amamentação (se o parto ocorreu há menos de 12 meses).
Ingestão de bebida alcoólica nas 12 horas que antecedem a doação.
Tatuagem / maquiagem definitiva nos últimos 12 meses.
Situações nas quais há maior risco de adquirir doenças sexualmente transmissíveis: aguardar 12 meses.
Qualquer procedimento endoscópico (endoscopia digestiva alta, colonoscopia, rinoscopia etc): aguardar 6 meses.
Extração dentária (verificar uso de medicação) ou tratamento de canal (verificar medicação): por 7 dias.
Cirurgia odontológica com anestesia geral: por 4 semanas.
Acupuntura: se realizada com material descartável: 24 horas; se realizada com laser ou sementes: apto; se realizada com material sem condições de avaliação: aguardar 12 meses.
Vacina contra gripe: por 48 horas.
Herpes labial ou genital: apto após desaparecimento total das lesões.
Herpes Zoster: apto após 6 meses da cura (vírus Varicella Zoster).
Impedimentos definitivos
Se teve hepatite após os 10 anos de idade.
Evidência clínica ou laboratorial das seguintes doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue: Hepatites B e C, AIDS(vírus HIV), doenças associadas aos vírus HTLV I e II e Doença de Chagas.
Uso de drogas ilícitas injetáveis.
Se já teve malária, tuberculose extra-pulmonar, elefantíase/filaríase, hanseníase, calazar (leishmaniose visceral), brucelose, esquistossomose hepatoesplênica ou alguma doença que gere inimputabilidade jurídica.
Se recebeu enxerto de dura-máter.
Se teve algum tipo de câncer, incluindo leucemia.
Se tem graves problemas no pulmão, coração, rins ou fígado.
Se tem problema de coagulação de sangue.
Se é diabético com complicações vasculares ou em uso de insulina.
Se foi submetido a transplante de órgãos ou de medula.
Procedimentos
A coleta de sangue para doação consiste na retirada de cerca de 450ml de sangue, através do uso de material descartável, de uso único e estéril. O tempo de permanência do doador no Banco de Sangue, incluindo coleta e triagem, é de aproximadamente 12 minutos.
No Brasil, o Ministério da Saúde exige a realização de alguns procedimentos específicos antes e depois da doação, a fim de prevenir complicações para o doador e contaminação para o receptor durante o período de janela imunológica de doenças.
Antes da doação, o candidato irá passar por uma entrevista de triagem clínica, na qual podem ser detectadas algumas condições adicionais que possam impedir a doação. Após cada doação serão realizados os seguintes exames no sangue coletado:
tipagem sanguínea ABO e Rh;
pesquisa de anticorpos eritrocitários irregulares (PAI);
Teste de Coombs Directo;
fenotipagem do Sistema Rh (D,C,E.c,e), fenotipagem de outros sistemas;
testes sorológicos para: Hepatite B, Hepatite C, Doença de Chagas, Sífilis, HIV (AIDS), HTLV I/II.
Esse procedimento se repetirá após cada doação e os resultados serão comunicados ao doador.
Cuidados-pós doação
Permanecer pelo menos 15 minutos no local após a doação para observação;
Não fumar na 1ª hora após a doação;
Tomar bastante líquidos (ex.: água, suco, chá);
Evitar atividades físicas vigorosas ou que coloquem em risco a sua segurança e a de outros nas próximas 12 horas;
Evitar utilizar intensamente o braço onde foi realizada a punção;
Comunicar o Serviço de Hemoterapia caso você queira informar algo que omitiu na entrevista ou achar que seu sangue pode ser prejudicial a outra pessoa;
Procurar o Serviço de Hemoterapia caso apresente qualquer problema que você ache que possa estar relacionado com a doação;
Respeitar o intervalo mínimo entre as doações: 2 meses para o homem e 3 meses para a mulher;
Maior doador de sangue
O catarinense Orestes Golanovski foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o Maior doador de sangue do Brasil, entrando em 2011 para o RankBrasil – Recordes Brasileiros. Até junho de 2006, ele já havia feito 187 doações. O recordista doou sangue até completar 65 anos, idade limite para a ação solidária.
Direitos
No Brasil
A lei nº 10.205, de 21 de março de 2001, regulamenta o §4º do art. 199 da Constituição Federal, relativo à coleta, processamento, estocagem, distribuição e aplicação do sangue, seus componentes e derivados e estabelece o ordenamento institucional indispensável à execução adequada dessas atividades.
No Brasil, trabalhador sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário, por um dia, em cada doze meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada (art. 473 da CLT). Os funcionários públicos civis federais, sem qualquer prejuízo, podem se ausentar do serviço por um dia para doação de sangue, sem limite anual de doações (art. 97 da lei nº 8.112/1990). Nos estados do Paraná e Espirito Santo é possível pagar meia entrada em eventos culturais, desde que a pessoa esteja formalmente cadastrada no banco de sangue, Lei estadual 13.964/2002.
Há ainda a lei federal nº 1.075, de 27 de março de 1950, que permite que a doação de sangue seja incluída na folha de serviço de funcionário público civilou militar e que, não se enquadrando nestas categorias, que o doador seja incluído entre os que prestam serviços relevantes à sociedade e à Pátria.
Nas unidades federativas
No estado de Mato Grosso, a lei nº 7.713, de 12 de setembro de 2002, autoriza o doador regular de sangue a receber isenção do pagamento de taxas de inscrição em concursos públicos promovidos pelo Governo do Estado. Para tanto, deverá apresentar documento comprobatório padronizado de sua condição de doador regular expedido pelo Banco de Sangue, público ou privado, autorizado pelo Poder Público, em que faz a doação.
No estado do Paraná, a lei nº 13.964, de 20 de dezembro de 2002, concede ao doador regular de sangue desconto de 50% (cinquenta por cento) em Eventos Culturais Artísticos no estado. Para tanto, o doador deve estar registrado no hemocentro e nos bancos de sangue dos hospitais do estado, identificado por documento oficial expedido pela Secretaria de Estado da Saúde.
No Distrito Federal, a lei nº 1.321, de 26 de dezembro de 1996, prescreve que os doadores regulares de sangue ficam dispensados do pagamento de taxa de inscrição em concurso público para preenchimento de vagas na administração pública direta, indireta e fundacional do Distrito Federal e da Câmara Legislativa, sendo necessária a comprovação de pelo menos três doações de sangue realizadas no período de um ano antes da data final das inscrições cuja isenção seja pleiteada.
No estado de São Paulo, a lei nº 12.147, de 12 de dezembro de 2005, também autoriza o doador de sangue a ser isento do pagamento de taxas de inscrição nos concursos públicos realizados pela Administração Direta, Indireta, Fundações Públicas e Universidades Públicas do Estado. Para ter direito à isenção, o doador terá que comprovar a doação de sangue, que não poderá ser inferior a 3 (três) vezes em um período de 12 (doze) meses.
No estado de Santa Catarina, a lei nº 10.567, de 7 de novembro de 1997, o doador de sangue fica isento do pagamento de taxas de inscrição a concursos públicos realizados pelo estado, equiparando-se a doador de sangue para os efeitos desta lei, a pessoa que integre a Associação de doadores e que contribua, comprovadamente para estimular de forma direta e indireta, a doação. A comprovação da qualidade de doador de sangue será efetuada através da apresentação de documento expedido pela entidade coletora, que deverá ser juntado no ato de inscrição e deverá discriminar o número e a data em que foram realizadas as doações, não podendo ser inferior a 03 (três) vezes anuais.
No estado do Ceará, a lei nº 12.634, de 14 de novembro de 1996, dispõe que s servidores estaduais farão jus ao cômputo de 01 (uma) semana para efeito de contagem de tempo de serviço para aposentadoria, a cada doação de sangue efetuada exclusivamente nos Hemocentros, entidade vinculada à Secretaria de Saúde do Estado do Ceará - SESA-CE, mas isto vale apenas para aqueles que comprovarem a doação até o advento da Emenda Constitucional nº 20/98, de 15 dezembro de 2008, deve pleitear, através de requerimento, a averbação desse tempo, pois a Constituição Federal estabeleceu que a ``a lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício´´. Ainda, a lei nº 12.559, de 29 de dezembro de 1995, a exemplo de outras unidades federativas, estabeleceu que os doadores de sangue que contarem o mínimo de 02 (duas) doações, num período de 01 (um) ano, estarão isentos do pagamento da taxa de inscrição em concursos públicos estaduais, realizados num prazo de até 12 meses decorridos da última doação.
Tipagem Sanguínea e Fator Rh
Na virada do século XIX para o século XX, mais especificamente em 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner notou que quando juntamos amostras de sangue de pessoas diferentes dois resultados poderiam ocorrer:
Os sangues se misturavam sem que houvesse nenhum problema.
Os sangues não se misturavam, havendo uma intensa reação que levava à destruição das hemácias (glóbulos vermelhos) e ampla formação de coágulos.
Foi através deste experimento que surgiu o conceito de sangue compatível e sangue incompatível.
Baseado em seus experimentos, Landsteiner descreveu 3 tipos de sangue, que foram chamados de tipo A, tipo B e tipo O, dando origem à famosa classificação ABO dos grupos sanguíneos. Essa descoberta rendeu-lhe o prêmio Nobel de Medicina em 1930. Dois anos depois, um quarto grupo sanguíneo foi identificado: o tipo AB, formando, assim, os 4 grupos sanguíneos atualmente utilizados no sistema ABO.
Em 1940, o mesmo Karl Landsteiner descobriu a existência do chamado fator Rh, que era responsável pela incompatibilidade de alguns tipos de sangue mesmo quando o sistema ABO era respeitado. A partir desta descoberta, os indivíduos foram classificados como Rh positivo ou Rh negativo, de acordo com a existência ou não do fator Rh em seus sangues.
Atualmente, as transfusões sanguíneas utilizam as classificações ABO e Rh para evitar que um sangue incompatível seja administrado em um paciente que necessita de transfusão. Sendo assim, são 8 os tipos sanguíneos:
A+ (grupo sanguíneo A com fator Rh positivo).
B+ (grupo sanguíneo B com fator Rh positivo).
AB+ (grupo sanguíneo AB com fator Rh positivo).
O+ (grupo sanguíneo O com fator Rh positivo).
A- (grupo sanguíneo A com fator Rh negativo).
B- (grupo sanguíneo B com fator Rh negativo).
AB- (grupo sanguíneo AB com fator Rh negativo).
O- (grupo sanguíneo O com fator Rh negativo).
A frequência dos grupos ABO muda de acordo com etnia do indivíduo. Atualmente, a distribuição mundial é mais ou menos a seguinte:
Brancos → 44% são O, 43% são A, 9% são B e 4% são AB.
Negros → 49% são O, 27% são A, 20% são B e 4% são AB.
Asiáticos → 43% são O, 27% são A, 25% são B e 5% são AB.
Sistema ABO
O nosso sangue é composto por uma parte líquida, chamada de plasma, e uma parte sólida, que contém as células do sangue, nomeadamente hemácias, leucócitos e plaquetas. Em média, 55% do sangue é líquido e 45% é composto por células.
As hemácias contêm algumas proteínas em sua superfície que são chamadas de antígenos ou aglutinogênios. São esses antígenos que receberam os nomes de A, B, AB e O. A incompatibilidade entre os sangues surge quando há diferenças entre as proteínas presentes nas superfícies das hemácias do doador e do receptor.
Na verdade, existem apenas 2 tipos de antígenos, que são o A e o B:
Se um indivíduo tiver antígenos A na superfície das suas hemácias, o sangue dele é classificado como tipo A.
Se um indivíduo tiver antígenos B na superfície das suas hemácias, o sangue dele é classificado como tipo B.
Se um indivíduo tiver antígenos A e antígenos B na superfície das suas hemácias, o sangue dele é classificado como tipo AB.
Se um individuo não tiver nem o antígeno A nem o antígeno B na superfície das suas hemácias, o sangue dele é classificado como tipo O (ou tipo zero).
A incompatibilidade sanguínea ocorre pela presença de anticorpos ou aglutininas no sangue, que segue a seguinte lógica:
Um indivíduo com hemácias que apresentam antígenos A na superfície (tipo sanguíneo A) possui anticorpos contra hemácias com antígenos B. Portanto, qualquer sangue que contenha antígenos B será rejeitado.
Um indivíduo com hemácias que apresentam antígenos B na superfície (tipo sanguíneo B) possui anticorpos contra hemácias com antígenos A. Portanto, qualquer sangue que contenha antígenos A será rejeitado.
Um indivíduo com hemácias que apresentam antígenos A e B na superfície (tipo sanguíneo AB) não possui anticorpos nem contra hemácias com antígenos B nem contra hemácias com antígenos A. Como não há anticorpos, todos os tipos de sangue podem ser transfundidos.
Um indivíduo com hemácias que não apresentam nem antígenos A nem antígenos B  na superfície (tipo sanguíneo O) possui anticorpos contra hemácias com antígenos A e contra hemácias com antígenos B. Portanto, qualquer sangue que contenha antígenos A ou B será rejeitado. Isso significa que esse indivíduo só pode receber sangue do tipo O.
SistemaRH
O sistema Rh segue a mesma lógica do sistema ABO. O antígeno Rh, também chamado de antígeno D, pode ou não estar presente nas membranas das hemácias. Se estiver presente, o paciente é classificado como Rh positivo. Pacientes Rh postivos não têm anticorpos contra o antígeno Rh.
Por outro lado, se o paciente não expressar o antígeno Rh nas membranas das hemácias, ele é classificado como Rh negativo. Pacientes Rh negativos também não possuem anticorpos contra o antígeno Rh, mas podem vir a desenvolvê-los, caso sejam expostos a sangue Rh+.
Compatibilidade da Transfusão de Sangue
Um paciente não pode receber um tipo de sangue no qual ele possui anticorpos contra. Por exemplo, um paciente com sangue B não pode receber sangue de um paciente com sangue A, pois os seus anticorpos contra o antígeno A irão destruir as hemácias transfundidas quase que imediatamente.
A tabela abaixo mostra todas as possibilidades de compatibilidade para doadores e receptores de transfusão sanguínea.
Genetica do Sistema ABO
O tipo sanguíneo do indivíduo é uma herança genética dos seus pais. Como ele é definido por apenas um gene, é relativamente fácil prever o grupo sanguíneo do filho se soubermos o dos pais.
A explicações a seguir são voltadas para pessoas que têm um mínimo de conhecimento sobre genética mendeliana, que costuma  ser ensinada nas aulas de biologia da escola. Se você não tem interesse nessas informações, pule direto para o próximo tópico, no qual vamos explicar o que acontece quando há uma transfusão incompatível.
O gene ABO pode ter 3 tipos de alelos: i, IA ou IB. As combinações entre esses alelos é que dão origem aos grupos sanguíneos. O alelo i é recessivo, enquanto os alelos IA ou IB são dominantes.
Lembrando que todos nós recebemos um alelo do pai e outro da mãe, os grupos sanguíneos são formados pelas seguintes combinações:
Tipo sanguíneo A = i + IA ou IA + IA.
Tipo sanguíneo B = i + IB ou IB + IB.
Tipo sanguíneo AB = IA + IB.
Tipo sanguíneo O = i + i.
A tabela abaixo mostra os possíveis grupos sanguíneos dos filhos de acordo com o grupos dos pais. Na prática, nem sempre é fácil estimar qual será o grupo sanguíneo do filho, pois a imensa maioria de nós sabe qual é o nosso grupo sanguíneo, mas não sabe a composição dos alelos do gene ABO que deram origem a ele. E conforme pode ser visto na tabela, uma pessoa do grupo sanguíneo A, que tem os alelos  i + IA, tem possibilidades de ter filhos com grupos diferentes de outra pessoa também com grupo sanguíneo A, mas com alelos IA + IA.
Transfusão de Sangue Incompatível
As transfusões de sangue com incompatibilidade ABO costumam provocar um quadro de reação transfusional hemolítica aguda, que ocorre porque os anticorpos Anti-A ou Anti-B atacam e destroem quase que imediatamente as hemácias transfundidas. Essa reação transfusional é uma emergência médica, que pode evoluir para coagulação disseminada intravascular (coagulação do sangue dentro dos vasos sanguíneos por todo o corpo), choque circulatório, insuficiência renal aguda e morte.
Os sintomas dessa forma de reação transfusional iniciam-se habitualmente ainda durante a transfusão. Febre e calafrios são os primeiros sintomas. Dor lombar e urina marrom também podem surgir.
Já as transfusões de sangue com incompatibilidade Rh costumam ser mais brandas. A hemólise (destruição das hemácias) só surge 3 a 30 dias depois e não costuma ser tão grave quanto na incompatibilidade ABO. Anemia e febre costumam ser os sintomas mais comuns. Elevação sanguínea da bilirrubina indireta é outro sinal típico.
O tratamento da reação transfusional hemolítica aguda é feito com interrupção imediata da transfusão e administração maciça de soro fisiológico por via venosa, de forma a impedir que as hemácias hemolisadas obstruam os túbulos renais. Pacientes que evoluem com hipotensão ou insuficiência respiratória devem ser transferidos imediatamente para uma unidade de cuidados intensivos.

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