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Socorros e urgencias em atividades fisicas 1 a 5

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AULA ONLINE – Socorros e urgências em atividades fisicas
Aula 1- Introdução ao Atendimento de Emergência e aos Primeiros Socorros
Primeiros socorros
Conceito- São todos os procedimentos de atendimento a qualquer indivíduo que esteja acidentado, ferido ou doente.
Atitudes que o profissional utiliza para reconhecer qualquer situação de risco de morte e seu eventual atendimento para manter as condições necessárias à vida, mantendo seu estado hemodinâmico presente, até a chegada de suporte especializado
Objetivos - Analisar o local do acidente;
Reconhecer situações de perigo no local;
Ligar para o serviço de resgate, quando necessário;
Realizar o atendimento em emergências clínicas e traumáticas;
Utilizar equipamento de proteção individual, para evitar infecções.
O conhecimento em primeiros socorros trará diversos benefícios a você, já que terá a capacidade de atender a si próprio, além de seus familiares, amigos, colegas do seu trabalho e outros indivíduos que possam precisar de socorro.
O profissional da área da saúde precisa ser pró-ativo, assumindo a liderança de uma situação de emergência, mantendo a calma mesmo quando estiver trabalhando sob pressão.
Procedimentos e abordagem inicial- Sempre que estiver presente em alguma situação de emergência e de risco iminente, você deve observar o local do acidente, e verificar como prioridade se o local está seguro, tanto para você quanto para a vítima. 
Procure observar o estado de consciência da vítima, e caso seja necessário, acessar o telefone do serviço de resgate.
Acesso ao serviço de emergências medicas( resgate)- Ao abordar uma vítima, é importante fazer o acesso ao serviço de resgate. Na maior parte do nosso país, temos o SAMU – Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (192), além do Corpo de Bombeiros Militar (193).
Você deve ligar para um desses dois telefones, se identificar ao atendente, falar da situação em que está ajudando e indicar o endereço completo do acidente, além de alguma referência que seja pertinente para a chegada do resgate ao local. 
Caso você não possua telefone no momento, peça a alguém que acesse o resgate e prossiga com o atendimento de emergência. 
Aspectos legais dos primeiros socorros
Art. 135 - Omissão de socorro
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
0BS- Porém, se a vítima não quiser receber auxílio e ajuda, ela pode negar, e o socorrista não deve forçá-la a tal atendimento, a não ser que a situação seja de iminente perigo à vida dela.
Como profissional de saúde, você deve seguir todo e qualquer tipo de protocolo baseado em evidências científicas específicas relacionadas às urgências e emergências clínicas e traumáticas.
Dever de agir e atuar:
Pelo fato de existir um parâmetro jurídico em relação ao atendimento em prestar o socorro, algumas profissões específicas são obrigadas a tal dever, como: Bombeiro, professor, salva vidas, policiais, profissionais da área de saúde.
Transmissao de doenças infectocontagiosas
Qualquer tipo de doença infectocontagiosa é aquela que pode ser transmitida de indivíduo a indivíduo ou também de um animal ou do próprio meio ambiente para o indivíduo.
Todo e qualquer tipo de fluido corporal, como saliva, sangue, secreção vaginal e sêmen, pode ser considerado perigoso e um veículo para contaminação. 
Portanto, sempre será prioritário que o profissional utilize equipamento de proteção individual (EPI).
Protegendo-se dos riscos em uma situação de emergência
Todo método de prevenção é imprescindível ao socorrista quando estiver atuando em uma situação de emergência.
 
É importante verificar se o quadro de vacinas encontra-se em dia, por ser um dos primeiros procedimentos preventivos. 
Também é necessário usar, em qualquer tipo de atendimento, equipamento de proteção individual (EPI). 
Podemos destacar como EPI: luvas, avental, máscaras faciais, óculos de proteção, pocket mask (máscara facial para a ressuscitação cardiopulmonar), entre outros.
É fundamental lavar as mãos com água e sabão neutro logo após o atendimento, evitando contato direto com objetos pessoais e tocar no próprio corpo com as luvas utilizadas.
O exame físico consiste em avaliar todo o corpo da vitima sem roupa e de forma minuciosa 
A avaliação inicial primaria consiste em verificar as vias aéreas, a respiração e a circulação do paciente
Quando falamos em consentimento implícito de atendimento nos referimos ao: consentimento em situação de emergência, invalidez ou dano permanente.
Socorros e urgências em atividades fisicas
	Aula 2- Rotina de avaliação da vitima	
Segurança do local do acidente
A primeira atitude que você deve tomar chegando ao local do acidente é cuidar da segurança do local, sua própria segurança, das pessoas ao redor e também da vítima. Garantir a segurança de todos é prioridade do socorrista. Sempre avalie de forma segura e à distância o local do acidente, verifique o número de vítimas, e se houver mais alguém no local, pergunte o que aconteceu.
Etapas importantes para atendimento à vítima
- Chegando ao local, avalie-o e verifique a sua segurança.
- Identifique quantas vítimas se apresentam no local do acidente.
- Se a cena do local se encontrar segura, verifique o grau de consciência da vítima.
- Acione (caso necessário) o serviço de resgate.
- Conduza uma investigação primária e um exame neurológico.
- Determine a principal queixa da vítima e avalie seus sinais vitais.
- Verifique se ela possui alguma identificação médica e levante sua história.
- Caso necessário, conduza uma avaliação secundária.
Conduzindo avaliações
Avaliação primaria- Caso o local do acidente seja uma academia, analise o ambiente, procurando por perigos comuns, como anilhas soltas, pesos e barras livres em locais perigosos e de difícil acesso, pedal de bicicleta desalinhado ou solto ou esteira ligada sem uso. Com isso, você determina e levanta a história do acidente. Pergunte a alguém como foi o acidente, procurando entender a biomecânica e a cinemática(mecanismo de lesão)  ou a natureza do trauma. O objetivo da avaliação primária é verificar algum tipo de problema ou situação que ponha a vida das pessoas em risco iminente.
Toque a vítima, para verificar se ela se encontra consciente, perguntando pelo seu nome. Caso ela responda, pergunte se ela sente dor localizada e em qual parte do corpo, determinando com isso a queixa principal da vítima, além de verificar conjuntamente os sinais vitais. Rapidamente faça uma avaliação visual da vítima, à procura de outros detalhes
É muito importante verificar se a vítima está respirando, visualizando as vias aéreas e se elas se encontram obstruídas. Caso negativo, retire todo e qualquer tipo de objeto que venha a obstruir suas vias aéreas, evitando com isso uma possível parada respiratória.
Veja se a vítima possui algum tipo de deformidade na área cervical da coluna vertebral.
Para verificar se a circulação está adequada- Cheque o pulso carotídeo, no caso de vítima adulta. No caso de crianças e bebês, cheque o pulso braquial.
Caso a vítima possua respiração e batimento cardíaco normais, analise a existência de hemorragia. Caso possua, realize a hemostasia.
Dentro da avaliação final da investigação primária- Procure por lesões neurológicas, ou seja, se a vítima apresenta algum tipo de incapacidade do sistema nervoso. Verifique seu nível de consciência, assim como sua movimentação voluntária  e sensibilidade. Converse sempre com a vítima e veja se ela responde perguntas simples e gerais. 
Observe se sua fala encontra-se desorientada, imprecisa ou “arrastada”.
Avaliação secundaria- costuma ser mais minuciosa, já quea vítima se encontra estável hemodinamicamente e com presença de sinais vitais. Ao abordar a vítima, explique o que você fará, sempre falando com calma e pausadamente para que a vítima possa entendê-lo. Caso haja alguém próximo, peça que esta pessoa participe também como testemunha, caso aconteça algo.
Utilize a seguinte sequência de verificação na abordagem:
- Sons respiratórios
- Deformidades anatômicas
- Edemas 
- Falta de movimentação
- Perda ou falta de sensibilidade
- Espasmos musculares
- Ferimentos
- Hemorragias
- Coloração anormal ou algum objeto penetrante e empalado (penetrado) no seu corpo
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Aula 3- ressuscitação cardiopulmonar e desfibrilação externa automática
Como proceder quando um aluno tiver um mal súbito: Deve-se analisar a cena do evento, verificar se há algum tipo de material que possa ferir a vítima, o socorrista ou qualquer outra pessoa por perto. Caso haja algo, retirar qualquer complemento. Caso não haja nada, verificar se a vítima se encontra consciente. Caso positivo, devo saber com ela o que houve. Caso ela se encontre inconsciente, pedir para alguém ligar para o resgate (SAMU 192/ BOMBEIROS 193), verificando sinais de circulação. Caso a vítima não possua, devo realizar 30 compressões torácicas externas. Após as compressões, realizar duas ventilações, até a chegada do resgate. 
Diversas situações de patologias clínicas cardiovasculares podem vir a ocorrer em um indivíduo saudável. O sistema cardiovascular é um importante sistema de controle corporal, possuindo um papel fundamental na circulação, assim como na sua oxigenação e nutrição celular, imprescindível à vida. 
Portanto, em alguns episódios, caso tenhamos treinamento e conhecimento técnico científico, devemos socorrer a pessoa que se encontra em algum caso de problema do sistema cardiovascular.
Dentro das diversas patologias do sistema cardiovascular, trataremos da morte cardíaca súbita, do seu atendimento através a ressuscitação cardiopulmonar e do suporte básico de vida em cardiologia.
Segundo MARTINS (2010), dados brasileiros obtidos pelo DataSUS mostram que 35% das mortes no Brasil se devem a causas cardiovasculares, resultando em 300 mil óbitos/ano. Já nos Estados Unidos, estima-se que 250 mil mortes súbitas ocorram por ano de causa coronariana. Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada cardiorrespiratória, em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para um melhor resultado.
Ressuscitação cardiopulmonar(RCP)- é uma técnica dentro do Suporte Básico de Vida em Cardiologia, realizada por todo profissional treinado para qualquer situação onde uma vítima apresente uma parada cardiorrespiratória.
A técnica combina ventilações e compressões torácicas externas ou massagens cardíacas externas, com o intuito de circular em todo o organismo da vítima oxigênio e nutrientes, principalmente para órgãos nobres vitais, uma vez que o sistema cardiovascular se encontra ineficaz.
Suporte básico de vida(SBV)- Para CARVALHO (2004), por definição em cardiologia é um conjunto de procedimentos de emergência que podem ser executados por profissionais de saúde ou por leigos treinados em emergências cardiovasculares. Verificamos o quanto se torna imprescindível tal conhecimento e treinamento para o sucesso do atendimento a qualquer indivíduo que sofra de algum evento clínico cardiovascular. 
Segundo MARTINS (2010) o SBV visa ao reconhecimento e atendimento de situações de emergência, como obstrução aguda de via aérea, acidente vascular cerebral e a parada cardiorrespiratória. A abordagem inicial através dessas manobras visa a instituir condições mínimas necessárias para a manutenção ou recuperação da oxigenação e da perfusão cerebral, já que a viabilidade neurológica é definidora do prognóstico da vítima.
Morte cardíaca súbita- O termo define quando o coração para de bater ou bate de maneira anormal, e com isso, o pulso não pode ser mais sentido. Quando o sistema circulatório cessa ou fica escasso, oxigênio e nutrientes não são absorvidos e entregues de forma adequada a todas as células do corpo, principalmente a órgãos nobres, ocasionando esta falência mecânica e operacional. O cérebro, por sua vez, é altamente sensível à falta de oxigênio e de nutrientes, principalmente carboidratos. A partir de quatro a seis minutos sem oxigênio ou devido a uma parada respiratória ou cardiorrespiratória, a lesão cerebral pode se instalar no indivíduo, ocasionando danos irreversíveis à vítima.
Cadeia (ou corrente) de sobrevivência
Sabe-se que quanto mais rápido for atendida uma vítima, e de forma adequada dentro de uma sequência de eventos, chamados elos da corrente de sobrevivência, maior sua taxa de sobrevida. Os elos da corrente de sobrevivência são:
Reconhecimento da emergência e acionamento precoce de resgate- Voce deve reconhecer de forma precoce uma situação de emergência cardiovascular, verificar a inconsciencia da vitima e acionar rapidamente o resgate. 
Ressuscitação cardiopulmonar precoce- proceder com a ressuscitação cardiopulmonar, com o intuito de aumentar as chances de sobrevida de uma vida com parada cardiorrespiratória. 
Desfibrilação externa automática precoce- Caso haja no local do acidente um desfibrilador externo automático, e se o socorrista possuir treinamento, ele deve utiliza-lo o mais rápido possível, já que este é o único tratamento real efetivo para a fibrilaçao ventricular fora de um hospital
Suporte avançado de vida em cardiologia precoce- Refere-se ao atendimento dentro do hospital que pode ser realizado por médicos, enfermeiros e dentistas. 
Cuidados integrados pós parada cardiorrespiratória- Após qualquer evento cardiovascular, é necessário utilizar um sistema de cuidados abrangentes, estruturado, integrado e principalmente multidisciplinar.
Tecnicas de RCP( ressuscitação cardiopulmonar)
A utilização do princípio chamado ABC da vida  foi recentemente modificado pelo novo protocolo de atendimento cardiovascular de emergência pela Associação Americana do Coração (American Heart Association – AHA). 
De acordo com a AHA, logo após verificar a inconsciência da vítima e acionar o serviço de resgate, o socorrista deve fazer 30 compressões torácicas externas, além de duas ventilações boca a boca, preferencialmente utilizando a máscara facial (pocket mask).
Tecnica:
Posicione-se ao lado da vitima e verifique os sinais de circulação, caso estejam ausentes comece a compressão torácica externa.
Após 30 compressoes torácicas, realize duas ventilações( insuflações) para fornecer tanto oxigênio quanto gas carbônico para esse individuo. O ciclo de compressões e ventilações devem ser realizados durante aproximadamente 2 minutos cada, ou seja, em torno de 5 a 6 ciclos de 30x2.
Após estes ciclos você deve parar e verificar se a vitima apresenta sinais de circulação. Em caso negativo, continue a fazer este procedimento novamente por mais dois minutos. Atualmente esta relação numérica é feita para qualquer individuo, sem distinção.
Desfibrilados externo automático- O desfibrilador é um dispositivo eletrônico computadorizado que tem o intuito de reverter a fibrilação ventricular, aumentando as chances de sobrevida da vítima.
De posse de um desfibrilador, pegue as pás adesivas e posicione-as no tórax do indivíduo. 
Ligue o aparelho, conecte o fio das pás no desfibrilador e não toque mais na vítima, pois o aparelho irá fornecer a análise automática cardiovascular. 
Caso necessário, aperte o botão para dar o choque na vítima. 
Mas antes disso, lembre-se de pedir que todos se afastem da vítima e não a toquem para não tomarem choque.
Utilizamos o desfibrilador tanto para a fibrilação ventricular como para a taquicardia ventricular sem pulso. Porém, a demora da utilização deste material de resgate no portador de enfermidade cardiovascular se converterá em assistolia em poucos minutos.
Neste caso, a chance de reverter o quadro de parada cardiorrespiratória se reduz de sete a 10% a cada minutode demora do DEA.
Socorros e urgências em atividades físicas
Aula 4- Hemorragia e estado de choque
Quando falamos sobre hemorragia e estado de choque, estamos nos referindo ao sistema circulatório. Alguns tipos de sangramentos profusos podem colocar a vida do indivíduo em risco e até levá-lo ao óbito. Sangramentos podem ocorrer de forma interna ou externa, em decorrência de diversos tipos de lesões. Devemos sempre nos preocupar com a nossa exposição em relação aos diversos tipos de enfermidades através de secreções, em especial nas hemorragias. Para administrar atendimento de Primeiros Socorros a qualquer indivíduo que necessite de cuidados, você deve se proteger contra a exposição ao sangue da vítima. Para isto, é preciso estar devidamente munido de equipamentos de proteção individual.
Efeitos da hemorragia
Toda e qualquer hemorragia terá possíveis severidades dependendo da quantidade de extravasamento do sangue; da rapidez com que ele flui do vaso sanguíneo rompido; se o sangue sai de um vaso sanguíneo venoso ou arterial ; do tamanho do vaso sanguíneo; de onde a hemorragia se originou (interna ou externamente); da idade e peso corporal do indivíduo; entre outros fatores.
A hemorragia ocasiona eventos fisiológicos no organismo, como forma de supercompensação orgânica, para equilibrar de forma hemodinâmica esta perda de sangue, além de oxigênio e nutrientes. Estes deixam de circular para órgãos nobres tais como cérebro, coração, rins, e pulmões, além de outras estruturas e tecidos corporais.
Caso a hemorragia esteja descontrolada, o organismo não possui uma compensação eficiente e rápida o suficiente para equilibrar o volume sanguíneo perdido. Assim, o sangramento acaba por se tornar uma emergência extrema e potencialmente fatal caso o indivíduo não seja atendido. Os processos vitais do organismo dependem de um suprimento adequado e ininterrupto de sangue, já que ele leva oxigênio e nutrientes a todo o corpo. Se o paciente for hemofílico  e não for logo socorrido, por menor que seja o corte e o rompimento do vaso sanguíneo, ele pode vir a morrer.
Como realizar a hemostasia
Antes de realizar qualquer tipo de medida para controlar o sangramento, você deve ter em mente a causa da hemorragia. Então, ao abordar a vítima, verifique sua condição geral.
Coloque a vítima em uma posição em que ela perca menos sangue, tomando os devidos cuidados com todo o corpo e principalmente da região cervical, caso ela tenha tido um acidente traumático, evitando com isso a manipulação brusca e incorreta. Sempre verifique se a vítima possui vias aéreas livres e desobstruídas e se ela respira livremente.
 Realize a hemostasia, para evitar o agravamento do estado geral da vítima e o estado de choque hemorrágico e hipovolêmico . Verifique também seus sinais vitais , procurando contornar qualquer tipo de complicação hemodinâmica pela perda sanguínea. Fique atento ao tempo do atendimento! Este pode ser realizado a cada cinco minutos, sempre conversando com a vítima.
Prevenindo infecções
Sempre que atender uma vítima de hemorragia, procure tomar algumas precauções para se proteger de doenças transmitidas pelo sangue. Uma delas é a utilização de equipamento de proteção individual, como uma barreira entre você e a vítima. Sempre que possível, use luvas de procedimento, óculos de proteção e máscara facial. Também por este motivo, evite tocar seu próprio corpo com o equipamento de proteção individual.
Quando terminar o atendimento, lave as mãos de forma cuidadosa e criteriosa, mesmo utilizando luvas de procedimento e material de proteção, para evitar infecções futuras.
Também de forma a evitar futuros contágios, caso tenha utilizado na vítima qualquer tipo de material não descartável, e que contenha sangue ou qualquer tipo de secreção ou fluido, é imprescindível lavar este material.
Aplicando a hemostasia através da compressão direta e elevação
O primeiro método hemostático  que você deve utilizar em uma situação de sangramento é a pressão direta. Pressione firmemente o local do ferimento, usando seus dedos ou a palma da mão. Isto assegurará que a pressão seja distribuída uniformemente no local do ferimento. Procure realizar a pressão com energia suficiente para parar o processo de hemorragia; porém tenha bom senso, pois se aplicar pressão demais, a vítima reclamará de mais dor localizada. Outro método que você pode utilizar é a aplicação de um curativo compressivo sobre o ferimento, cobrindo-o completamente, evitando com isso a hemorragia.
Você pode ainda elevar a região ferida acima do nível do coração o máximo possível, favorecendo assim o retorno venoso e a diminuição do sangramento. Se achar necessário, utilize uma compressa fria sobre o ferimento ou ao redor, diminuindo a perda sanguínea, devido à vasoconstrição. Caso o curativo compressivo tenha muito sangue, não o retire; simplesmente aplique outra compressa de gaze por cima e feche o curativo, reaplicando a pressão compressiva.
Usando uma bandagem de compressão - A bandagem de pressão  é usada para pressionar a gaze do curativo juntamente com uma atadura de crepom. Cubra e feche adequadamente o ferimento com um curativo espesso e firme, certificando-se de que ele esteja totalmente coberto e protegido.
Segure a gaze no local da ferida, enrolando e enfaixando o curativo com a atadura. A pressão deve ser firme o suficiente para cessar o sangramento. Evite, porém, fazer uma pressão muito forte, pois você deve verificar os pulsos distais próximos do local do ferimento, evitando que a área fique sem acesso sanguíneo.
Usando a compressão indireta- se a pressão direta, juntamente com a elevação do membro, não for suficiente para o processo hemostático, realize a pressão em pontos específicos. Utilizando as mãos ou dedos, pressione pontos localizados em vasos sanguíneos (arteriais ou venosos) próximos à lesão ou a uma estrutura óssea. A pressão aplicada especificamente nestes pontos anatômicos poderá auxiliar no controle do fluxo sanguíneo. 
Você pode utilizar tanto as pressões diretas quanto as indiretas de forma simultânea, para evitar uma maior hemorragia na vítima.
Hemostasia através da pressão nas artérias braquial e femoral
A hemostasia indireta, através da compressão sobre a artéria braquial, é usada para controlar as hemorragias intensas de feridas nos membros superiores. O ponto de pressão está localizado em um sulco na parte interna do braço, entre a axila e o cotovelo. Já nos membros inferiores, o ponto de pressão se localiza na parte central anterior da dobra da virilha.
Usando um torniquete
Este método de hemostasia deve ser utilizado somente como último recurso, quando todos os outros métodos de controle de hemorragias potencialmente fatais tiverem falhado.
Podemos improvisar um torniquete a partir de diversos materiais como retalhos, cintos, lenços, toalhas, gravatas, panos, etc. Nunca use arames, grampos ou qualquer outro objeto cortante, evitando outra lesão na vítima.
Usando o manguito do esfigmomanometro
Em alguns casos, é possível usar o manguito do esfigmomanômetro  para controlar o sangramento. Procure prendê-lo bem para que o velcro não abra subitamente. Mantenha uma pressão que você usaria para verificar o pulso periférico, e deixe por pelo menos 30 minutos.
Hemorragia interna
Os sangramentos internos resultam geralmente de algum tipo de trauma fechado (golpe ou pancada no local). Por não ser visível, o socorrista pode se equivocar e não atender com o devido apuro. Portanto, tenha bastante cuidado neste tipo de hemorragia, por ser bastante séria, pois pode rapidamente ocasionar o estado de choque hemorrágico e hipovolêmico.
Tenha sempre em mente a biomecânica e cinemática do trauma  e a sintomatologia  apresentada devido à lesão.
Atendimento de emergência
As prioridades em relação ao atendimento de emergência nas hemorragias são: 
Ativação do serviço de resgate, caso haja necessidade;
Verificar se o indivíduo encontra-se consciente. Em caso positivo, converse com ele parasaber o que aconteceu em relação ao acidente;
Manter as vias aéreas livres e desobstruídas, monitorando-as caso o indivíduo se encontre inconsciente;
Fazer um curativo compressivo no local do ferimento, evitando o agravamento da lesão e da hemorragia e prevenindo o estado de choque hipovolêmico e hemorrágico ;
Manter a vítima imóvel, evitando alguma lesão secundária.
ESTADO DE CHOQUE
No que diz respeito à macro e micro circulação, estamos falando do estado de choque, que seria um desequilíbrio em relação à circulação sanguínea, vindo a ocasionar uma falência progressiva e um colapso fisiológico do sistema circulatório, cardiovascular e cerebrovascular. Esta situação pode ser fatal se não houver atendimento imediato por parte do socorrista.
Causas do estado de choque: O processo do estado de choque acontece em etapas, basicamente ocorrendo quando o coração não tem força e capacidade suficientes para bombear sangue para todo o organismo, comprometendo a quantidade de nutrientes para o resto do corpo.
A perda de sangue é a principal causa do choque, porém a desidratação, diarreias, vômitos e queimaduras também podem desencadear este estado.
Controle do estado de choque- Devemos de imediato ativar o serviço de resgate, e em seguida:
- Verificar e desobstruir as vias aéreas, se necessário. Devemos dar uma atenção especial à vítima com comprometimento das vias aéreas. Por sermos seres aeróbios, somos dependentes de oxigênio;
- Controlar qualquer tipo de sangramento;
- Se possível elevar as pernas da vítima a não mais do que 20 a 30 cm acima do nível do coração. Caso não seja possível, deixar na linha do corpo e de preferência com a vítima deitada ao solo;
- Devemos verificar se é possível manter sempre presentes os sinais vitais  da vítima o mais próximo da normalidade até a chegada do serviço de resgate.
Prevenindo o estado de choque- Nunca devemos esperar que sinais e sintomas tardios se desenvolvam. A diminuição da pressão arterial, por exemplo, é um sinal tardio, pois se o indivíduo possui uma quantidade menor de sangue no seu organismo, menor também será a pressão. O corpo compensará o menor volume sanguíneo acelerando a frequência cardíaca e também a respiração.
A precaução ainda é o melhor remédio. Ao controlar o sangramento, o socorrista previne diversas situações específicas e fisiológicas que o paciente possa apresentar. Tente, da melhor maneira possível, tranquilizar a vítima, mantendo-a calma e com total controle da situação.
O tipo de hemorragia mais complicado e de maior dificuldade no controle ocorre nas artérias 
Hipovolemia- diminuição no volume sanguineno
Socorros e urgências em atividades físicas
Aula 5- Emergencias em diabetes mellitus
Atendimento a uma pessoa com tontura, cansaço, dor de cabeça, precisando de atendimento de primeiros socorros:
É preciso colocá-lo em um local tranquilo e arejado, de preferência no chão, para evitar que ele caia se desmaiar. Caso ele ainda esteja consciente, dar algo com glicose para beber e/ou comer, para acordá-lo. É provável que ele esteja com hipoglicemia, pelo fato da atividade física em geral causar perda de calorias e, consequentemente, de nutrientes. Se o aluno estiver inconsciente, chamar o serviço de resgate; verificar vias aéreas e se está respirando; com sinais de circulação presentes (respiração, pulso, movimentos); colocá-lo na posição lateral de segurança ou posição de recuperação, até a chegada do serviço de resgate.                                          
Diabetes Mellitus
É um tipo de enfermidade metabólica e hormonal, na qual o indivíduo não consegue absorver de forma adequada o açúcar na circulação sanguínea. Isto porque ele não produz insulina, ou a produz de forma insuficiente, ocasionando em um aumento anormal do açúcar no organismo.
O paciente diabético pode possuir diversas complicações como problemas circulatórios, neurológicos, cardiológicos, dentre outros.
Sintomologia- O paciente diabético (hiperglicêmico) costuma relatar diversos sinais e sintomas, a saber: Euforia, agitação psicomotora, confusão mental, fala distorcida (arrastada), dores de cabeça, fome, irritação, agressividade, cansaço, tonturas, desmaio, vertigens, tremores corporais, fadiga, sede, náuseas, falta de ar (dispneia), pele pálida, fria e pegajosa, salivação intensa, hálito com odor de acetona, pele seca e quente, taquicardia (frequência cardíaca acelerada), visão turva, lábios arroxeados ,aumento da ida ao banheiro, dentre outros.
Outros sinais clássicos do diabetes mellitus em um indivíduo são:
Poliúria - O indivíduo urina diversas vezes durante o dia e em quantidades maiores do que o normal;
Polifagia - Ele sente muita fome durante o dia;
Polidipsia - Ele sente muita sede durante o dia.
Tipos de diabetes Mellitus
Insulino dependente ou tipo 1- Este tipo de diabetes aparece mais frequentemente em crianças ou adolescentes. Um adulto jovem também pode vir a sofrer desta enfermidade após a puberdade ou devido a algum tipo de lesão traumática ocorrido no pâncreas. Pelo fato de o seu pâncreas produzir nenhuma ou muito pouca insulina, o indivíduo precisa usar este hormônio diariamente, de forma sintética.
Não insulino dependente ou tipo 2- De início súbito, normalmente este tipo de diabetes aparece em indivíduos adultos. Seu organismo produz insulina, mas não consegue utilizá-la adequadamente. A prática de atividades físicas, a dieta e a utilização de medicamentos geralmente controlam a doença.
O emprego de uma equipe multidisciplinar é importante para o sucesso do indivíduo diabético. É imprescindível ter um médico, um professor de Educação Física e um nutricionista para a intervenção de forma global e completa para o tratamento deste indivíduo.
O diabético não insulino-dependente, como o próprio nome já diz, não depende do uso da insulina sintética, porém é fundamental o controle por parte do médico para um melhor diagnóstico e avaliação.
Diabetes gestacional- É o diabetes que se desenvolve durante a gestação e cessa quando nasce o bebê. Os fatores para o aparecimento do diabetes gestacional podem ser: falta de atividade física, alimentação desequilibrada (tanto demasiada quanto insuficiente), estresse, dentre outros.
Hiperglicemia e hipoglicemia
São duas emergências clínicas graves em que o indivíduo encontra-se descompensado em seu nível de açúcar no sangue.
Hiperglicemia- os níveis de açúcar no sangue estão acima dos padrões de normalidade. Se for administrada insulina sintética, rapidamente o estado hiperglicêmico diminuirá. Esta situação é comum em todo indivíduo diabético e também nas pessoas normais que acabaram de ingerir qualquer alimento.
Hipoglicemia- os níveis de açúcar no sangue encontram-se abaixo dos padrões de normalidade.
OBS: Ambas as emergências são preocupantes, porém um indivíduo em estado hipoglicêmico pode vir a óbito rapidamente por falta de energia em seu organismo, já que o cérebro, por exemplo, é um órgão nobre e dependente de glicose.
Atendimento de emergência
Em qualquer dessas emergências clínicas (hiperglicemia ou hipoglicemia), a primeira tarefa a se fazer é ativar o serviço de resgate.
Depois aborde a vítima e monitore seus sinais vitais (respiração, batimentos cardíacos, pressão arterial e temperatura).
Verifique o grau de consciência da vítima. Se ela estiver consciente, porém com tontura, dê algo doce, de preferência para beber, pois os alimentos líquidos são mais fáceis de ser absorvidos.
Se ela estiver no chão e se encontrar desacordada, evite dar-lhe algo para beber. Neste caso, a vítima poderá broncoaspirar o líquido, então o conteúdo irá para o sistema respiratório, ocasionando um edema agudo de pulmão, situação esta mais grave de ser tratada.
Em vez disso, friccione açúcar de mesa  ou mel nas gengivas da vítima, em pequenas quantidades, para aumentar o seu nível de glicemia. Tome cuidado para não friccionar o açúcar com muita força, fazendo assim um trauma gengival na vítima.

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