Buscar

2 A Importância da Comunicação Intrapessoal

Prévia do material em texto

A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO INTRAPESSOAL NO 
DESENVOLVIMENTO DO SER HUMANO 
 
 
 
Dra. Eunice Maria Nascimento 
Consultora em Gestão e Comportamento Organizacional 
 
 
 As pessoas pensam ser mais fácil e cômodo transferir ao destino e à fatalidade tudo o que, no 
fundo, lhe diz respeito. Palavras como NÃO POSSO, NÃO SEI, são indicativos do NÃO QUERER 
ASSUMIR, NÃO QUERER PENSAR, portanto, será conveniente, sempre que percebermos tais reações, 
substituirmos essas palavras por:“EU NÃO DESEJO” ou “EU NÃO QUERO”, assim, estaremos 
assumindo uma posição perante a vida com mais responsabilidade. 
 
 Sabe-se que quando dizemos “eu não posso”, isto estará implicando situações variáveis e forças 
que fogem ao nosso controle. Quando dizemos “Eu não sei”, sabemos que estamos nos negando a pensar, 
a buscar as verdadeira causas que nos levam a agir de uma dada maneira. 
 
 Para que as mudanças comportamentais ocorram, se faz necessário ter a mente aberta para a 
criatividade, afastando influências que poderiam obstruir-nos, enquanto procuramos novas possibilidades 
ou novas idéias. Se refletirmos sobre as inúmeras possibilidades, o potencial que possuímos e a imensa 
experiência acumulada, fazendo uma correlação com as novas situações, será possível encontrar respostas 
diferentes e criativas frente às situações que se apresentam, sem contar que a memória representa o papel 
de um tanque de combustível, o octana do conteúdo depende da maneira como recebemos e como 
visualizamos as situações. O combustível que acumulamos pelas vivências diárias e pela experiência 
acumulada é muito mais rico do que o que provém da contemplação passiva e ociosa, da leitura desatenta 
e da audição descuidada. 
 
 Antes de uma tomada de decisão, devemos reunir inúmeras informações e materiais necessários 
para nos subsidiar, pois, muitos profissionais bem sucedidos acreditam que, ao buscarem inúmeros fatos, 
será possível uma tomada de decisão adequada. Um exemplo que podemos tomar da ciência é de Ivan 
Pavlov: “Apesar da perfeição da asa do pássaro, esta nunca poderia elevá-lo sem apoiar-se no ar. Os 
fatos representam o ar do cientista. Sem eles nunca se pode voar”. 
 
 Em algumas situações, verificamos a necessidade de novos fatos, mas ficamos na impossibilidade 
de saber quais os que podem ser encontrados e onde encontrá-los. Neste caso podemos fazer uma boa 
prospecção com espírito aberto e exposição ampla, aprofundando-nos mais do que simplesmente 
realizando um tateamento. Teremos que fazer uma imersão no “como” e no “por quê”. Devemos ainda 
considerar que a prospecção deve compreender de forma relevante as tentativas inúteis porque nelas é 
possível descobrir boas idéias e as causas do fracasso. 
 
 A análise de qualquer situação pode descortinar indícios que podem nos favorecer o poder de 
associação, contribuindo assim, de forma efetiva para alimentar a nossa imaginação. 
 
 É por isso, que, além de procurar novos fatos, precisamos da análise para descobrir relações. Se 
procurarmos semelhanças, podemos descobrir um fator comum que sirva como princípio, a fim de nos 
conduzir para uma situação criativa e diferente, sem contar que o verdadeiro processo de relacionamento 
entre fatos e impressões é fundamental no poder associativo. 
 
 Quando estamos impossibilitados de prosseguir em uma idéia ou em um projeto inovador, 
precisamos parar, refletir e às vezes voltar atrás, para que possamos efetuar uma análise da situação, 
imaginar outras possibilidades, e depois retornar novamente ao trabalho. 
 
Muitas vezes podemos até pensar que talvez estivéssemos trilhando o caminho certo, mas o desvio 
tomado foi errado. Não devemos esquecer um fator preponderante que é a imaginação, que muitas vezes 
pode facilmente descarrilar e inutilizar o pensamento. 
 
Só o ser humano pode fazer escolhas, e a explicação é que, para todos os propósitos práticos, nos 
escolhemos “tudo” o que fazemos, inclusive a infelicidade que sentimos. As outras pessoas não nos 
podem tornar felizes ou infelizes. Tudo o que podemos obter agir ou sentir de determinada maneira 
depende de nós. As idéias penetram em nosso cérebro, onde nós a processamos e então decidimos o que 
fazer. Nós escolhemos todas as nossas ações, pensamentos e, indiretamente, quase todos os nossos 
sentimentos e grande parte da nossa fisiologia. Por pior que nos sentimos quando estamos doentes ou 
sentindo dor, grande parte do que ocorre no nosso corpo é resultado indireto das ações e dos pensamentos 
que escolhemos diariamente em nossas vidas. 
 
Atualmente, profissionais ligados à área da psicologia vêm adotando uma nova modalidade de 
tratamento que é a terapia da realidade, onde a base está totalmente respaldada na teoria da escolha, não 
dando tanta ênfase nos relacionamentos passados, e dependendo, para o seu sucesso, da criação de um 
bom relacionamento entre as partes envolvidas. 
 
O que mais observamos na prática diária, seja em trabalho de consultório, seja no relacionamento 
com executivos ou mesmo com acadêmicos de vários cursos de nível universitário, é que, quando o ser 
humano se depara com uma situação complexa, a maioria acaba optando pela infelicidade, pelas inúmeras 
reclamações visualizando apenas o lado negativo da situação. Ao nosso ver este é um desvio radical 
daquilo em que a maioria das pessoas acredita ao procurar ajuda para os dolorosos sintomas. 
 
Especialistas afirmam que a doença mental é causada por um desequilíbrio químico no cérebro, e 
que muitas vezes se faz necessária a utilização de medicamentos para corrigir esse desequilíbrio. É 
importante aqui levantar um questionamento: Será que em algumas vezes o fato de surgir uma doença 
mental, não é resultado da escolha do próprio indivíduo? O sujeito deprime para poder lidar com as 
situações, podendo assim fazer escolhas melhores e mais compatíveis com a sua realidade de vida. 
 
Quando fazemos a escolha, podemos imaginar que todos os seres humanos desde o nascimento até 
a morte, fazem suas escolhas, de como devem se comportar perante as situações apresentadas. Todos os 
nossos comportamentos conscientes significativos têm algo a ver com a satisfação de nossas necessidades 
básicas que são selecionadas e escolhidas por nós. 
 
Quando falamos em comportamento, estamos nos referindo a escolhas, tão fundamentais como 
andar, dormir, falar, chorar, mas quando compreendemos o conceito de comportamento, todo os nossos 
sentimentos, tantos os prazerosos quanto os dolorosos, são classificados; Mesmo que seja uma seleção 
indireta, não deixa de ser uma escolha. 
 
O ser humano é complexo, e brilhante ao mesmo tempo, com suas inúmeras possibilidades de 
superação. Cada indivíduo possui uma maneira peculiar de agir perante a vida, como a atividade de 
caminhar, falar ou até mesmo calar. Outro fator de grande relevância é o pensar: estamos sempre 
pensando em algo, planos futuros, sonhos, realizações, tarefas a serem executadas. Por sua vez, não 
podemos deixar de lado o sentir, que é fundamental em todos os momentos, pois todos os nossos 
movimentos estão repletos de sentimentos. O silêncio como uma forma de comunicação riquíssima, mas 
que nem sempre é compreendido pelas pessoas, temos ainda o componente fisiológico que é essencial a 
todas as nossas ações, como o coração bombeando, nossos rins fazendo as filtragens necessárias, nossos 
pulmões respirando e oxigenando o nosso tão grandioso aparelho cerebral, passando, algumas vezes, o 
seu funcionamento e a sua grandiosidade despercebidos pelo ser humano. 
 
Nós escolhemos os nossos sentimentos e os nossos comportamentos, apesar de ser mais cômodo 
delegar a outros uma responsabilidade que é somente nossa. Podemos muitasvezes afirmar que não 
temos consciência das escolhas que estão sendo feitas, mas com certeza temos consciência de estarmos 
fazendo a opção pela felicidade ou infelicidade. 
 
Quando procuramos alguém para nos ouvir, sem darmos a essa pessoa a opção da palavra, 
podemos refletir sobre a questão da seguinte forma: do que adiantaria falar a respeito de algo que nos 
incomoda, das nossas dúvidas, dos nossos medos se não tivéssemos o livre arbítrio da escolha? Ninguém 
pode escolher diretamente por nós, pois se faz necessário avaliar todos os elementos que compõem o 
comportamento que são inseparáveis. 
 
A melhor escolha em nossas vidas não é necessariamente uma boa escolha, mas a que parece boa 
no momento em que optamos pela mesma. Quando pensamos em nossas escolhas, podemos tirar um 
grande ensinamento de que em tudo existe uma razão especial, um aprendizado, um caminho a ser 
percorrido. Quando estamos deprimidos, fato comum que ocorre com qualquer ser humano, estamos 
tomando o controle sobre a própria vida, e estamos parando para refletir na melhor maneira de lidar com a 
situação presente, por mais dolorosa que seja a situação, pois, não lidar com os fatos da forma como eles 
se apresentam causam uma imensa dor. 
 
Interessante pensarmos que, se para todas as situações tivermos escolhas, surge uma esperança, 
para optar por outra ainda melhor. Todos nós somos vitimas de nossas próprias escolhas tanto das boas 
como das ruins. 
 
Em nossa experiência como educadora e como consultora de empresas ao longo dos anos, tivemos 
a oportunidade de perceber que muitos profissionais que participam das atividades, sempre ficavam um 
pouco mais de tempo ao término, para falar sobre as suas dificuldades pessoais, e muitas vezes 
levantando algumas questões pessoais ou profissionais, que naquele momento os afligia. A nossa atuação 
sempre foi em ouvir e posteriormente levantar o questionamento de como ele estava se sentindo frente à 
situação que se apresentava. Alguns respondiam que naquele momento estavam se sentindo um pouco 
melhor, ou que estavam péssimos, passando por um grande sofrimento. Após ouvi-los, sempre 
procurávamos formular a seguinte questão, o que você está pretendendo fazer, ou que tomada de decisão 
pretende seguir, frente à situação que se apresenta? Com isso nunca deixamos de demonstrar o respeito e 
o carinho pela situação que o mesmo estava passando, mas por outro lado, procurávamos dar a entender 
que somente ele poderia fazer as escolhas, mesmo frente às maiores adversidades. 
 
Às vezes lembro-me bem de algumas situações muito sérias, mas que no nosso entendimento 
exigiam uma situação ativa, em vez de sentimento inativo e pena, de carregar no colo, de dar respostas 
prontas, não sendo a saída, mas sim a fuga para uma situação irreal. 
 
Enfatizando ainda o poder que o ser humano possui e das escolhas que faz, podemos analisar o 
nosso próprio corpo, que é algo fantástico, Ele nos dá todas as respostas para todas as situações que 
vivenciamos. É uma pena que poucas pessoas consigam fazer a correlação e a leitura correta sobre este 
fato. 
 
Muitas das manifestações apresentadas pelo nosso corpo podem ser chamadas de doenças 
psicossomáticas, como uma manifestação saudável, uma comunicação direta, mas que infelizmente 
poucos conseguem percebê-la e decifrá-la. Para um maior entendimento vamos detalhar alguns pontos 
essenciais: Psico significa a forma, a maneira como estamos pensando, e somo o que está acontecendo 
em nosso corpo. 
 
A doença e os sintomas podem ser evidenciados e acompanhados de inúmeras possibilidades 
ilimitadas, aos olhos maravilhados dos leigos, a medicina moderna não falha exatamente em suas 
possibilidades de ação, mas na visão e na vida que a fundamenta, os procedimentos adotados pela 
medicina orientaram-se quase que unicamente pela funcionalidade e pela eficácia: “a falta de uma alma 
interior”, pois os fatos em si nunca têm muito sentido, mais é o significado dos acontecimentos que 
afloram fazendo surgir uma expressão de mudança de temperatura, dando um significado aos 
acontecimentos. 
 
Quando uma pessoa deixa de interpretar os fatos de uma forma sistêmica, a vida pode perder o 
sentido. Caracteres escritos passam a não ter significado se as pessoas não conseguirem decifrá-los. O 
valor de uma pintura não se baseia na qualidade da tela e das tintas; os componentes da pintura são meros 
veículos e mediadores de uma idéia, que é a pintura interior do artista. A tela permite que o invisível se 
torne visível. 
 
Tanto na medicina como na linguagem comum se fala das mais diferentes doenças. Doença e 
saúde são conceitos singulares, pois se referem a um estado das pessoas, e não, como se costuma dizer 
hoje, partes do corpo. O corpo nunca está só doente ou só saudável, visto que nele se expressam 
realmente as informações da consciência. O corpo nada faz por si mesmo. A consciência apresenta as 
informações que se manifestam no corpo e que se tornam visíveis, mas para isso precisamos estar atentos, 
ter uma boa percepção e uma excelente comunicação intrapessoal, para podermos entender toda essa 
dinâmica. 
 
Quando a doença surge pode estar significando a perda relativa da harmonia, ou o questionamento 
de uma ordem até então equilibrada. A perturbação da harmonia, no entanto, acontece na consciência e no 
âmbito da informação e pura e simplesmente se mostra no corpo. Podemos concluir com isso que, se a 
consciência de uma pessoa se desequilibra, o fato se torna visível e palpável na forma de sintomas 
corporais. 
 
A diferença entre o somático e o psíquico serve, para o âmbito das hipóteses, para se saber onde o 
sintoma se manifesta, mas é muito difícil localizar a doença. É preciso entender que a visão unitária da 
doença pode e deve ser utilizada para distinguir o somático do psíquico, para podermos entender como o 
sintoma surge, e para podermos fazer uma escolha de como será a tomada de decisão frente à situação que 
se apresenta. 
 
O sintoma se manifesta no corpo do ser humano, interrompendo muitas vezes a continuidade da 
trajetória do seu caminho, manifestando-se como um sinal que atrai sobre si a atenção, o interesse e a 
energia. O sintoma exige nossa atenção como se viessem de fora, tirando o ser humano do seu equilíbrio. 
E se tivermos um adequado entendimento, podemos fazer a correlação com a escolha, iniciando assim 
uma luta, que consiste em tratá-lo ou tentar eliminá-lo. O que constantemente se manifesta em nosso 
corpo como sintoma é expressão visível de um processo invisível, o qual deseja interromper o nosso 
caminho por meio de advertência, indicando que alguma coisa não está em ordem. Não adianta querermos 
apagá-lo, ou impedi-lo de se manifestar. É importante termos o entendimento da escolha e termos a 
consciência de que é impossível apagá-lo, impedindo-o de manifestar-se. É relevante entendermos com 
profundidade o que o sintoma está apontando e o que está querendo nos mostrar. 
 
A polaridade é indispensável a todos os processos mentais. O ego do ser humano, porem, não a 
percebe, pois imagina uma unidade, uma totalidade. A consciência divide e classifica tudo, e muitas vezes 
somos forçados a nos deparar com os fatos, entramos em conflito que nos obrigam a estabelecer uma 
diferença, nos forçando a decidir, a fazer escolhas. A cada tomada de decisão, a cada exclusão reforçamos 
nossa não totalidade, pois, para obtermos a totalidade nada poderia faltar. 
 
Podemos então ter um entendimento de como são tênues os laços que unem o tema da doença e da 
cura. No processo de escolha podemos inferir que a doença é a polaridade, e a cura é a vitória sobre a 
polaridade. O sintoma nos mostra, na realidade, o que estános faltando e que está sendo revelado pelo 
corpo de uma forma material e visível. Se formos analisar na prática, odiamos os nossos sintomas, visto 
que eles nos permitem entender e a visualizar aspectos tão interiores e tão nossos, que de outro modo 
nunca teríamos a oportunidade de descobri-los dentro de nós. 
 
Nosso corpo é o espelho de nossa alma. Ele nos mostra a realidade, e que existem formas de 
observações que precisamos desenvolver e dispor se quisermos crescer, descobrir e aprender sobre a 
nossa verdadeira personalidade, uma das formas é observar-se através dos sintomas. Mas, para isso, 
precisamos questionar nossas próprias suposições, precisamos nos dispor a aceitar conscientemente cada 
um dos sintomas como um professor que nos deseja ensinar algo sobre o nosso próprio corpo. É preciso 
compreender que a cura sempre está associada a uma ampliação de consciência e a um crescimento e 
amadurecimento como ser humano. 
 
Os sintomas obrigam as pessoas a mudarem o seu comportamento, podendo ser divididos em dois 
grupos: de um lado, os sintomas que nos impedem de realizar as atividades que gostaríamos de 
concretizar e, de outro lado, os que nos obrigam a fazer aquilo que não gostaríamos de fazer. A doença 
quando surge pode ser entendida como uma crise e toda crise pode ser vista como sinônimo de 
crescimento e desenvolvimento. A cura só será possível à medida que nos conscientizarmos dos aspectos 
ocultos de nós mesmos. Podemos, assim, fazer uma correlação dizendo que a doença, quando surge, nos 
obriga a permanecer na trilha rumo à unidade, e por isso a doença é um caminho para a perfeição. 
 
A doença pretende dar às pessoas a coragem de observar o seu mundo interior e os conflitos que 
estão latentes, mas, para entrar nesse mundo desconhecido, descer às suas profundezas, é preciso muita 
perseverança. Na tentativa de visualizar novos horizontes através do sofrimento e da dor, deparamo-nos 
fazendo escolhas e busca de significado e sentido da existência. 
 
A única pessoa com poder e capacidade para efetuar mudanças no comportamento somos nós 
mesmos. Ninguém pode nos obrigar a fazer algo que não queiramos fazer. O que quer que façamos sob 
ameaça, raramente terá resultados satisfatórios. Tudo o que podemos dar ou receber de outras pessoas é 
informação, cabe a nós lidar com esses dados, fazendo a escolha. Recuperar a liberdade, da qual muitas 
vezes somos obrigados a abrir mão por inúmeras variáveis, é uma escolha que deverá ser realizada com 
responsabilidade. 
 
Todos os desafios que enfrentamos no cotidiano, como problemas psicológicos, somatizações e 
inquietações sobre o futuro, que nos acompanham por um grande período da vida, são provenientes de 
histórias passadas, mas a questão é sempre atual. Se tivermos consciência e liberdade de assumirmos as 
rédeas de nossa vida, não teremos garantia de êxito, mas o certo é que, se não enfrentarmos a realidade, 
jamais saberemos qual a solução. 
 
Quando fazemos as nossas próprias escolhas estamos tomando uma decisão. Esse é o nosso 
compromisso e tarefa essencial, fazer o que for possível para entender as falhas do passado que foram 
insatisfatórias. Se assim não o fizermos, estaremos fadados a permanecer como prisioneiros. 
 
Se fizermos uma retrospectiva do processo de desenvolvimento do ser humano, do nascimento à 
morte, poderemos perceber que se resume a um comportamento total que se compõe de quatro elementos 
básicos, que são inseparáveis; ação, pensamento, sentimento e fisiologia. 
 
Os comportamentos são escolhidos, mas nosso poder de atuação e controle são mais atuantes 
sobre os elementos da ação e pensamento. Podemos sim controlar indiretamente os nossos sentimentos e 
a nossa fisiologia por meio da escolha que viermos fazer no agir e no pensar. 
 
O processo de escolha é individual. Se estivermos dispostos a passar por reflexões e etapas de 
aprendizagem, nos conscientizando que somos livres para nos aproximar mais das pessoas e de nós 
mesmos, conquistando assim a liberdade para utilizá-la da maneira que quisermos, sem dúvida estaremos 
obtendo uma grande vitória e conquista pessoal. 
 
Se tivermos o entendimento de que a vida é uma oportunidade para que se dê sentido a ela, e que 
este sentido não tem que ser descoberto, ele tem que ser criado, se tivermos o esclarecimento que ele não 
está escondido atrás de uma imensa floresta, que ele não está no fundo do mar, que ele não está no cume 
de uma montanha. Ele é um poema a ser composto, é uma música a ser entoada, uma dança a ser dançada. 
 
O ser humano que estiver disposto a percorrer o caminho da transformação fará todo o possível 
para criá-lo, e somente os que criam acham algo. As situações da vida não estão prontas, à disposição de 
quem as queira. É preciso entender que precisamos plantar para colher os frutos e levar a vida idealizada, 
obtendo como resposta dela aquilo que foi disponibilizada a ela. 
 
É importante se permitir fazer as indagações necessárias e puras, não agindo com a idéia fixa, e 
totalmente armado como se estivéssemos indo para um campo de batalha. Agindo de forma contrária, se 
desarmando, ficando nu aberto e vazio, será possível encontrar inúmeros sentidos, com significância, 
como o encontrado em uma pequena pedra comum, onde podemos visualizar seu brilho, seu colorido, sua 
forma e o valor nela contida. 
 
O sentido que damos à vida vem pela participação. Podemos participar dela intensamente não 
como mero expectador, mas sim com atuação efetiva. Esse é o caminho verdadeiro, correto e autêntico 
para conhecer algo, para descobrir significados nos fatos que a vida nos apresenta diariamente. Agindo 
assim, haverá grande sentido na vida e não apenas sentido unidimensional, mas também 
multidimensional.

Continue navegando